"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sábado, 28 de abril de 2007

Não há mulçumanos pensando a bomba atômica e a política externa do Irã

Não há mulçumanos pensando a bomba atômica e a política externa do Irã
O jornal “O Estado de S. Paulo” deste domingo publicou uma reportagem intitulada “O jeito iraniano de provocar. Seqüestros, corrupção, poder e desprezo pela diplomacia definem o regime dos aiatolás”. Obviamente, isto faz parte de uma campanha contra o Irã. Primeiro, a prisão dos marinheiros britânicos não é seqüestro. Corrupção não é criação do Irã, nem anseio de poder. Vejamos o desprezo pela diplomacia, quantas guerras os EUA iniciaram desde a revolução islâmica e quantas guerras foram iniciadas pelo Irã? A única guerra do Irã foi uma resposta aos ataques do Iraque de Sadam Hussein apoiado pelos EUA do Reagan. Então o Irã em princípio só faz diplomacia. Na questão nuclear, o Irã está negociando? Claro que está, quem não está negociando é os EUA, que colocaram uma proposta na mesa e não aceitam negociar, querem submissão, o inverso de diplomacia.
Vou ligar a esta questão um questionamento posto pelo Jessiel no tópico o Irã não ameaça ninguém. Ele pergunta se o Irã com armas atômicas não atacaria Israel. E eu respondo, não atacaria. A população dos países islâmicos é na sua maior parte crítica da política dos Estados árabes em relação aos palestinos. Os Estados fazem um discurso contra Israel e pró-palestinos, mas não fazem nada. O Irã, dizem que financia os movimentos terroristas. E com a bomba atômica, o Irã continuaria fazendo apenas isso. Porque não há mulçumanos segurando a bomba atômica e não mulçumanos definindo a política externa do Irã. As decisões serão tomadas baseadas no interesse do Estado iraniano e nas disputas religiosas na região. Um Irã atômico não ataca Israel, mas impede que Israel se expanda ou possa realizar um tipo de ação similar à Guerra dos Seis Dias. Bombas atômicas não são para serem usadas pelo Estado ainda mais quando ele é pequeno e desapareceria do mapa diante da retaliação. O objetivo básico do Estado é garantir a sua sobrevivência, a sua longevidade, as bombas se não forem utilizadas servem para isso em relação a um pequeno Estado, se ele utilizar as bombas atômicas está assinando a sua condenação, o atestado de óbito enquanto Estado, e o de toda a população.
Por outro lado, pode-se argumentar que o fato do Irã ter a bomba atômica facilitaria o acesso a ela para os terroristas. É verdade que se o Osama Bin Laden tiver a bomba atômica ele a usará contra Israel, contra os EUA, mas usará também contra a Arábia Saudita, contra o Irã. O Irã não dará armas atômicas para terroristas que depois utilizarão as armas contra o próprio Irã. Além disso, os Estados devem ter aprendido a lição do Afeganistão. Os Estados só sabem fazer guerra contra outro Estado, por isso na perseguição ao Bin Laden os EUA fizeram uma guerra contra o Afeganistão e os talibans. O governo taliban pagou a fatura por abrigar Osama Bin Laden no país mesmo não tendo participação nos atentados terroristas. Porque guerras só se realizam entre Estados e os Estados são racionais. Quando os loucos assumem o poder ou eles se curam ou eles caem.

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