"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O que fazer com a Coréia 4

Uma guerra sem guerra?

Cristina Pecequilo

ESPECIALISTA EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Do Iraque ao Afeganistão, de Guantánamo a Wall Street, Obama enfrenta uma agenda pesada de desafios, alternando o cumprimento de promessas de campanha com retrocessos. Além das dificuldades em administrar a crise, ele debate com vozes dissonantes do Partido Democrata, e representantes do legado anterior, como Dick Cheney, questionam a agenda, classificando-a como apaziguadora de terroristas e Estados bandidos.

Dentre estes Estados, Irã e Coreia do Norte surgem como preocupação, com foco na proliferação nuclear e na repetida postura desafiadora de seus líderes Ahmedinejad e Kim Jong-Il aos EUA, à ONU e ao restante do mundo. Teria Cheney razão como provariam as críticas do Irã a Israel? E os últimos testes nucleares da Coreia do Norte e a declaração de que o país não mais se sente obrigado a respeitar o armistício com a Coreia do Sul? Estamos perto de outra guerra regional?

Mais do que um conflito militar, as ações da Coreia e do Irã buscam a reafirmação de seus governos, autoritário no caso norte-coreano e diante de uma eleição presidencial no Irã, que externalizam dilemas de baixo desenvolvimento e descontentamento social. O poder nuclear é usado como uma expressão de força em tempos de fraqueza, elevando o poder de barganha.

As opções de Obama são restritas, e a tendência é que se observe o padrão que acompanha o dilema nuclear de Pyongyang desde a década de 90: agressão norte-coreana, negociações via Conselho de Segurança, concessões econômicas pelos EUA em troca de bom comportamento e regionalização das pressões pelas Conversações de Seis Partes (EUA, Rússia, Japão, China, Coreia do Norte e do Sul).

Instituída pela administração Bush filho que hoje critica a postura branda de Obama, ainda que a secretaria de Estado Clinton tenha alertado a Coreia para as "consequências" de suas ações, as Conversações das Seis Partes indicam a volatilidade asiática, mas ao mesmo tempo a impossibilidade da guerra real pela presença do elemento nuclear e a proximidade das fronteiras. Ou seja, Cheney não tem razão e, no extremo, está, como Bush, na raiz da tolerância diplomática com Kim.

Estamos diante de uma guerra sem guerra: uma dinâmica de reposicionamentos estratégicos globais e regionais, nos quais a confrontação por meio da proliferação assume um papel tático de chantagem para a sustentação destes Estados, elevando o risco de rupturas, escaladas e renovadas corridas armamentistas.

http://jbonline.terra.com.br/leiajb/noticias/2009/05/28/temadodia/uma_guerra_sem_guerra.asp

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