"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sábado, 28 de abril de 2007

“Escuta, Zé Ninguém!“

Tenho vários livros preferidos, entre eles talvez apenas um seja de relações internacionais. Entre os livros preferidos está “Escuta, Zé Ninguém!“ de Wilhelm Reich. Tenho dois exemplares, um comprado em sebo e outro novo. Uma vez na livraria Siciliano do Conjunto Nacional em Brasília encontrei vários exemplares com o preço errado, o preço normal era uns quinze reais e estava por menos de dois reais. Perguntei para o vendedor se era aquele preço mesmo e ele disse que sim, mas que se eu devolvesse para a estante, ele corrigiria os preços, obviamente peguei todos os livros e comprei todos e distribui para os meus colegas. Provavelmente eles não aproveitaram, mas é um livro muito interessante. É discurso de Reich para os que o perseguiam. Revela o problema tanto do gênio quanto daqueles que se sentem ameaçados pelo gênio do outro. Conheci Wilhelm Reich pelas aulas de Introdução à Ciência Política do prof. Antônio José Escobar Brussi. Estávamos conversando sobre o Hitler e o nazismo e ele me recomendou que lesse o livro “Psicologia de Massas do Fascismo” (outro livro que gosto muito) de Reich que tratava do porque as massas se submetiam ao Führer. Lendo esse livro me introduzi não apenas na questão do fascismo como conheci a esquerda da psicanálise e voltei a ler textos da área. Outro livro muito que busca analisar o autoritarismo a partir da psicanálise é “O medo à liberdade” de Erich Fromm. A obra mais conhecida de Reich é “A função do orgasmo” que descobriu, lançou, inventou dependendo de cada o ponto G. Sendo um pesquisador ousado, a obra de Reich é bastante controversa, tendo sido inclusive perseguido e preso pelo FBI pelas suas pesquisas. E a frase que segue é uma das muitas boas frases de “Escuta, Zé Ninguém!”:


“todo o grande homem foi outrora um Zé Ninguém que desenvolveu apenas uma outra qualidade: a de reconhecer as áreas em que havia limitações e estreiteza no seu modo de pensar e agir. Através de qualquer tarefa que o apaixonasse, aprendeu a sentir cada vez melhor aquilo em que a sua pequenez e mediocridade ameaçavam a sua felicidade. O grande homem é, pois, aquele que reconhece quando e em que é pequeno. O homem pequeno é aquele que não reconhece a sua pequenez e teme reconhecê-la; que procura mascarar a sua tacanhez e estreiteza de vistas com ilusões de força e grandeza, força e grandeza alheias. Que se orgulha dos seus grandes generais mas não de si próprio. Que admira as idéias que não teve mas nunca as que teve. Que acredita mais arraigadamente nas coisas que menos entende, e que não acredita no que quer que lhe pareça fácil de assimilar”.

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