19/03/2008 - 15h21
Polícia 'invade' Consulado do Brasil em Lisboa
A suspeita de que havia "um indivíduo perigoso" dentro do Consulado-Geral do Brasil em Lisboa levou a polícia portuguesa a entrar no prédio sem a autorização do cônsul-geral.
O episódio ocorrido na terça-feira despertou protestos "enérgicos" da representação brasileira, que acusou a Polícia de Segurança Pública (PSP) portuguesa de "invasão de território brasileiro".
Nesta quarta-feira, a polícia disse que agiu porque tinha notícias de que um homem suspeito de homicídio estava dentro do prédio.
Segundo o consulado, homens da PSP chegaram ao prédio no centro da capital portuguesa conduzindo um adolescente cujos documentos de identidade encontravam-se em poder da mãe do rapaz, dentro do consulado.
"Após a identificação do jovem, os policiais, um dos quais armado com uma escopeta, colocaram-se ostensivamente no corredor junto à porta da sala principal do consulado, onde se encontra o público e os balcões de atendimento, numa operação de identificação das pessoas que saíam da dependência", descreve uma nota da representação diplomática.
O comunicado conta que, depois da intervenção do cônsul, os agentes se deslocaram para a entrada do prédio, um imóvel particular onde o consulado aluga dois andares.
Protestos
Depois do ocorrido, o Consulado do Brasil emitiu uma nota de protesto.
"A Casa do Brasil protesta contra esta ação de clara intimidação aos cidadãos brasileiros presentes no consulado e espera que a PSP esclareça as razões da mesma", diz o texto, "embora seja certo que a polícia portuguesa não pode entrar no consulado ou na embaixada, a não ser que tenha sido chamada pelas autoridades brasileiras competentes, o que não foi o caso".
Nesta quarta-feira, a PSP emitiu sua nota de resposta em que afirma que a ação teve como objetivo "interceptar um indivíduo suspeito de homicídio".
"Sobre o suspeito, havia a indicação de se tratar de um indivíduo perigoso", diz a nota.
A polícia afirma que entrou no consulado apenas "até à área de atendimento ao público, onde houve necessidade de identificar algumas pessoas que ali se encontravam".
"Toda esta situação foi devidamente explicada ao senhor cônsul, após o que os elementos da PSP se retiraram", diz o comunicado.
Ainda de acordo com a polícia, o rapaz que estava sendo procurado foi depois detido e entregue à Polícia Judiciária de Setúbal.
http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2008/03/19/ult4909u2912.jhtm
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