"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Falar em mudança é fácil, por outro lado mudar …

Domingo, 23 de Agosto de 2009

Reforma vira pesadelo de Obama

Campanha de desinformação dos republicanos põe em risco a criação de um sistema público de saúde nos EUA

Patrícia Campos Mello, WASHINGTON

A reforma do sistema de saúde americano, maior prioridade doméstica do governo democrata, transformou-se em um pesadelo político para o presidente Barack Obama. Primeiro, foram as hordas de conservadores invadindo assembleias sobre o tema, aos berros, munidos de fotos de Obama com bigode de Hitler.
Para apaziguar a direita e os democratas moderados, Obama ensaiou abandonar a ideia de criar um plano de saúde estatal, o principal alvo das críticas. Mas isto desagradou os ativistas de esquerda - os mesmos que ajudaram a elegê-lo -, que logo se juntaram ao coro dos descontentes.
Ou seja, a reforma é uma proeza: galvanizou a direita e inflamou a esquerda contra o governo. Segundo pesquisa do jornal Washington Post e da rede de TV ABC News, divulgada na sexta-feira, apenas 49% dos americanos acham que Obama tomará as decisões certas para o país - eram 60% quando o presidente completou cem dias de governo. Metade dos entrevistados desaprova a maneira pela qual Obama conduz a reforma do sistema de saúde.
Os republicanos deram um banho em Obama no quesito eficiência de comunicação. A campanha de desinformação começou no Facebook de Sarah Palin, ex-candidata a vice-presidente na chapa do republicano John McCain. Ela escreveu que as pessoas "terão de se submeter aos comitês da morte de Obama para que burocratas decidam se o paciente terá direito a receber atendimento médico de acordo com julgamento subjetivo sobre o nível de produtividade da pessoa na sociedade".
O senador republicano Charles Grassely, que antes dizia participar do esforço bipartidário, abandonou o barco. Ele disse em uma assembleia em Iowa que as pessoas "têm todo o direito de ter medo". "Não deveria existir um comitê do governo que determina quando devemos desligar as máquinas que mantêm a vovó viva", disse.
As declarações se referem à proposta de que o aconselhamento de doentes terminais seja reembolsado pelo Medicare - hoje, os pacientes precisam pagar do próprio bolso para discutir com um médico opções em caso de doença grave.
Outra proposta é a formação de conselhos para julgar quais são as práticas médicas mais eficientes para eliminar desperdícios no sistema de saúde. A ideia foi distorcida e difundida como sendo objetivo do governo "negar tratamentos que forem muito caros para gente muito velha".
"Se você precisar de um implante de quadril, e já tiver 75 anos, o governo não autorizará a cirurgia", disse o senador republicano Jon Kyl. O Investor?s Business Daily chegou a publicar um editorial dizendo que a reforma de Obama resultaria em um sistema de saúde semelhante ao da Grã-Bretanha, onde o governo oferece tratamento médico se achar que vale a pena salvar sua vida. "Pessoas como o cientista Stephen Hawking (que sofre de doença de Lou Gehrig há décadas e está paralisado) não teriam nenhuma chance na Grã-Bretanha", dizia o texto. O problema é que Hawking de fato vive na Grã-Bretanha e tem recebido tratamento do sistema de saúde público do país.
DESINFORMAÇÃO
A campanha de desinformação é tão eficiente que uma pesquisa recente da NBC mostrou que 45% dos americanos acreditam que a reforma implementará realmente "comitês da morte". "O governo tem sido de um amadorismo sem tamanho", afirmou o cientista político Terry Madonna, diretor do Centro de Política e Opinião Pública do Franklin and Marshall College. "A Casa Branca fica só na defensiva, tentando explicar tudo o que a reforma do sistema de saúde não é. Assim, conseguiu irritar a direita e a esquerda."
O governo parece ter finalmente chegado à conclusão de que os republicanos não apoiarão a reforma. "Acho que os líderes republicanos decidiram não apoiar pensando que conseguiriam repetir o que ocorreu em 1994, quando Bill Clinton fracassou em sua tentativa de reformar o sistema de saúde e os republicanos venceram nas eleições legislativas", disse Obama na semana passada.
O governo tenta reunir os votos de sua própria base democrata, mas não será fácil, porque a esquerda se considera traída. "Se não tivermos um seguro de saúde público, será mais do mesmo. Não há razão para reforma", disse ao Estado a ativista Deborah Schumann, que participou de um protesto em frente ao comitê democrata na quinta-feira. "Os planos privados continuarão cobrando caro e excluindo vários exames por detalhes técnicos."
Uma lei sem um plano de saúde público não será aprovada na Câmara, avisou o congressista democrata Anthony Weiner. "Eles estão enfraquecendo a proposta de lei e sua posição negociadora", disse. "Não adianta aprovar uma reforma que não muda nada."

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090823/not_imp423182,0.php

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