Sem São Paulo
"Se o Brasil não tivesse São Paulo, a resistência estatística do país à crise seria ainda maior", diz Marcelo Neri, coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV.
"Nas periferias do Nordeste, as classes A, B e C cresceram 12% de agosto de 2008, antes da turbulência, a agosto de 2009. É como se, nessas regiões, a crise não tivesse existido", diz.
Já a parcela da população do município de São Paulo que figurava nas classes A, B e C apresentou retração de 0,8% no período.
Neri formula suas pesquisas com base em dados divulgados pelo IBGE.
"Os números mostram, de forma inequívoca, o impacto forte dos programas sociais no combate à crise", diz Neri.
A pesquisa Datafolha, com metodologia própria, apontou um desempenho formidável dessas três classes, que estão no ápice da pirâmide social, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Elas partiram de uma fatia de 75% para 81% de 2008 a 2009. Na região Sul, caíram de 89% para 88%. Na Sudeste, apresentaram ligeiro aumento, de 83% para 85%.
Trabalho
No período entre 2001 e 2008, as transferências promovidas pelo Bolsa Família e pelas aposentadorias vinculadas ao salário mínimo haviam sido muito importantes para a redução da desigualdade social no Brasil.
No ano passado veio a mudança: a renda do trabalho foi responsável por 75% da queda da desigualdade, enquanto o aumento do salário mínimo respondeu por apenas 16% do recuo da desigualdade, segundo dados do Ipea.
O pesquisador Sergei Soares avaliou que, quando saíssem os resultados da Pnad, o Bolsa Família e todos os outros benefícios indexados ao salário mínimo voltariam a deter mais importância.
"Veremos, daqui a um ano, um efeito possivelmente ainda importante do mercado de trabalho. Mas veremos um efeito ainda mais importante das transferências do que o observado em 2008." É, de fato, o que está ocorrendo.
"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."
Ignácio Ellacuría
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
"Se o Brasil não tivesse São Paulo, a resistência estatística do país à crise seria ainda maior",
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