"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Isso sim, lembra 1929!

03/11/2008 - 07h21

Na crise, exportadores também perdem, apesar da alta do dólar

Silvio Crespo
Em São Paulo

A alta do dólar nos últimos meses não tem compensado a queda do preço das commodities no mercado internacional, o que prejudica exportadores brasileiros, segundo economistas.
Em situações normais, a desvalorização do real deixaria os produtos brasileiros mais competitivos no exterior, o que poderia acelerar as exportações. No entanto, a crise derrubou, em proporção maior, a demanda por algumas commodities.

O preço da soja em grãos, por exemplo, caiu 33% entre 30 de setembro e 30 de outubro na Bolsa de Chicago, passando de US$ 13,94 por bushel (unidade de medida que equivale a 27,2 kg) para US$ 9,34 (veja gráfico abaixo). Já o dólar teve uma alta de 10,5% no mesmo período, de R$ 1,906 para R$ 2,106.

A valorização da moeda americana em relação ao real "não tem compensado nem a queda do preço (das commodities) nem a diminuição da renda (nos países desenvolvidos)", afirma o economista André Sacconato, da Tendências Consultoria Integrada.
As commodities agrícolas, que vinham subindo fortemente neste ano até julho, passaram a cair com força depois da intensificação da crise global, a partir de setembro. Em alguns casos, os preços desceram para patamar inferior ao do ano passado.
A soja em grãos terminou 2007 cotada a US$ 11,99 o bushel em Chicago, nos contratos para janeiro. O preço foi subindo e encerrou junho em US$ 16, o que representa uma alta de 34% em seis meses. Desde então, registrou uma queda de 41,8% em apenas quatro meses (até 30 de outubro) e de 22,1% no acumulado do ano.
"A questão agora é saber em que ponto vão parar os preços e a quantidade exportada", afirma Francisco Pessoa Faria, economista da LCA Consultores. "Não dá para saber se esse é o preço definitivo. O mercado pode não estar representando bem o que vai acontecer."
Ele acrescenta que cada commodity deve reagir de forma diferente em relação à alta do dólar. Vai depender, entre outros fatores, do impacto que o dólar terá no preço dos fertilizantes.
Mineração
No caso do minério de ferro, o preço pode cair pela primeira vez em sete anos. "Agora, há quem fale em 0% (de variação no preço para o ano que vem), outros falam em queda de 20%", afirma Faria.
O preço do minério de ferro deve refletir, em menor grau, a queda do preço do aço, de acordo com Faria.
Na última sexta-feira (31), a Vale anunciou a redução do ritmo de produção da commodity. O economista Paulo Esteves, da Gradual Corretora, considera "positiva" a decisão da companhia, pois pode ajudar a segurar o preço do minério de ferro.
"O setor de mineração é oligopolizado. O que a Vale está fazendo é o que a Opep faz com o petróleo." Ele se refere às decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo de diminuir a produção da commodity quando os preços caem. "A Vale tem força para isso", afirma.
Indústrias
Os exportadores de produtos manufaturados tendem a sofrer mais que os de commodities agrícolas, segundo o economista Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios.
"O setor agrícola é mais estruturado e tem linha oficial de crédito. Já para comprar avião, é preciso um financiamento especial. Produtos com maior valor agregado dependem mais de financiamento obtido pela própria empresa."
As montadoras de automóveis instaladas no país também devem ser afetadas de forma mais significativa pela crise internacional, na avaliação de Leite. O motivo é que o Brasil exporta veículos para países desenvolvidos, principalmente os da Europa.
Leite ressalta, no entanto, que "o problema (dos exportadores brasileiros) é momentâneo e será resolvido".

http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/11/03/ult4294u1814.jhtm

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