Vale estuda comprar 51% de empresa de logística em Moçambique
- 23-Oct-2009 - 21:49
A Vale informou hoje que está avaliando exercer a opção de compra de 51 por cento da Insitec, empresa de Moçambique dona de concessões ferroviárias e portuárias, o que viabilizaria a expansão do seu projecto de carvão (Moatize) no país.
Nesta sexta-feira, a mineradora assinou em Moaçambique um protocolo de intenções com o governo e a Insitec, accionista das empresas constituintes do Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN). O protocolo foi assinado pelo ministro de Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula; pelo director-presidente da Vale, Roger Agnelli; e pelo presidente da Insitec, Celso Correia.
Segundo a Vale, o objectivo é reproduzir o modelo de integração mina-ferrovia-porto usado com sucesso no Brasil.
"A viabilização deste corredor logístico possibilitará a expansão da mina de carvão de Moatize, e facilitará o desenvolvimento da mina de fosfato de Evate, projectos moçambicanos que estão actualmente em fase de estudo, além de permitir no futuro o escoamento do cobre a ser produzido pela Vale no Copperbelt da Zâmbia", informou a companhia.
O projecto Moatize prevê a produção inicial de 11 milhões de toneladas de carvão, que já tem logística assegurada. A compra das acções da Insitec seriam para garantir a expansão de Moatize para 24 milhões de toneladas.
"Estamos examinando a viabilização de ferrovia de Moatize a Nacala, envolvendo construção de ligação ferroviária com aproximadamente 180 quilómetros de extensão entre Moatize e Lirangwe, no Malawi", informou a Vale.
Além disso, "a empresa avalia a reabilitação de 730 quilómetros da ferrovia já existente conectando o Malawi a Moçambique, e o desenvolvimento de um terminal marítimo de águas profundas em Nacala", complementou a companhia.
"Este projecto vai promover o desenvolvimento da África Oriental, com destaque para países como Moçambique, Zâmbia, Malawi e República Democrática do Congo, onde existem importantes reservas de carvão, cobre e fosfato e enorme potencial agrícola", declarou o presidente da Vale, Roger Agnelli, que esta semana anunciou investimentos de 12,9 bilhões de dólares para 2010.
O executivo tem sido pressionado pelo governo brasileiro para investir mais no Brasil, que receberá 63 por cento do total anunciado. Agnelli tem demonstrado porém que a companhia também precisa se expandir internacionalmente. Além do protocolo em Moçambique, a Vale participa numa licitação na Mongólia, também para exploração de carvão.
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=24301&catogory=Mo%E7ambique
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