"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 23 de agosto de 2009

Nunca se conhece toda a história

A União Soviética não tinha alternativa à assinatura do pacto Molotov-Ribbentrop?

O Pacto Molotov-Ribbentrop, acordo soviético-alemão que está entre os documentos que provocaram a Segunda Guerra Mundial, foi assinado a 23 de Agosto de 1939, mas continua a provocar fortes discussões na sociedade russa.
O Kremlin continua a defender a posição soviética face a esse pacto, considerando que ele foi provocado pela falta de vontade da Grã-Bretanha e da França de chegarem a um acordo com a União Soviética, obrigando Estaline a assinar o acordo com Hitler como medida de autodefesa.
Na véspera do 70º aniversário da assinatura desse documento, o Serviço de Reconhecimento Externo (SVR, ex-KGB) da Rússia anunciou a publicação de documentos que provam que José Estaline aprovou a conclusão desse pacto como “a única medida de autodefesa nessas circunstâncias”.
“Os Governos britânico e francês, ao assinaram o Acordo de Munique de 1938, apostaram num conluio com Hitler. Em Agosto de 1939, as delegações desse país fizeram gorar as conversações de Moscovo sobre a criação de uma coligação anti-hitleriana”, lê-se num comunicado do SVR a propósito do lançamento da colectânea de documentos “Báltico e Geopolítica”.
O SVR informa que os materiais conseguidos pela espionagem soviética entre 1935 e 1945 revelam as verdadeiras intenções dos principais países europeus.
“Por isso, a única medida acessível de autodefesa para a União Soviética foi a assinatura do Tratado com a Alemanha de Não Agressão de 23 de Agosto de 1939. Esse documento permitiu impedir a conquista dos países do Báltico (Letótia, Lituânia e Estónia) pelos nazis e a sua transformação num trampolin para a invasão do território soviético”, dublinha o SVR.
“A União Soviética propôs várias vezes a criação de um sistema de segurança colectiva com os países democráticos, com a Grã-Bretanha e a França, mas eles recusaram isso em 1936 e 1938. A URSS propôs ajuda militar à Checoslováquia. A França não deixou fazer isso. Ou seja, a Grã-Bretanha e a França dirigiam a agressão da Alemanha para o Oriente, contra a União Soviética comunista”, considera Vladimir Lavrov, vice-director do Instituto de História da Rússia.
Porém, Lavrov considera que o protocolo ilegal, que determinava a divisão da Polónia e a ocupação dos três países do Báltico pela União Soviética, era “ilegal”.
“O pacto, sem o protocolo secreto, não tem nada de mau: dois países acordaram não se atacar. Isso era normal, foi até um momento positivo. Mas havia o protocolo secreto e ele foi avaliado no 2º Congresso dos Deputados do Povo da URSS, a 24 de Dezembro de 1989. Aí sublinhava-se que, em princípio, o acordo correspondia às normas jurídicas internacionais, mas o protocolo secreto era ilegal desde o início”, acrescentou.
O historiador Nikolai Svanidzé defende que o pacto Molotov-Ribbentrop apenas trouxe proveitos à Alemanha nazi.
“Na realidade, tratou-se de um pacto entre Estaline e Hitler sobre a divisão da Europa do Leste”, considera ele, e responde aos que defendem que esse acordo permitiu às URSS ganhar tempo: “Conseguimos tanta paz quanto Hitler desejou, porque ele precisava de tempo para atacar a União Soviética, e conseguiu o tempo que queria”.
Esta discussão tem como fundo a decisão do Kremlin de tomar medidas para não permitir “a falsificação da história”, que é vista por alguns historiadores como uma tentativa de impôr uma versão oficial dos acontecimentos.
“O problema das falsificações deve preocupar os historiadores profissionais, e não os políticos”, defende Oleg Budnitski, investigador do Instituto de História da Rússia.
“Para um historiador profissional, qualquer transporte da política para a história, mesmo que com boas intenções, é um mal”, sublinha.

http://darussia.blogspot.com/2009/08/uniao-sovietica-nao-tinha-alternativa.html

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