Japão: entre o keynesianismo e a via chinesa
Escrito por Corival Alves do Carmo
01-Abr-2009
Em duas décadas o Japão passou da mais dinâmica economia capitalista, de modelo de desenvolvimento econômico comandado pelo Estado para a principal vítima da dinâmica financeira contemporânea. A década de 90 foi aberta com a crise financeira pesando sobre as principais economias desenvolvidas, desvalorizações cambiais.
Os ataques especulativos contra a lira italiana e a libra inglesa fizeram a fama de George Soros. Mas na medida em que se avançou na década de 1990, os EUA e a Europa conseguiram estabilizar as suas economias, a União Européia retomando inclusive o processo de integração monetária. A grande exceção foi o Japão.
As crises financeiras do início da década de 1990 deixaram a economia japonesa bastante combalida. Os bancos japoneses precisaram de receber forte apoio do governo. O Japão entrou numa situação de dilema de liquidez. Muitos recursos disponíveis, taxa de juros reais negativa a maior parte do tempo, baixo crescimento econômico, e ineficácia dos pacotes de estímulo da economia introduzidos pelo governo. O Japão consolidou-se na liderança mundial em relação ao déficit público, resultando num endividamento público crescente. A dívida pública japonesa representou 153% do PIB em 2008.
A economia japonesa se arrastou durante toda a década de 90 iniciando uma tímida recuperação apenas nos anos 2000, e ainda assim cresceu sempre abaixo da média das economias desenvolvidas. Além dos efeitos do baixo crescimento econômico interno, o Japão sofreu as conseqüências do deslocamento da sua economia pela China. A crescente importância da China como fornecedor de bens para os EUA, a integração da China com as economias do sudeste asiático, tudo isso significou uma reordenação da posição do Japão na economia mundial. Ou seja, a economia japonesa já se encontrava fragilizada antes mesmo da crise do subprime norte-americano se difundir por toda a economia mundial.
No último trimestre de 2008 o PIB caiu mais de 12% em comparação com o último trimestre de 2007. Comparado ao trimestre anterior a queda no PIB no último trimestre de 2008 foi de 3,2%. A pior retração da economia desde o choque do petróleo em 1973. Em 2008, o PIB japonês já acumulou uma baixa de 0,6% e as expectativas não são melhores para 2009.
Continua em:
http://revistaautor.com/index.php?option=com_content&task=view&id=420&Itemid=38
Nenhum comentário:
Postar um comentário