Quando eu morrer
A doçura das tardes continuará a envolver as coisas todas
Como as envolve agora neste instante,
O vento fresco dobrará as árvores esguias
E levantará as nuvens de poeira nas estradas...
Rolarão sempre, alvas de espuma.
Quando eu morrer as estrelas não cessarão de acender-se no lindo céu noturno,
E nos vergéis onde os pássaros cantam, as frutas continuarão a ser doces e boas.
Quando eu morrer os homens continuarão sempre os mesmos,
E hão de esquecer-se do meu caminho silencioso entre eles.
Quando eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão,
Todas as ânsias e inquietudes do mundo não se modificarão.
Quando eu morrer a humanidade continuará a mesma –
Porque nada sou, nada conto e nada tenho.
Porque sou um grão de poeira perdido no infinito.
E que a sombra descerá por sobre o universo vazio de mim –
Quando eu morrer...
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