"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mau augúrio para Honduras, comissão liderada por Raul Jungmann está indo para o país

30/09/2009 - 10h01

Deputados embarcam para Honduras para acompanhar situação de brasileiros

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

Os seis integrantes da comissão externa criada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional para acompanhar a situação da comunidade brasileira em Honduras embarcaram na manhã desta quarta-feira (30) em um avião da Força Aérea Brasileira com destino a El Salvador. De lá, os deputados seguem em voo comercial para Tegucigalpa - capital de Honduras. A chegada está prevista para o início da noite.

O principal objetivo da comissão é discutir ações para evitar que a decisão do presidente deposto Manuel Zelaya de se abrigar na embaixada brasileira em Tegucigalpa prejudique os brasileiros que moram no país, disse o deputado Ivan Valente (Psol-SP), que integra a comitiva.
O deputado Maurício Rands (PT-PE) informou, antes de embarcar, que um dos primeiros compromissos da comitiva será uma reunião com integrantes da Mesa Diretora do parlamento hondurenho. Honduras enfrenta uma crise política desde junho, quando o presidente Manuel Zelaya foi deposto por um golpe de Estado. Segundo Rands, a comunidade brasileira no país é de cerca de 500 pessoas.

O coordenador da comissão externa, deputado Raul Jungman (PPS-PE) explicou que a missão dos parlamentares brasileiros não é mediar a crise. Ele afirmou, no entanto, que em uma eventual conversa sobre propostas para solucionar o conflito, os parlamentares brasileiros defenderão medidas pacíficas e eleições.
Os seis deputados federais que vão a Honduras nesta quarta-feira (30) devem pagar hospedagem, transporte e alimentação do próprio bolso. Eles disseram que vão abdicar das diárias a que teriam direito devido a grande burocracia necessária para obtê-las.
"Achamos que não é nada demais, mas o trâmite aqui na Casa demoraria demais", disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), líder do grupo.
Na segunda-feira (28), o UOL Notícias noticiou que cada um dos deputados receberia R$2.000,00 para passar três dias no país caso fosse seguida a praxe da Casa de pagar as diárias.
O valor da diária paga pela Câmara para viagens fora da América do Sul é tabelado em US$ 350,00, independentemente do custo de vida local. No total, o Congresso iria desembolsar R$ 11.970.
Na quinta-feira (1º de outubro), os deputados devem visitar a embaixada brasileira, o parlamento hondurenho e falar com lideranças brasileiras no país.
Eles retornam ao Brasil na sexta-feira (2 de outubro) pela manhã.
Os seguintes deputados farão parte da comitiva: Raul Jungmann (PPS-PE), Ivan Valente (PSOL-SP) , Marcondes Gadelha (PSB-PB), Claudio Cajado (DEM-BA), Bruno Araújo (PSDB-PE) e Maurício Rands (PT-PE).

Para 'Time', Brasil é 'primeiro contrapeso real aos EUA no Ocidente'

30/09/2009 - 08h42

Para 'Time', Brasil é 'primeiro contrapeso real aos EUA no Ocidente'

Uma reportagem publicada nesta quarta-feira na edição online da revista americana "Time" diz que, ao mediar a crise hondurenha, o Brasil se tornou "o primeiro contrapeso real" à influência americana "no hemisfério ocidental".
Considerando que o Brasil foi "trazido" para o coração do imbróglio pelos vizinhos, mais especificamente pela Venezuela do presidente Hugo Chávez, a revista diz que "Brasília se vê no tipo de centro das atenções diplomático do qual no passado procurou se afastar".
Entretanto, diz a "Time", o país "não deveria se surpreender" com o fato de ser chamado a assumir tal responsabilidade.
Para a publicação americana, "nos últimos anos, a potência sul-americana tem sido reconhecida como o primeiro contrapeso real aos EUA no hemisfério ocidental - e isto significa, pelo menos para outros países nas Américas, assumir um papel maior e mais pró-ativo em ajudar a resolver distúrbios políticos do Novo Mundo, como Honduras".
"Lula e Obama são colegas e almas gêmeas de centro-esquerda, mas quando Obama disse, no mês passado, que aqueles que questionam sua resolução em Honduras são hipócritas, porque são 'os mesmos que dizem que nós estamos sempre intervindo na América Latina'", recorda a reportagem, "ele estava incluindo o Brasil, que expressou sua preocupação em relação aos esforços dos Estados Unidos".
Diplomacia ativa Citando a participação brasileira em crises regionais, como os conflitos diplomáticos envolvendo Colômbia e Venezuela, e a liderança das tropas do país no Haiti, a revista nota que a diplomacia brasileira é "dificilmente ociosa" na América Latina. "E Lula, um dos mais populares chefes de Estado do mundo, se tornou talvez o mais efetivo intermediário entre Washington e a ressurgente esquerda antiamericana latino-americana".
A reportagem discute a preferência da diplomacia brasileira por atuar nos bastidores, e sua autodefinição como sendo "decididamente não-intervencionista".
"Ao mesmo tempo, Lula está em uma cruzada para tornar o Brasil, que tem a quinta maior população mundial e a nona economia do mundo, um ator internacional sério", diz o texto.
"É difícil manter uma tradição não-intervencionista pristina com ambições como estas - e, cada vez, o hemisfério está dizendo ao Brasil que é um tanto ingênuo insistir que é possível fazer as duas coisas." Para a "Times", "goste ou não, agora o Brasil está enfiado até o pescoço em Honduras, e o hemisfério está esperançoso de que isto signifique melhores prospectos para um acordo negociado entre Zelaya e os líderes golpistas".
"Porque acreditam que o golpe hondurenho envia um recado perigoso para as nascentes democracias da região, muitos analistas acham que ter o peso do Brasil jogado mais diretamente na situação pode ajudar as negociações."

http://noticias.uol.com.br/bbc/2009/09/30/ult5022u3554.jhtm

Constituição hondurenha não justifica o golpe

São Paulo, quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ANÁLISE
Constituição hondurenha não justifica o golpe

PEDRO ESTEVAM SERRANO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O golpe em Honduras, que destituiu do exercício de seu mandato pelas armas um presidente eleito pelo voto, tem sido duramente repudiado pela comunidade internacional. Os golpistas usaram como justificativa o apoio da Corte Suprema e do Legislativo à deposição de Manuel Zelaya, fundando-se no artigo 374 da Constituição, que torna inválido qualquer plebiscito ou referendo que possibilite a renovação do mandato presidencial.
A partir dessa justificativa, alguns articulistas têm adotado como verdade uma suposta juridicidade do golpe, que teria, assim, um caráter universal de defesa da Constituição.
Tal conclusão, contudo, não resiste a uma leitura minimamente sistemática do texto constitucional de Honduras. O artigo 374 da Carta Magna hondurenha efetivamente impossibilita reforma constitucional que altere o mandato presidencial ou possibilite a reeleição do titular do respectivo mandato. Em verdade, tal dispositivo é clausula pétrea da Carta.
A clausula torna inválida qualquer alteração constitucional com tal objeto, mas não tem por si o condão de gerar a perda de mandato do presidente e muito menos dispensa o devido processo legal para tal sanção. O artigo 5º da Constituição impossibilita referendos ou plebiscitos que tenham por objeto a recondução do presidente ao mesmo mandato, sendo que o artigo 4º considera como obrigatória a alternância do exercício da Presidência, tornando crime de traição contra a pátria sua não observância.
Ora, a simples proposta de reeleição por um mandato do presidente da República não implica atentado contra o princípio da alternância, apenas altera o lapso de tempo pelo qual se dará tal alternância.
O único dispositivo no texto que poderia servir de fundamento à possível perda do mandato do presidente seria, provavelmente, a alínea 5 do artigo 42 da Carta, que torna passível da perda dos direitos de cidadania, entendida como a capacidade de votar e ser votado, a pessoa que "incitar, promover ou apoiar o continuísmo ou a reeleição do presidente".
Primeiro, a afirmação que a proposta de reforma constitucional de Zelaya implica inobservância de tal dispositivo merece algum reparo. O dispositivo pretende evitar o apoio e o incitamento ao continuísmo do detentor do mandato de presidente na época dos fatos. Zelaya tem afirmado que sua proposta é de possibilitar a reeleição de futuros presidentes, e não dele próprio. Assim, ele não teria apoiado, promovido ou incitado o continuísmo do atual presidente -ele próprio.
E, de qualquer forma, a alínea 6 do artigo 42 e diversos outros dispositivos da Constituição hondurenha determinam que a perda da cidadania deve ser aplicada em processo judicial contencioso e com direito a ampla defesa, observado o devido processo legal, o que não ocorreu de modo algum no procedimento adotado pelos golpistas e seus apoiadores.
Ainda que se considerasse que Zelaya cometeu crime ao ter formulado uma proposta de consulta popular contrariamente à Constituição, que o devido processo legal seria desnecessário por não previsão de procedimento específico de cassação de seu mandato na Carta hondurenha, que a Corte maior daquele país sancionou a decisão golpista de detê-lo, a forma de execução dessa decisão foi integralmente atentatória a dispositivos expressos da Constituição de Honduras.
O artigo 102 estabelece expressamente que nenhum hondurenho pode ser expatriado nem entregue pelas autoridades a um Estado estrangeiro. Ter detido Zelaya ainda de pijamas e tê-lo posto para fora do país de imediato atenta gravemente contra tal dispositivo.
A conduta golpista tratou-se de um cipoal de inconstitucionalidades, ao contrário do que postularam articulistas apressados, mais animados pela simpatia ao golpe de direita que por qualquer avaliação mais precisa e sistemática da Constituição hondurenha. Os atos praticados formam um atentado grave a diversos dispositivos da Carta Magna daquele país.
Em verdade, a conduta dos golpistas e dos que os apoiaram é que, clara e cristalinamente, constitui crime conforme o disposto no artigo 2º da Carta hondurenha, que tipifica como delito de traição da pátria a usurpação da soberania popular e dos poderes constituídos.
Podem querer alegar que, mesmo inconstitucional, toda a conduta golpista foi sustentada pela Corte maior. À Corte constitucional cabe o papel de interpretar a Constituição e não de usurpá-la às abertas. Sua autoridade é exercida não em nome próprio, mas como intérprete da Constituição, cabendo-lhe defendê-la, não destruí-la.
Ao agir como agiu, a Corte hondurenha realizou o que no âmbito jurídico tem-se como "poder constituinte originário", ou seja, uma conduta política e não jurídica, originária, de fundação de uma nova ordem constitucional. Uma ordem imposta, de polícia e não democrática. Na ciência política, o mesmo fenômeno tem outro nome: golpe de Estado.
PEDRO ESTEVAM SERRANO, mestre e doutor em direito do Estado, é professor de direito constitucional da PUC-SP

Elio Gaspari aprovando uma decisão do governo Lula? Isso é novidade!

São Paulo, quarta-feira, 30 de setembro de 2009


ELIO GASPARI
O Brasil de Lula é inimigo do golpismo


Nosso Guia fez o certo, a praga das 300 quarteladas do século passado precisa de uma vacina


LULA DISSE bem: "O Brasil não acata ultimato de governo golpista. E nem o reconheço como um governo interino (...) O Brasil não tem o que conversar com esses senhores que usurparam o poder".
Os golpistas hondurenhos depuseram um presidente remetendo-o, de pijama, para outro país, preservam-se à custa de choques de toque de recolher e invadiram emissoras. Eles encarnam praga golpista que infelicitou a América Latina por quase um século. Foram mais de 300 as quarteladas, uma dúzia das quais no Brasil, que resultaram em 29 anos de ditaduras. Na essência, destinaram-se a colocar no poder interesses políticos e econômicos que não tinham votos nem disposição para respeitar o jogo democrático.
Decide-se em Honduras se a praga ressurge ou se foi para o lixo da história. Nesse sentido, o governo de Nosso Guia tem sido um fator de estabilidade para governos eleitos democraticamente. Se o Brasil deixasse, os secessionistas de Santa Cruz de La Sierra já teriam defenestrado Evo Morales. Lula inibiu a ação do lobby golpista venezuelano em Washington. Se o Planalto soprasse ventos de contrariedade, o mandato do presidente paraguaio Fernando Lugo estaria a perigo.
Para quem acredita que a intervenção diplomática é uma heresia, no Paraguai persiste a gratidão a Fernando Henrique Cardoso por ter conjurado um golpe contra Juan Carlos Wasmosy em 1996. Em todos os casos, a ação do Brasil buscou a preservação de governos eleitos pela vontade popular.
No século do golpismo dava-se o contrário. Em 1964, o governo brasileiro impediu o retorno de Juan Perón a Buenos Aires obrigando-o a voltar para a Europa quando seu avião pousou para uma escala no Galeão.
A ditadura militar ajudou generais uruguaios, bolivianos e chilenos a sufocar as liberdades públicas em seus países. (Fazendo-se justiça, em 1982 o general João Figueiredo meteu-se nos assuntos do Suriname, evitando uma invasão americana. Ele convenceu o presidente Ronald Reagan a botar o revólver no coldre. Nas suas memórias, Reagan registrou a sabedoria da diplomacia brasileira.)
O "abrigo" dado ao presidente Manuel Zelaya pelo governo brasileiro ofende as normas do direito de asilo. Pior: a transformação da Embaixada do Brasil em palanque é um ato de desrespeito explícito. Já o cerco militar de uma representação diplomática é um ato de hostilidade. Fechar a fronteira para impedir a entrada no país de uma delegação da OEA é coisa de aloprados. A essência do problema continua a mesma: o presidente de Honduras, deportado no meio da noite, deve retornar ao cargo, como pedem a ONU e a OEA.
Lula não deve ter azia com os ataques que sofre por conta de sua ação.
Juscelino Kubitschek comeu o pão que Asmodeu amassou porque deu asilo ao general português Humberto Delgado. Amaciou sua relação com a ditadura salazarista e, com isso, o Brasil tornou-se um baluarte do fascismo português. Ernesto Geisel foi acusado de ter um viés socialista porque restabeleceu as relações do Brasil com a China e reconheceu o governo do MPLA em Angola.
As cartas que estão na mesa são duas: o Brasil pode ser um elemento ativo para a dissuasão de golpismo, ou não. Nosso Guia escolheu a carta certa.

domingo, 27 de setembro de 2009

O drama de Honduras, a mídia e a política externa brasileira

Agora em 21 de setembro, a população brasileira tomou conhecimento de Tegucigalpa. Descobrimos Honduras e Tegucigalpa. E, como sempre ocorre com países periféricos, foram descobertos pelas suas misérias. A imprensa brasileira é pouco atenta aos eventos internacionais, assim só quando as tragédias fogem da triste rotina, ou seja, são trágicas até para os que vivem em tragédia, é que se tornam pautas das redações brasileiras. Honduras e Tegucigalpa foram trazidas a fórceps para as primeiras páginas dos jornais brasileiros. Até então, eram personagens secundários de sua própria história, tudo o que era noticiado sobre o golpe de Estado em Honduras e suas conseqüências era para retratar as ações dos personagens principais, Hugo Chávez e os EUA.

Toda a crise hondurenha aparecia como um epifenômeno do plano de Chávez para dominar a América Latina através do suporte a governantes que apóiem a difusão da ideologia bolivariana. Do outro lado, teríamos os EUA, aliados tradicionais de Honduras e da elite política e militar que derruba o presidente Manuel Zelaya. Toda a expectativa era sobre o comportamento dos EUA, irão inovar na sua política externa para América Latina? Claro, o presidente Manuel Zelaya também é um personagem, parece uma caricatura ambulante com suas feições singulares de bigode e chapéu. Claro que haveria espaço para ele na mídia brasileira. Dificilmente se encontraria um personagem mais fácil de ser rotulado de liderança populista. No fim parecia ser uma história simples, uma reprise ou m “remake” de uma novela muito antiga e sempre repetida na América Latina com militares golpistas, governos populistas, intervenções norte-americanas.

O ingresso de Zelaya na embaixada brasileira deu espaço no noticiário para os dramas que afligem a população hondurenha, para os conflitos presentes na sociedade, para a divisão na sociedade, para a pobreza, o militarismo, etc.. Notou-se que o golpe em Honduras vai além de uma questão sobre a ação de Hugo Chávez e os EUA na região. Entretanto, é interessante notar como as visões legalistas e rent-seeking dominam o noticiário sobre a crise. A idéia vendida é que a questão hondurenha se resume a um presidente populista que quer se manter no poder a despeito da lei e é apoiado por uma população que quer receber benesses do Estado. No fim, o povo e seu líder querem tirar proveito do Estado hondurenho. A diferença entre os dois fica por conta do julgamento, enquanto o presidente aparece como o populista esperto que engana o povo; o povo aparece como uma massa de ignorantes facilmente manipulada.

Todo o processo social de Honduras é ignorado. Obscurece-se o fato de que Zelaya é um produto do establishment político hondurenho. Evidentemente seria muito mais fácil continuar no poder em Honduras sendo o presidente que as elites políticas e militares hondurenhas desejavam. A inflexão na posição política e na prática governamental de Zelaya decorre da tentativa de dar uma solução efetiva para alguns dos problemas hondurenhos. Como quase todos os outros governantes da região que se aproximaram de Hugo Chávez, o objetivo era aumentar a oferta de energia no país com um preço facilitado e obter recursos financeiros que permitissem realizar transformações econômicas no país. É uma tentativa de aumentar a margem de manobra do governo num país onde o Estado é controlado por uma oligarquia formada por poucas famílias e para as quais Honduras não tem problemas, porque elas vivem muito bem e se beneficiam das condições atuais de Honduras. Entre as 10 famílias que controlam Honduras e o povo, Zelaya fez uma opção pelo povo ao tentar encaminhar soluções para os problemas que afligem o país.

Isso é populismo? Pode ser. Mas na América Latina, o populismo tem sido o único mecanismo eficaz de mobilização popular, e, portanto, de incorporação do povo ao processo político. Qualquer participação política popular na América Latina é rotulada de populista, porque a idéia é que o povo deve ficar quieto esperando enquanto os governos definem e implementam políticas, o povo deve ser um sujeito passivo, o objeto das políticas públicas e não um agente. Os sistemas políticos da região não comportam a participação popular e o de Honduras menos ainda. O que muitas vezes não se entende é que sempre que o povo se mobiliza aqui haverá instabilidade, o sistema político não está preparado para isso. Ele é preparado para as mobilizações e pressões de lobistas, para conchavos entre elites, trocas de favores, para a corrupção, mas não para o povo. Entretanto, a mobilização popular para defender os seus interesses é tão legítima (ou até mesmo mais) quanto a mobilização dos lobbies, dos grupos de interesse. Se o governo americano pode agir para defender os seus interesses em Honduras, se as empresas americanas podem agir para defender seus interesses em Honduras, se a elite econômica, política e militar pode se organizar para defender os seus interesses, por que o povo não pode? Será que o povo é incapaz de avaliar se durante o governo Zelaya sua vida melhorou ou não? E se as oligarquias podem viver de prebendas do Estado, por que os pobres não podem escolher o seu candidato em função dos benefícios financeiros que terão pelas políticas governamentais?

Retornando ao golpe e às suas conseqüências, nada melhor do que um golpe militar na América Latina para se fazer um Obama se parecer com um Bush. Primeiro, um discurso contundente contra o golpe e defesa do retorno de Zelaya ao poder. Depois, o retrocesso, a velha solução Óscar Arias, uma saída negociada, uma contemporização com os golpistas, a legitimação das posições golpistas. Uma saída evidentemente conservadora. Mas nem mesmo esta alternativa é aceita pela elite política e militar de Honduras, o retorno ao poder de Zelaya está completamente descartado.

Os EUA procuram, então, se afastar do problema e transferir a questão para a OEA. Discute-se muito o significado desta transferência, vários analistas interpretaram como os Estados Unidos estando transferindo a responsabilidade de seus problemas para os próprios países latino-americanos. Entretanto, é possível interpretar de outro modo, seria possível transferir o problema para uma organização com menor legitimidade? Por ter sido usada como instrumento de ação direta dos EUA na América Latina e Caribe, a OEA é uma organização fraca, com pouca legitimidade para interferir e solucionar os problemas da região. A transferência da questão para a OEA foi resultado da dificuldade encontrada por Barack Obama de alterar a política externa norte-americana para região. O governo dos EUA ficou dividido em relação a forma de se posicionar frente ao golpe. Divisão esta que foi explorada pelo “presidente” de fato Roberto Micheletti, que contrapôs em alguns momentos o discurso do presidente Obama ao discurso da secretária de Estado, Hillary Clinton.

No entanto, a oposição dos países latino-americanos ao golpe, e em especial do Brasil, exigindo uma tomada de posições mais firme faz com que mesmo se distanciando da solução do problema os EUA imponham restrições financeiras ao governo instalada em Honduras, dificultem a entrada nos EUA de alguns membros do governo de Honduras, inclusive de Roberto Micheletti, com a suspensão do visto tanto diplomático quanto de turista. Políticas de efeito limitado que não inviabilizariam a continuidade de Micheletti no poder. Não se pode esquecer que Honduras é uma área tradicional de controle do governo americano e das empresas americanas. Uma oposição veemente, incisiva ao golpe inviabilizaria o golpe, forçaria uma devolução do poder ao presidente Manuel Zelaya.

Aparentemente, o quadro caminhava para a solução desejada pelo governo interino, iriam se arrastando no poder até as eleições de novembro, um novo governo seria eleito, tomaria posse, e o mundo voltaria a esquecer Honduras, quem iria se preocupar por tanto tempo com quem está governando Honduras? As idas e vindas no discurso de Zelaya sobre o retorno para Honduras parecia indicar a mesma coisa. Fora de Honduras, viajando de país para país, logo se cansariam de seus discursos e demandas, e tudo voltaria ao normal. Seria uma solução por fato consumado.

Ora, desde o início para além da posição retórica de Hugo Chávez, fica claro que o Brasil tem uma posição de princípio contra o golpe em Honduras. A retirada do embaixador brasileiro em Tegucigalpa, as declarações tanto do presidente Lula quanto do ministro Celso Amorim ou do assessor Marco Aurélio Garcia deixam evidente que para o Brasil restaurar a democracia em Honduras é um objetivo com o qual não se pode transigir. A aceitação do golpe em Honduras gerará desdobramentos em outros países latino-americanos. As oposições aos diversos governos de esquerda da região poderiam se sentir tentadas a experimentar a solução hondurenha. A similaridade entre as várias histórias políticas da região não permite ignorar fenômenos desta natureza.

Apesar desta posição brasileira, a capacidade do Brasil de atuar sobre um acontecimento em Honduras é bastante restrita em princípio. Não há fortes laços políticos e econômicos para que o governo hondurenho se sinta pressionado pelas posições brasileiras. A pressão brasileira é sobre os EUA, organizações internacionais e países latino-americanos que lhe são mais próximos. Até este momento sequer o Brasil conseguiu levar o caso para as Nações Unidas.

O retorno de Zelaya a Honduras altera este quadro. Na verdade, pouco importa se o Brasil sabia que o presidente Manuel Zelaya estava retornando para Honduras ou não. O relevante é que o retorno de Zelaya deu uma oportunidade do Brasil atuar num conflito completamente fora de sua área de influência. Tradicionalmente o Brasil não tem interesse na América Central, reconhece a região como área de atuação dos EUA. E, além disso, tomando uma posição que projetaria ainda mais a política externa brasileira no mundo.

A dimensão simbólica na política externa é muito importante, mas numa sociedade do espetáculo, não basta defender as causas corretas, ter uma política externa objetiva, é preciso torná-la visível, fazendo com que as ações do Estado reflitam o seu poder e importância no sistema internacional. Normalmente, o Brasil tem poucas oportunidades para isto porque não faz política externa a partir de bravatas, especialmente em questões de política internacional. Neste sentido, a volta de Zelaya e o pedido para ingressar na embaixada brasileira deram uma oportunidade de baixo custo e baixo risco para o Brasil atingir dois objetivos simultâneos, marcar posição contra regimes golpistas na região e se colocar como um país líder na política internacional. Até este momento, a reação do governo de fato de Honduras apenas favoreceu o alcance destes objetivos pelo Brasil que conseguiu levar o caso até para o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O Brasil colocou o governo hondurenho num impasse, porque atacar o Brasil não é fácil. O Lula já consolidou uma imagem internacional que não será o governo Roberto Micheletti que será capaz de alterá-la para igualar o Lula ao Hugo Chávez. E evidentemente Manuel Zelaya sabia disso e, por isso, foi para a embaixada brasileira e não para a venezuelana. Por mais que o governo interino condene o Brasil por supostamente estar interferindo em assuntos internos do país, esta posição não terá aceitação internacional. Nenhum país importante irá assumir a defesa dos golpistas. Do mesmo modo, com a manifestação do governo norte-americano e das Nações Unidas sobre a embaixada brasileira, o governo hondurenho não ousaria atacá-la.

Entretanto, pesaria sobre o Brasil apenas um risco importante. Num país convulsionado politicamente, com uma população fortemente armada, sempre haverá a possibilidade de grupos paramilitares de extrema-direita atacarem a embaixada brasileira para assassinar o presidente deposto Manuel Zelaya com a conivência do exército e da polícia hondurenha, mas sem uma participação explícita.

De todo modo, não há como o Brasil perder. O atual governo de Honduras tem um prazo de validade, se não cair pela pressão internacional para o retorno de Zelaya, cai com as eleições de novembro. Qualquer que seja o candidato vitorioso nas eleições terá como primeira missão resolver a questão para conseguir algum apoio na comunidade internacional, e não haverá outra solução que não seja a reincorporação de Manuel Zelaya na vida política hondurenha. Neste sentido, o Brasil também deve adotar uma posição intransigente quanto ao golpe, mas não deve ter uma posição intransigente em relação às eleições. É claro que as eleições em Honduras não serão eleições livres ocorrendo durante a ditadura de Roberto Micheletti. Mas, caso as eleições venham a ocorrer na situação atual, uma recusa absoluta em aceitar os resultados da eleição pode colocar o Brasil numa posição isolada e acabar fazendo com que ele seja responsabilizado pelo fracasso das negociações. O Brasil deve defender a democracia em Honduras, e nisto não deve transigir. Mas, dada a baixa capacidade do Brasil definir os rumos políticos de Honduras, o apoio brasileiro a Manuel Zelaya não pode ser intransigente ao ponto de prejudicar os interesses brasileiros e sua posição junto a comunidade internacional.

Para o Brasil, a crise hondurenha pode consolidar a sua projeção mundial e estender sua área de influência, se tornar um ator na América Central. Para o Honduras, a crise pode abrir espaço para as transformações sócio-econômicas do país. Independente do que ocorra com Manuel Zelaya, a elite hondurenha entendeu que terá que fazer concessões ao povo caso queira continuar mantendo o controle político do país sem o exercício permanente da violência contra a população.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Entrevista do “Embaixador” de Honduras na ONU

São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009
entrevista
Brasil não é polícia regional, diz hondurenho

LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
O embaixador hondurenho Delmer Urbizo defende a eleição de novembro como saída para a crise política em seu país. E revolta-se com a falta de apoio dos vizinhos -nenhum deles reconhece o governo Roberto Micheletti, que ele representa na ONU em Genebra.
No dia 14, Urbizo foi retirado do Conselho de Direitos Humanos da ONU, após embaixadores latinos, liderados pelo Brasil, pedirem a anulação da sua credencial. Mas, apesar da voz desanimada com que atendeu em sua casa ao telefonema da Folha ontem, Urbizo diz manter o moral alto.
E frisou que suas credenciais seguem válidas -a Folha apurou que a ONU ainda tramita o pedido de anulação.

FOLHA - Como fica sua situação aqui na ONU?
URBIZO
- Foi um atropelo inqualificável. Estou protestando ao presidente do Conselho de Direitos Humanos. Porque sigo sendo embaixador, e, mesmo assim, me impedem de assistir às sessões.

FOLHA - Como o sr. vê o papel do Brasil nesse episódio?
URBIZO
- Estranhei. Sempre respeitamos o presidente Lula. Mudaram as coisas. A política bilateral vai mal.

FOLHA - A questão do Brasil é com o governo Micheletti.
URBIZO
- A questão é que o Brasil está assumindo... [O presidente dos EUA, Barack] Obama já disse isso, que está encarregando o Brasil de fazer o que os EUA faziam antes e cuidar dos interesses latino-americanos. Mas os países latino-americanos não vão procurar o Brasil para cuidar dos interesses deles.

FOLHA - O Brasil virou uma polícia regional, é isso?
URBIZO
- Eram assim os EUA. Mas eles não querem mais saber da região, logo...

FOLHA - Muitos veem no Brasil o contrapeso ao venezuelano Hugo Chávez.
URBIZO
- Que contrapeso? Se Chávez realmente fosse um problema para os EUA, os EUA o apagariam do mapa. Eles não continuam comprando petróleo dele? Todos têm negócio com Chávez.

FOLHA - Por que ninguém reconheceu seu governo?
URBIZO
- Quantas ditaduras há no mundo e não fizeram nada? A nossa não é uma ditadura. Querem usar um país pequeno e vulnerável para fazer justiça internacional. Esse governo é transitório. Haverá eleição em 29 de novembro, eleições aprovadas no ano passado. Não há ruptura constitucional.

FOLHA - A volta de Zelaya pode atravancar o processo?
URBIZO
- É provável que isso traga alguma perturbação, mas as eleições vão acontecer. Essa é a aposta do povo hondurenho, eleições transparentes. Há apoio internacional para isso, só a OEA [Organização dos Estados Americanos] não quer.

FOLHA - Quem apoiou?
URBIZO
- O Clube Rotary internacional vai mandar observadores. As câmaras de comércio latino-americanas. A sociedade civil, as igrejas...
Logo o governo ganhará nas urnas o respaldo de seus eleitores. Quantos governos militares saíram com eleições legítimas? No nosso caso, só há um presidente de fato, porque o outro foi destituído pelo Congresso. Agora querem dizer que as eleições não são a saída. Como resolver o problema institucional se não assim?
E te digo, o único país com ditadura feroz que não fez uma Comissão da Verdade foi o Brasil. Qual a estatura moral brasileira? Não se pode ter dupla moral na política exterior.

Realismo Periférico

Tenho um aluno fazendo um TCC sobre o realismo periférico do Carlos Escudé e, por isso, tive que rever o livro do Escudé, e ao reler encontrei a citação abaixo que explica porque a Argentina não pode se contrapor aos EUA politicamente, a Argentina não tem nada que os EUA desejem. Mas a forma do texto mostra uma certa desolação do autor.

“Evidentemente, la Argentina no cae en ninguna de las categorías mencionadas. Su economía no es complementaria con la de los Estados Unidos, sino que, por el contrario, como productor importante de alimentos de clima templado tiende a ser competitiva con la misma, a la vez que sus productos ya no son indispensables para la alimentación de los europeos, como lo fueron hasta aproximadamente 1950. No posee suficientes recursos petrolíferos como para  ser un exportador importante. No tiene el canal de Panamá, el cobre de Chile, el caucho de Brasil, ni el estaño de Bolivia. Geaográficamente está en el fin del mundo. No tiene una masa verdaderamente crítica de inversiones norteamericanas, y ya no tiene (como tuvo en el pasado) una masa crítica de inversiones británicas. Su desarrollo nuclear y misilístico no está suficientemente avanzado para que sea una amenaza, a la vez que si tomara por ese camino la vulnerabilidad financiera argentina es tal que a los Estados Unidos les resultaría fácil frustrar cualquier proyecto argentino de esta naturaleza a través de sanciones económicas ruinosas que la paralizarían. La Argentina no es siquiera un productor importante de cocaína o heroína, ni tiene la posibilidad de destruir un porcentaje importante de las selvas supérstites en el planeta, como Brasil. Si fuera limpiada del mapa sin daños ecológicos, si cayera en una violenta guerra civil, o si cayera en la ruína económica absoluta, las vidas cotidianas de la gran mayoría de los europeos o norteamericanos no se verían afectadas en lo más mínimo.”

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O “El País” exagera na forma como noticia o Brasil?

22/09/2009 - 06h06

Brasil alvoroça ordem mundial, diz 'El País'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Nova York para participar da abertura da Assembleia Geral da Onu em situação "que não poderia estar melhor", segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário espanhol El País.
Lula deve pedir reformas nas instituições financeiras internacionais, um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e deve defender a intervenção do Estado na economia para evitar excessos financeiros, diz o jornal.
Lula "falará com a autoridade de quem chega com os deveres de casa muito bem feitos", afirma a reportagem, destacando que a crise financeira "não passa de uma lembrança no Brasil".
"O Brasil se recuperou com rapidez e dinamismo e provavelmente vai fechar o ano com crescimento bastante superior ao do resto dos países membros do G20." O presidente também deve pedir aos 192 países participantes da Assembleia Geral que não baixem a guarda diante da recente recuperação econômica e coloquem em prática as medidas anticrise que vêm sendo discutidas desde a cúpula do G20 em Washington, em novembro passado.
"Quando a crise mundial alcançou seu ápice, o Brasil anunciou um empréstimo ao FMI no valor de US$ 10 bilhões e, desta maneira, passou a formar parte do seleto grupo de sócios doadores da instituição", diz o jornal.
O jornal diz que Brasília considera a estrutura de órgãos como o Banco Mundial e o FMI está hoje totalmente obsoleta e não é representativa dos países emergentes.
"Desta maneira, o Brasil enfrenta uma semana de ofensiva diplomática para consolidar sua condição de líder regional sul-americano e novo ator de transcendência no panorama internacional." O Brasil, "que há anos assume o papel de porta-voz oficioso dos países em vias de desenvolvimento", também deverá reclamar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, "orgão onde se tomam as verdadeiras decisões", diz o jornal.
Para o Brasil, o assento seria uma forma de fazer com que os interesses do Terceiro Mundo sejam levados em conta "verdadeiramente".
Como argumento, o país conta com a indiscutível liderança na América do Sul, "esta supremacia se assenta em uma sólida economia que, segundo os analistas, já representa 57% do capital sul-americano".

http://noticias.uol.com.br/bbc/2009/09/22/ult5017u324.jhtm

Sistema japonês-brasileiro de televisão digital? Integração na TV digital

Reclama ondas de amistad y sin malos entendidos

Alan García saluda a Bachelet y Lula

El presidente Alan García envió un saludo, con cierta ironía, a su homóloga chilena Michelle Bachelet y al mandatario brasileño Inacio Lula Da Silva y los incluyó entre sus grandes amigos, durante la ceremonia de apertura del foro sobre televisión digital terrestre que se celebra en Lima.

El gesto de García Pérez ocurre luego de los últimos entredichos entre ambos países, surgidos a raíz de la inasistencia de autoridades peruanas a los actos de celebración por el aniversario patrio chileno, situación que generó molestia en Santiago, y después de que se revelara la propuesta brasileña para que Chile se una al reciente pacto militar suscrito con Francia.

“Cuándo alcanzaremos la misma onda de la amistad perpetua, de la relación sin amenazas entre nosotros y sin malos entendidos, la misma onda de la fraternidad que es la única que puede hacer el bienestar de nuestros pueblos. Saludo a mis grandes amigos, los presidentes de Chile, Michelle Bachelet, de Argentina, Cristina Fernández, y de Brasil, Luis Inacio Lula da Silva”, expresó García Pérez.

El mandatario anunció que la puesta en marcha de la televisión digital es un paso extraordinario de Perú a la modernidad, además de garantizar la democratización de las sociedades.

“Vamos a tener una sola televisión, con una sola calidad para todos los ciudadanos, estén donde estén, y eso forma parte de la democracia y la igualdad que todos queremos”, acotó.

García destacó la decisión de Chile, Perú y Argentina, de adoptar el sistema japonés-brasileño de televisión digital, el cual -dijo- significa una apuesta “mayoritariamente colectiva”.

“Eso significa que estamos aprendiendo a tomar decisiones integradoras, decisiones colectivas y que en el futuro podremos ver canales de esos países como allá canales de Perú”, agregó.

Resaltó que así actuamos colectivamente, de tal manera que tanto argentinos, chilenos y peruanos están “circulando por la misma onda del avance tecnológico”.

Durante la inauguración del “Foro internacional televisión digital terrestre”, el jefe de Estado subrayó que en el Perú este sistema de televisión digital creará nuevas fuentes de trabajo e inversiones

http://www.larazon.com.pe/online/indice.asp?tfi=LRPolitica01&td=22&tm=09&ta=2009

Defesa da integração centro-americana

 

El rito de la Independencia de Centroamérica

Edwin Sánchez

17:48 - 11/09/2009

Los Estados de Guatemala, Honduras, El Salvador y Nicaragua deben empujar la unidad de una sola nación, porque es lo más natural. El problema es de orden humano, los obstáculos de cúpulas, la separación es económica, pero la mejor respuesta la ofrece la misma geografía. Por si fuera poco, hablamos el mismo idioma y asumimos la misma cultura, hemos padecido similares dictaduras y sufrido las mismas arbitrariedades de ciertos estamentos del poder. Contamos con una misma historia y Acta de Independencia. Los pendones de nuestras banderas nacionales son el azul y el blanco, apenas con los cambios propios de cada escudo.

Nicaragua, para ilustración, exhibe en el frontis del Palacio Nacional o de la Cultura, el propio escudo de El Salvador. Además, el guardabarranco es un pájaro nacional compartido. Las aguas del Golfo de Fonseca bañan tres costas distintas -Honduras, El Salvador,  Nicaragua- que debieran ser una sola nación verdadera.

Pero lo que es, de hecho natural, fue apartado por lo artificial: un mapa común, entintado de diversos colores. ¿Quiénes han ganado con la división? ¿Qué grandes beneficios reporta a las minorías, siendo mejor cabeza de ratón en vez de unificar las fuerzas de un leopardo?

Hay un simbolismo con el recorrido de la Antorcha, en estos días de efemérides patrias. Pero Septiembre se disuelve en lo ritual. Bandas escolares suenan sus bombos y clarines. Las calles se vuelven pasarelas con las agraciadas palillonas. Hay “jura” de banderas. Entonación colectiva de los himnos nacionales y, en Nicaragua, la visita de rigor, como parte de la liturgia patriótica, a la Hacienda San Jacinto.

¿Y después, qué nos queda? La división, las fronteras, la exportación nada patriótica de poblaciones enteras de salvadoreños, hondureños y nicaragüenses a Estados Unidos. ¿Qué más nos queda? Cada Estado por su lado y la pobreza mejor repartida del mundo.

Si se observa bien, las festividades patrias quedan en manos de escolares, vestidos de galas y adolescentes abanderados. Al margen quedan, además, los grupos económicos, los grandes y pequeños productores. Es decir, dentro del simbolismo no caben los que pueden echar a andar otra historia, los hechos tangibles, sino sólo las sombras de lo que debería ser. Imágenes a las cuales se les rinde culto junto a los emblemas, como en una fiesta patronal. Los artesanos, trabajadores,  intelectuales, no participan de la puesta en escena de esta enorme ficción anual de fervor centroamericano y patriota. La vida real de los Estados débiles, como algunas Iglesias, va por una calle y la liturgia conmovedora por otra.

Hay instrumentos regionales como el Parlacen. Hasta ahora, el CA- 4 es un logro visible para la región al Norte de Costa Rica. Pero falta firmeza y visión de parte de los líderes de estos cuatro países para conformar una sola unidad como la han planteado los europeos: las negociaciones son por bloques, no por “islas”.

Alentar los desencuentros en vez de trabajar por la integración de la patria pospuesta, nos amarra más al subdesarrollo que al avance. Fragmentados, poco somos. La Unión Centroamericana es la llave para abrir las puertas del siglo, que para efectos prácticos, en el plano de nuestras economías, sigue siendo más del XX que del XXI.

Los intereses de poder, los privilegios de casta, las oligarquías criollas, la intromisión no siempre progresista de la Iglesia Católica, aferrada a mantener sus excesos temporales alcanzados durante la colonia, pulverizaron los nobles esfuerzos de la patria centroamericana, propuesto por figuras paradigmáticas como don José Cecilio del Valle. De él son estas palabras: “Habrá cinco repúblicas débiles por no haber un vínculo de unión. Las de mayor poder rehusarán respetar la justicia de las menos fuertes. El genio de las guerras intestinas levantará su odiosa frente (…).

No habiendo equilibrio de riquezas, fuerza y poder en los estados, es necesario que exista un gobierno nacional que socorra a los estados débiles contra los embates de los fuertes. Querer que desaparezca el gobierno federal y dejar solos a los estados sería querer que los menos fuertes sean víctimas del más poderoso… Crear un gobierno nacional, rico, fuerte, y poderoso, que sofoque a las injusticias y sostenga el equilibrio del orden, es lo que importa a los estados e interesa a la República”.

http://www.elnuevodiario.com.ni/blog/articulo/542

Brasil na crise de Honduras 4

Micheletti impone el toque de queda; ordena el cierre de todos los aeropuertos del país

Zelaya vuelve a Honduras y convoca a un diálogo nacional

Mi postura: patria, restitución o muerte... nadie me volverá a agarrar dormido, advierte

Llamó a seguidores a congregarse frente a la embajada brasileña, que lo acogió como huésped

Sólo un baño de sangre detendrá la fuerza de un pueblo pacífico, dice el jefe de la resistencia

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Manuel Zelaya, presidente constitucional de Honduras, en la embajada de Brasil, donde permanece en calidad de huésped desde su retorno, ayer, a Tegucigalpa. Lo acompaña su esposa, XiomaraFoto Reuters

Afp, Dpa, Reuters y Pl

Tegucigalpa, 21 de septiembre. Patria, restitución o muerte, proclamó hoy el presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, ante miles de manifestantes que desafiaron el toque de queda para protegerlo, al final de una jornada en la que el mandatario reapareció públicamente en Tegucigalpa –86 días después de haber sido expulsado de su país a punta de fusiles– para convocar a los que participaron en el golpe de Estado del 28 de junio pasado a iniciar personalmente un diálogo nacional e internacional que restablezca el orden constitucional hondureño sin violencia en las calles.

La noticia sobre el retorno de Zelaya fue difundida al mediodía de este lunes por la local Radio Globo y retomada por la cadena Telesur; minutos después la voz del mandatario se escuchó en los canales 11 y 36 de la televisión hondureña, así como en radios locales, en una acción que sorprendió al gobernante golpista Roberto Micheletti, quien primero negó la versión, pero luego –cuando se confirmó el hecho– ordenó el toque de queda en todo el territorio nacional, a partir de la cuatro de la tarde y hasta las seis de la tarde de este martes, debido a los acontecimientos ocurridos en las últimas horas. También ordenó el cierre de todos los aeropuertos del país, hasta nuevo aviso.

Un viaje de 15 horas

Además de estas medidas, el gobierno golpista suspendió el suministro de energía eléctrica y agua potable en el barrio Palmira, donde se encuentra la embajada de Brasil, que este lunes acogió como huésped al mandatario, después de un viaje de 15 horas en el que, acompañado por cuatro personas que no identificó, y con quienes caminó por montañas y ríos, esquivó los controles de las fuerzas armadas, la policía y los agentes migratorios.

En su primera reacción a las versiones de que Zelaya había vuelto a Honduras, Micheletti sólo declaró: No es cierto, él está en la suite de un hotel de Nicaragua, y denunció un terrorismo mediático.

A esa hora, desde Managua, la embajada hondureña informó que Zelaya se había alojado en la sede de la Organización de Naciones Unidas (ONU) en Tegucigalpa, y de inmediato cientos de simpatizantes del presidente –que realizaron actos de resistencia casi ininterrumpidos desde el 29 de junio– organizaron una manifestación de apoyo frente a las oficinas del organismo en esta capital.

Sí se pudo, coreaban los manifestantes, mientras un centenar de policías que llegaron a la zona se vieron obligados a retirarse por la presión de la gente.

Ana Elsy Mendoza, vocera de la ONU en Honduras, informó que Zelaya no estaba en las oficinas del organismo y por unos minutos hubo incertidumbre sobre su paradero, hasta que en una segunda comunicación con Telesur y otros medios se supo que el mandatario había sido recibido en la legación brasileña.

Les habla el comandante general de las fuerzas armadas en Honduras que el pueblo eligió para dirigirlos y que siempre les tendió una mano. Les hago pacíficamente un llamado a la cordura, que no vaya a haber violencia en las calles, declaró Zelaya.

La gente que está aquí, con nosotros, está desarmada gritando consignas de alegría porque hoy es una día de fiesta, agregó el mandatario al dar un testimonio preciso de su ubicación. La información fue confirmada por gobiernos extranjeros y allegados a Zelaya, así como por su esposa Xiomara Castro, quien permaneció en Honduras a pesar de los riesgos.

En su tercer intento de regreso a Honduras –los dos primeros ocurrieron en julio, por vía aérea desde Estados Unidos y por vía terrestre desde Nicaragua–, Zelaya explicó que su presencia en Tegucigalpa sucede en la víspera de que la Asamblea General de la ONU se inicie con la presencia de jefes de Estado y de gobierno de un centenar de países.

Espero tener apoyo y resoluciones contundentes tanto de la ONU como de la OEA (Organización de Estados Americanos) para que este diálogo sea fructífero y vuelva la paz y la tranquilidad después de 86 días de lucha, manifestó.

En su primera comunicación con Telesur, Zelaya afirmó que éste es el momento de la reconciliación, de encontrarnos otra vez para que podamos diseñar el camino que le permita a Honduras recobrar la paz y la tranquilidad que tanto necesita. Vamos a buscar el diálogo, nosotros creemos que ése es el mejor camino, y esperamos que las fuerzas armadas no usen sus armas para que vaya bien este diálogo que vamos a iniciar por la democracia.

Llamó a sus seguidores a congregarse en torno a la embajada brasileña, y dijo que en las siguientes horas iniciaría contactos para comenzar un diálogo nacional; recibió a dirigentes de la resistencia contra el golpe de Estado, y agradeció a su colega brasileño, Luiz Inacio Lula da Silva, la hospitalidad.

Zelaya dijo que el acuerdo de San José propuesto en julio por su par de Costa Rica, Óscar Arias, en su condición de mediador de la crisis política, “tiene que ir mejorando, en la medida que nosotros podamos participar activamente y de frente, no por medio de una intermediación.

Mi presencia aquí es para que el diálogo sea personal. Agradezco la contribución que han hecho los distintos miembros de las organizaciones internacionales. El gesto del presidente Arias fue traicionado por los golpistas, nunca le hicieron caso a su propuesta e incluso ha sido objeto de burlas, agregó Zelaya, quien durante su exilio fijó su residencia temporal en Nicaragua y realizó giras por varios países del continente para recibir la solidaridad de gobiernos y organizaciones sociales.

Más tarde, y al hablar ante miles de manifestantes de la resistencia congregados frente a la legación brasileña, el coordinador general del Frente Nacional contra el Golpe de Estado en Honduras, Juan Barahona, dijo que existen pocas oportunidades de que Micheletti pueda permanecer en el poder por más de 24 horas, y advirtió que sólo un baño de sangre podrá detener la fuerza del pueblo pacífico.

Al atardecer, Micheletti se presentó en cadena de radio y televisión –acompañado de todo su gabinete y principales colaboradores– para reconocer que Zelaya, efectivamente, se encontraba en el país, aunque subrayó que eso no cambia nuestra realidad y no queda claro por qué ha regresado. A esa hora también estaba reunido el alto mando de las fuerzas armadas, que al cierre de esta edición no se había pronunciado.

Desde el palacio presidencial Micheletti hizo un llamado al gobierno de Brasil a que respete la orden judicial dictada contra Zelaya, y lo entregue a las autoridades competentes de Honduras. El Estado está comprometido a respetar los derechos de Zelaya en un debido proceso, dijo.

Ahí, el gobernante de facto aprovechó para dar por terminada la mediación del presidente de Costa Rica, debido al regreso de Zelaya.

Arias ya no tiene absolutamente nada que hacer en este conflicto, desde el momento que Zelaya llega aquí sin mediar palabra, subrayó Micheletti.

Aun cuando el toque de queda ya había sido impuesto y las tropas comenzaban a patrullar calles de ciudades y carreteras, miles de personas continuaron agolpándose en torno a la embajada de Brasil para impedir la irrupción de las fuerzas de seguridad gubernamentales.

http://www.jornada.unam.mx/2009/09/22/index.php?section=mundo&article=029n1mun

Pese al riesgo, al cierre de esta edición había reportes de que los simpatizantes de Zelaya seguían en el barrio Palmira, donde también está la embajada estadunidense, y donde las autoridades golpistas retiraron el suministro eléctrico, según diversas denuncias, que confirmó el propio Zelaya en declaraciones a la periodista mexicana Carmen Aristegui.

El presidente constitucional salió esta noche a pronunciar un discurso. Nadie me volverá a agarrar dormido y mi posición es: patria, restitución o muerte, dijo Zelaya.Creyeron que me iban a parar en la frontera, pero aquí estoy vivito y coleando porque venía cubierto con la energía de este pueblo.

Crise em Honduras 2

Honduras paralizada por toque de queda, controlan a zelayistas

WILFREDO GARCÍA |

Publicado: 2009/09/22 | 10:36 AM

Honduras se encontraba hoy martes paralizada totalmente a raíz del toque de queda impuesto por el gobierno de facto que preside Roberto Micheletti.

Todas las actividades públicas y privadas están paralizadas y los contactos aéreos están cortados con el exterior, ya que el gobierno suspendió toda actividad en los cuatro aeropuertos del país.

Bancos, supermercados y gasolineras no abrieron sus puertas, igual que escuelas, fábricas y oficinas. Solamente operan los servicios hospitalarios públicos y privados y los medios de prensa.

La policía, ayudada por efectivos militares, resguarda el territorio a fin de que los seguidores del derrocado presidente Manuel Zelaya no se movilicen en la capital o se dirijan hacia esta ciudad desde el interior.

El gobierno decretó el toque de queda para todo el martes debido al regreso clandestino de Zelaya, quien fue acogido como "huésped" en la embajada de Brasil en Tegucigalpa.

La policía informó que en horas de la mañana del martes los seguidores de Zelaya apostados en las cercanías de la embajada fueron desalojados, para lo cual utilizó gases lacrimógenos.

En el desalojo se enfrentaron los policías, asistidos por militares, con los manifestantes, desatándose una batalla campal que dejó varios heridos, destrucción de autos, incluyendo uno policial, así como de residencias vecinas de la misión diplomática.

Aunque inicialmente Orlin Cerrato, vocero de la Secretaría de Seguridad, dijo que no había detenidos, otro vocero policial, Miguel Molina, señaló que "hay algunos retenidos" y que se investigan sus acciones para ver si son liberados o se presentan a los tribunales de justicia.

El diputado por la izquierdista Unificación Democrática y dirigente de la resistencia que apoyó el regreso de Zelaya al poder, Marvin Ponce, denunció que la policía torturó a varios detenidos y los recluyó en el estadio de béisbol.

El vocero Molina rechazó la versión, indicando que el número de "retenidos" es poco, aunque no precisó la cantidad.

Asimismo, se conoció que hasta 45 personas fueron detenidas por la policía por la violación del toque de queda en todo el país.

Cerrato admitió que los seguidores de Zelaya buscan movilizarse desde el interior hacia Tegucigalpa, pero que la policía ha controlado buena parte de los desplazamientos.

Zelaya había llamado a sus parciales a dirigirse a la embajada brasileña en Tegucigalpa a fin de crear un cerco humano que los "proteja" de la actividad militar.

El candidato presidencial del opositor partido Nacional y favorito en las encuestas para ganar las elecciones del 29 de noviembre próximo, Porfirio Lobo Sosa, llamó al gobierno a "evitar el error" de ingresar a la embajada brasileña.

Igual posición manifestó el ex canciller Guillermo Pérez Arias, aunque consideró "atípica" la situación de Zelaya en la embajada, ya que como "huésped" no debería llamar a la insubordinación contra el gobierno establecido.

http://www.nacion.com/ln_ee/2009/septiembre/22/mundo2098942.html

Brasil na crise de Honduras 3

Lula pide a Micheletti que acepte una salida ''negociada y democrática'' del poder

 El presidente Lula pidió la restitución de Zelaya al poder. (Foto: Efe)

El presidente Lula pidió la restitución de Zelaya al poder. (Foto: Efe)

El primer mandatario brasilero advirtió, desde Nueva York, al gobierno de facto que respetaran los acuerdos internacionales y no ingresen a la sede de la embajada de su país en Tegucigalpa. Afirmó que la comunidad intenacional no puede continuar tolerando un gobierno golpista en América latina.

TeleSUR _ Hace: 01 hora

El presidente de Brasil, Luiz Inacio Lula da Silva, pidió este martes al gobierno de facto de Honduras, liderado por Roberto Micheletti, que acepte una solución "negociada y democrática" que permita el regreso de Manuel Zelaya al poder, y espera que "los golpistas no entren a la embajada brasileña".

"Lo normal que debería suceder es que los golpistas deberían dar un lugar a quien tiene derecho de estar en ese lugar, que es el presidente democráticamente electo por el pueblo", expresó Lula en rueda de prensa desde Nueva York.

Lula advirtió al gobierno de facto que respeten la inmunidad de la embajada. "Nosotros esperamos que los golpistas no entren a la embajada brasileña", enfatizó.

El presidente brasileño en este momento se encuentra en la Asamblea general de la ONU, que habló por teléfono con Zelaya, refugiado desde este lunes en la embajada de Brasil en Tegucigalpa.

El mandatario brasileño aclaró que Brasil no tiene pretenciones de ser mediador del conflicto, pues ese rol le corresponde a la Organización de Estados Americanos (OEA), representada por el secretario general, José Miguel Insulza y recordó que el canciller brasileño Celso Amorim está en permanente contacto.

"Celso Amorim ya habló con Insulza para ver si la OEA va para allá para tratar de ayudar (...) el negociador es el jefe de la OEA, él se tiene que sentar en la mesa de negociaciones y negociar", anunció Lula.

Según el presidente del gigante suramericano la comunidad intenacional ya no puede tolerar la persistencia de un gobierno golpista en América latina.

"No estamos más en los problemas de la década de los 60 y no podemos aceptar que por divergencias políticas alguien se halle en el derecho de deponer un presidente democráticamente electo", explicó.

Si el dirigente "gusta o no gusta, eso se cambia en la elección (...) por eso apoyamos al presidente Zelaya y nos gustaría que los golpistas se dispusiesen a encontrar una salida negociada y democrática", anunció.

http://www.telesurtv.net/noticias/secciones/nota/58119-NN/lula-pide-a-micheletti-que-acepte-una-salida-negociada-y-democratica-del-poder/

Brasil na crise de Honduras 2

Violencia contra zelayistas

Fuerzas de seguridad desalojaron a seguidores de Zelaya que estabamn apostados cerca de la embajada de Brasil en Tegucigalpa

 

La policía hondureña realizó este martes acciones de desalojo contra seguidores de Manuel Zelaya que se encontraban alrededor de la embajada brasileña en Tegucigalpa, donde se encuentra el depuesto presidente desde ayer cuando regresó al país de manera sorpresiva.

El vocero de la Policía, Orlin Cerrato, informó que debieron ejercer los niveles de fuerza adecuados para desalojar a los manifestantes que se encuentran en los alrededores de la embajada de Brasil.
Zelaya se encuentra desde ayer en la embajada brasileña, desde donde pidió a los hondureños que acudieran a protegerlo y dijo que había regresado para buscar una salida a la crisis política mediante el diálogo.
Cerca de la embajada de EEUU, que se encuentra en el mismo sector de la embajada brasileña, una patrulla de la Policía fue quemada, mientras que alrededor de cinco vehículos particulares sufrieron daños en sus cristales y neumáticos.
Cerrato declaró que hasta el momento la operación que se lleva  a cabo conjuntamente con el Ejército no presenta personas detenidas.
Xiomara Castro, esposa de Zelaya, también se encuentra en la sede diplomática brasileña, y dijo anoche que los servicios de agua y electricidad habían sido interrumpidos en la embajada.
Una de las estrategias de los militares para desalojar a manifestantes ha sido la colocación de parlantes que emiten a un nivel de sonido muy elevado.

http://www.talcualdigital.com/Avances/Viewer.aspx?id=25972&secid=1

Crise em Honduras 1

Chávez pide al gobierno hondureño que entregue el poder sin masacre

09:23 PM Caracas.- El gobierno de facto de Roberto Micheletti debe "entregar el poder" en Honduras sin provocar una masacre ahora que el derrocado Manuel Zelaya regresó, pidió el presidente Hugo Chávez este lunes.
"Esperamos que los golpistas entreguen el poder y no vayan a masacrar a ese pueblo o a intentar una locura. El mundo está a la expectativa. Es un hecho que sin duda coloca la situación de Honduras en un nivel distinto", declaró Chávez durante un acto público.
"Tienen que entregar el poder por las buenas. El pueblo está en la calle y el presidente en la embajada de Brasil. ¿Qué van a hacer los golpistas?", se preguntó, según informó AFP.
Chávez prácticamente anunció en televisión el retorno de Zelaya a Tegucigalpa casi tres meses después de que un golpe de Estado lo sacara del poder.
El derrocado mandatario se refugió en la embajada de Brasil en Tegucigalpa ante la sorpresa del régimen de facto, que exigió su entrega.
"Hay que felicitar al presidente Zelaya y reconocer su coraje. Hay que apoyar lo que está exigiendo, que es la presencia de organismos internacionales para evitar una masacre y el retorno de la democracia a ese país", agregó Chávez, que ha mantenido un apoyo incondicional al dirigente hondureño.
"Zelaya se refugió en la maleta de un carro" y en "tractores" y pasó varios controles sin ser descubierto hasta llegar a Tegucigalpa, dijo Chávez.
"Una acción heroica, casi en soledad, arriesgando la vida", resumió.

http://www.eluniversal.com/2009/09/21/chon_ava_chavez-pide-al-gobie_21A2768331.shtml

Brasil na crise de Honduras 1

Lula pide a Zelaya que no dé pretexto a golpistas para tomar embajada

09:46 AM Nueva York.- El presidente brasileño, Luis Inácio Lula da Silva, le pidió el martes a su depuesto colega hondureño Manuel Zelaya, que no dé pretexto a los golpistas para invadir la embajada de Brasil en Tegucigalpa, donde el líder derrocado buscó refugio.
Lula, quien viajó a Nueva York con motivo de la Asamblea General de las Naciones Unidas, agregó que habló con Zelaya por teléfono el martes por la mañana.
El presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, le ha pedido al gobierno de Brasil que entregue al líder depuesto para someterlo a la justicia, reseñó AP.
Zelaya llegó a la embajada brasileña en Tegucigalpa el lunes, luego de ingresar sigilosamente al país.
Lula afirmó que al permitir que Zelaya ingresara a su embajada, Brasil sólo hizo lo que cualquier país democrático haría.

http://www.eluniversal.com/2009/09/22/chon_ava_lula-pide-a-zelaya-q_22A2769451.shtml

sábado, 19 de setembro de 2009

Quais as potências do futuro (2)

Bajo la Lupa

El BRIC se robustece en el seno del G-20

Alfredo Jalife-Rahme

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Luiz Inacio Lula da Silva, presidente de Brasil (uno de los integrantes del BRIC), hace un par de semanas en Brasilia, durante una presentación de la reciente iniciativa para reformar la ley petrolera de su paísFoto Reuters

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n el contexto de lo que Zbigniew Brzezinski, ex asesor de seguridad nacional de Carter e íntimo de Obama, califica de incertidumbre estratégica y en medio de su nuevo orden hexapolar –donde insiste en colocar a Japón y despreciar a Brasil (ver Bajo la Lupa, 9/9/09)–, el rotativo oficioso chinoThe People’s Daily (8/9/09), bajo la pluma de su comentarista invitado, el profesor universitario Shi Jianxum, confiere una gran ponderación geoeconómica y política alos países del BRIC (Brasil, India, China y Rusia) que tendrán una voz (sic) más intensa y sonora, en vísperas de la tercera cumbre del G-20 en Pittsburgh.

El artículo es cuádruplemente significativo: por su timing, el autor, el sitio de difusión y la relevancia inequívoca del BRIC. Shi Jianxum es profesor de economía y finanzas de la prestigiada Universidad Tongji, con sede en Shanghai.

Vale un paréntesis: Lim Hwee Hua, ministra de la oficina del primer ministro y segunda ministra para Finanzas y Transporte de Singapur (Xinhua, 11/9/09), afirmó que el mundo se mueve hacia un nuevo orden mundial, con cambios estructurales profundos, donde el dominio de Estados Unidos será lenta (¡súper-sic!) pero seguramente (sic) balanceado por nuevos (sic) poderes como Brasil (¡súper-sic!), Rusia, India y China en un mundo multipolar (al que agrega a Europa).

La ministra de Singapur adopta, sin citar la fuente original, nuestra tesis del nuevo orden hexapolar (con Brasil y sin Japón; al contrario de Brzezinski), que adelantamos hace casi cinco años. Lo interesante es que su adopción provenga desde Singapur, integrante de lo que hemos denominado el circuito étnico chino (junto a China, Hong Kong, Macao y Taiwán), al que le queda muy claro el nuevo orden hexapolar (con Brasil y sin Japón).

Shi Jianxum refiere que el pasado 5 de septiembre, el grupo de ministros de finanzas y gobernadores de los bancos centrales del G-20, durante una reunión en Horsham (Gran Bretaña), preparatoria de la cumbre de Pittsburgh, se llevaron la sorpresa de la posición unificada del BRIC, que nunca antes había ocurrido en un foro internacional plural: El BRIC ha utilizado una sola voz para ventilar sus opiniones, y esto es de gran importancia en sí, lo cual facilitará la resonancia y el impacto de una voz integral de los nuevos mercados emergentes y países en vías de desarrollo para incentivar el desarrollo del multilateralismo. Sus razones tendrá Shi Jianxum, quien usamultilateralismo (en imitación de la cacofonía anglosajona) en lugar demultipolaridad.

Un día antes a la reunión de marras, en una junta propia, el BRIC reclamó la reforma de las instituciones financieras internacionales, específicamente la gobernación del Banco Mundial, que requiere la revisión de su capital de base para cumplir un papel contracíclico efectivo.

Interpreta positivamente el comunicado del G-20, muy generoso en la retórica y exageradamente miserable a la hora de cumplir sus compromisos. A su juicio, el G-20 adoptó las exhortaciones del BRIC y prometió completar (sic) las reformas al Banco Mundial para la primavera del 2010 y revisar las cuotas del FMI en 2011. Shi Jianxum no se percata de que la columna vertebral del G-20, constituida por la dupla anglosajona, busca ganar tiempo para recuperar su poder financiero averiado.

Recuerda que en la primera cumbre del G-20 celebrada en abril en Londres –que no condujo a mucho salvo a un diluvio de promesas incumplidas–, el BRIC se comportó como un nuevo bloque político. Pues no se notó mucho, ya que al BRIC le faltó carácter, lo cual fue motivo de las burlas de The Financial Times, que lo tildó como una entidad vacua.

Reconoce que el BRIC no es una comunidad, ya que sus miembros no se involucran en una cooperación militar ni en geopolítica y buscan sus derechos e intereses respectivos, así como la edificación de sistemas multilaterales (sic) globales a través de negociaciones, lo cual es vitalmente significativo y se conforma a una tendencia general de los tiempos de la historia humana.

Aquí aflora la candidez de Shi Jianxum, quien cree en la evolución humana únicamente mediante negociaciones con el G-7 y soslaya la ominosa sicología bélica de la dupla anglosajona, que ha afianzado su poder desde el siglo XVII mediante sus guerras permanentes. A Shi Jianxum se le olvidaron las dos guerras del opio que le propinó humillantemente la pérfida Albión (con ayuda de Estados Unidos y Francia) a China.

Expone las dificultades numerosas y los obstáculos en amplitud variada en su visión del desarrollo, así como algunas diferencias o disparidades en términos de ideología, sistema social, intereses geopolíticos y económicos, y en un número de algunas disputas o contradicciones prácticas, lo que no afecta ni interfiere en su asociación igualitaria ni en su cooperación con una mentalidad ganar-ganar.

A su juicio, el BRIC comparte el fuerte (sic) deseo de jugar un mayor papel para crear un nuevo orden financiero global con el fin de contrarrestar a Occidente y a Japón (¡súper-sic!) y tener una mayor representación en las instituciones financieras globales. Por lo visto, en la fase desconstructivista de Yukio Hatoyama, no se ilusiona sobre la voluntad de acercamiento de Japón con China y el noreste asiático.

Aduce correctamente que debido a su escala económica decisiva y pivote (sic), el BRIC ha mejorado su estatura competitiva en la economía global y ahora es capaz de rivalizar con los países desarrollados occidentales, lo cual no podría conseguir en forma individual.

En una perspectiva de largo plazo, considera que el futuro orden global estará determinado por los motivos, la capacidad y la fortaleza del BRIC en transformar la estructura de poder global y en continuar representando con una sola voz los intereses de los países en vías de desarrollo.

Aconseja al BRIC sistematizar y normalizar la reuniones de sus líderes y ministros de manera regular, con la optimización de su representatividad para atraer un mayor número de nuevos países emergentes con gran influencia regional, como Sudáfrica, México y Arabia Saudita, que deben ser reclutados.

No discutimos la incorporación de potencias medianas, pero en una fase muy ulterior, después de que se consolide el original BRIC, todavía muy frágil.

Sudáfrica es incuestionable, y junto a Arabia Saudita deben acompañarla Egipto, Turquía, Irán e Indonesia.

Se nota la rigidez académica teórica de Shi Jianxum, quien no está actualizado sobre el México neoliberal que ha sido fagocitado por el ASPAN y que carece de voluntad política propia.

Baste ver la calamitosa conducta de Felipe Calderón en el G-20, siempre a favor del unilateralismo de Estados Unidos y quien, por cierto, apuntaló la instalación de sus siete bases militares en Colombia que, más que socavar obscenamente a Venezuela, tienen como último propósito descuartizar a Brasil, uno de los cuatro puntales del ascendente BRIC.

¿Cuál es la masoquista necesidad ontológica de compartir el lecho con el enemigo?

http://www.jornada.unam.mx/2009/09/13/index.php?section=opinion&article=018o1pol

Quais as potências do futuro? (1)

Bajo la Lupa

Brzezinski y su nuevo orden hexapolar (con Japón y sin Brasil)

Alfredo Jalife-Rahme

Conforme involuciona Estados Unidos y evoluciona el BRIC (Brasil, Rusia, India y China), el geoestratega polaco-canadiense-estadunidense Zbigniew Brzezinski, anterior asesor de Seguridad Nacional de James Carter y hoy íntimo de Barack Obama, a sus 81 años de edad ajusta la mira sobre quienes a su juicio constituyen los integrantes del nuevo orden hexapolar: Estados Unidos, la Unión Europea, China, India, Japón y Rusia.

En su reciente artículo de aniversario de la OTAN (Foreign Affairs,septiembre/octubre de 2009), llama la atención que, pese a sus reticencias sicológicas debido a su intensa rusofobia, haya agregado finalmente a Rusia a su anterior orden pentapolar (ver Bajo la Lupa, 24/2/07) para conformar la estructura de su nuevo orden hexapolar.

Entre el anterior orden pentapolar de Brzezinski y su reciente rectificación del nuevo orden hexapolar, donde insiste en colocar a Japón a expensas de Brasil, se atravesó la vigorosa cuan fulminante respuesta rusa a la agresión de Georgia a las dos Osetias (del Norte y del Sur) azuzada por la OTAN (primordialmente, por Estados Unidos y Gran Bretaña y, en la retaguardia, por Israel), lo cual, a nuestro humilde entender, cambió sustancialmente las coordenadas de la geopolítica global.

Será interesante indagar si después del tsunami electoral del primer Yukio Hatoyama (ver Bajo la Lupa, 21/8/09 y 2/9/09), que marca el inicio de la desglobalización y la desestadunización de Japón, Brzezinski todavía insiste en colocar al otrora imperio del sol naciente en su nuevo orden hexapolar, que se diferencia de nuestra taxonomía por la permutación de Brasil por Japón, que nos atrevimos a formular felizmente hace cuatro años y a contracorriente del rebaño unipolar (ver Bajo la Lupa, 26/6/05).

Su extenso artículo, enfocado exclusivamente a la OTAN, lo consideramos más ilustrativo por sus omisiones impactantes, así como por su abordaje tangencial sobre el nuevo orden hexapolar y el ascenso fenomenal de la sociedad civil global.

Con todo nuestro debido respeto a las teorías de Brzezinski –quien concede influencia desmedida a la alianza trasatlántica–, la suerte de la OTAN quedará sellada por su desenlace en Afganistán, donde se ha empantanado y ha exhibido fracturas internas muy perturbadoras (v.gr. con Gran Bretaña y Alemania).

En ningún momento aborda su propuesta de principios de año sobre un G-2 con China ni menciona siquiera las tratativas del G-20 en materia financiera (en otro lugar se pronuncia más bien por un G-15 de corte geopolítico muy forzado).

Las finanzas globales, ya no se diga la economía, no son el fuerte del pensamiento de Brzezinski, pero tampoco se puede desdeñar que pocos como él entienden en Estados Unidos los alcances geoestratégicos del poder crudo y rudo.

Gran parte del éxito de la OTAN en su expansión al este la atribuye más al resultado de la espontaneidad (sic) de la historia, confusa y contradictoria aunque decisiva, que al producto de un diseño estratégico. Aprovecha el viaje para exhumar archivos desclasificados recientes y refuta las objeciones rusas sobre la expansión de la OTAN hasta sus fronteras, presumiendo que el entonces presidente Boris Yeltsin accedió en sus negociaciones con Lech Walesa. Como que no suena verosímil.

Aduce que en “el curso de sus 60 años de aniversario, la OTAN unificó a Occidente, salvó a Europa y concluyó la guerra fría” y hoy sin duda (sic) representa la alianza militar y política más poderosa del mundo.

Entonces, ¿por qué sus dos miembros militares y políticos más sobresalientes, Estados Unidos y Gran Bretaña, fueron derrotados humillantemente en Irak por la guerrilla sunita? ¿Por qué la OTAN se vio emasculada frente a la fulminante réplica rusa en el Cáucaso, adonde no acudió a defender a su alebrestado aliado georgiano? ¿Por qué está a punto de ser derrotada por la rupestre guerrilla de los talibanes en Afganistán?

Sea lo que fuere, el íntimo geoestratega de Obama diagnostica correctamente el gran desafío de la OTAN en ajustarse a un mundo transformado.

Mas allá de su banquete ditirámbico sobre el pasado y el presente de la OTAN (con 45 por ciento del PIB global y 900 millones de habitantes, que equivalen solamente a 15 por ciento de la población mundial), oculta el inicio de su decadencia geoconómica frente al notable despegue del BRIC.

Reconoce que el centro de gravedad económico y político (¡súper-sic!) global se ha desplazado del Atlántico Norte hasta Asia y el Pacífico. Aunque el giroeconómico es más objetivo y el político sea más subjetivo, llama la atención que Brzezinski se refiera a ambos rubros sin tapujos y en detrimento de la otrora unipolaridad de Estados Unidos.

Enumera su nuevo orden hexapolar de quienes encabezan el poder global y refiere que dos, por lo menos –Rusia y China–, y quizá tres –deja flotar la duda sobre India–, son revisionistas –¡súper-sic!– en su orientación”.

No define el significado de revisionista, pero se infiere que se evoca cuando pone en duda el liderazgo infalible y omnisciente de la otrora superpotencia unipolar: “el poder ‘ascendente pacífico’ de la autoconfiada China, la truculencia de la imperialmente nostálgica Rusia, o la presumida y muy segura India (a pesar de sus vulnerabilidades internas y multiétnicas), todos desean un cambio en el orden vigente. Su conducta futura y la relación entre estos tres poderes revisionistas todavía relativamente prudentes intensificarán más la incertidumbre (sic) estratégica”.

Brzezinski admite lúcidamente el desvanecimiento de la jerarquía global posterior a la Segunda Guerra Mundial y la dispersión simultánea del poder global. Ni más ni menos que el incipiente nuevo orden multipolar que se resiste a pronunciar inequívocamente y que Richard Haass, el mandamás del influyente Consejo de Relaciones Exteriores, susurra timoratamente como multilateralismo, que no es lo mismo cuando se trata de definir al poder crudo y rudo.

Una frase demoledoramente autocrítica que será muy apreciada en los sectores antagónicos al neoconservadurismo straussiano (con caricatura bushiana), tanto en el interior como al exterior de Estados Unidos: desafortunadamente, el liderazgo de Estados Unidos en años recientes (sic) sin ninguna intención, pero en forma muy imprudente, contribuyó a la ominosa (sic) situación presente. La combinación del arrogante unilateralismo de Estados Unidos en Irak y sus lemas demagógicos islamofóbicos debilitó la unidad de la OTAN y despertó el resentimiento musulmán enfocado a Estados Unidos y a Occidente en forma más general.

Será interesante percibir la forma en la que Brzezinski digerirá conceptualmente el reciente acuerdo espectacular entre Francia y Brasil en materia estratégica, militar, nuclear y satelital. Por lo pronto, China, India, Francia y, recientemente, Rusia –para citar a las potencias de primer nivel–, no comparten el desprecio de Estados Unidos hacia Brasil, que no vemos cómo pueda ser ignorado en una clasificación funcionalmente realista del nuevo orden mundial.

http://www.jornada.unam.mx/2009/09/09/index.php?section=opinion&article=025o1pol

Le Monde diz que Lula acertou, crise foi uma marolinha

A recuperação do crescimento mundial depende do Bric

Le Monde

Jean-Pierre Langellier (no Rio de Janeiro)
Marie Jégo (em Moscou)
Julien Bouissou (em Nova Déli)

O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, celebrou do seu modo o primeiro aniversário da falência do banco de investimentos Lehman Brothers ao anunciar, na terça-feira (15), que a recessão econômica havia "provavelmente terminado" nos Estados Unidos.
No mesmo dia, confirmando suas declarações, o Departamento de Comércio americano divulgou que as vendas no varejo haviam subido 2,7% no mês de agosto, a maior alta desde janeiro de 2006. Se é sinal de que o consumidor americano recuperou um pouco do apetite, os economistas também concordam em dizer que a dona-de-casa do Texas não poderá mais exercer o papel de motor do crescimento da economia mundial, como acontecia há duas décadas. Chegou a hora do desendividamento e da poupança para os americanos. Também não é com a velha Europa, presa em seus problemas estruturais de dívida pública, de deduções de impostos obrigatórios recordes e de atraso tecnológico, que a economia mundial pode contar para recuperar seu dinamismo do passado.

É nos grandes países emergentes, o famoso Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) que a esperança recai hoje - a esperança que a fase de recuperação do atraso de seu nível de vida comparado aos países ocidentais continuará, ou até se acelerará. E que seus modelos de crescimento, até hoje muito baseados nas exportações, seja de camisetas ou de matéria-prima, cederão aos poucos o lugar a um novo modo de desenvolvimento, dando destaque à demanda interna.
Balanço das economias do Bric, um ano após a turbulência.
China
Com vendas de veículos em alta de quase 30% nos oito primeiros meses do ano, uma retomada contínua das importações de matéria-prima e uma Bolsa superaquecida, a China não dá a impressão de estar sofrendo com a crise mundial. A taxa de crescimento anual de 8% do PIB, objetivo inicial do governo para 2009, deverá ser atingida, declarou recentemente a Agência Nacional de Estatísticas.
A força do crescimento chinês se explica pelo mega plano de estímulo de 4 trilhões de yuans (cerca de R$ 1 trilhão) em dois anos anunciado no fim de 2008, fonte de um frenesi de investimentos em infraestrutura sem igual na história econômica mundial. Como emergência, o governo chinês ordenou aos bancos que abrissem todas as comportas de crédito. E após uma grande desaceleração em julho, os créditos voltaram a crescer em agosto.
Essa estratégia de estímulo com esteróides, que permitiu amortecer o choque sobre o desemprego e evitar que explodisse o caldeirão social, também tem desequilíbrios: parte do dinheiro dos bancos obviamente foi dirigido à especulação (bolsa, setor imobiliário, matéria-prima), enquanto futuras dívidas duvidosas/incobráveis se acumulam. Diversos economistas chineses reunidos nos dias 12 e 13 de setembro no Davos chinês, em Dalian, denunciaram que o modelo econômico chinês pende um pouco mais para o lado errado, o dos investimentos em detrimento do consumo.
Índia
Apesar da crise mundial que veio à tona há um ano, o crescimento indiano prosseguiu em um ritmo contínuo. Ele atingiu 6,7% no ano fiscal que termina em 31 de março de 2009, e deverá cair para cerca de 6% no exercício seguinte. A fraca monção deste verão, com metade do país atingido pela seca, explica essa ligeira queda. Com exceção da agricultura, todos os setores foram poupados pela crise. A produção industrial viu em junho seu melhor desempenho em um ano e meio. E o setor de serviços manteve seu ritmo de crescimento de 6,3% no primeiro trimestre de 2009. A Índia deve seu bom desempenho à força de sua demanda interna e à resistência de seu sistema financeiro, "pouco conectado ao resto do mundo", como observa Rajiv Kumar, diretor do Conselho Indiano para a Pesquisa sobre as Relações Econômicas Internacionais (Icrier).
Em um país onde somente 15% da economia depende das exportações, a demanda interna foi pouco afetada pela recessão mundial, sobretudo nas zonas rurais, que constituem metade da receita nacional. Graças aos programas sociais e ao aumento dos investimentos públicos em infraestrutura, o setor rural viu sua receita aumentar. O Estado paga um preço alto por isso, com um déficit orçamentário que representa 6,8% do PNB. E a agência de classificação de risco Standard & Poor's passou de "estável" para "negativo" seu rating soberano (nota de risco de crédito) sobre a Índia. O país continua sendo, no entanto, um destino atraente para os investidores do mundo inteiro, pois é visto como uma área de crescimento ideal para os mercados saturados, e atingidos pela crise, dos países desenvolvidos.

Saiba o que mudou no Brasil em um ano de crise

Nem uma marolinha, como chegou a prever o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem um tsunami, como esperavam muitos empresários. É assim que analistas descrevem o resultado da crise no Brasil, pelo menos até o momento. Um ano depois da quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, alguns indicadores econômicos, entre eles o crédito e o desemprego, já voltaram aos níveis pré-turbulência

Brasil
Ao prever com ironia um ano atrás que "o tsunami" da crise provocaria em seu país uma simples "marola", o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acertou: a recessão só duraria um semestre.
O produto interno bruto aumentou 1,9% no segundo trimestre de 2009, depois de ter recuado durante dois trimestres consecutivos: -3,4% (outubro-dezembro 2008) e -1% (janeiro-março 2009).
Segundo o ministro da economia, Guido Mantega, o gigante sulamericano deverá recuperar em 2010 sua velocidade média anterior à crise, em torno de +4,5%.
Atingido pela recessão mais tarde que a maioria dos países do mundo, o Brasil também saiu dela antes, como mostram dois outros índices: a Bolsa de São Paulo retomou seu alto nível de um ano atrás e a moeda, o real, recuperou toda sua força frente ao dólar e o euro.
A rápida recuperação do Brasil mostra como foi acertada a estratégia adotada pelo governo, com enfoque sobre o apoio do mercado interno. Reduções de impostos na indústria automobilística e de eletrodomésticos mantiveram as vendas nesses dois setores industriais cruciais.
O Banco Central ajudou os bancos em dificuldades, retirando de suas gordas reservas - US$ 200 bilhões - para irrigar o mercado que havia secado. Grandes empresas, como a gigante mineradora Vale, ficaram com medo, congelando seus investimentos, o que é criticado pelo presidente Lula hoje. Mas a confiança dos consumidores não foi abalada: "A economia sobreviveu graças aos mais pobres", ressalta Lula.
Rússia
Bem mais atingida pela crise do que os outros países do Bric (Brasil, Índia, China), a Rússia vive um vislumbre de retomada. Seu PIB cresceu 0,4% em junho e 0,5% em julho.
O ministro russo das Finanças, Alexei Kudrine, se mostra otimista: o país emergirá "completamente" no terceiro trimestre de 2009. "A longo prazo e por diversas razões, a Rússia continuará tendo um sólido crescimento" que lhe permitirá se elevar "à sexta posição da economia mundial".
Após um crescimento econômico sem precedentes nos últimos dez anos, a Federação Russa mergulhou de cabeça na crise. Seu PIB despencou 9,8% no primeiro trimestre em um ano, e 10,9% no segundo trimestre.
Essa aterrissagem brutal se explica pelo modelo russo de crescimento, focado nas exportações de matéria-prima e no recurso maciço aos créditos estrangeiros. A crise revelou o fracasso das autoridades em aplicar reformas estruturais no momento em que o Estado colhia as receitas da venda do petróleo. Cientes dessas fraquezas, as autoridades russas falaram nos últimos meses em favor de uma diversificação e de uma modernização de infraestrutura.
Essas boas resoluções correm o risco de logo serem esquecidas. O estremecimento atual da economia tem uma única causa, a subida do preço do petróleo, que passou de US$ 33 em dezembro de 2008 para US$ 70 nos últimos meses. Quanto aos empréstimos feitos do exterior, eles secaram, o que sinaliza o fim do consumo desenfreado e dos projetos de desenvolvimento. "Vinte anos de tumultuosas mudanças em nosso país não mudaram sua humilhante dependência das matérias-primas. (...) Com raras exceções, nossas empresas não criam os bens e a tecnologia necessárias para a população", ressaltou recentemente o presidente Dmitri Medvedev.

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2009/09/17/ult580u3936.jhtm

Buscando reforçar o mito e ser um novo Vargas?

Lula quer consolidação das leis sociais no molde da CLT

18/09 - 11:33 - Agência Estado

Com mais de 14 meses de mandato pela frente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já começou a apresentar a prestação de contas do seu governo. Nas últimas semanas, Lula tem aproveitado, sem exceção, todas as solenidades de que participa para listar o que considera como conquistas obtidas para o Brasil durante sua administração, iniciada em 2003.

Também tem se preocupado em tentar pautar o rumo do debate para os candidatos a sua sucessão. Lula vem anunciando - diretamente ou por meio de seus ministros - medidas de fundo que pretende adotar e assuntos que deseja ver discutidos ou esquecidos.
A estratégia do presidente é se apresentar como alguém que aponta caminhos para o futuro, potencializando a expectativa de ganhos que o Brasil poderá ter nos próximos anos com a exploração de petróleo na camada do pré-sal. Nos últimos dias, Lula decidiu anunciar algumas das linhas de ação com as quais espera marcar a conclusão do seu mandato. Já escolheu algumas. A primeira passa por um aumento significativo do investimento na Educação e em Ciência e Tecnologia. Outra, trata de um plano massificado de inclusão digital em todo o País. "Quero levar isso a cada rincão do Brasil", diz.
Sua principal ideia é instituir uma Consolidação das Leis Sociais, adaptando para a área social o modelo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) lançada por Getúlio Vargas na década de 40. "Será uma consolidação das políticas públicas para sustentar os avanços conquistados. Tudo o que foi feito, até as conferências nacionais, porque nós só temos legalizada a saúde", disse em entrevista publicada no jornal "Valor Econômico".
Esse modelo, que precisará ser aprovado pelo Congresso, pretende reunir e fixar regras num só corpo para a maioria das iniciativas que o governo mantém na área social. O objetivo de Lula é dar caráter permanente a políticas lançadas em seu governo nesse setor - da mesma foram que a CLT estabeleceu normas na área trabalhista. A nova Consolidação deverá incluir programas como Bolsa Família, Saúde da Família e Merenda Escolar, entre outros. Dentro dessa visão, a garantia da existência do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) também será assegurada por meio de uma dessas novas leis, como o próprio Lula anunciou na última reunião do conselho, na terça-feira.
"Eu vou fazer a consolidação das políticas sociais que nós criamos neste país, para transformar em política de Estado. Este conselho tem que ser transformado em uma coisa de Estado. Não é qualquer um que vai chegar aqui e falar: ‘eu vou acabar com o conselho porque quero acabar com o conselho’. Ele pode até não querer fazer, mas que vai estar na lei, vai estar na lei, que este país tem um conselho", disse aos conselheiros na reunião. "A quantidade de políticas que fizemos que, por todos os indicadores, demonstra parte do sucesso deste momento que estamos vivendo, não pode ser destruída. Nós temos que andar daqui para frente, não podemos voltar mais atrás."
Lula também tem avisado o que não quer mais fazer. Tirou de pauta, por exemplo, qualquer iniciativa em prol de uma reforma tributária. "Eu confesso a vocês que essa discussão sobre política tributária, para mim, está ficando uma coisa velha e arcaica, porque só eu já mandei duas para o Congresso Nacional e não aconteceu absolutamente nada. E não posso mandar a terceira, não só porque não tenho mais tempo, mas porque também não acredito. A verdade é que uma parte da sociedade não quer reforma tributária, porque se quisesse ela tinha acontecido", disse na reunião do CDES. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/09/18/lula+quer+consolidacao+das+leis+sociais+no+molde+da+clt+8516939.html

Chile X Peru

Chile rechaza un pacto de no agresión propuesto por Perú

El gobierno de Bachelet sostiene que no es necesario un acuerdo ya que no hay un estado bélico entre ambos países.

Santiago, Chile. AFP.- Chile rechazó con dureza la propuesta de Perú de establecer un pacto de no agresión comparable con el que suscribieron nazis y soviéticos antes de la Segunda Guerra Mundial, mientras analistas sostienen que un acuerdo así no es necesario porque no hay un estado cuasi bélico entre ambos países.
“Uno hace un pacto de no agresión cuando hay una amenaza latente. Recuerdo el pacto de la Alemania nazi y la Unión Soviética, ahí había pacto de no agresión”, declaró el ministro de Defensa chileno, Francisco Vidal, tras inspeccionar aeronaves que participarán el sábado en la Parada Militar de Fiestas Patrias.
“Chile no agrede a nadie, defiende lo que tiene y punto”, insistió Vidal.
De esta manera respondió Vidal a la propuesta que el lunes lanzó el presidente de Perú, Alan García, quien sugirió a la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) un pacto de no agresión militar para frenar el armamentismo en el continente.
“Un acuerdo como el que propone Perú se justifica entre dos países que atraviesan por una situación cuasi bélica, y no es el caso. Entiendo que Chile lo que busca más bien es profundizar acuerdos de integración y de confianza mutua”, declaró a la AFP el analista internacional Raúl Sohr.
“Perú acusa de gastos (militares) desmedidos a Chile y tiene fundamentos, por lejos es el país que más gasta en la región en Defensa per cápita. Pero sus gastos son públicos. Chile en cambio acusa a Perú de esconder lo que compra y pasarlo como parte de su presupuesto de Defensa”, añadió.
Tema complicado
Sohr, en todo caso, destaca que la Unasur esté abordando estos temas aunque reconoce que el desequilibrio bélico es un tema complicado debido a los planes de Brasil o Venezuela, que han llegado a millonarios acuerdos para fortalecer su Defensa. “Un tema tan delicado, en un contexto regional tan enrarecido, no se puede instalar sin un trabajo diplomático previo, que permita sondear su factibilidad. Al lanzarlo de sopetón, García sólo pudo recoger respuestas intuitivas y necesariamente improvisadas”, comentó a la AFP el analista José Rodríguez Elizondo.
Las Fuerzas Armadas chilenas han recibido más de 6.000 millones de dólares entre 2000 y el primer semestre de 2009. Según el experto en Defensa Guillermo Patillo, hoy habría casi 2.000 millones en ahorros, que no podrán ser destinados a otro fin que no sea la compra o mantenimiento de material bélico. El tema es sensible en Perú, que el año pasado demandó a Chile ante la Corte Internacional de La Haya para que se reconozcan sus derechos en un área marítima de unos 95.000 km2 en el Pacífico sobre la que Chile ejerce dominio en la actualidad.
Perú ya presentó sus argumentos y hasta marzo próximo Chile tiene plazo para hacer lo mismo. “La demanda marítima peruana introdujo una muy mala dinámica en la relación bilateral y subregional, que favorece el incremento del gasto militar y ayuda a convertir la institucionalidad integracionista como Unasur en un foro sobre amenazas bélicas o ‘vientos de guerra’, como dice Hugo Chávez”, añadió Rodríguez Elizondo.

http://www.lanacion.com.py/noticias-268526-2009-09-19.htm