23/01/2009 - 11h22
Israel proíbe divulgação de nomes de soldados envolvidos na ofensiva em Gaza
da Folha Online
As Forças de Defesa de Israel proibiram a divulgação dos nomes dos soldados que participaram da grande ofensiva militar contra alvos do movimento islâmico Hamas, na faixa de Gaza, informa o jornal israelense "Haaretz".
A restrição seria uma medida de cautela dos militares, para evitar que seus soldados possam ser processados pelas organizações internacionais de direitos humanos, que criticam o modo como a ofensiva foi realizada e a morte de mais de 1.300 palestinos, a maioria civis.
Os ministérios de Defesa e Justiça temem, segundo o jornal, que os militares israelenses sejam réus em uma onda de processos por violação dos direitos humanos.
As novas instruções da censura militar à mídia foram preparadas pelo procurador geral Menachem Mazuz e pelo brigadeiro Avihai Mandelblit. O chefe das Forças Armadas, Gabi Ashkenazi, também participou das discussões.
O jornal relata ainda que, nos últimos dias, o censor do Exército proibiu a publicação do nome completo e fotografias dos soldados dos comandos de batalhão e de menores escalões. Também proíbe qualquer reportagem ligando nomes de soldados ou comandantes com operações em áreas específicas de Gaza.
A censura teria sido motivada por um processo aberto, na Holanda, contra um comandante de uma das brigadas que agiu em Gaza, logo após a divulgação de sua identidade na mídia.
O jornal afirma ainda que várias organizações começaram a preparar uma "lista de alvos" de militares envolvidos na luta e onde eles lutaram para juntar evidência para um possível processo judicial.
O comandante da divisão de Gaza, brigadeiro Eyal Eisenberg, disse que o "Estado deve providenciar segurança aos seus cidadãos". "A operação [em Gaza] veio após oito anos após sofrermos milhares de foguetes Qassam em Negev. Eu acho que nós embarcamos em uma guerra justa e eu defendo as tropas."
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