"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Interessado em aprender matar um país? Faça estágio com Lula e Mantega!

A sabedoria do presidente Lula nos informou que alguns ganham com a valorização cambial e outros perdem, óbvio. A questão é sobre quem ganha e quem perde, e especialmente, se o país ganha, e usando uma impropriedade conceitual, se atende ao interesse nacional. Claro que as classes médias comemoram a valorização cambial, mas a maior parte dos setores médios conspira contra o país diuturnamente. Os interesses pretensamente cosmopolitas, mas de fato uma submissão colonial infantil (não passam de menininhas vestidas de Xuxa porque passam o dia na frente da TV) desagregam a sociedade brasileira, dissolvem os laços de solidariedade social, suspende qualquer idéia de nacionalidade. Sendo assim, as classes médias devem ser desconsideradas quando se pensa o país. Os ricos, temos que dividir os ricos em duas frações, os financistas e os não-financistas. Os financistas ganham, claro, estão participando da especulação, são co-responsáveis pela valorização do real, e são causadores da desvalorização do real e da especulação. E os não-financistas? Os setores exportadores são profundamente prejudicados, é besteira do ministro Mantega e dos puxa-sacos em geral dizer que apenas os setores intensivos em mão-de-obra são prejudicados, é apenas um tipo de desculpa para justificar a reforma trabalhista. Os setores intensivos em capitais só não seriam prejudicados se houvesse desenvolvimento tecnológico endógeno, que reduzisse os custos compensando a valorização, o que obviamente não é o caso. É verdade que a valorização permite a importação de máquinas e equipamentos, mas isto não fará a economia crescer enquanto o câmbio estiver valorizado. As empresas na medida em que o câmbio permanece valorizado irão perder mercado, então o desemprego irá aumentar. O que nos leva ao terceiro setor, os trabalhadores. Os setores de baixa renda são beneficiados inicialmente do ponto de vista do consumo, ficam felizes por poder consumir produtos importados legalmente ou ilegalmente com preços mais baixos, as áreas de consumo de massa tendem a se expandir. O problema é que irão ficar desempregados. Mas como não são todos teremos um crescente desemprego, mas frações dos trabalhadores continuaram sendo favoráveis ao câmbio valorizado. Eles podem ser desculpados por não serem capazes de compreender um problema tão amplo, mas conspiram contra o país. Os desempregados por sua vez não serão capazes de identificar no câmbio valorizado a causa do seu desemprego. Os pobres, verdadeiramente pobres nada tem a dizer, pois sempre estão em situação ruim. Mas o pior resultado é para o país. Um país como Brasil precisa ter superávit comercial crescente para conseguir um superávit nas Transações Correntes e não ficar dependendo de movimentos de capitais, mesmo que seja IED. Porque caso o Brasil, devido a valorização cambial, volte a ter déficit comercial e em transações correntes crescentes, os investidores irão abandonar o Brasil, retirar o capital no momento de maior necessidade, do mesmo modo, os IED não entraram, e o Brasil mergulhará na crise. A única aposta certa que um governo pode fazer no Brasil é apostar na crise. A crise é a única coisa certa. Os assessores do Lula sabem disso, quando FHC fez o mesmo, eles fizeram as críticas que agora eles rejeitam e dão a mesma resposta que o Pedro Malan e o Gustavo Franco davam, agora é diferente. Nada de diferente, tudo igual, governos escondendo a incompetência aproveitando o movimento da economia mundial e ignorando o futuro. Claro o governo permite que isso ocorra porque politicamente é muito bom, se o governo tentasse mudar haveria crise e ele seria responsabilizado e perderia as eleições de 2008, então não muda nada, e depois das eleições de 2008, o governo também não faz nada pensando nas eleições de 2010. É melhor deixar que a crise ocorra sem fazer nada porque aí pode culpar os fatores externos, e esconde que durante os quatro anos não fez nada para impedir a crise que estava marcada. Keynes dizia que no longo prazo estaremos todos mortos, no Brasil, morremos todos no curto prazo, governo nenhum pensa além do dia seguinte. E quando tentam pensar não passa de farsas, como o PAC, Brasil em Ação e similares. E o pior do atual governo é desfaçatez com que se diz que nunca se fez nada melhor do que este governo está fazendo. É de chorar, mas para pensar o interesse do Brasil desde o fim da ditadura, apenas o Sarney e o Itamar pensaram no interesse do Brasil em alguma momento. Apenas na política externa, o governo Lula recupera algumas tendências virtuosas da política externa brasileira, mas para alcançar objetivos que tornam o Brasil ainda mais débil, transformá-lo num grande pasto ou grande canavial. Porfírio Díaz, presidente do México entre 1870 e 1910, capaz de deixar o FHC morrendo de inveja com suas 10 reeleições, dizia “Pobre México, tão longe de Deus, tão perto dos EUA.”, no Brasil nos achamos abençoados por Deus, pelo menos ao estamos tão perto dos EUA. Mas de fato parece mais que fomos amaldiçoados e não há exorcismo que resolva, olha que seqüência lastimável (não sei se está em ordem crescente ou decrescente de incompetência): João Baptista Oliveira Figueiredo, José Sarney de Araújo Costa, Fernando Affonso Collor de Mello, Itamar Augusto Cautiero Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva. Desta lista, só um tem que ter sido honesto e combatido a corrupção como se faz em país sério, o Itamar Franco e, veja, é só uma possibilidade.

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