Se fosse argentino, Lula seria eleito presidente lá
Publicada em 09/10/2009 às 00h03m
Janaína Figueiredo
BUENOS AIRES - O Brasil está na moda entre os argentinos e, enquanto o casal Néstor e Cristina Kirchner perde popularidade (a imagem positiva da presidente não supera 20%), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganha cada vez mais admiradores no país vizinho. De acordo com pesquisa realizada pela empresa de consultoria Carlos Fara e Associados, se Lula fosse argentino seria eleito presidente com 52% dos votos (Cristina Kirchner venceu a eleição de 2007 com 45%). No levantamento, o casal Kirchner não foi incluído. Lula lidera numa lista com outros dez líderes estrangeiros e seria eleito no primeiro turno.
A imagem positiva do presidente brasileiro entre os argentinos, que de acordo com a empresa de consultoria argentina cresceu de forma expressiva nos últimos três anos, alcança 73%. Na lista de chefes de Estado estrangeiros mais populares nas terras do casal K, o americano Barack Obama ficou em segundo lugar em popularidade, com 62% (numa suposta eleição, teria 44%), e a chilena Michelle Bachelet, que encerrará seu mandato em março do ano que vem, foi a terceira mais popular, com 60%. Os presidentes menos venerados pelos argentinos são o venezuelano, Hugo Chávez, e o colombiano Álvaro Uribe, ambos com apenas 16% de respaldo.
Na visão do analista político Carlos Fara, nos últimos tempos surgiu na Argentina um forte sentimento de "inveja saudável" pelo desenvolvimento do Brasil em várias áreas.
- O Brasil sente-se orgulhoso de seus avanços, e na Argentina existe um pessimismo muito grande, uma sensação de que estamos perdendo oportunidades - diz Fara.
Segundo ele, "o Brasil tem políticas de Estado, algo do qual carecemos":
- Na Argentina instalou-se uma imagem de corrupção vinculada ao governo Kirchner, e a queda de sua popularidade também coincide com momentos de fortes confrontos com os meios de comunicação, algo que a população não vê com bons olhos.
A escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016 acentuou o clima de "inveja saudável" em relação ao Brasil. Esta semana, a manchete do jornal "Crítica" refletiu este sentimento: "O Brasil tem pela frente uma década espetacular: em 2014 será sede da Copa e, em 2016, dos Jogos Olímpicos".
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