"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sexta-feira, 8 de junho de 2007

O limite do realismo e da objetividade: é preciso lutar pelo impossível!

Estes dias estava conversando com o João e o Evandro no msn e o assunto era futebol, mas o João desviou para criar confusão para Hugo Chávez e depois fugiu da conversa e continuei conversando com o Evandro. Os dois são ex-alunos, então os dois conhecem o meu espírito realista, a minha briga para ver a realidade de forma nua, crua, sabem que falo as coisas sempre de forma direta e clara, e quem não quer ouvir críticas jamais deve pedir a minha opinião. No entanto, há um limite para a subsunção à racionalidade, ao realismo, e à objetividade. Como os alunos chegam eivados pelo idealismo o peso da argumentação recai no realismo, na objetividade, na racionalidade. Mas como Carr diz em "Vinte Anos de Crise", o realismo puro é estéril, dele não se extrai nada, se do idealismo só tira tragédia, com o realismo puro se amplia as tragédias postas. Então, o realismo deve ser extremado quando se quer conhecer a realidade, mas deve se suavizá-lo quando se pensa em transformar a realidade, deve ser parcialmente ignorado por exemplo quando se luta pela causa justa mesmo quando se tem certeza da derrota, o que não se deve propor são soluções utópicas que desconsiderem a realidade de fato. Deve-se lutar contra o racismo, mesmo quando se sabe que a luta está perdida. Deve-se lutar contra a pobreza, mesmo quando se sabe que é um luta perdida. Deve-se lutar contra o atraso e o subdesenvolvimento, mesmo sabendo que esta é uma luta perdida. Deve-se lutar por uma verdadeira soberania dos países latino-americanos mesmo quando se constata ser o resultado inglório. São resultados inglórios, mas que fazem a glória do lutador, porque o que glorifica a luta é objetivo que se quer alcançar e não os resultados. Transformando a lógica de Maquiavel para quem a conquista do fim justifica a eventual torpeza dos meios, a grandeza dos fins justifica e redime o fracasso, é disso que são feitos os heróis os que perdem e os que ganham. Em um discurso na UnB ao receber o título de Doutor Honoris Causa Darcy Ribeiro disse que ele havia perdido todas as batalhas pelas quais lutara durante a vida, mas sempre esteve do lado certo. Acho as obras acadêmicas de Darcy Ribeiro fracas, cheias de idealismos, do ponto de vista política ele tem um erro crucial, pois segundo dizem ele afirmou para João Goulart quando Chefe da Casa Civil que não estavam preparando um golpe apesar do chefe da Casa Militar ter informado o oposto para ele, ele não acreditou no golpismo e o governo não se preparou adequadamente. Óbvio o golpe não ocorreu por sua culpa, mas é um erro causado pelo idealismo. Mas é evidente que ele sempre lutou pelas causas corretas, assumiu todas as batalhas justas, mesmo que fadadas ao fracasso, esse é o papel do político, romper os limites do realismo de modo que possa fazer o país avançar. A submissão ao possível faz com que a realidade se reproduza sempre reforçando as estruturas arcaicas. A recusa do possível pode não mudar o país e o mundo, mas gera fissuras nas estruturas que vão se acumulando até que se transformem numa efetiva transformação do real. Desafiar o possível é sempre gerar crise, pode eventualmente piorar a situação conjunturalmente, o estadista deve assumir a responsabilidade por tomar decisões mesmo que o resultado seja mais crise. Não há mudanças sem crises. Ou seja, o realismo, a objetividade e a racionalidade são os únicos instrumentos confiáveis para se conhecer a realidade, mas não pode ser os únicos instrumentos para definir o curso da ação política.

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