"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 5 de agosto de 2007

Até hoje só vi um assalto em São Paulo, violenta é Barra do Garças

Já estou morando em São Paulo há pouco mais de três anos, neste período nunca vi nenhum crime nem sofrido qualquer tipo de violência. Neste sábado vi o primeiro assalto em São Paulo no viaduto da Condessa de São Joaquim. Um rapaz pegou a bolsa de uma mulher e sai correndo descendo a escada para a 23 de maio, e um motorista parou o carro e saiu correndo atrás dele. Uma coisa curiosa é que ali é um dos locais que se distribuem o sopão da Sé então há vários moradores de rua na região e as pessoas em geral ficam temerosas. Curiosamente, no primeiro crime que eu vi aqui em São Paulo foi cometido por um sujeito que se confundiria com qualquer aluno da faculdade onde dou aula, estava bem vestido, apesar de estar todo de preto, e saiu rindo depois do feito, alegre. O interessante é que apesar do alto nível de criminalidade em São Paulo, eu vi mais crimes fora de São Paulo do que aqui. Quando eu morava em Barra do Garças, uma vez nós fomos para a fazenda e quando voltamos tinham cerrado um pedaço da janela da copa, entrou um e depois abriu a porta. Quem saiu no prejuízo foi um tio que tinha deixado um revólver lá em casa e foi levado, as armas do meu pai ou não foram encontradas ou não se interessaram, outros objetos de valor não foram encontrados. Então o prejuízo foi pouco. Quando a minha avó foi morar lá em casa fizemos um espaço sala, quarto e banheiro independente para ela, então quando ela ficou doente como sempre ficava alguém acordado cuidando dela e sempre precisava ir até a cozinha ou chamar ajuda, a porta dos fundos sempre ficava aberta, mas encostada. Num dos dias de mais gente dormindo lá em casa, havia visitas, meu tio iria passar a noite com a minha avó. Aí ou ele dormiu ou já estava ficando surdo, entrou um ladrão pela porta dos fundos e abriu a porta da frente para sair e ninguém ouviu nada, de valor na época levou o videocassete e de valor sentimental levou um toca-fitas com uma fita de depoimentos gravados durante o casamento da minha mãe e que ela havia mostrado pra alguém naquele dia e deixado a fita no toca-fitas e este sobre a mesa da copa. Outro problema que havia era os furtos que ocorriam pelos costumes do interior, eu sempre chamei o sábado de aleluia de dia de roubar galinhas, porque nós tínhamos um grande quintal onde havia galinhas, patos, marrecos, perus, galinha d’angola, e sempre nas madrugadas dos sábados de aleluia havia furtos para comemorar o fim do jejum, o pessoal roubava galinhas e fazia churrasquinho com elas. Como tínhamos um grande quintal também tinha frutas, e sempre que alguém ia ao quintal encontrava alguém roubando ou pretendendo roubar manga porque a mangueira ficava no fundo do quintal, ela atraía os meliantes. Mas quanto a isso não podemos falar muito, porque minhas primas mais velhas sempre iam lá para casa para pular o muro para o colégio das irmãs salesianas para roubar manga e caju. Na maior parte do tempo desde que a casa foi construída não tínhamos vizinhos do lado direito, primeiro era um terreno abandonado e depois uma construção abandonada, então por lá umas duas ou três vezes entrou alguém que roubou roupas no quarto. Uma vez o meu irmão estava dormindo e a cama dele é encostada na parede da janela, então o meliante teve que pular o meu irmão para pegar as roupas e sair e meu irmão não acordou. Ultimamente na frente da casa tinha um coqueiro, e para variar o pessoal aparecia para roubar cocos, minha mãe fez uma armadilha com tachinhas para quando o moleque fosse abraçar o coqueiro para subir seria espetado. Um dia um subiu e minha mãe chegou e ele saiu correndo mas ela o chamou para fazer um acordo ele podia levar os cocos que tinha pegado, mas pegasse os outros para ela. O coqueiro já estava muito alto e morando só velho na casa e baixinhos estava um problema pegar os cocos.

Em Brasília, também nunca fui assaltado pessoalmente, apenas vi batedores de carteira na rodoviária do Plano Piloto. E uma vez quando estava no ônibus passamos por um ponto de ônibus e o cobrador apontou um sujeito e disse que ele era batedor de carteira que estava lá esperando um ônibus cheio. E isso foi útil pra mim, porque depois sempre que via o indivíduo entrando no ônibus já ficava alerta. Ele era tão conhecido que uma vez ele entrou no ônibus e alguém já gritou batedor de carteira no ônibus. Eu nunca fiz isso, mas já fiquei observando ele operando e o comparsa dele gritou espião no ônibus e desceram depois, é impressionante como as pessoas não prestam atenção e não se assustam se alguém se encosta nelas. Meu irmão foi roubado duas vezes num ônibus. Num dos prédios que moramos não havia portaria e um vizinho alegou que um bandido entrou no apartamento dele, mas até hoje eu desconfio disso, porque estávamos num conflito sobre a porta de entrada ficar sempre fechada ou não, e acho que ele só queria vencer o debate. Mas como meu irmão disse pra ele se ele não usava a chave tetra não tinha do que reclamar porque ela serve para proteger dos bandidinhos e dos grandes bandidos não havia o que ser feito então a porta de entrada poderia ficar aberta para nós recebermos nossos pedidos de fast-food tranquilamente. Até hoje só fui a delegacia uma vez, porque uma amiga foi assaltada, aí eu fui com ela e outro amigo registrar o B.O., e só serviu para eu tirar fotos do momentos, fotos dela com o BO, dela conversando com o policial, e as fotos ficaram boas obviamente porque ela é bonita e fotogênica. Eu mesmo só levei um susto quando estava indo para o Instituto Goethe em Brasília e em vez de passar pelo lado do Clube do Congresso que eu sempre passava, fui caminhando pelo outro lado, o lado da Funai e aí um menino veio me pedir dinheiro, eu disse que não, e ele puxou assunto e fomos conversando, perguntou para onde eu estava indo eu disse, ele falou que tinha ido pedir lá no outro dia e que ninguém deu nada pra ele. Aí quando chegou a parte mais escura depois do prédio da Funai ele segurou no meu braço e gritou “pode vir, vem cá”, eu soltei o braço, andei um pouco mais de pressa e logo ele estava ao meu lado de novo falando “vc é forte, né! Eu só tava brincando.” Era um moleque fraquinho só podia estar brincando mesmo, porque não teria cabimento achar que poderia me roubar só no grito sem ter alguma arma, e aí ele foi comigo até no Goethe conversando e tentou novamente conseguir algum dinheiro lá.

Em Campinas, quando me mudei para lá as pessoas só falavam em crime, nunca presenciei nenhum nem na área da rodoviária de Campinas que é uma região muito feia. Mas um amigo sofreu seqüestro relâmpago.

Um crime muito comum no trajeto São Paulo-Brasília e no trajeto Goiânia-Barra do Graças é assaltar os ônibus durante a madrugada. Uma das minhas primas enfrentou esse problema indo de Goiânia para Barra do Garças, teve arma apontada para cabeça dela, teve que contar o dinheiro para os bandidos, porque eles queriam um mínimo para não matar ninguém. Felizmente tudo deu certo nas minhas inúmeras viagens Brasília, Campinas, São Paulo, mas sempre que o ônibus fazia uma parada sempre se tinha alguma notícia que o ônibus que saiu antes do meu ou depois do meu havia sido assaltado. Numa destas vezes quando eu vinha de Brasília para São Paulo, meu irmão pediu para não ir de ônibus pela quantidade de ocorrências que estava tendo e aí passei a fazer este trajeto de avião.

Um comentário:

Anônimo disse...

Armas em casa? Quintal grande e sem vizinhos? Negando comida e até colocando tachinhas para machucar os necessitados?

Esse é o Coronel Corival mesmo!!!!