"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 13 de maio de 2007

Eleições Francesas!

É interessante como hoje ser eleito não significa ter o seu programa de governo aprovado. Por isso os temores em relação às ações do governo Sarkozy na França são exageradas. Chirac foi eleito para um governo de reformas conservadoras, no entanto, o fato de ter ido para o segundo turno com Le Pen e recebido o apoio da esquerda já esfria as propostas conservadoras, queira ou não boa parte dos eleitores estavam escolhendo o menos ruim. Uma vez no governo, Chirac ainda descobrirá a oposição que vigora na sociedade em relação ao programa de reformas conservadoras, críticas que resvalaram inclusive sobre a proposta de Constituição Européia apesar dela não ter a cara de Chirac. Do mesmo modo, o governo Sarkozy será menos conservador do que Sarkozy, a exceção é se continuar existindo protestos violentos contra o governo que legitimem o uso da força e faça aumentar a demanda por medidas conservadoras por parte da sociedade. No entanto, há um aspecto onde o conservadorismo de Sarkozy deve conseguir se impor, a União Européia. Este conservadorismo significa não apenas vetar a entrada da Turquia, uma política imigratória mais rígida, mas uma moderação no ritmo da integração e inclusive questionando o que já está ocorrendo, como é o caso da política monetária européia. Certamente a questão da valorização do Euro deve se tornar um problema franco-germânico.
Outra questão sobre as eleições francesas refere-se à derrota socialista. É claro que o fato de ter lançado uma candidata foi uma desvantagem, até que a primeira mulher seja eleita apostar em uma mulher como candidata é muito arriscado. Notem que nem Margareth Thatcher nem Angela Merkel foram eleitas, são regimes parlamentaristas, onde o líder da maioria se torna primeiro-ministro, não se vota para primeiro-ministro. Então foi arriscado lançar uma mulher quando o cargo de presidente da França não é apenas decorativo. Mas o problema não é apenas esse, o PS ficou no meio do caminho entre se manter como partido de esquerda ou fazer como o Partido Trabalhista britânico e se tornar um partido de centro-direita. A França ainda é um país onde a política tem verniz ideológico, o caráter amorfo do atual PS afasta os eleitores, e é curioso que isso ocorra agora já que o PS logo no primeiro governo Mitterrand, o governo não foi propriamente de esquerda.

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