"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sábado, 5 de abril de 2008

Os relacionamentos na época da internet

No domingo passado lendo o Clarín da Argentina vi uma daqueles reportagens bastante manjadas, que aparecem em todos os jornais do mundo periodicamente, a dificuldade de se encontrar alguém para um relacionamento estável e duradouro no mundo de hoje e como as pessoas utilizam a internet para isso. Como leio qualquer besteira, fui ler a reportagem. Um dos casos era uma jornalista que havia criado um blog para encontrar um namorado. O caso era meio suspeito por ser jornalista, o blog ser no Clarín e ser recente, e pela foto que está no site a moça ser bonita, poderia ser uma inveção para reportagem, mas fui visitar o blog assim mesmo e até passei o link para uma amiga para ver se a estimulava a utilizar o método. Acabou que eu gostei do texto da moça e li mais do que eu pretendia.

E quero comentar duas coisas que li no blog dela. Ela diz o seguinte "Es más fácil llegar al corazón de Bush que enamorar a personas así de defensivas." Esta é uma característica da sociedade contemporânea seja na Argentina, no Brasil ou qualquer lugar, a sociedade está tão rotulada, tão esteriotipada, que todos os indivíduos buscam se esconder, ficam na defensiva, incorporam uma imagem que imagina ser socialmente aceitável e a partir dali passa a representar um papel. E cria dois problemas, o indivpiduo impede que os outros o conheçam e reconheçam por quem ele verdadeiramente é, e ao mesmo tempo, o indivíduo vive insatisfeito com o que ele é. Sente que está representando, mas tem tanto medo de expresar-se verdadeiramente que passa a vida representando. E com isso todas as relações se tornam fúteis e superficiais, porque é uma relação entre imagens e não entre pessoas reais. E quando aparece a possibilidade da relação ser aprofundada e as pessoas reais aparecerem, a relação é abandonada, porque é considerada ameaçadora por revelar um conjunto de falsidades que anteriormente sustentavam a relação. Aí se manifesta outro problema das relações contemporâneas, como ninguém quer assumir a responsabilidade pelo próprio destino diante dos primeiros problemas relevantes as relações se esvaem, porque hoje sacrificar-se pelo outro é inconcebível. Ou os relacionementos são uma mar de rosa, uma permanente fonte de prazer ou passa adiante. Na sociedade do tempo acelerado, o amor vai se perdendo, porque o tempo do amor é a longa duração, o tempo lento. O amor precisa do tempo, para amar é preciso parar, e na sociedade da velocidade, do tempo que é dinheiro não sobra tempo para parar e amar. Com isso a fila anda rápido, e as pessoas vão sendo esvaziadas. Conhecem muito gente (inclusive no sentido bíblico), mas não conhecem ninguém e não são conhecidas por ninguém. A sociedade do consumo, da afluência, da tecnologia é uma sociedade vazia.

O outro comentário é sobre assunto mais prosaico. A blogueira diz que recebeu 11 rosas e não sabe quem enviou. E mais, diz que não gosta muito de flores, especialmente de rosas. Mas que como mãe dela diz, o importante é o gesto. E com o gesto ela ficou sensibilizada. Tenho muitas dúvidas sobre a relação das mulheres com as flores e sobre o quanto as se sensibilizam com isso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Me acabo de llevar una sorpresa…todo argentino o brasilero comenta que las relaciones humanas en Brasil son totalmente diferentes que en la Argentina, que no tienen tantas vueltas, que no es tan complicado… pero leyendo tu blog me encuentro con que es igual…pero no creo que sea por falta de tomarse tiempo para enamorarse…tiene que ser algo más, porque no se es superficial por no tener tiempo… se es superficial porque no te importa el otro … o llegar al otro….

Zelmar Guiotto disse...

Gostei do texto. Talvez, gostar seja um vocábulo para um prato de sopa ou amburguer na rede Mac´Donald.Mas senti que o mundo virtual é o mais real do que se pode pensar.Os jovens de hoje sabem explorar com maestria e quem foi criado tocando fisicamente no outro, no corpo, no cheiro, no gosto do humano, fica inquieto e escreve coisas com sinais de perigo. Creio que deve haver uma comunhão entre os dois mundos que vai, lentamente, sendo desenhada pela geração do msn, do orkut, dos blogs. Tudo caminha para o virtul...