Ciência, Divisão Internacional do Trabalho e os BRICs
Escrito por Corival Alves do Carmo
01-Nov-2009
O debate nas relações econômicas internacionais hoje está dominado pela crise do dólar e pela ascensão dos BRICs. Há um questionamento generalizado sobre o a capacidade dos EUA conservarem o valor do dólar e sobre a continuidade do dólar como moeda internacional.
Crescentemente se discute a utilização de uma cesta de moeda como valor de referência na economia mundial. A discussão sobre a composição de uma cesta de moeda reflete a ausência de uma moeda que seja capaz de substituir o dólar e mais especificamente de um país que se disponha a oferecer a sua moeda em substituição ao dólar. Sendo assim, o mundo se mostra relativamente impotente quanto ao dólar, e as alternativas pensadas não alteram a centralidade dos EUA na economia mundial.
A ascensão dos BRICs marcaria em princípio um mundo multipolar, haveria um declínio relativo das potências tradicionais e a ascensão de novos centros econômicos. E em princípio a discussão só se torna válida se for restringida aos aspectos econômicos já que é bastante questionável tratar a China e a Rússia como novas potências em ascensão do ponto de vista político. De todo modo os BRICs apontariam para um futuro multipolar, mas não o realizariam de fato hoje. Hoje, eles apenas tornam os debates econômicos sobre a economia mundial mais multilaterais.
Entretanto, nestas discussões sobre o futuro da economia mundial e sobre as hierarquias no interior do capitalismo há um fator que vem sendo ignorado - as recentes transformações econômicas impostas pela revolução da eletrônica e o papel central que o desenvolvimento científico tecnológico desempenha na economia mundial hoje.
As análises sobre as novas potências emergentes continuam sendo marcadas pelos critérios antigos, o que impressiona os analistas ainda é o consumo de aço da China, a implantação de setores econômicos tradicionais na China. Subestimam o papel que a capacidade de promover desenvolvimento científico e tecnológico desempenha no capitalismo contemporâneo.
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http://www.revistaautor.com/index.php?option=com_content&task=view&id=517&Itemid=54
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