"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Será o Brasil o Afeganistão de 2010?

No Afeganistão desistiram do segundo turno por não haver candidato de oposição. No Brasil em 2010 podemos nos perguntar, então, se haverá eleição. A oposição não anda nada animada a disputar as eleições confrontando o presidente Lula. Os ataques da oposição ao governo vem dos Democratas, que não têm votos, e de FHC, que também não tem votos e cujos ataques ao governo é visto pela massa como aquilo que de fato é, pinimba. Imitador dos EUA, FHC perdeu a oportunidade de escolher ser um ex-presidente em estilo norte-americano, era o que deveria ser copiado. Os ex-presidentes norte-americanos, que saem da vida política (caso de FHC, não será candidato a nada) passam a trabalhar em conjunto com o Estado americano independente de quem seja o presidente, estão a disposição para cooperar. Rejeitado este papel, FHC poderia ter escolhido ser um grande líder oposicionista, com avaliações ponderadas, propositivas, mas FHC optou por descontar em Lula o comportamento do PT quando era oposição. Então não acrescentou nada à oposição e ao desenvolvimento político brasileiro.

Este vazio oposicionista aparece na dificuldade de definição de um candidato. Curiosamente Marina Silva, que não tem viabilidade eleitoral, está na frente do PSDB na montagem de uma aliança para eleições de 2010, já foi atrás do PSOL e conta com o importante apoio de Heloísa Helena. No PSDB, Serra opta por não se declarar candidato, enquanto Aécio pressiona para uma decisão mais rápida. E cresce nas colunas políticas, a hipótese de Serra desistir novamente da eleição presidencial. Um analista argumenta que ele não pensa na hipótese, só quer postergar ao máximo a decisão para não ter que se confrontar com Lula enquanto Dilma não for oficialmente candidata Declarando-se candidato apenas em abril quando Dilma também já será oficialmente candidata, Serra evitaria ter que se confrontar diretamente com Lula. É um boa análise, mas uma má estratégia. Se Serra reconhece que confrontar-se com Lula o faria perder votos, Serra enfrentará sérias dificuldades em 2010, pois todas as análises indicam melhora da situação econômica do país que deve elevar a popularidade de Lula. Queira ou não, Serra será candidato tendo que atacar um governante altamente popular, se não estiver disposto a isto, das duas uma ou entra na disputa para perder ou desiste da candidatura. Não há um caminho seguro para a oposição no Brasil. A situação é tão complicada, a despeito das pesquisas, que há analistas pró-PSDB que defendem que a candidatura de Aécio Neves seria boa para fazer dele um nome nacional, ele teria condições de disputar outras eleições presidenciais se perdesse esta. Ao contrário de Serra, para quem esta deve ser a última oportunidade, se perder, acabou sua carreira política, pelo menos em cargos chaves.

Os conflitos internos não favorecem Serra, Serra não acredita no apoio de Aécio, no comprometimento de Aécio com sua candidatura, e Minas é um estado chave. Sabendo disso dentro da aliança governista já se discutiu colocar de vice de Dilma, Hélio Costa (que pretende ser mais uma vez candidato a governador) e não Michel Temer. Caso a aliança PT-PSDB fizesse isso seria um golpe no PSDB em Minas, porque os políticos mineiros buscam uma convergência muito grande entre as forças políticas do estado em nível nacional. Neste caso, Serra sairia perdendo.

O PSDB não tem candidato no Rio de Janeiro. Fernando Gabeira será candidato ao Senado, e agora falta candidato a governador que forme um palanque viável para o candidato do PSDB no Rio. Dilma poderá ter três palanques, de políticos populares no estado, Lindberg Farias, Sérgio Cabral e Garotinho.

No Rio Grande do Sul, o PSDB, para sua infelicidade, deve ter candidata, a governadora Yeda Crusius, cercada de denúncias de corrupção. Se se envolver demais na campanha do Rio Grande do Sul, há o risco do candidato presidencial do PSDB sair chamuscado, contaminar-se com os problemas da região.

No Ceará, a situação do PSDB é tão difícil, que Tasso Jereissati que não seria candidato pode ser candidato para evitar o esfacelamento do partido no estado. O estilo tradicional de política estimulada por Jereissati no Ceará virou um tiro no pé do PSDB do Ceará. Os outros partidos, PSB, PPS, PT se fortalecerão e o PSDB se enfraqueceram.

Nenhum comentário: