"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dilma pode perder as eleições se depender dela mesma

O que o Rio de Janeiro ser escolhido como sede das Olimpíadas de 2016 não faz, a Globo engoliu o orgulho e o Lula. Aparentemente haverá um novo acordo entre o PT e a Globo como em 2002 depois do rompimento explícito em 2006.

Hoje o Sportv transmitiu ao vivo discursos e longas entrevistas do Lula sobre a escolha do Rio de Janeiro. Pior, a Dilma foi entrevistada no Arena Sportv pelo Cleber Machado e pode falar o quanto quis em cada pergunta, não foi interrompida, nem confrontada.

Entretanto, a ministra Dilma não se saiu bem. Era um excelente momento para a promoção do governo, e ela não foi eficaz. Óbvio que ela promoveu o governo, mas não o fez bem. Era um momento inadequado para superdimensionar as ações do governo, era preciso citar as ações concretas e realistas que estão sendo realizadas, e ela foi genérica demais, não mostrou conteúdo. talvez por medo de assumir uma postura excessivamente técnica, ela foi demais para o outro lado, especialmente para ela que conhece o que o governo está fazendo, acompanha tudo.

A ministra mostrou que não sabe adaptar o discurso ao público. Aproveitou a oportunidade para atacar o governo FHC. O dado mencionado era impressionante mesmo, investir apenas no Complexo do Alemão em saneamento básico o dobro do que foi investido em saneamento no país todo em 2002. Mas não cabia lembrar o governo FHC, o tipo de público tanto que assiste quanto os jornalistas não é atingido por isso, ao contrário, ainda mais que estava presente o Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE no governo FHC e irmão do Bussunda.

A chefe da Casa Civil mostrou desconhecimento em relação à política esportiva e pouco jogo de cintura para lidar com um assunto que não domina, deu uma resposta longa que apenas repetiu o que foi dito pelo jornalista. O financiamento governamental ao esporte cresceu muito e isto deveria ter sido dito. O que falta ao Brasil é estabelecer metas de desempenho. Sobre o papel social do esporte, a ministra também não demonstrou conhecimento das políticas em curso.

Agora a ministra foi bem ao responder o irmão do Bussunda sobre a questão ambiental no Rio de Janeiro, sobre as Olímpiadas do Rio serem as Olímpiadas da sustentabilidade. A ministra respondeu de forma firme que isso não era uma questão da cidade e deu informações sobre a matriz energética brasileira e falou sobre a questão ambiental no Brasil, sobre o uso de hidroelétricas. Entendo que ela perdeu uma oportunidade de responder num programa não-político as críticas das ONGs, que vêem no pré-sal um risco ambiental, poderia ter lembrado que nossa matriz energética não mudará.

Por fim teria alguns conselhos a dar para a ministra-chefe da Casa Civil e candidata a presidente da República, eliminar o “eu acho”, não é coisa de intelectual que acha que o correta é “eu penso” para mostrar ponderação, é porque no caso da ministra parece ser um vício de linguagem fortíssimo. Falou dezenas de eu acho, não começando a resposta, mas dentro da própria resposta. Verdade que usou mais enquanto falava de política esportiva que não entende do que quando falou de sustentabilidade ambiental que ela entende. Mas é irritante ao ouvido tantos eu acho.

Faria uma recomendação inversa a de seus marqueteiros, que ela não se esforce para parecer simpática numa entrevista, ela não é uma pessoa carismática e parece forçado. Se ela responder numa posição firme olhando para câmera, ela se dará melhor por transmitir confiança e por ser ela mesma. Em vídeos produzidos a história é outra, pode-se produzir simpatia, mas em entrevistas é melhor a autenticidade se a simpatia não estiver bem treinada.

E relacionado ao anterior, aparentemente a ministra está usando peruca. O cabelo dela parece artificial, todo mundo sabe da doença dela, não há problema em usar peruca. Mas ela deveria ignorar o conselho dos marqueteiros e usar uma peruca mais formal. Aparentemente escolheram uma peruca para dar mais jovial, com um penteado menos austero. Não combina com a cara dela e fica estranho.

Acho muito improvável o governo perder as eleições. O próprio Serra sabe disso, por isso não quer se assumir como candidato logo. Mas depois do desempenho da ministra hoje, se depender dela, a chance de perder cresce muito. O trunfo que ela tem é o presidente Lula.

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