São Paulo, quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Índia começa a desmontar medidas contra a crise
BC local manda instituições aumentarem suas reservas
DA REDAÇÃO
O BC da Índia manteve intactos os juros do país, mas tomou as primeiras ações para desmontar as medidas que visavam aumentar a liquidez para conter os impactos da crise.
Pela decisão anunciada ontem, os bancos da terceira maior economia da Ásia vão ter que aumentar as suas reservas (inclusive por meio da compra de títulos do governo), visando, além da retirada de liquidez, diminuir a ameaça de inflação.
Com essa decisão, a Índia se une a uma lista de países (concentrada especialmente nos emergentes) que começam a desmontar as ações tomadas recentemente para evitar a pior crise global em mais de 80 anos.
A Austrália, no início deste mês, foi a primeira das 20 maiores economias globais a aumentar os juros -a expectativa é que a decisão seja logo seguida pela Coreia do Sul. No Brasil, o governo começou a taxar a entrada de capital estrangeiro na Bolsa de Valores, com a cobrança de 2% de IOF.
Em comum, esses países têm o fato de terem conseguido evitar a recessão (dois trimestres consecutivos de retração econômica), casos da Austrália e da Coreia do Sul, ou passar por ela por um curto período, como ocorreu com o Brasil.
Esse também foi o caso da Índia. No último trimestre de 2008, o PIB teve a menor expansão em seis anos, 5,8%, mas já se acelerou para 6,1% de abril a junho -dado mais recente disponível. A produção industrial cresceu 10,4% em agosto, o maior avanço em 22 meses.
Com os indícios de recuperação da economia, o BC afirmou que "muitas das medidas não convencionais podem ser revertidas imediatamente".
Esse enxugamento se deve em parte à preocupação com a inflação. O banco central indiano prevê agora que a inflação no ano fiscal que se encerra em março de 2010 fique em 6,5%, ante estimativa anterior de aumento de preços de 5%.
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