"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Os sindicatos morreram e, ao contrário dos reis, continuam mortos!

Hoje um pouco antes das nove da manhã logo depois do Masp na avenida Paulista, havia uma manifestação dos bancários. Carro de som, gente discursando, faixas na frente dos bancos. Um suspiro do sindicalismo no Brasil. Já disse aqui como a CUT e a Força Sindical traem os trabalhadores. Falemos dos sindicatos dos bancários.
No início dos anos 90, os bancários ainda faziam greve, conseguiam aumentos salariais significativos. Os bancos mataram o sindicato dos bancários com a informatização. O enfraquecimento dos bancários junto com o enfraquecimento dos metalúrgicos etc. matou uma parte do futuro do Brasil, porque estes sindicatos passaram a olhar para o próprio umbigo e esqueceram o país. Chegando ao absurdo dos metalúrgicos reivindicarem incentivos fiscais para a indústria automobilística. Hoje a mobilização dos bancários é justa e necessária contra a Emenda 3, é um movimento que interessa ao país. Pena que é um movimento que não é apoiado pelas centrais sindicais, pois elas apóiam a reforma trabalhista mesmo que eventualmente digam algo em contrário. Os bancos mataram o sindicato dos bancários, a reestruturação industrial, o dos metalúrgicos. E o sindicalismo brasileiro foi assassinado pelo FHC em 1995. Os petroleiros iniciaram uma greve e o governo não negociou, não cedeu, deixou a greve se estender e entrou na justiça para processar os grevistas, em decisão insólita a justiça do trabalho estabeleceu uma multa milionária e colocou em xeque as greves no país. Se a ameaça de desemprego já era um problema, a possibilidade de multa tornava a situação mais periclitante para os sindicatos. Então há um refluxo do sindicalismo. As greves continuam no setor público apenas em setores irrelevantes (educação) e não geram qualquer conseqüência, pois como estes setores não se relacionam permanentemente com a sociedade podem fazer greve ad aeternum que os governos não se importam. No entanto, como as condições de greve no setor privado se tornaram muito complicadas, o setor público passou a controlar as centrais sindicais e isso fez mal para o Brasil, acentuou as tendências corporativistas que desembocaram no adesismo praticado pelas centrais sindicais. Pobre Brasil, aqui, nem sindicato funciona, e o pior é que o Celso Furtado dizia isso nos anos 60. Segundo ele as modificações que ocorriam na Europa graças aos sindicatos não ocorreriam no Brasil pela ação sindical, mas apenas poderiam ser desenvolvidos pelo Estado através do planejamento. Infelizmente, não ocorreu por nenhum dos dois caminhos. E agora o sindicalismo sobrevive de espamos quando os direitos trabalhistas estão em xeque, mas a massa dos trabalhadores nem assim se mobiliza, pois a maior parte já não tem acesso a estes direitos. Este é uma contradição do sindicalismo brasileiro. É o sindicalismo dos que estão empregados e bem colocados, a grande massa não é defendida pelos sindicatos, pois vivem na informalidade ou pertencem a setores onde a presença sindical é fraca.

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