"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."
Ignácio Ellacuría

O que iremos fazer hoje, Cérebro?
domingo, 29 de março de 2009
domingo, 28 de dezembro de 2008
Estudar se transforma em sucesso apenas com esforço e sacrifício
O triunfo do talento
Gilberto Giuzo protagonizou um milagre. Trabalhava na roça, interrompeu os estudos aos 14 anos, fez supletivo – e chegou ao ITA, a melhor escola de Engenharia do país. O que sua história ensina sobre o modo como o Brasil trata seus superdotados
Ivan Martins e Ana Aranha
RICARDO CORRÊA
SOBREVIVENTE
Gilberto no Memorial Aeroespacial Brasileiro, em São José dos Campos. Ele superou a precariedade do ensino público
Nova Bandeirantes é um município de 13 mil habitantes no extremo norte de Mato Grosso. Fica longe, quase no ponto onde o Estado faz divisa com Pará e Amazonas. Foi ali, na zona rural (região de onça, jibóia e gado nelore), que Gilberto Giuzo passou a maior parte de sua vida. O menino magrelo de olhos esverdeados, filho de migrantes paranaenses, demonstrou desde cedo um talento incomum: aos 4 anos já fazia contas de cabeça, para surpresa dos pais, sitiantes sem instrução. A vocação matemática não impediu que levasse a vida da roça. Cresceu em lombo de cavalo, tratava do gado, erguia cercas na propriedade da família. As escolas que freqüentou eram precárias mesmo para os padrões brasileiros. Desde a infância dividia seu tempo entre as aulas e o trabalho.
Neste ano, aos 24, Gilberto terminou o 2o ano do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, de São José dos Campos. Lá se forma a elite da engenharia brasileira. Também neste ano, conseguiu uma das 38 bolsas da Fundação Estudar, disputada por 6 mil candidatos. O prêmio tenta identificar os jovens mais promissores do país. Gilberto é um deles. Passou pelos obstáculos sucessivos do mau ensino público, da privação cultural, do trabalho infantil, do abandono escolar e do isolamento geográfico. Fez de si mesmo um milagre estatístico. Em um país que joga fora a maior parte de seu potencial humano, resistiu. Ele representa um triunfo do talento, um triunfo da vontade, um caso em um milhão. Sua história ajuda a retratar – pelo reverso – a tragédia do desperdício humano brasileiro. Quantos Gilbertos haverá por aí, perdidos, vivendo abaixo de seu potencial?
Em Nova Bandeirantes está começando a estação das chuvas. Manoelina dos Santos Costa, mãe de Gilberto, conta, divertida, que uma manada de porcos-do-mato invadiu o sítio onde a família cria gado de corte. Fala bem, dona Manoelina. Ela conta que o menino, segundo de seus três filhos, único homem, foi diferente desde cedo. “A irmã era hiperativa, deu muito trabalho, mas ele era reservadinho”, diz. “Acho que sempre foi meio adulto.” O pai descobriu que Gilberto era capaz de fazer contas de cabeça e passou a exibi-lo aos amigos. Logo virou o centro das atenções. “Ele nem sabia segurar o lápis”, diz a mãe. Ela deixa claro que isso era coisa do menino. Nenhum dos pais estudou além da 4a série.
Gilberto foi para a escola rural aos 6 anos. Havia ali uma única classe, com alunos de todas as idades. As várias séries ficavam juntas na mesma sala, divididas em grupos de carteiras. A professora se alternava entre eles. Essa é uma forma antiga de ensinar, usada modernamente apenas quando faltam professores. Há no Brasil 53.609 escolas multisseriadas, com 1,2 milhão de alunos. Mais de 49 mil delas estão na área rural. “Na escola sempre me falavam que ele era muito inteligente, que tinha de estudar”, diz a mãe.
RICARDO CORRÊA
VOLUNTÁRIO
Gilberto, à esquerda, com os colegas que trabalham no cursinho dos alunos do ITA para jovens carentes
Estudar não é a regra na zona rural de Mato Grosso, pelo contrário. O porcentual de abandono na 4a série em 2005 foi de 10,5%. Para fazer a 5a série, as crianças da roça freqüentemente têm de se deslocar para a cidade. Ou desistem. Gilberto percorria uma distância de ida e volta de 12 quilômetros de bicicleta para estudar. Seu pai havia morrido em 1991 – por complicações da malária, endêmica na região –, e a vida não estava nada fácil. “As pessoas na região achavam que estudar era um jeito de fazer corpo mole e evitar o trabalho”, diz o rapaz. Em sua casa não era muito diferente. A mãe casou-se novamente, e ele parou de estudar no meio da 8a série, aos 14 anos. Voltou um ano depois, terminou o ensino fundamental, parou de novo. Nesses períodos sem aulas, trabalhava no campo o dia todo. “Estudar era chato, mas o trabalho era muito pior”, diz Gilberto, lembrando seus sentimentos da época. “Percebi que as pessoas faziam a mesma coisa havia 30 anos.”
Em 2002, iniciou o ensino médio. Para estudar à noite, andava 50 quilômetros de ônibus. Levantava às 6h30, para trabalhar no sítio, voltava para casa depois da meia-noite. Vivia cansado. A pressão doméstica para que parasse de estudar retornou, acentuada. Gilberto resolveu apressar o processo de sua educação: optou por prestar os exames supletivos. Com a ajuda do padrasto, comprou cinco livros que resumiam as matérias do colégio e passou a estudar por conta própria. Em casa, ele lia à luz de velas, porque o sítio não recebia luz elétrica. Fez as provas e passou. Sua pior nota foi 6,5, em Português. “Era muito fácil”, diz Gilberto, sem nenhuma vaidade aparente. Os exames de supletivo costumam ser fáceis, mas Gilberto não tinha exatamente uma sólida formação escolar.
Na semana passada, ele explicava sua insistência em estudar nos termos de uma fábula animal. “Fiz como o burro bordoso”, diz ele. Isso significa um bicho teimoso, que volta ao lugar aonde deseja ir, por mais que o espantem. “Eu insisti com a família”, diz ele, com um sorriso. O rapaz de 24 anos continua magro, bem magro, mas agora tem 1,76 metro de altura e cabelos pretos, espetados. É evidente que gosta de conversar, embora mantenha certa reserva. Fala com desenvoltura e modéstia sobre suas realizações, que não são poucas.
Depois do supletivo, conseguiu fazer 55 de 63 pontos possíveis no Enem, pontuação muito acima da média de 34 pontos das escolas públicas de Mato Grosso. Com essa nota, obteve uma bolsa do ProUni para estudar Engenharia na PUC de Campinas, em São Paulo. Não ingressou na faculdade porque sua família tinha títulos de terras e o ProUni é reservado para estudantes carentes. Gilberto lembra que quase desmoronou. Estava lá, praticamente na universidade, viu os alunos começar as aulas e foi excluído, na última hora. “Achei que as coisas nunca dariam certo para mim”, diz ele. Pensou em voltar para Mato Grosso, mas, dessa vez, a família se opôs. A mãe disse a ele por telefone que ficasse. A tia Idalina Santos Soares, em cuja casa ele estava, repetiu a mesma mensagem.
Gilberto ficou e resolveu se preparar “direito” para o vestibular, fazendo cursinho. Queria o ITA, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, porque era uma escola de Engenharia onde “havia salário e alojamento”. Mas a prova para preencher as 120 vagas anuais é simplesmente a mais difícil do Brasil. Há bons estudantes do país inteiro que tentam passar por ela três ou quatro vezes, sem sucesso. Gilberto percebeu que precisava de um emprego para pagar o cursinho e manter-se na cidade. Apareceu uma vaga de pedreiro, ele agarrou. Mas já no dia seguinte conseguiu coisa melhor, no laboratório de uma ótica no centro de Campinas. Trabalhava de dia para pagar o cursinho, noturno. Morava com a família da tia e ajudava nas despesas. Esse arranjo durou pouco, porém.
No primeiro simulado do cursinho, Gilberto tirou a melhor nota entre os 220 alunos. O dono do preparatório, ele mesmo egresso do ITA, espantou-se. Veio procurá-lo com a oferta de uma bolsa integral, na turma preparatória para o ITA, mas exigiu dedicação integral. “Para um menino do campo, que fez supletivo no interior, o simulado dele foi estupendo”, diz Eliel Barbosa da Silva, dono do cursinho Elite. “Já conheci gente inteligente como ele, mas ninguém partiu de onde ele partiu.” Foi nesse momento que a tia Idalina (servente em uma escola pública, casada com um frentista, mãe de três filhos) fez sua parte no destino do sobrinho: disse a ele que estudasse sem preocupação de trabalhar. Gilberto nunca tivera essa chance e se atirou a ela de cabeça. “Ele estudava das 7 da manhã às 11 da noite”, diz Idalina.
GUIA
RICARDO CORRÊA
Como identificar o talento?
A partir de janeiro, as escolas estaduais de São Paulo vão receber o livro Um Olhar para as Altas Habilidades. A idéia é ensinar os professores a identificar alunos superdotados. A autora, Christina Cupertino, uma das maiores autoridades brasileiras no assunto, enumera as principais características desses alunos, dá dicas sobre o comportamento deles e conta como outros professores já fizeram a identificação. A experiência tem como base a formação de supervisores e coordenadores que acontece em São Paulo há um ano e já ajudou a achar 397 superdotados.
Como tinha dificuldades em escrever, fez o maior número de redações que alguém já havia feito durante um ano no cursinho. Nas outras matérias não era muito diferente. Em poucos meses, foi apresentado a uma multidão de conteúdos que nunca vira. No início, sofreu. Mas, no fim do ano, já fazia perguntas que obrigavam os professores a parar e pensar. Gilberto aprende rápido e trabalha duro. Resultado: entrou em primeiro lugar na Engenharia da USP em São Carlos, foi primeiro lugar da Engenharia Elétrica da Unicamp, foi aprovado no Instituto Militar de Engenharia e, claro, no ITA. “Meu filho teve muita garra”, diz a mãe, Manoelina. “Eu era contra estudar, queria ele por aqui. Hoje, me arrependo.”
Se as estimativas estão corretas, há no Brasil pelo menos 1,6 milhão de crianças e adolescentes como Gilberto, com grande facilidade de aprendizado. É o que se chama normalmente de superdotados. O número corresponde a 3% da população escolar do país, de 53 milhões de estudantes entre a pré-escola e o ensino médio. Identificados, porém, há apenas 2.902 alunos desse tipo. Não é preciso ser superdotado para fazer a conta do desperdício de talentos: para cada Gilberto Giuzo que aparece, há 550 que o sistema educacional brasileiro não soube identificar. Na tentativa de melhorar essa estatística, o Ministério da Educação criou, em 2006, uma rede nacional de atendimento, os Núcleos de Atividades de Altas Habilidades. Há um por Estado, sempre nas capitais. Sua finalidade é identificar e ajudar os jovens com maior potencial de aprender. Parece, porém, que a coisa não está funcionando muito bem. Fora o núcleo de Brasília, que existe desde 1976 e serviu de inspiração para o programa federal, o trabalho ainda é embrionário. A identificação dos superdotados é lenta, a estrutura que se oferece a eles é frágil. “O cenário é desanimador”, diz a professora Eunice Soriano de Alencar, da Universidade de Brasília, especialista com 20 anos de experiência no estudo de superdotados. “Investimos nada nessa área. A educação pública é muito ruim. A estrutura é perversa. As crianças pobres que conseguem sobressair são verdadeiros milagres.”
No primeiro simulado do cursinho, Gilberto foi o primeiro entre 220 alunos. O dono veio falar com ele
Como em outras áreas da educação, o Brasil está ficando para trás. Há bons programas para atendimento aos alunos superdotados em diversos países. Inglaterra, Israel, Taiwan e Chile são algumas das referências mundiais. A China, embora atrasada, está investindo pesado em identificação e estímulo aos supertalentos. No Chile, onde se faz o melhor trabalho da América Latina, os professores da rede pública são treinados e recebem um guia com as características da superdotação. Na 5a série, quando têm entre 10 e 11 anos, os alunos identificados passam a freqüentar cursos e oficinas. “Um aluno talentoso que nasça na região de Temuco, por exemplo, será identificado e atendido”, diz a psicopedagoga Sonia Bralic, fundadora do programa. “Mas há milhares que moram em regiões onde não há cobertura dos programas.”
Em Mato Grosso, o Núcleo de Altas Habilidades funciona desde 2007, em Cuiabá. Até agora treinou professores de três escolas para identificação de superdotados. Todas na capital. Se houver outro aluno talentoso em Nova Bandeirantes, de onde veio Gilberto, a 1.020 quilômetros de Cuiabá, ele não será percebido. “Ainda não há perspectiva de levar o serviço para aquela região”, diz Márcia Aparecida Molinari, coordenadora do Núcleo de Altas Habilidades do Estado. As conseqüências da não-identificação são terríveis, afirmam os especialistas. A criança muito inteligente se frustra de forma profunda com a anemia intelectual do ensino normal, inclusive o da escola privada. Daí para o desinteresse, a depressão e o abandono é um passo. Que ocorre freqüentemente. “Este moço, Gilberto, é um caso muito raro”, diz a psicóloga Ana Fortes Lustosa, da Universidade do Piauí. “O apoio da família e da escola é essencial para que as crianças se desenvolvam. Ele teve enorme automotivação. Viu sozinho uma saída.”
Anderson Schneider
RESGATADO
Evaldo, o estudante de Brasília, com suas moedas. O núcleo de apoio a superdotados (ao lado) fez com que ele se interessasse novamente em aprender
Em um bairro da periferia de Brasília, Evaldo Pereira de Rezende não via mais motivos para ir à escola. Aos 11 anos, preferia ficar em casa, estudando as moedas de sua coleção. Ele tem mais de mil. Os pais não entendiam por que o filho faltava tanto. “Pensei que ele tinha brigado com algum menino”, diz a mãe, Ana Pereira de Rezende. Foi tanta falta que ele repetiu a 4a série. Preocupada, a orientadora pedagógica da escola passou a prestar atenção no aluno. Na 6a série, com a ajuda dos especialistas do Núcleo de Altas Habilidades de Brasília, ele foi identificado como superdotado. Depois do Núcleo, sua vida mudou. Ele deixou de faltar à escola e suas atividades fora de casa aumentaram. Escreve artigos e dá palestras sobre a história das moedas. Agora, aos 17 anos, quer fazer três faculdades: Sociologia, Ciência Política e História. “Vou ser pesquisador ou professor universitário”, diz.
Outro caso, bem menos feliz, é o de João Sperandio Neto. Aos 22 anos, ele foi indiciado em novembro pela Justiça de São Paulo por aplicar golpes pela internet em valor superior a R$ 2,2 milhões. O delegado que acompanhou o caso, Luiz Storni, diz que ficou surpreso ao saber a idade do rapaz. “Ele sabia muito para uma pessoa tão jovem.” Sperandio é de família simples e, segundo o delegado, parece autodidata. Tudo sugere que era o especialista técnico de uma quadrilha com outros integrantes. Ao programa Fantástico, da TV Globo, o rapaz disse que começou a praticar crimes virtuais aos 15 anos, por diversão. Afirmou já ter trabalhado para os criminosos, mas sob ameaça. Pode ser. Mas os especialistas vislumbram cenários em que a colaboração entre a inteligência e o crime ocorra de forma voluntária. “Esses meninos precisam exercer seu potencial, sob o risco de ser atraídos pelo crime”, afirma Olzeni Ribeiro, coordenadora do Núcleo para Superdotação do Distrito Federal. “Se um menino desses é cooptado por uma gangue, dificilmente será resgatado. É o contexto em que ele mais se sente desafiado, em que sua inteligência é mais valorizada.”
Gilberto não sabe explicar de onde veio sua ambição. “Talvez da televisão”, diz ele. “Era um mundo novo”
Gilberto escapa do perfil típico do superdotado. Os psicólogos modernos dizem que há vários tipos de habilidades mentais e elas raramente andam juntas. O raciocínio matemático freqüentemente não se dá com a facilidade verbal. Outras vezes não coincide com as habilidades sociais conhecidas como inteligência emocional. Gilberto parece ter várias delas, em grau elevado. Ele se expressa bem. Ele interage muito bem com as pessoas, mesmo quando vêm de situações sociais diferentes da sua. Ele inspira confiança. Ele demonstra inteligência prática na forma de organizar e conduzir sua vida. Mesmo sua persistência, que parece uma virtude de caráter, pode ser outra manifestação de seu talento intelectual. Os especialistas chamam a obstinação de “envolvimento com a tarefa”, uma característica comum entre os muito inteligentes. Renata Maia Pinto, que até maio era responsável no Ministério da Educação pelos projetos de superdotados, percebe essa característica em Gilberto. “Ele teve muita perseverança. Isso é típico”, diz ela.
Eliel Silva, do cursinho Elite, aponta na trajetória de Gilberto outra provável manifestação de uma inteligência incomum: a capacidade de imaginar algo que não tinha nenhuma relação com a vida que ele conhecia. “Pense num garoto conduzindo um carro de boi no interior de Mato Grosso e se imaginando aluno do ITA, algo que nem poderia saber como era”, diz. “É extraordinário.” As experiências dos educadores com crianças muito pobres é bem diferente. Elas em geral não têm grandes horizontes. Têm dificuldade em se imaginar fazendo coisas importantes como adultos. Não se vêem como advogados, médicos, engenheiros, artistas. “Quando a criança é pobre, seu projeto de vida não é individual”, afirma Ana Lustosa, do Piauí. “Ela chega em casa e já tem de ajudar, limpar, fazer o jantar ou até sair para trabalhar. Ela não tem estímulo para pensar em si, mas no projeto coletivo, da família.” Parece a situação doméstica de Gilberto.
Múltiplas habilidades
A vida de Gilberto mostra que ele reúne diferentes formas de inteligência, da matemática à emocional
RICARDO CORRÊA
Automotivação
Gilberto nunca desistiu de aprender, apesar da oposição da família e das circunstâncias adversas. Ao fim do dia de trabalho, estudava à luz de velas na escrivaninha que ele construiu. Os desdobramentos desse tipo de inteligência:
- Persistência, concentração e compromisso com as tarefas
- Motivação interna, não depende de estímulos de outras pessoas
- Iniciativa, autoconfiança e envolvimento com seus interesses
Talento matemático
Os amigos da família chamavam Gilberto de “matemático”, porque o menino resolvia contas de cabeça aos 4 anos. As características dessa forma clássica de inteligência:
- Capacidade para associar símbolos
- Organização interna do raciocínio
- Facilidade para identificar causas para os fenômenos observados
Talento verbal
Gilberto se expressa de forma clara e segura. Aos 8 anos, conversava com os professores da irmã, sete anos mais
velha. Como o talento se expressa:
- Domínio da comunicação e da língua
- Precisão e concisão no modo de se expressar verbalmente
Inteligência emocional
Sua mãe diz que Gilberto sempre “pareceu adulto”, pela maneira tranqüila com que tratava os mais
velhos. Hoje, circula sem problemas entre colegas com origem social e formação cultural totalmente
diferentes das suas. As características dessa inteligência:
- Senso avançado de tato, confiabilidade e empatia
- Capacidade para persuasão e influência, boa sintonia com o grupo
- Maturidade e autocontrole
Fonte: Desenvolver Capacidades e Talentos, de Zenita Guenter
Há também a questão do trabalho infantil, que foi sempre uma sombra em sua vida. É algo comum no Brasil. No ano passado, havia 4,8 milhões de crianças e adolescentes dando expediente no país, um em cada dez brasileiros entre 5 e 17 anos. Além dos riscos físicos, o trabalho prejudica a concentração na escola e o desenvolvimento intelectual. Renato Mendes, coordenador no Brasil do Programa de Combate ao Trabalho Infantil da OIT, a Organização Internacional do Trabalho, diz que no campo o contexto cultural é diferente, talvez mais grave.
“Em geral, os pais querem que os filhos estudem, mas o modelo de educação no campo não faz sentido para eles”, afirma Mendes. Ele sustenta que as escolas rurais deveriam tratar de atividades ligadas ao trato da terra e da criação, para cumprir uma função prática. Mas o modelo educacional é urbano e percebido como inútil. “O pai acha que o menino vai andar 6 quilômetros para não aprender o que precisa. Não vê perspectiva na educação”, diz Mendes. Na casa de Gilberto, parece ter sido assim. Os pais precisavam de ajuda no sítio e achavam, com base na própria experiência, que seria melhor para o menino se dedicar desde cedo ao trabalho. Quando começou a escola à noite, a mãe temia que ele, magrinho, não fosse agüentar o esforço do trabalho físico e do pouco sono. Hoje, tendo visto o sucesso do filho, tremendamente orgulhosa dele, Manoelina se constrange em lembrar as discussões familiares causadas pela insistência do filho em estudar. “Prefiro não falar sobre isso”, diz ela.
Gilberto não sabe explicar de onde veio seu sonho e sua determinação. Ele quis ser engenheiro sem saber o que era um engenheiro. Em um lugar onde não havia engenheiros. Em uma família na qual nunca houve um engenheiro. “Talvez tenha sido a televisão”, diz. Quando a TV chegou a sua casa, ele teria uns 13 anos. Lembra de um impacto tremendo. Aquela avalanche de novidades. Um mundo inteiro que não existia antes. O Jornal Nacional. Pode ter sido isso. Ou talvez o sonho tenha vindo do exemplo de Rosângela, meia-irmã, filha do primeiro casamento do pai. Ela se formou em Direito no Paraná, enfrentando enorme adversidade. Era parte da lenda da família. Distante, mas, de alguma forma, presente. “Eu realmente não sei”, diz Gilberto.
Hoje em dia, ele tem planos claros: quer formar-se engenheiro e trabalhar algum tempo no mercado financeiro. Com isso, pretende juntar dinheiro e experiência para empreender. Deseja tornar-se empresário e está construindo ferramental para isso. Neste mês, enquanto a maioria dos universitários goza férias, ele inicia estágio em uma das fábricas da AmBev, em Campinas. “Acredito muito em trabalho”, diz Gilberto. Nem poderia ser de outro jeito. Os jovens de famílias abastadas nascem cercados de privilégios que nem sequer percebem. Para Gilberto, cada um deles é uma conquista: o acesso ao conhecimento, os contatos humanos, as viagens. Freqüentemente, há choques. Tendo crescido no interior, em uma família religiosa, ele se espanta ao ouvir colegas de escola que se declaram ateus. “Ainda fico chocado”, diz. “Não sou muito religioso, mas acredito em Deus.” É espantoso, na verdade, que o convívio de Gilberto com os colegas de escola e da Fundação Estudar seja tão natural, considerando as enormes diferenças de origem. Todo mundo ao redor de Gilberto fala inglês e quase todos vêm de famílias de classe média. Têm experiências culturais muito mais cosmopolitas que as dele. Ele percebe a diferença, claro, mas parece lidar com ela sem complexos.
“Gilberto é da geração Y, que está recebendo dos pais uma agenda pronta e não mostra muita iniciativa. Mas ele é totalmente diferente”, diz a psicóloga Bruna Dias, da Companhia de Talentos, consultoria de RH especializada em orientação de carreira. Bruna já fez uma discussão individual com o jovem de Mato Grosso e participa com ele de sessões de grupo sobre trabalho e futuro profissional, como parte das atividades da Fundação Estudar. Ela não tem dúvida de que Gilberto é comprometido, obstinado, faminto por aprender e conquistar. “Ele vai longe”, afirma. Quer dizer: mais longe.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
As bolsas de estudo do governo federal refletem a ausência de uma política educacional e os estudantes pioram a situação
O governo brasileiro tenta inflar artificialmente a quantidade de alunos no ensino superior, e sem investir na qualificação dos alunos. De fato, apesar de todo propaganda sobre sistema de avaliação, o governo se beneficia da expansão das vagas no ensino superior sem que os alunos sejam preparados para vivenciar a vida universitária, sem que os alunos sejam preparados para assumir a responsabilidade pelo seu apredizado. O resultado é que o curso superior se torna apenas mais um curso, mais uma obrigação a ser cumprida como foi o ensino básico e o ensino médio. Sem uma intervenção profunda no ensino básico e secundário as boas universidades brasileiras irão acabar ou irão se eletizar e isolar da sociedade ainda mais. É preciso voltar ao passado quando o aluno tinha a obrigação de dominar conteúdos mínimos e ser exigido intelectualmente até mesmo para ter discernimento para escolher o curso e para perceder a diferença entre a faculdade e o colégio. quem não percebe a diferença passa a vida no colégio.
É chocante como os estudantes universitários brasileiros perderam o bonde da história. Antigamente o movimento estudantil representa a vanguarda do progresso, defendia interesses coletivos, hoje o movimento estudantil é um grande nada, mas que cria problemas, critica qualquer movmento progressista de fato e julga através de uma visão de mundo hippie ou anarquista do mundo, ou seja, não colaboram em nada para o país. Ando freqüentando a USP ultimamente, a preocupação dos estudantes estampadas nos cartazes é com as câmeras de vigilância instaladas pela reitoria. Discutir o Brasil, propor políticas para o Brasil, protestar pelas nossas mazelas nada. Querem a retirada das câmeras de vigilância. E não é porque elas estão para controlar eventuais ações políticas violentas para mudar o país não, não temem que crimes políticos sejam descobertos. O medo não é que estejam tutelando as idéias. O problema é que querem continuar cometendo crimes, crimes comuns sem qualquer risco de perturbação. E pensar que o movimento estudantil já fez esse país andar, hoje o movimento está paralítico, não anda.
domingo, 6 de abril de 2008
Uma pena, mas esta é crescentemente a situação no Brasil também! A pobreza intelectual tem se tornado a norma!
El plagio
Por: Salomón Kalmanovitz
HAY UNA ACTITUD COMPLACIENTE frente al plagio en las universidades colombianas. En un centro de investigaciones de una muy prestigiosa universidad pública se citó extensamente de un documento en comillas pero sin la nota de pie de página. El problema pareció surgir de una digitación descuidada pero el director del centro lo tomó deportivamente; manifestó que estaba en contra de la defensa de los derechos de propiedad en general (es antiimperialista) y le importaba poco que se hurtara propiedad intelectual.
Un profesor de una universidad privada líder frecuentemente plagiaba los trabajos de sus estudiantes sin reconocimiento alguno. Los que protestaban no eran escuchados por las autoridades académicas quienes, de alguna manera, protegían a uno de los suyos. El profesor de marras se sintió tan protegido que procedió a plagiar parte de una obra de una colega, la cual enfurecida lo demandó. A la universidad le correspondió, ahora sí, destituir al plagiador, quien, sin embargo, continúa publicando profusamente a nombre propio desde entidades públicas.
En otra universidad privada, a un profesor de la misma que cursaba una especialización se le sorprendió utilizando un documento ajeno sin citarlo. En un principio la administración conceptuó que hubo tan sólo la intención de plagiar y no configuraba infracción, barriéndolo todo debajo de la alfombra. Se cuestionó, sin embargo, si un profesor que plagiaba no estaría enseñando a sus estudiantes las mejores técnicas posibles del delito y se argumentó que la falta era tan grave como para, por lo menos, impedirle enseñar nuevamente en la universidad.
Encuentro en mi experiencia que los estudiantes recurren a internet, principalmente a Wikipedia, lo cual no está mal para una primera exploración de un tema pero sí lo está copiarla y pegarla, incluyendo sus subrayados, sin reconocer que se tomó de esa fuente. La falta es fácil de localizar, utilizando motores de búsqueda y examinando qué tan extensiva es la citación y hasta dónde llega la falta de reconocimiento de la fuente.
El plagio es una falta muy grave. Su origen etimológico destaca que el plagio es también el secuestro de una persona. Así también en las áreas de la invención, la literatura y las ciencias sociales, el plagio es el secuestro de unas ideas, un invento o partes de un ensayo, aunque no está de por medio que extorsione por la devolución del objeto plagiado. Cuando queda demostrado que una persona cometió plagio, genera una intensa vergüenza en el perpetrador.
La citación de una fuente revela respeto por las ideas de otros autores y separa las ideas propias de las de otros que se utilizan para construir una argumentación. Es una primera medida de honestidad intelectual y es una de las reglas de oro fundamentales con que se organiza una comunidad académica. Los que vulneran esa regla son expulsados de las comunidades respectivas y su prestigio queda gravemente resentido. El derecho de propiedad se ha extendido a la defensa de inventos, música e ideas y las cortes disponen de penalidades diversas para castigar el delito. Se ha argumentado incluso que la ausencia de protección de las patentes induce a que se reduzcan los rendimientos de la invención y los incentivos para acometerla.
El plagio revela incompetencia para asumir la investigación y redacción de un ensayo. Se trata de un atajo para escapar de la labor de investigación y redacción cuidadosa, evidencia de pereza. Y aunque la pereza es también la madre de la invención, aquí es la madre de la simulación. Porque el plagio es al mismo tiempo una alteración de la verdad, una mentira pública o frente al profesor mediante la cual el plagiador captura beneficios con base en esfuerzos ajenos. El plagio, por fin, atenta contra el propio desarrollo intelectual del estudiante, quien no confía en sus atributos y no está dispuesto a calificarlos sino que roba el de los demás. Confieso que en esta columna consulté Wikipedia sobre el plagio.
http://www.elespectador.com/opinion/columnistasdelimpreso/salomon-kalmanovitz/columna-el-plagio
domingo, 18 de novembro de 2007
Horowitz tem razão!
El final de la universidad tal como la conocemos
En su última reacción a las quejas por la politización de la educación superior, la Asociación Norteamericana de Profesores Universitarios (AAUP) ha adoptado una opinión novel: "No es adoctrinamiento que los profesores esperen que los estudiantes capten ideas y apliquen el conocimiento que es aceptado como cierto dentro de una disciplina relevante". Bajo este precepto, propuesto en el reciente informe de la AAUP "Libertad en las aulas", los profesores ya no están sujetos a estándares de expresión "docente" o "científica" o "intelectualmente responsable", sino a lo que quiera que "sea aceptado como cierto dentro de una disciplina relevante". Con esta formulación, la AAUP torpedea la comprensión tradicional de lo que constituye una educación liberal y ratifica la transformación de la universidad que ya está bastante avanzada.
Desde los años 60 han aparecido muchas disciplinas académicas recién creadas que no son resultado de avances académicos o científicos, sino de presiones políticas ejercidas por imposición de sectas ideológicas.
La disciplina de Estudios de la Mujer, el más importante de estos novedosos campos, reconoce abiertamente su origen en un movimiento político y define su misión educativa en términos políticos. El preámbulo de la Constitución de la Asociación Nacional de Estudios de la Mujer proclama:
Estudios de la Mujer debe su existencia al movimiento de liberación de la mujer; el movimiento feminista existe porque las mujeres están oprimidas. Los estudios de la mujer, diversos como sus componentes son, tiene como su objetivo más elevado una visión de un mundo libre no solamente de sexismo sino también de racismo, prejuicios de clases, prejuicios heterosexuales, racismo de edad -- libre de todas las ideologías e instituciones que consciente o inconscientemente han oprimido y explotado a algunos para ventaja de otros. … Estudios de la Mujer pues está equipando a las mujeres no solamente para ingresar en la sociedad en conjunto como seres humanos productivos, sino para transformar el mundo en uno libre de toda opresión.
Ésta es la declaración de una causa política, no de un programa de inquietud académica.
La AAUP ha dado a conocer su defensa del adoctrinamiento completamente consciente del hecho de que estas disciplinas académicas nuevas conciben su misión como utilizar las aulas para inculcar una ideología a sus estudiantes. Estos programas incluyen, además de Estudios de la Mujer, Estudios Afroamericanos, Estudios de Paz, Estudios Culturales, Estudios Chicanos, Estudios Homosexuales, Estudios Post-Coloniales, Estudios Blancos, Estudios de la Comunicación, Estudios Comunitarios, y disciplinas politizadas recientemente tales como Antropología Cultural o Sociología.
En la Universidad de Santa Cruz, el departamento de Estudios de la Mujer se ha rebautizado realmente como "el Departamento de Estudios Feministas" para plasmar que se trata de unas instancias de formación política. No ha habido una palabra de queja o advertencia procedente de los administradores de la universidad o la AAUP.
Bajo la nueva doctrina de la AAUP, estos credos sectarios están protegidos del escrutinio del método científico. En la nueva administración, el control político de una disciplina es la base adecuada para censurar el debate crítico. La idea de que el poder político puede establecer "la verdad" es una concepción tan contraria a los fundamentos intelectuales de la investigación universitaria moderna que el comité de la AAUP no podría mencionarlo tan abiertamente. De ahí el falso compromiso de "la verdad dentro de una disciplina relevante".
Hace algunos años, Robert Post, de Yale, uno de los miembros del subcomité de la Asociación Norteamericana de Profesores Universitarios que redactó el informe, resumía los principios que habían regido la administración universitaria durante casi un siglo.
Una "premisa clave" de la clásica Declaración de Principios de la Libertad y la Enseñanza Académica de la AAUP de 1915, escribía Post, "es que los integrantes del claustro deben ser entendidos como expertos profesionales en la producción de conocimiento". Post explica, "La misión de la universidad que defiende la ´Declaración´ depende de una teoría del conocimiento particular.
La ´Declaración´ no presupone solamente que existe el conocimiento y que puede ser articulado por los académicos, sino también que es impulsado a través de la libre aplicación de formas de investigación altamente disciplinadas, que corresponden a grandes rasgos con lo que [el filósofo] Charles Pierce llamaba en tiempos ´el método de la ciencia´ en contraposición al ´método de la autoridad´".
El método de la autoridad es precisamente el método recomendado ahora por la AAUP -- la autoridad de la disciplina. Virtualmente todo departamento de Estudios de la Mujer de todo el sistema universitario imparte un plan de estudios basado en la controvertida tesis de que el género "se construye socialmente". Estudios de la Mujer plantea y explora esta afirmación doctrinal como si fuera una verdad establecida, y se espera que los estudiantes de Estudios de la Mujer la apliquen como conocimiento.
La construcción social del género, sin embargo, es simplemente nomenclatura académica para la primacía de lo adquirido por encima de la naturaleza, una idea esencial para un movimiento ideológico -- el feminismo radical -- que propone el uso de medios políticos para remodelar las relaciones sociales. Pero la propia afirmación es refutada. Es refutada por los descubrimientos de las neurociencias modernas, la psicología evolutiva, y la biología (como saben los lectores de The Blank Slate, de Steven Pinker).
Obligar a los estudiantes a aceptar como verdad una doctrina que es controvertida entre los científicos de ciencias biológicas es precisamente lo que se pretende mediante el adoctrinamiento. Para el momento en que su informe era finalizado, una nueva edición de la revista oficial de la AAUP, Academe, ofrecía dos artículos en defensa del adoctrinamiento feminista de los estudiantes universitarios.
El primero era "Enseñanza apasionada", de la presidenta de la delegación de la AAUP, Pamela Caughie, directora del departamento de Estudios de la Mujer de la Universidad de Loyola. Caughie escribía: "Pienso que hago bien mi trabajo cuando los estudiantes pasan a ser practicantes del análisis feminista y comprometerse con la política feminista". Esta es la postura de un misionero que pretende modelar a sus estudiantes en el dogma feminista, no la de un profesor que pretende educarlos en materia de la mujer.
En el segundo artículo, la profesora Julia Kilmer, del Olivet College, describe la necesidad de exponer e intimidar públicamente a los estudiantes "que se resistan" a tal adoctrinamiento y sugiere cómo hacer esto. La publicación de dos artículos así a duras penas se puede clasificar de coincidencia. Revela la decadencia en la que hoy se encuentra la Asociación Norteamericana de Profesores Universitarios.
Es una decadencia en declive en más de un sentido. La doctrina de "la verdad dentro de una disciplina relevante" abre la universidad a las formaciones políticas. Suponga que los antagonistas a la teoría de la evolución de Darwin establecieran el campo académico de Estudios de Diseño Inteligente. ¿Qué principio académico les impediría impartir sus cuestionadas teorías como verdad? Lo mismo se aplicaría a los teóricos de la conspiración del 11 de Septiembre, o los activistas de los derechos de los animales, o de los racistas -- en la práctica, de cualquier ideología que fuera capaz de tomar el control de un departamento universitario y estructurar su plan de estudios como nueva "disciplina académica".
Algunos defensores de la postura de la Asociación Norteamericana de Profesores Universitarios afirman que el adoctrinamiento en realidad no es adoctrinamiento si el estudiante puede poner objeciones a la versión partidista de un profesor en el aula sin miedo a represalias. ¿Pero cómo iban a saber los estudiantes que no hay penalización por rehusar apoyar las premisas políticas de un profesor? ¿Cómo tratarían con las amenazas de la profesora Kilmer de "exponerles públicamente" y quebrar su "resistencia", o con la presión implícita en la "enseñanza apasionada" de Caughie?
Hasta el término mismo "enseñanza desapasionada" es una salida significativa de un entendimiento más antiguo de la educación superior. La declaración de 1940 de la AAUP en materia de libertad académica, que forma parte de la plantilla de la mayor parte de las universidades modernas, afirma que los educadores y los docentes deben "abstenerse" en lugar de apasionarse, y deben mostrar el respeto apropiado a las opiniones divergentes: "En calidad de docentes y funcionarios educativos... [los profesores] deben en todo momento ser precisos, ejercer la contención adecuada [y] deben mostrar respeto a las opiniones de los demás".
Bajo las pautas anteriores, los profesores tenían la obligación de contener su ardor, enseñar a los estudiantes a ser escépticos, examinar las pruebas, respetar las opiniones contrarias, y apoyar el pluralismo de ideas sobre el que descansa la cultura democrática.
Proporcionar a los estudiantes los materiales que les permitirían sopesar más de una versión de temas controvertidos, y así aprender a pensar inteligentemente y pensar por sí mismos era su deber profesional. Es ese el propósito central de la universidad que ahora está traicionando la Asociación Norteamericana de Profesores Universitarios.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Dimenstein diz muitas besteiras, mas neste caso está certíssimo!
11/11/2007
Como ganhar diploma de otário
Infelizmente não causou escândalo relatório divulgado pelo governo federal que informa que, apesar do gigantesco desemprego, sobram centenas de milhares de vagas para funções qualificadas. Daria, na minha opinião, uma CPI.
O escândalo é o seguinte: gastam-se bilhões de reais, saídos dos cofres públicos, para manter programas de formação profissional de sindicatos patronais e de trabalhadores, sem contar os cursos mantidos pelos governos estaduais e municipais. A sobra de emprego revela que se deveria fazer uma profunda investigação nesses programas.
Enquanto isso se estimulam, com dinheiro público, bolsas para jovens cursarem faculdade, cujos alunos, uma vez formados, ficam longe do mercado. Será que precisamos de mais alunos em direito ou administração? Ou precisamos de técnicos em informática, logística ou exploração mineral?
O que o mercado está dizendo claramente é que o jovem teria mais chance de ganhar um emprego se fizesse um curso técnico ou tecnológico. Fazer um curso superior pode significar, em muitos casos, apenas o diploma de otário.
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Preparei um material em meu site (www.dimenstein.com.br) sobre tendências e novos cursos profissionais. São Paulo começa a oferecer, dentro das escolas públicas, por exemplo, cursos técnicos à distância.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.
E-mail: palavradoleitor@uol.com.br
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
A diferença entre um curso ruim e curso bom é a quantidade de textos que o aluno lê!
domingo, 24 de junho de 2007
Melhor escola do Brasil
sábado, 19 de maio de 2007
China, internet e desrespeito ao professor
Em Brasília, na faculdade onde dei aulas trabalhava uma professora cubana. Ela sempre dizia, em Cuba, se o professor estiver na sala nem o ministro da Educação nem Fidel Castro entram sem serem autorizados, aqui aluno e entra e sai da sala e não diz nada. Ela achava, por exemplo, um horror um aluno tirar o calçado dentro da sala de aula, certo dia ela se revoltou pegou os calçados de um aluno e jogou para fora da sala. Eu sempre dizia para ela não se preocupar porque no Brasil no máximo se pode contar com alunos brasileiros mesmo, não há o que ser feito, não há como ter educação cubana.