"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 25 de janeiro de 2009

Se não foram feitas ontem, as mudanças não ocorrerão amanhã ou os limites do governo Obama

Se não foram feitas ontem, as mudanças não ocorrerão amanhã ou os limites do governo Obama

Corival Alves do Carmo

Milton Friedman intitulou o livro onde analisou os primeiros anos do governo Ronald Reagan de “Tirania do Status Quo”. E duas teses que permeiam o livro servem de ponto de partida para analisar as possibilidades do governo Barack Obama.

A primeira diz respeito ao tempo para mudança:

“um novo governo dispõe de seis a nove meses a fim de introduzir grandes mudanças. Se não aproveitar a oportunidade e agir decisivamente nesse período, não terá outra igual. As mudanças adicionais virão apenas lentamente, ou não virão em absoluto, e contra-ataques serão desfechados contra as mudanças iniciais. As forças políticas temporariamente derrotadas reagrupam suas hostes e tendem a mobilizar todos os que foram prejudicados pelas mudanças, enquanto os proponentes destas tendem a relaxar depois das primeiras vitórias.” (FRIEDMAN; FRIEDMAN, 1983, pp.11-12).

E acrescenta:

“Desta generalização decorre um corolário: o candidato a chefe de Estado que espera deixar uma marca tem que fazer algo mais do que ser eleito: impõe-se que tenha um programa de ação detalhado, bem definido, antes da eleição. Se o novo chefe de Estado esperar até depois da eleição a fim de converter uma posição política geral em programa detalhado, este só ficará pronto tarde demais para ser adotado.” (FRIEDMAN; FRIEDMAN, 1983, p.12).

A segunda diz respeito à dificuldade de implementar mudanças nos EUA:

“Tem sido com freqüência notado que a estrutura do governo nos Estados Unidos torna muito difícil introduzir mudanças, exceto em ocasiões de grandes crises. A Grande Depressão, culminando no feriado bancário de março de 1933, foi uma dessas crises. Em tempos de guerra, são possíveis iniciativas governamentais semelhantes. Em circunstâncias ordinárias, porém, a complexa divisão de poder introduzida em nossa Constituição pelos seus elaboradores – a divisão entre os governos federal e estadual, o equilíbrio entre o legislativo, o executivo, e o judiciário, e entre as duas casas do Congresso – tudo isto torna difícil e demorado o processo de introdução de grandes mudanças.” (FRIEDMAN; FRIEDMAN, 1983, pp.16-17).

Ou seja, uma nova administração se quiser implementar um pacote de mudanças deve assumir o governo sabendo o que irá fazer, deve introduzir o pacote imediatamente e ainda assim as novidades só tendem a ser facilmente assimiladas em situações de crise.

Barack Obama assume a presidência num contexto de crise generalizada. Portanto, a crise abre uma janela de oportunidade para a mudança. Do ponto de vista econômico nenhuma outra crise nos EUA desde a enfrentada por Franklin D. Roosevelt trouxe tantas possibilidades de mudanças econômicas. Internacionalmente, a crise também apresenta a oportunidade de reformas nas instituições econômicas internacionais. Entretanto, a tirania do status quo irá se manifestar internamente apesar do controle dos Democratas sobre a Câmara e o Senado. E internacionalmente, tanto pela resistência dos EUA de abrirem mão de parcelas de poder no sistema internacional, quanto de seus parceiros econômicos em assumir responsabilidades pela estabilidade econômica internacional.

Toda campanha do candidato Obama foi baseada na idéia de mudança. Não apenas uma nova política governamental como também novas formas de governar, de fazer política. Por outro lado, tudo indica que não haja um detalhado plano de governo no bolso do colete do novo presidente para ser implementado imediatamente. Talvez até por isso entre os nomes anunciados para a equipe de Obama haja vários que pertenceram ao governo Clinton ou mesmo com atuação no governo Bush, como no caso do secretário do tesouro, Timothy Geithner. Portanto, é possível afirmar que a crise seja um impulso muito mais eficaz para a mudança do que o programa político de Obama.

A crise norte-americana expressa as contradições entre a crescente financeirização da riqueza, que faz com que cada vez mais a riqueza seja composta por papéis cuja expansão e valorização é praticamente ilimitada. Ou melhor, cujo limite é a confiança no sistema e na capacidade de se converter os papéis em moeda, é preciso confiar na liquidez dos papéis. Qualquer sinal de insolvência levanta desconfianças sobre a sustentabilidade do processo de acumulação financeira.

Segue em:

http://revistaautor.com/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=108&Itemid=59

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Medo das OIs?

23/01/2009 - 11h22

Israel proíbe divulgação de nomes de soldados envolvidos na ofensiva em Gaza

da Folha Online

As Forças de Defesa de Israel proibiram a divulgação dos nomes dos soldados que participaram da grande ofensiva militar contra alvos do movimento islâmico Hamas, na faixa de Gaza, informa o jornal israelense "Haaretz".

A restrição seria uma medida de cautela dos militares, para evitar que seus soldados possam ser processados pelas organizações internacionais de direitos humanos, que criticam o modo como a ofensiva foi realizada e a morte de mais de 1.300 palestinos, a maioria civis.

Os ministérios de Defesa e Justiça temem, segundo o jornal, que os militares israelenses sejam réus em uma onda de processos por violação dos direitos humanos.

As novas instruções da censura militar à mídia foram preparadas pelo procurador geral Menachem Mazuz e pelo brigadeiro Avihai Mandelblit. O chefe das Forças Armadas, Gabi Ashkenazi, também participou das discussões.

O jornal relata ainda que, nos últimos dias, o censor do Exército proibiu a publicação do nome completo e fotografias dos soldados dos comandos de batalhão e de menores escalões. Também proíbe qualquer reportagem ligando nomes de soldados ou comandantes com operações em áreas específicas de Gaza.

A censura teria sido motivada por um processo aberto, na Holanda, contra um comandante de uma das brigadas que agiu em Gaza, logo após a divulgação de sua identidade na mídia.

O jornal afirma ainda que várias organizações começaram a preparar uma "lista de alvos" de militares envolvidos na luta e onde eles lutaram para juntar evidência para um possível processo judicial.

O comandante da divisão de Gaza, brigadeiro Eyal Eisenberg, disse que o "Estado deve providenciar segurança aos seus cidadãos". "A operação [em Gaza] veio após oito anos após sofrermos milhares de foguetes Qassam em Negev. Eu acho que nós embarcamos em uma guerra justa e eu defendo as tropas."


Endereço da página:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u493561.shtml

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

16 anos para entender

Na UnB, vc tem um conjunto de disciplinas que são obrigatórias, mas dentro de certos limites, considerando-se os pré-requisitos vc que escolhe quando vc fazer a matéria. Logo no primeiro semestre escolhi fazer "Introdução ao Direito), em tese prevista para o segundo semestre do curso. Felizmente depois descobri que alguns colegas que haviam entrado no curso no mesmo período também tinham feito a mesma escolha, então não estaria sozinho. O professor era o Sebastião (não lembro o sbrenome agora), o sujeito era doido. Falava barbaridades para os alunos até chamar de burro ele chamava. E gostava do pessoal de direito e esperava que os de relações internacionais fossem mal. Na primeira prova fui o primeiro a terminar a prova, e normalmente terminava as provas rápido, então ele ficou incomodado, estava chegando na porta ele perguntou "A prova estava difícil?, eu disse não, fácil. Ele perguntou de novo, "estava fácil?" eu respondi muito fácil, e na terceira vez que ele perguntou eu disse que estava facílima e sai. Certamente não fiz amigos neste sala, os colegas odiaram. Uma colega depois veio me falar que se não me conhecesse ficaria revoltada de eu estar falando que a prova era fácil enquanto ela estava lá se matando, mas que ela também queria ter falado aquilo pra ele. Ela disse que depois que eu sai, ele foi na no hora corrigir a prova, e aí disse, é ele foi bem mesmo. Aí alguém perguntou se eu tinha tirado dez e aí ele disse que aí já era demais. No fim do curso, ele estava lamentando que as maiores notas tivessem sido a minha e de uma colega, ambos de Rel. Bom que ele nos encontrou e falou.

Mas me lembrei do Sebastião, porque fui na livraria cultura e encontrei uma biografia do autor do livro que ele usou na matéria Introdução ao Direito, o livro era "Introdução à Ciência do Direito" de A. L. Machado Neto. Quando vi que havia uma biografia do autor fiquei intrigado, curioso em ler, mas comprar um biografia de alguém de uma área que eu não acompanho eu não iria, então sentei lá na Cultura e li o livro. E aí depois de 16 anos entendi um discurso dele revoltado. Ele estava falando mal da teoria tridimensional do direito de Miguel Reale, questionando que o Direito fosse fato, valor e norma. Agora finalmente entendi que toda a questão, o contexto no qual se coloca pertinente aquele discurso. É que ele era discípulo do A. L. Machado Neto e este era discípulo do jurista argentino, Carlos Cossio, fundador da teoria egológica do direito, que diz que o direito não é o estudo das normas mas da conduta humana através das normas. E eu gostei da teoria do Carlos Cossio pelo que está biografia do A. L. machado Neto, mas não tenho como me aprofundar em mais um assunto, porque segundo consta no livro, um dos livros de Cossio tem 900 páginas e outro 500 páginas, não dá para ler isso apenas por diletantismo.

Justiça sem Limites

Alguém assiste Justiça sem Limites (Boston Legal)? É uma série louca que passa na FOX, que começou para aproveitar um personagem usado no fim da série Desafio (não lembro o nome em inglês). Desafio era uma série certinha. Justiça sem limites é uma ´serie completamente doida, cheia de personagens estranhos, advogado transformista, advogada que mantém serviço de prostituição, advogado com sídrome de tourette e namora com uma garora de programa e uma boneca inflável, advogado que mantém guardado no armário uma boneca igualzinha sua colega de trabalho pela qual é apaixonado, juiz que mora com mãe apesar de parecer ser um octagenário e processo a igreja por não conseguir impedir que ele tenha pensamentos homossexuais ou seja um mundo de loucos. Mas apesar disto, os casos deles mostram muitas contradições da sociedade americana, da política. Por exemplo, já foi mostrado o absurdo da política americana de controle de passageiros nos aeroportos, crítica ao sistema eleitoral americano, crítica ao FDA, etc. O excesso de loucura da séria me desgosta um pouco, excessivamente inverossímil, mas como crítica social é muito interessante.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A memória de Rosa Luxemburgo

SPIEGEL ONLINE

SPIEGEL ONLINE

01/15/2009 06:13 PM

REMEMBERING ROSA

Luxemburg Still Popular 90 Years after Assassination

By Siobhán Dowling

Rosa Luxemburg helped found the German Communist Party and was brutally murdered 90 years ago for her efforts. Today, she continues to provide inspiration to lefties and feminists the world over. But do those who revere her really understand her?

Visitors to Berlin who stroll away from Alexander Platz to take a look at the imposing Volksbühne theater and the Hans Poelzig designed Babylon Cinema nearby may be puzzled to notice a series of metal words embedded at zigzag angles into the pavement. A closer look, though, reveals that the installation is yet another monument to history in a city full of them.

This one is to Rosa Luxemburg, or Red Rosa as she was known, and is made up of quotations from the early 20th century socialist leader. The Polish-born Jewish academic was assassinated 90 years ago this week. But far from having faded into the history books, Luxemburg, one of the founders of the German Communist Party, remains a heroine to many in Germany -- from both the east and west -- as well as to fans across the world.

While some may claim her as a political forebear, for many it is her tragic death rather than her political convictions that continue to evoke the most sympathies. She was murdered in January 1919 by right-wing paramilitaries after her Spartacist group had launched an ill-fated revolution against the nascent Weimar Republic.

Since then, this tiny woman with a limp, who firmly rejected bourgeois society and norms, has exerted a fascination for many searching for an alternative to the status quo. Luxemburg was a combatitive intellectual and brilliant Marxist who opposed World War I and favored revolution over parliamentary democracy. Born in the Russian-controlled part of Poland in 1871, she fled to Switzerland where she studied for a doctorate before moving to Germany and joining the Social Democratic party.

Her life and death were depicted in the 1985 eponymous film by Margarethe von Trotta, which was showered with awards, winning Barbara Sukowa the best actress gong at Cannes for her portrayal a woman who is not just a socialist heroine but also admired by liberals and feminists.

She has returned to the stage in the form of a musical based on her life, simply called "Rosa," in Berlin. It quickly sold out. But Luxemburg's legacy can be found elsewhere as well -- at last weekend's annual Rosa Luxemburg conference for example. Furthermore, old communists and young lefties march through the streets of former East Berlin every year to place red carnations on her grave. And while many other former communist leaders have had their memory erased from Berlin's street names since the fall of the Wall, Rosa Luxemburg, whose early death left her untainted by the nasty side of communist rule, has retained a place of honor.

A 'Cowardly Murder'

Yet, argues Jörn Schütrumpf, a Berlin-based historian and writer who publishes Luxemburg's works, these people who identify with Red Rosa and regard her a heroine do so mainly because of her terrible death, "that cowardly murder," rather than out of an understanding of her political thought.

The facts of her death are all too gruesome. Its roots lay in the revolt by sailors and soldiers in November 1918 which led to the overthrow of the Hohenzollern monarchy, the establishment of democracy and crucially, the end of World War I just a few days later. Yet these were really two parallel revolutions, one democratic led by the reformist Social Democrats and one by the sailors and workers that formed work councils or soviets, a movement that posed a direct threat to the SPD.

It was Luxemburg's fellow communist leader Karl Liebknecht who famously announced the revolution from the balcony of the Hohenzollern palace in Berlin two hours after Social Democrat Philipp Scheidemann's declaration of the "German Republic" from a balcony of the Reichstag. The stage was set for a confrontation between two very different conceptions of what post-Wilhelmine Germany should look like.

Red carnations placed on Rosa Luxemburg's grave in Berlin.

AP

Red carnations placed on Rosa Luxemburg's grave in Berlin.

Luxemburg, who had broken with the Social Democrats when they supported the imperial drive toward war in 1914, spent most of World War I in prison. In December 1918, her breakaway Independent Social Democrats (USPD) remodelled themselves into the new Communist Party (KPD). While most war weary Germans just wanted peace, these few radicals still favored the establishment of a revolutionary alternative to the burgeoning parliamentary democracy.

When in January 1919 a second wave of revolt broke out, Luxemburg and Liebknecht gave the movement their support in their Red Flag newspaper. In a move that is still highly controversial, the SPD leadership then gave right-wing paramilitaries, the Freikorps, the go-ahead to crush the left-wing revolution. On Jan. 15, Luxemburg and Liebknecht were abducted and taken to the luxury Hotel Eden, where they were tortured. The two were then driven away separately into the nearby Tiergarten park and murdered, Liebknecht was delivered to the city morgue while Luxemburg was shot and dumped into Berlin's Landwehr canal.

Her body was only recovered five months later after the winter ice had thawed and she was buried next to Liebknecht in the Friedrichsfelde Cemetry, the two becoming martyrs to the communist cause. In the former East Germany, the annual march to their graves on the Sunday before the anniversary became a state ritual and today it is still an occasion to commemorate the two early communist leaders.

Schütrumpf agrues that while East Germany availed of the cult status of "our Rosa and Karl," in reality "she was erased from memory." The woman who was feted so much by the communist state's leadership never existed, he says. "They only wanted her as a martyr, not a politician. She presented too much of a challenge," he told SPIEGEL ONLINE.

Luxemburg, who Schütrumpf describes as one of the first "victims of political terror in the 20th century," was used by the very communist rulers who suppressed her writings. After all this was the woman who wrote: "Freedom is always the freedom of those who think differently" -- hardly sentiments appreciated in the authoritarian East Germany. Her work "On the Russian Revolution," which was highly critical of Lenin and the Bolsheviks, was only published in the former East Germany in 1974. "That is because she had rejected this type of socialism," Schütrumpf argues.

Highly Relevant or an Opponent of Democracy?

To her the idea of the imposition of "emancipation" from above was a contradiction and she rejected the Bolshevik idea of an avant-garde leading the masses toward the revolution. She wanted the revolution to come from below, Schütrumpf says.

However, eminent historian Heinrich August Winkler of the Humboldt University in Berlin presents a somewhat different image of Luxemburg. Far from being a kind of early democratic socialist, he argues that she was in favor of freedom only for those who shared her revolutionary socialist ideals. Speaking to Deutsche Welle radio on Wednesday, Winkler argued that it would be incorrect to restyle her and Liebknecht as democrats. "They were opponents of the form of democracy that then and now was the only way to create a pluralistic democracy with different social groups," he argues, adding that their support for soviets would have eventually led to a dictatorship akin to that imposed in Russia.

Yet, Luxemburg still casts her spell. Schütrumpf regards her as highly modern and relevant today, and she is increasingly popular with globalization critics, particularly in Latin America. And in Germany, where there is a resurgence of interest in Marxism, with readings of Das Kapital all the rage, she looks ripe for a renaissance.

Last weekend on a sunny crisp Sunday morning tens of thousands turned out to mark the 90th anniversary of her and Liebknecht's murders. And it was not just old people nostalgic for their lost East German past who traipsed out to her snowy graveside but also left-wing radicals in search of answers to today's problems. "Whether it's the banking crisis or the Gaza situation, it's clear we need new alternatives," one 23-year-old woman told the Irish Times. "Luxemburg is more relevant than ever."

The great unknown of course is what would have happened if somehow Luxemburg and Liebknecht had not been killed on that cold January night. Would they have turned the KPD away from its Marxist-Leninist and ultimately Stalinist course? Could a united Left have prevented the rise of the Nazis? Schütrumpf says that in all likelihood they would have been expelled from the party they founded and have ended up back in the SPD, but yielding no power or influence. "In the end there would have been no place for her."

But by taking part in that second revolution in January 1919 Luxemburg sealed her fate and disastrously, the Social Democrats turned to anti-democratic forces to murder their left-wing rivals. Winkler says that the tragedy of their murders was a heavy burden for the German workers movement and ultimately the Weimar Republic to bear. In the words of historian Isaac Deutscher: "In her assassination Hohenzollern Germany celebrated its last triumph, and Nazi Germany its first."

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Crisis económica y la crítica al desarrollo extractivista

Crisis económica y la crítica al desarrollo extractivista
Eduardo Gudynas
ALAI AMLATINA, 14/01/2009, Montevideo.- La crisis económica iniciada en Estados Unidos ha alcanzado a Latinoamérica y se expresa tanto en el plano financiero como en el productivo. En los últimos meses se repiten noticias similares en casi todas las capitales. Las exportaciones comienzan a caer por la reducción de las compras en los países industrializados, simultáneamente con un descenso del precio de los principales productos exportados por América Latina. El crédito disponible es escaso y las capacidades de maniobra de los gobiernos se estrechan.
Un examen de esta situación indica que esta debacle global también representa una crisis del modelo extractivista de desarrollo. No es sólo una cuestión del acceso al crédito internacional o los problemas para colocar exportaciones, sino que se tambalean los mecanismos esenciales que sostenían un desarrollo enfocado en extraer recursos naturales y venderlos a los mercados globales.
Muchos gobiernos, desde Néstor Kirchner de Argentina a Alan García en Perú, disfrutaron en el pasado de un excelente escenario económico, con un alto crecimiento económico sustentado por sus elevadas exportaciones. Pero en realidad ese cambio se debía en buena medida a factores externos (alta demanda internacional y elevados precios), y estos gobiernos no aprovecharon esa coyuntura para generar un estilo de desarrollo propio y autónomo. Casi todos los países apostaron por profundizar todavía más la estrategia económica extractivista, donde las estrellas fueron el agronegocio, el petróleo y gas natural, y metales como aluminio o hierro a medio procesar. Incluso Brasil, que se presenta a sí mismo como una economía industrializada, mantiene un perfil exportador donde casi la mitad de los productos que vende son materias primas.
Un buen ejemplo es la situación de la producción de soja, el principal producto de exportación de países como Brasil, Argentina y Paraguay. Su precio había alcanzado picos en el orden de los US$ 600/ton, para caer a casi la mitad, y con proyecciones para los próximos meses de US$ 300/ton. También ha caído el precio del maíz, trigo y otros productos agroalimentarios, mientras que el mercado de biocombustibles se ha contraído.
Las implicaciones sociales y ambientales de este tipo de caídas son muy claras. Por ejemplo, siguiendo en el caso de la agropecuaria, seguramente se endentecerá la agricultura intensiva en capital (como por ejemplo el recambio de tractores o cosechadoras, uso intensivo de agroquímicos, etc.). La salida para este problema es apostar a las formas de producción allí donde los costos son menores (especialmente el valor de la tierra), y hasta donde lo permita la red de infraestructura actualmente existente. Consecuentemente se podrían esperar avances de la frontera agropecuaria sobre áreas silvestres en la Amazonia central (por ejemplo en Rondonia y Acre y otros estados del “arco de deforestación amazónica” en Brasil), pero también en las zonas adyacentes de Perú (carretera Interoceánica Sur), en el oriente de Bolivia, oriente de Paraguay, y norte de Argentina. La crisis generará un mayor impacto ambiental. Paralelamente, la agricultura familiar y campesina será muy golpeada.
El comercio internacional agropecuario se encamina a mayores complicaciones. El sistema de apoyos cambiará, y por ejemplo la crisis económica hace que en la Unión Europea los sistemas de apoyo basados en el pago de subsidios se vuelvan cada vez más dificultoso, y se juegue con la idea de imponer trabas arancelarias clásicas. Entretanto, a los agricultores de EE.UU. también se les hace cada vez más difícil acceder al crédito. Finalmente, no es un tema menor que en China (uno de los principales destinos de nuestras exportaciones) el Comité Central del Partido Comunista resolvió el pasado octubre permitir la compra o alquiler de tierras, tanto con personas, cooperativas o incluso empresas. Esto tendrá enormes efectos en el medio rural chino, y habrá que ver si en 2009 este nuevo capitalismo rural permite mejorar la producción (con la cual caerán las importaciones desde América Latina).
Entretanto, también se observa un desplome en el precio de los hidrocarburos con lo cual en 2009 se complica la situación en Venezuela, Bolivia, Ecuador (y en parte Perú y Brasil). Como se reducen las exportaciones y ha caído el precio, los ingresos de esos países se verán muy recortados. Además, a lo largo de 2009 seguramente se enlentecerá la exploración, prospección y explotación de los nuevos yacimientos (especialmente en Perú y Ecuador). Bolivia mantiene estancada su producción de hidrocarburos, incluso por debajo de sus propias metas, y ahora enfrenta el problema de una reducción de la demanda desde Brasil. Asimismo, las enormes inversiones que necesitará la explotación de los yacimientos oceánicos de Brasil también quedarán en suspenso. Un claro ejemplo de este nuevo escenario es que la empresa noruega que construye las plataformas petroleras marinas (Sevan Marine), prácticamente ha suspendido su montaje debido a la falta de crédito, poniendo en suspenso todos los encargos de Petrobrás.
Finalmente, los precios de los minerales también se han desplomado. Esto afecta a casi todos los países andinos (y una vez más, en parte a Brasil y Argentina). Por ejemplo el cobre ha regresado al precio observado a fines de 2005. Las consecuencias ya se están observando, y se profundizarán en 2009: nuevos proyectos de inversión suspendidos, la pequeña minería andina muy afectada (como ya sucede en Perú), acentuando los problemas de pobreza y con peores performances ambientales.
Tanto en el caso de los hidrocarburos como los minerales, hay ejemplos históricos donde la caída de los precios internacionales desembocó en un intento de compensación por medio de un aumento mayúsculo en los volúmenes extraídos. Las consecuencias sociales y ambientales de ese camino han sido muy negativas.
A medida que avanzan los problemas económicos en América Latina, aumenta la competencia por las exportaciones y la atracción de capitales internacionales. Consecuentemente los gobiernos recrudecerán sus resistencias a elevar las exigencias y la fiscalización ambiental, en tanto es concebida como una traba a las inversiones. Hay varios ejemplos en marcha: en Brasil se intenta reducir las exigencias de protección en la Amazonia, mientras que en Argentina la presidenta Cristina Fernández de Kirchner acaba de vetar una ley que impediría la minería en los glaciares de los Andes.
Los gobiernos, y muchos académicos, no parecen tomar conciencia que estamos frente a una crisis del modelo extractivista. Esa idea del desarrollo como crecimiento económico alimentado por las exportaciones de bienes primarios encuentra ahora límites externos, los que se suman a sus límites internos, expresados por conflictos sociales locales y sus impactos ambientales. De todas maneras se insiste en el mismo camino, y no son pocos los gobiernos donde sus planes para superar la crisis se basan en apoyar y subsidiar esos sectores. Un ejemplo notable son los sucesivos paquetes de créditos para las exportaciones agroindustriales en Brasil, y otro es la reciente aprobación de la Ley Minera en Ecuador, la que alienta la producción transnacionalizada, y vuelve a apostar a la idea del extractivismo exportador como motor del desarrollo.
Esta cuestión se convierte en uno de los temas urgentes para 2009: la estrategia extractivista, basada en explotar la Naturaleza para exportar materias primas hacia mercados globales, es insostenible en los planos económicos, sociales y ambientales. Por lo tanto, los gobiernos y también los movimientos sociales, deben comprender que sigue siendo necesario generar estilos de desarrollo estructurados de otra manera, y en lugar de exportar materias primeras pasar a utilizarlos en cadenas productivas propias, compartidas, donde se genere empleo genuino y se pueda reducir el impacto social y ambiental.
Eduardo Gudynas es analista de información en CLAES D3E (Montevideo).

A importância dos partidos políticos

Diante da fraqueza da maioria dos nossos partidos políticos e da decepção generalizada dos brasileiros com relação à política difunde-se a idéia que os partidos políticos apenas atrapalham. Os partidos políticos aparecem apenas nos momentos clientelistas, em negociatas, muda-se de partido como se muda de camisa. Então os partidos políticos seriam inúteis.

Evidentemente que o sistema partidário no Brasil, e mesmo no mundo, padece de uma série de problemas, as críticas são pertinentes. Mas é possível um sistema político moderno sem partidos políticos? O sistema político liberal é fundado no princípio da representação de interesses. Portanto, os partidos políticos são uma forma de agregar interesses dispersos para serem representados por uma organização comum junto ao Estado. Os partidos políticos representam interesses. Ou seja, os partidos políticos, mesmo teoricamente, não visam representar os interesses de todos, mas os objetivos dos grupos que lhe sustentam. É isso que os brasileiros tem dificuldade de entender, se querem ter os seus interesses defendidos pelos partidos políticos precisam filiar-se aos partidos políticos não só para participar da definição da agenda do partido, mas também para influir no comportamento dos seus representantes. O alheamento da população em relação aos partidos é o que permite que no interior dos partidos predominem os interesses particulares, privado dos deputados, vereadores e senadores e não o interesse de grupos mais amplos da população.

Dada a impossibilidade da democracia direta, não é possível que diariamente todos os brasileiros votem questões relevantes do Estado, o que sobra é o sistema representativo. Então sem os partidos políticos o que ocorreria? Os partidos políticos seriam substituídos, mesmo que informalmente, por outras organizações de interesses. Haveria uma pulverização maior dos grupos de interesse no Brasil, os sindicatos, as organizações profissionais (OAB, CRA, CRE, etc.), igrejas, etc. substituíram os partidos políticos e o caos no Congresso Nacional aumentaria. Porque hoje temos a bancada evangélica, a bancada da saúde, a bancada ruralista, etc., mas estes grupos são informais, porque em tese seus membros estão subordinados aos partidos políticos. Sem os partidos, o princípio paroquialista destes grupos predominará. Ou seja, para o presidente da República governar o Brasil se tornaria muito mais difícil.

Os partidos políticos envergonham a política, os sistemas partidários existentes padecem de grandes problemas, dificultam as mudanças, mas ainda não se inventou um substituto para os partidos políticos.

A idéia de um indivíduo se candidatar de modo independente, sem qualquer ligação partidária só existe enquanto uma abstração idealista. De fato, qualquer indivíduo que se candidate ainda que o faça fora do sistema partidário estará representando algum grupo, algum conjunto de interesses particularistas. E neste caso, a sua independência favorece ainda mais ignorar os interesses coletivos, porque desde que ele satisfaça os interesses do seu grupo de eleitores ele conseguirá se reeleger. No caso de um cargo majoritário o desastre pode ser ainda maior. O Collor para ser presidente inventou o PRN, e ainda assim não conseguiu governar, lhe faltou base de sustentação. Sem qualquer partido político a situação teria sido pior. A existência do PRN pelo menos permitiu um arranjo, uma aliança temporária para governar. Outsiders tendem a desvalorizar as instituições. Qualquer presidente eleito sem um partido político terá a tendência a desvalorizar as instituições, a querer passar por cima das instituições. Teríamos vários Jânio Quadros. A personalização da política é um dos males que assolam as instituições do Estado brasileiro, que as enfraquecem, portanto é algo que deve ser combatido em favor de instituições sólidas, inclusive os partidos políticos.

Mesmo nos EUA, a principal experiência de um candidato independente à presidente, Ross Perot, demonstrou mais a decepção com a política e a adesão a uma visão salvífica da política através de uma personalidade excepcional, especial, com capacidade sobrehumana. Perot refletia a decepção com o status quo das instituições políticas norte-americanas. Mas o que poderia ser colocado no lugar? Apenas outras instituições, que não surgem do nada, não surgem apenas da vontade do governante, mas desenvolvem-se a partir de dentro das instituições vigentes. Uma posição voluntarista que rejeita as isntituições apenas aprofunda a crise, porque inicia a destruição do status quo sem ter algo para colocar no lugar, que só emergirá no longo prazo. Não há alternativas às instituições.

The Crisis of the Capitalist World

The Crisis of the Capitalist World

Prabhat Patnaik
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The current crisis of the capitalist world is commonly explained as resulting from "a lack of government regulation of the financial sector", "insufficient supervision allowing reckless lending by financial institutions", "the unbridled greed of the financiers", in short a series of mistakes and aberrations. These have contributed to a "systems failure" in the words of Joseph Stiglitz, the distinguished economist and Nobel Laureate. This entire line of reasoning however misses the point. The crisis is not a "failure" of the system; it is central to the mode of functioning of the system itself. It is not the result of some “mistakes” or "aberrations"; it is inherent to the logic of the system.
If indeed government regulation in the United States had prevented "reckless lending" by the financial institutions, if indeed there had been no "sub-prime lending", then the housing boom would have been truncated much earlier. Mass unemployment would have reared its ugly head much earlier, and even the entire world economy would have got into a state of recession much earlier. The fact that these things did not happen, the fact that the boom was kept going by sustaining the bubble in the housing market through enlarging the disbursement of credit, is precisely because the policy of the U.S. Federal Reserve was to make the financial system accommodative. And this is now being called “irresponsible” and "reckless". It is precisely this so-called "irresponsibility" and "recklessness" that underlies booms in capitalism. Or, putting it differently, growth in conditions of modern capitalism is caused by financial, or more generally asset price, bubbles. And crises, such as what the capitalist world is experiencing today, are the necessary sequel of the bursting of such bubbles. What Stiglitz calls a "system failure" is actually the “system” itself.
John Maynard Keynes, the English economist who had been perceptive enough to realise this, had therefore suggested an alternative source of growth itself, an alternative to the phenomenon of "bubbles-led growth". This was through what he had called the "socialization of investment", i.e. the capitalist State, as the representative of society at large (being a Liberal he held this theory of the State) should always ensure enough aggregate demand to keep the economy as close to full employment as possible. A necessary condition for such activism on the part of the State according to him was "the euthanasia of the rentier", i.e. the "mercy-killing" of the financial interests, which, he knew, would always oppose such activism. Keynes in other words did not just call for the regulation of capitalism, but its transformation in a manner that would ensure near-full employment and hence undermine a major argument for socialism.
Keynes’ ideas, though meant to defend capitalism, were repugnant to finance capital and met with immediate rejection. The capitalist world came out of the 1930s Depression not because of Keynesian measures, but because of military spending in the run up to the Second World War. It is only after the war that the increase in the political weight of the working class, expressed through the rise to power of Social Democracy, and the temporary setback suffered by finance capital, allowed the adoption of Keynesian measures of “demand management” by the capitalist States, which both kept employment rates consistently high and prevented financial crises (as would have occurred if “bubbles” had been allowed to develop as the means for stimulating growth). But the emergence of finance capital to a position of hegemony all over the capitalist world, in the new garb of “globalized finance”, which pushed for neo-liberal policies everywhere, put an end to Keynesianism, and the resumption of the process of “bubbles-led growth”. The Great Crash we are currently witnessing is the necessary outcome of this process.
Three conclusions follow: first, as already mentioned, such Great Crashes reflect not the failure of the system, but the system itself; secondly, the system they reflect is the system of contemporary capitalism, which is necessarily marked by the hegemony of finance capital, and sustained, because of this hegemony, by a process of “bubbles-led growth”. And third, the specific policy measures adopted in such crisis situations depend not upon the “wisdom” of such measures, but upon the balance of class forces or the state of class struggle. In short, what measures the capitalist economies are going to adopt in the face of this crisis today depends upon the extent to which the hegemony of finance capital can be confronted.
Two broad approaches have come to the fore among the governments in capitalist countries for tackling the crisis: the first of these emphasizes fiscal expansion by the capitalist States. But expansion by any single capitalist State, if undertaken in isolation, will have its effects largely “leaking” out of the economy (to a point where the benefits accruing to other countries would be greater than to itself). Because of this, the expansion will have to be a coordinated one among several capitalist States, or else the fiscally-expanding economy will be tempted to put up protectionist barriers which will exacerbate conflicts and compound the problem. But any such coordinated fiscal expansion, or indeed any fiscal expansion for that matter, will have to be based on control over cross-border financial flows, i.e. on the mobility of globalized finance, since, otherwise, large-scale and speculative shifts of finance from one country to another can easily destabilize fiscal policy.
The second approach is to avoid doing anything positive, to avoid fiscal expansion, merely to support the financial system, and to wait for the next “bubble” to come along. This is the approach that Herbert Hoover the American President before Franklin Roosevelt had adopted, which had the effect of prolonging and worsening the crisis, and the approach that George Bush has been inclined towards.
Not surprisingly, the first of these approaches is opposed by finance capital while the second of these is favoured by it. And again, not surprisingly, the first approach has been mooted by European Social Democracy in general and by the British Labour government, while the second is the favoured one among all Right-wing governments.
At one point of time it appeared that the capitalist world was veering around towards a coordinated fiscal expansion, and even Bush started talking about it. That was in the immediate aftermath of the collapse of investment banking on the Wall Street, when the reputation of finance capital was down in the dumps and an anti-finance capital sentiment was sweeping the capitalist world. Since then however the Right (representing the interests of finance capital) has managed to regroup itself. Germany has debunked talk of fiscal expansion; and the British Tories, after initially supporting it, have opposed Gordon Brown’s fiscal expansion plans. Fiscal expansion prospects in other words have again receded to the background, and it has become obvious once more that the world will remain steeped in crisis (until some new “bubble” comes) unless the power of finance is broken. But that in effect would mean going beyond contemporary capitalism to a new and humane order.

January 1, 2009.

http://www.networkideas.org/news/jan2009/news01_Capitalist_World.htm

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A crise como motor da mudança: os limites do governo Obama

A crise como motor da mudança: os limites do governo Obama

Corival Alves do Carmo*

O governo Barack Obama nasce sob o signo da mudança. Toda a campanha esteve ancorada num discurso que a mudança é possível, não apenas na política externa, mas também com relação à política e à economia. Negro, Obama não fez uma campanha fundada na questão racial, não se colocou como o símbolo de uma raça, mas como o símbolo de uma renovação da política norte-americana que permitisse a recuperação dos valores liberais (no sentido norte-americano do termo) que foram duramente atacados pelo governo Bush.

Obama enfrentará o mesmo dilema de Lula no Brasil. Quando Lula assumiu o governo aceitou seguir a cartilha de política econômica deixada por FHC para não assustar os mercados, para mostrar credibilidade, o primeiro presidente do PT, operário, sindicalista, com baixo nível de escolaridade não poderia errar. Erros aceitáveis para Fernando Collor e FHC seriam considerados imperdoáveis para o Lula. Obama tem preparo intelectual, mas é um político iniciante e o primeiro presidente negro dos EUA, indubitavelmente um fato histórico de grande significado, ou seja, Obama não pode e não quer errar.

A frase já clássica do futebol brasileiro "o medo de perder tira a vontade de ganhar" retrata de certo modo a situação do presidente eleito. O medo de errar reduz a ousadia, a criatividade e faz com que o governo Obama, na prática, se afaste das promessas de mudança feitas na campanha eleitoral. A dificuldade de mudar é ainda maior porque as instituições sociais tendem à inércia, tendem a reproduzir o status quo, e a capacidade dos novos governos de introduzir mudanças no interior das instituições políticas e sociais se reduz rapidamente.

Continua em:

http://www.unesp.br/aci/debate/obama_corival.php

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Viver bem é cumprir com a nossa obrigação, mas qual a nossa obrigação?

Para não correr o risco de não acordar e perder o avião não dormi de segunda para terça-feira, e aí fiquei lendo alguns dos livros que tinham no quarto onde dormi na casa dos meus tios. Folheei vários, li pedaços de alguns, mas o que eu escolhi para ler todo foi uma coletânea de discursos de Madre Tereza de Calcutá publicado com o título "A alegria da doação". Várias passagens poderiam servir de ponto de partida para uma reflexão. Mas de madrugada só anotei uma passagem. Diz Madre Tereza:

"Se vocês sentem-se desanimados, isso é sinal de orgulho. É uma prova evidente da confiança excessiva em vocês mesmos."

No mundo extremamente competitivo de hoje colocamo-nos um conjunto de metas desproporcionais à nossa capacidade e tempo. Acaba que definir prioridades fica parecendo um fracasso, deixamos de fazer outras coisas que seriam "nossa obrigação". O que segue no texto de Madre Tereza é que devemos cumprir nossas obrigações, nossos deveres. Como vivemos num mundo não-religioso, ou melhor num mundo relativista, tudo é igualmente importante tanto nossas obrigações, quanto nossos desejos, quanto os chamados dos amigos, tudo tem a mesma prioridade, e queremos fazer tudo, quando não conseguimos nós desanimamos, achamos que é impossível vencer, alcançar nossos objetivos, nos frustramos. E assim oscilamos da confiança excessiva ao desânimo peridodicamente sem encontrar o porto seguro.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Uma visão otimista sobre o Brasil

As oportunidades da crise para a economia brasileira em 2009

Escrito por Corival Alves do Carmo

05-Jan-2009

No final de 2008 a principal questão econômica tratada pela imprensa brasileira é o efeito da crise mundial sobre o Brasil. Para o Brasil esta é uma velha questão sempre renovada. Estamos sempre nos perguntando sobre o efeito da crise internacional sobre o Brasil. Entretanto, ao contrário do que aparece na imprensa, as crises internacionais para o Brasil também aparecem como um momento de oportunidade, como solução, como aumento da autonomia.

Ainda que não se defenda uma posição especificamente anti-sistêmica segundo a qual o Brasil apenas cresce contra a tendência do sistema internacional é fato que os efeitos da crise internacional sobre o Brasil dependem mais do momento econômico interno e da forma como a crise é aproveitada do que propriamente de uma relação direta entre uma crise nos centros do capitalismo e sua propagação no Brasil.O exemplo óbvio seria a sempre lembrada crise de 1929. Mas não é preciso ir tão longe. A retomada dos fluxos de capitais para o Brasil e demais países da América Latina na década de 90 resultou muito mais da recessão nos países centrais do que do programa de reformas implantados na região. No Brasil a situação é claríssima, o fluxo de capitais foi retomado antes mesmo da estabilização decorrente do Plano Real. O excesso de capitais no sistema financeiro internacional, a escassez de oportunidades de investimentos nos países centrais, a recessão generalizada fazem com que os capitais se direcionem para a periferia em busca de rentáveis oportunidades de lucro que permitiram o crescimento das reservas internacionais do país que viabilizaram o Plano Real e a valorização do Real logo após a implantação do plano.Evidentemente a crise em curso é mais grave e mais profunda, mas seus efeitos sobre a economia brasileira ainda são uma questão em aberto, especialmente no longo prazo. O resultado dependerá das políticas do governo brasileiro. Por quê? Porque a dinâmica da economia brasileira decorre de fatores fundamentalmente endógenos.Quando se diz que o Brasil é dependente se pensa imediatamente que isso significa que somos apenas uma sociedade e economia reflexa. Mesmo os economistas ortodoxos tendem a sobre-enfatizar nestes momentos a determinação externa. Entretanto, o mercado interno e as decisões internas são muito mais importantes para determinar a taxa de crescimento da economia brasileira do que o setor externo.

Continua em:

http://revistaautor.com/index.php?option=com_content&task=view&id=356&Itemid=1