"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 29 de abril de 2007

Miguel Arraes

Neste sábado assisti no canal Brasil da Net um documentário sobre Miguel Arraes. Miguel Arraes é um dos grandes exemplos das contradições políticas do Brasil. Arraes foi e primeiro lugar o grande imigo das oligarquias nordestinas e não apenas da pernambucana. Com prefeito do Recife, Arraes representou uma enorme mudança na política brasileira, foi para o Nordeste o que Brizola foi para o Sul do país, com a diferença que o Nordeste precisava mais da mudança e era mais difícil de ser mudado. Arraes chegou a aparecer nas pesquisas de intenção de votos para presidente antes do golpe, ele imaginou inclusive que poderia ter oportunidade uma vez que a camapnha brizolista "Cunhado não é parente, Brizola presidente" estava fadada ao fracasso em situações normais. Os dois perderam a oportunidade com o golpe e foram abandonados pela história. Já escrevi antes Brizola merecia ter sido presidente, fez por onde, este é uma das grandes injustiças que a história fez com um homem que dedicou a vida se preparando para ser presidente do Brasil. Brizola se perdeu nos anos 90, mas não apagou a sua história. Arraes após o retorno do exílio, havia se exilado na Argélia, continua sendo um político de esquerda. Mas agora já não representava a mudança no Nordeste, nem em Pernambuco, aproximou-se das oligarquias. Foi cooptado, sem necessariamente ter se vendido, a sua biografia se empobreceu e a sua possibilidade de ascensão política reduziu seriamente, nunca mais foi cotado para ser candidato a presidência da República. Mas alguém que teve um livro sobre ele escrito por Antônio Callado, Tempo de Arraes, jamais terá sua história apagada. Nos anos 60, o seu impacto sobre a sociedade foi tal que vários livros foram escritos sobre ele e sobre Pernambuco de Migual Arraes.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lula Arraes:sou um dos dez filhos de Arraes.Permita-me discordar de sua análise sobre a carreira de meu pai.Ele voltou do exílio e não foi cooptado em absoluto pelas oligarquias.Muito pelo contrário,foi duramente combatido por ela.
Como governador,pôde fazer o que podia pelos mais humildes(eletrificação rural,água,ensino...).Só não fez mais por causa do infame bloqueio econômico imposto pelo governo FHC.
Essa história precisa ser escrita e o será.Ele ,meu pai, terá um lugar de honra nela pela coerencia,honestidade e fidelidade a seus princípios.

Anônimo disse...

Lula Arraes.Continuando.
Meu pai teve após a sua volta do exílio uma intensa atividade política,que muitos acham que foi de dimensão regional.Teve ainda uma grande atividade intelectual.
Esquecem que ele recriou o PSB e que foi sempre um grande eleitor das forças de esquerda.
Era menos exuberante do que Brizola e quando ocupava um cargo executivo exercia sua função plenamente;talvez em detrimento da política nacional.
Deixou um legado político e intelectual(aproximadamente 20 livros).Brizola teve o seu papel,mas me parece que era movido por impulsos e pela coragem.Agia no curto prazo.Meu pai era um maratonista.Tinha a seu lado a sabedoria da paciencia.