"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sábado, 28 de abril de 2007

O mundo intelectual brasileiro é fechado, e quem sabe invejoso!

Mangabeira Unger foi nomeado para a Secretaria Especial de Longo Prazo. Um nome esquisito para uma questão importante. Vamos ver se funciona. Mangabeira Unger é descendente de uma família de políticos baianos e foi só ser convidado para assumir um cargo no governo para as denúncias florescerem, especialmente sobre as suas relações com o banqueiro Daniel Dantas. Relações com Daniel Dantas é um péssimo cartão de apresentação, então é uma situação suspeita.
Mas o que eu quero falar é sobre o intelectual Mangabeira Unger. Ele é professor de Harvard, o que em si não é um mérito ou não quer dizer grande coisa, professor da área de direito. No entanto, não é apenas professor de Harvard é reconhecido como um dos mais importantes intelectuais do mundo na área política. Perry Anderson, um dos maiores intelectuais marxistas do mundo, escreveu um livro chamado Zona de Compromisso, onde um dos capítulos tratava da obra de Mangabeira Unger e outros autores. O livro foi traduzido no Brasil pela editora da Unesp, e o que aconteceu com o capítulo do Mangabeira Unger? Desapareceu, o capítulo sobre Mangabeira Unger foi cortado. Por que foi cortado? Como foi cedo para os EUA, fala português com sotaque, não fez carreira acadêmica no Brasil, não manteve relações com o meio acadêmico brasileiro, não está nas correntes teóricas apreciadas pelos intelectuais brasileiros, ele é completamente ignorado pelos intelectuais. A imprensa, por sua vez, como adora tudo que em de fora idolatra Mangabeira Unger.
Politicamente Unger colaborou para o seu ostracismo. Primeiro, era brizolista radical, o que pode ser uma virtude, mas é causa de discriminação no Brasil. Depois Ciro Gomes foi estudar com ele em Harvard, escreveram um livro junto, fracassaram na eleição de 2002. Outro problema para Mangabeira. O terceiro passo em falso foi ter criticado ferozmente o Lula durante o primeiro mandato devido a corrupção, os intelectuais áulicos odiaram, claro. O quarto passo de Mangabeira foi se filiar ao partido da Igreja Universal e do vice-presidente José Alencar, o PRB. Pobre Mangabeira, mas ainda assim ganhou um ministério.
Ao fim, o que interessa é que no Brasil ele jamais será conhecido como intelectual. Nunca precisará dizer como FHC, o político, esqueçam o que escrevi, como sociólogo. Ninguém se lembrará da obra dele mesmo.

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