"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sábado, 19 de fevereiro de 2011

EUA: Departamento de Estado solicita financiamento para a oposição venezuelana em 2012

16.02.11 - Venezuela
EUA: Departamento de Estado solicita financiamento para a oposição venezuelana em 2012
Eva Golinger
Advogada venezuelano-estadunidense
Adital

Tradução: ADITAL

15/02/11

Nessa segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011, o Presidente Barack Obama apresentou ante o Congresso estadunidense um orçamento de 3,7 trilhões de dólares para 2012. No orçamento trilionário de Obama encontra-se um financiamento especial para os grupos anti-chavistas na Venezuela.

A excessiva soma de dinheiro representa o orçamento anual mais alto de toda a história estadunidense. No monto total encontram-se mai de 670 bilhões de dólares para o pentágono e para as operações militares, cerce de 75 bilhões de dólares para os serviços de inteligência e 55,7 bilhões de dólares para o Departamento de Estado e para a Agência Internacional de Desenvolvimento dos Estados Unidos (USAID).

Por primeira vez nesses anos, o orçamento do Departamento de Estado destaca um financiamento direto de 5 milhões para os grupos anti-chavistas na Venezuela. Especificamente, o documento detalha, "Esses fundos ajudarão a fortalecer e apoiar a sociedade civil venezuelana para proteger o espaço democrático. O financiamento aumentará o acesso à informação objetiva; facilitará o debate pacifico sobre assuntos chave; ministrará apoio às instituições e aos processos democráticos; promoverá a participação cidadã e reforçará a liderança democrática”.

Apesar de que, talvez, soe "bonita” a linguagem empregada para justificar os milhões de dólares para grupos opositores da Venezuela, esse dinheiro tem funcionado como fonte principal para alimentar a subversão e a desestabilização contra o governo de Hugo Chávez. Somente de 2008 a 2011, o Departamento de Estado canalizou mais de 40 milhões de dólares à oposição venezuelana, principalmente investindo esse dinheiro nas campanhas eleitorais contra o presidente Chávez e na maquinaria midiática para influir sobre a opinião pública venezuelana.

O financiamento solicitado para 2012 para os grupos anti-chavistas na Venezuela provém de uma divisão do Departamento de Estado chamada "Fundo de Apoio econômico”. No entanto, não é essa a única fonte de financiamento para os setores opositores na Venezuela. Receberão também entre 1 e 2 milhões de dólares da NED (Fundo Nacional para a Democracia) e vários milhões de dólares de outras agências estadunidenses e internacionais.

Financiamento proibido

Chama a atenção que nesse ano se divulga publicamente o financiamento para a oposição venezuelana porque na Venezuela agora existe a Lei de Defesa da Soberania Política e da Autodeterminação Nacional que proíbe o financiamento externo para fins políticos no país. Então, teremos que perguntar-nos de que maneira o Departamento de Estado pensa canalizar esses fundos multimilionários a grupos venezuelanos, já que sua entrega seria uma violação da lei.

Em anos anteriores, não se detalhava o financiamento direto a grupos políticos na Venezuela no orçamento anual do Departamento de Estado porque desde 2002 a USAID tem sido o canal principal para esses fundos. No entanto, o escritório não autorizado da USAID em Caracas decidiu trasladar abruptamente suas operações na Venezuela para os Estados Unidos no dia 31 de dezembro de 2010 e, desde então, o próprio Departamento de Estado assumiu a responsabilidade do financiamento à oposição na Venezuela.

Em 2012, há eleições presidenciais e regionais na Venezuela, razão pela qual poder-se-ia especular que esses 5 milhões de dólares fazem parte de um financiamento que estão preparando para as campanhas da oposição.

No orçamento do Departamento de Estado para 2012, também se destacam 20 milhões de dólares no financiamento para grupos e organizadores que trabalham contra a Revolução Cubana.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, o financiamento dado através do Fundo de Apoio Econômico (ESF, por suas siglas em inglês) é para países de "alta importância estratégica” para Washington. Normalmente os fundos não são autorizados pelos governos desses países, mas são entregues diretamente a grupos e organizações políticos que promovem os interesses dos Estados Unidos.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=54038

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

China: soft power

China's cultural power remains feeble: report
(Xinhua)
Updated: 2011-02-18 21:19

BEIJING - As China becomes a global economic powerhouse, its cultural influence remains feeble, with the country's culture industry only accounting for less than 4 percent of the world's output, according to a blue book released on Friday.

The blue book, called the "Annual Report On China's Cultural Soft Power Research (2010)," was published under the Chinese Academy of Social Sciences (CASS)' Social Sciences Academic Press.


The report said that China's cultural soft power lagged behind its rapid growth of "hard power."

The proportion of the country's cultural industry in GDP was much lower than the over 10 percent in developed western countries, it noted.

In addition, the cultural sector of the United States accounts for 43 percent of the world's industry total, while China accounts for less than 4 percent, figures from the report showed.

In the competition against international cultural giants, China lacks both representative world-class cultural enterprises and a competitive power based on advanced technologies, according to the blue book.

The report warned that "in an international contest, a country could be vulnerable due to its weakness in hard power and otherwise be naked as a result of its feebleness in soft power."

The report also blamed the country's current cultural system and the quality of citizens for the growth of cultural soft power.

The report urged the implementation of measures to promote the development of China's cultural soft power by moving forward the nation's traditional culture and pushing forward innovations in the cultural industry.

Apart from boosting the country's traditional culture, China should also make more efforts to foster its modern image on the world stage by "letting people outside of China know what is going on in the country in a simple way," the report suggested.

However, the paper also acknowledged China's cultural soft power development in the past years. This includes its reform of the cultural system, the development of the cultural industry, and the spread of Chinese culture overseas.

As of November 2009, about 282 Confucius institutes, which are considered a channel and a brand name for spreading Chinese culture around the world, have been set up in higher educational institutions around the world. They are jointly held by Chinese and foreign universities.

http://www.chinadaily.com.cn/china/2011-02/18/content_12042746.htm#

A China pode assumir responsabilidades maiores no sistema internacional? 3

China still needs time to develop

Michele Geraci, 25 May 2010

As one of the largest economies in the world, China is being asked by the international community to take a more and more active role in world affairs, ranging from contributing to stabilizing the post-financial crisis global economy to cutting greenhouse gas emission.

Sometimes, Western approach toward China is contradictory or driven by political agenda. For example, in 2005 Chinese oil company CNOOC was prevented by the US government from acquiring Unocal, on grounds of national security. But, during the peak of the global financial crisis, when money was needed urgently, China was allowed - even invited - to acquire a significant stake in Morgan Stanley. Simply put, the Western world now demands that China's entry into the small circle of powerful economies be accompanied by an increased responsibility in world matters.

The question that follows naturally is: "Is China really a global economic power or still a developing nation?" As it is often the case when dealing with China, the answer is: 'it depends'. Luckily, statistics speak for themselves and below I give some basic figures that show the dual characteristics of the Chinese economy.

Simply using the size of the overall economy ($4.9 trillion), we may conclude that China is amongst the top three economies in the world. But when we look at per capita GDP ($3,900), China is amongst the poorest nations in the world. On per capita income basis, Chinese people are even poorer, given that, over the last several years, GDP growth has been faster than wages.

On the issue of carbon dioxide emission, China as a whole may be the largest emitter in the world, but each American citizen pollutes the atmosphere 5 times more than his Chinese counterpart. European, including Russia's, per capita emission is also much higher than in China.

China's oil consumption is higher than Japan, but less than half that of the US. Again, on a per capita basis, the picture changes dramatically, with a Chinese citizen consuming only 10 percent of its US counterpart.

Finally, income disparity has increased dramatically in China, with the Gini coefficient - a measure of how wealth is concentrated in the hands of few people - increasing from 0.16 before the reform and opening up to 0.47 today, suggesting that income gap between the rich and the poor has increased dramatically.

In addition, foreigners' view of China tends to be distorted because of a number of reasons, including different values and cultural backgrounds, the tendency of Western media to promptly highlight negative events over achievements and, ultimately, the fact that most of the influential foreigners residing in China tend to live within the comforts of the expatriate communities in Beijing or Shanghai. Over time, many of them fall into the trap of believing that the glamour they witness in Chaoyang district of Beijing is representative of the whole of China.

I have had the opportunity, during the last year and half, to travel extensively across the country, clocking more than 100,000 km by train, buses and cars. I have visited several tier 2 and 3 cities and have spent considerable time in remote villages. I have seen and talked with people belonging to various strata, from business travelers to migrant workers, families, young people driving expensive cars and more conservative representatives of the older, more traditional, generation.

Far from being a scientific or comprehensive analysis, my feeling is that most of the Chinese people still live under tough economic conditions and have to endure daily hardship. Farmers still toil in the fields performing manual work or using old machinery; the profits from one mu (1/15th of a hectare) of land is about 1,500 yuan a year - not surprisingly many wish to migrate to cities.

Living conditions remain very basic and access to higher education or health services is, sometimes, difficult. Infrastructure is developing very fast, but most of the new facilities remain beyond the means of the average citizen. While the southern provinces enjoy a more pleasant natural environment, the same cannot be said of the western and northwestern provinces, where climate is harsher and natural beauty less easily seen.

Notwithstanding these issues, I have also seen a great sense of hope and pride, even among people performing most humble jobs, something that has been lost in Europe. Sending a child to a better school and giving it the chance of a better future is already a great reward for parents, even if they still continue to plough fields day after day. The word "endure" is often heard in conversations.

It is in this backdrop of "two Chinas" that we, as foreigners, need to comprehend this diverse and vast country. While it is auspicial that, over time, China will take a more active role in international affairs - as it is indeed already doing - I believe it is right that it continues to focus its efforts on improving living conditions for its own people first. We need to be patient with China, engage it in debates, but respect the speed at which it chooses to take certain actions, without imposing our own thinking, or worse, advance undue requests.

Given the still ongoing uncertainties in the financial systems and the issues that the European Union and the euro face today, we may, perhaps need just another friendly helping hand to solve our own problems.

The author is head of China Program at the Global Policy Institute of London Metropolitan University and visiting scholar at Zhejiang University.

This article originally appeared in the China Daily.

http://www.gpilondon.com/index.php?id=243

A China pode assumir responsabilidades maiores no sistema internacional? 2

Onus not binding on China
By Zhang Zhouxiang (China Daily)
Updated: 2011-02-17 08:06


As expected, Japan confirmed on Monday that China had replaced it as the world's second largest economy. But the confirmation was accompanied by some Western and Japanese media outlets calling for China to share more international responsibilities.

Some Chinese scholars say the West exhorting China to share greater international responsibilities is as bad as the long-existing "China threat theory", which demonizes China.

But for Jin Canrong, professor and vice-dean of the School of International Studies, Renmin University of China, the two are different. "The 'China threat theory' assumes that China is an evil country," he says. "But the 'China responsibility theory' is based on the assumption that it is a powerful country."

That's why he doesn't see any conspiracy behind the "China responsibility theory". The reason for such misunderstanding, he says, lies in certain cognitive gaps between Chinese and foreigners on China's development and achievements.

Jin says it is not wise to draw such a conspiracy conclusion. The "China responsibility theory" means three things: China is a rising power, China is cooperative and China hasn't shouldered its responsibilities fully.

Hence, such a theory indicates that the West is increasingly accepting China's rise.

The problem is that Western countries want China to shoulder the responsibilities that they want it to. Jin doesn't think the "China responsibility theory" will necessarily have a negative impact on China. On the contrary, the theory offers challenges and opportunities both and, hence, can act as a driver for China's development.

Some United States-based think tanks say the rise of China is one of the most important events of the 21st century.

But they say China is lingering on a strategic crossroads without being sure whether it will accept the existing international order under its leadership.

The West, especially the US, has many expectations when it comes to China's responsibilities, Jin says. On the economic front, the US expects China to open its domestic market further and reduce its bilateral trade surplus. In politics, it wants China to be more liberal and democratic like the West. In military affairs, it requires China to be more transparent and exhibit mutual trust. In diplomacy, China is expected to be more cooperative in resolving key affairs like the Korean Peninsula nuclear and Iran nuclear issues.

In some sense, Washington's expectations of Beijing seek to build China on the US model, Jin says. "That is something China cannot agree to."

Because of different values and interests, China and the West, especially the US, differ sharply on the definition of responsibility. China's view of "a responsible power" is different from the West's "China responsibility theory".

China has shouldered more international responsibilities since the Asia financial crisis in the late 1990s. It is one of the few countries that participates in most international organizations, and has made great efforts to resolve the Korean Peninsula and Iran nuclear issues. It has exempted debts of developing countries, too.

Despite all this, the West, especially the US, keeps pressuring China to shoulder more international responsibilities.

What they don't understand is that China still faces great challenges. First, China needs to prioritize its national interests.

Second, China is now an integral part of the international community. It has benefited from the international system over the past three decades, and is now it is playing an active role to improve it. Finding a way to strike a balance between maintaining the international system and improving it, however, is not the responsibility of China alone. The US has a decisive role to play.

Third, the US demands that China be more responsible to the US - and even compromise with it.

Since China's rise has caused tremendous changes in the world, it is natural for it to face more pressure from the international community, especially Western countries. Perhaps the best way for China to avoid hostility is to have more communication and interaction with the rest of the world.

Jin says China's involvement in international affairs is getting deeper. But he believes it should raise the level of its participation and improve the way it deals with certain international issues. "China needs its own voice and has to make more proposals and suggest solutions to more problems."

"Strategic mutual trust is established on the basis of interaction, which can facilitate agreement and eliminate misunderstandings," Jin says. "We need to make more efforts to enable the international community to understand China better."

China is still a developing country. Domestic development, and not an influential presence in the international community, is still its biggest responsibility. For example, China is still just a regional power and can hardly develop as a strong maritime power. There are some thorny problems, such as the Korean Peninsula issue and the South China Sea territorial disputes, which China needs great wisdom to deal with. Hence, China is still far from becoming a global power.

"So it is not right for the West to expect that China to share international responsibilities according to their demands," Jin says.

http://www.chinadaily.com.cn/opinion/2011-02/17/content_12030036.htm

A China pode assumir responsabilidades maiores no sistema internacional? 1

China's real responsibilities
By Qu Xing (China Daily)
Updated: 2011-02-18 08:17


It's unfair to impose unrealistic international duties upon the country which still needs to raise its development level

Now China's GDP has surpassed that of Japan to become the world's second largest, some Western media, which predicted that China was on the brink of collapse a short time ago, have begun to claim that China is no longer a developing country, and therefore should shoulder more international responsibilities.

China has never shunned its international duties, it bore great pressure in helping the world economy recover from the Asian financial crisis of 1997 and the international financial crisis of 2008. China's huge debt reduction and development aid to African countries has received high praise from its recipients.

However, as statistics from major international organizations indicate, China is still a developing country according to its current level of development and it cannot accept "responsibilities" out of line with the country's level of development.

The United Nations Development Program (UNDP), which calculates a "human development index" for each country based on three indices - average life expectancy, education and living standards - ranked China 89th in 2010 and as a developing country with "a medium level of development".

The World Bank and IMF both rank China as a lower middle-income country.

The country's industrial and employment structures and rate of urbanization are typical of a lower middle-income country. While China has made considerable progress in strengthening overall competitiveness, progress in modernization still lags significantly behind.

In the 2010 World Competitiveness Yearbook released by the International Institute for Management Development (IMD), China ranked 18th.

China has performed well in the development of the domestic economy, international trade, employment, public finance, the labor market and scientific infrastructure, but is not as competitive as it could be in terms of international investment, business legislation, management practice, health and the environment.

Of the 12 indices examined in the Global Competitiveness Report 2009-2010 issued by the World Economic Forum, China ranked 79th in the world in the maturity of its science and technology.

China's technological innovation capability is poor. It's spending on research and development is far lower than that of the major developed countries and Chinese enterprises have few research and development facilities. The great majority of the patents for inventions in the area of high technology in China come from overseas.

The nation also spends much less on education than developed countries, has insufficient medium and high-level personnel and has a much lower overall level of human resources than developed countries and emerging industrial countries. The low proportion of China's population with a high school education has become a bottleneck in efforts to improve the quality of China's human resources. The average world level of spending on education is 4.9 percent of GDP and the level of most countries is generally not lower than 4 percent. According to the Chinese Academy of Social Sciences, actual investment in public education in China accounts for only 2.4 percent of its GDP.

The rapid development of China's economy in recent years has greatly increased the size of China's economy but it has also increased the gap between the rich and the poor. China's Gini Coefficient - a commonly used measure of wealth inequality - reached 0.47 in 2010, higher than those of developed countries such as France (0.327), Switzerland (0.337) and the United States (0.408). China has made great achievements in poverty alleviation in recent years, but there is still a great deal that needs to be done to help the poor.

During the 30-plus years of reform and opening-up, the country has moved into the front ranks of the world in terms of overall strength and competitiveness in some fields. This is undoubtedly a great achievement. But most of the indices, such as those for economic and social development, education, health, science and technology, indicate that China is a developing country and still has much to do to.

China cannot accept responsibilities that would threaten its economic and social development.

The author is president of the China Institute of International Studies.

http://www.chinadaily.com.cn/opinion/2011-02/18/content_12036780.htm

Retaliações comerciais contra a Argentina

Amenazan con represalias comerciales

18/02/11


De acuerdo a un informe que difundió ayer el banco Ciudad, el principal riesgo de corto plazo del freno a las importaciones se vincula a “las represalias de nuestros socios comerciales”. Ya ocurrió con China en 2009-10, cuando suspendió unilateralmente las importaciones de aceite de soja, y ahora con la inminente eliminación de las preferencias arancelarias para exportaciones argentinas hacia los Estados Unidos. Las importaciones alcanzadas por las nuevas licencias no automáticas representaron US$ 11.000 millones en 2010. El 37% provino de Brasil, 22% de China, 7% de Alemania y 5% de los Estados Unidos.

Ayer los empresarios uruguayos solicitaron a su gobierno la aplicación de sanciones a la Argentina.

Hoy los ministros de Industria Débora Giorgi y su par brasileño Fernando Pimentel se reunen en Buenos Aires y este tema dominará la agenda.

Es el primer encuentro de monitoreo bilateral de comercio entre ambos países que se realiza durante la gestión de Dilma Rousseff y en medio de un clima de mucha tensión contra la Argentina por parte de sus socios comerciales por los permanentes cambios en las reglas de juego de comercio exterior.

La ministra Giorgi enfatizó que le avisó a Brasil, el principal socio argentino, sobre la ampliación de la cantidad de productos alcanzados ahora por las licencias no automáticas. Con todo y a pesar del aviso, parece que no logró bajarles el malhumor ni a los socios de Brasil ni de otros países del Mercosur, como Uruguay.


http://www.clarin.com/politica/Amenazan-represalias-comerciales_0_429557088.html

Diretor Gerente do FMI, como Obama, evita viajar à Argentina

El jefe del FMI va a Brasil y a Uruguay, y también evita a la Argentina

18/02/11Como Obama, Dominique Strauss-Kahn inicia este mes una gira por la región.


El director gerente del Fondo Monetario Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, realizará en marzo una gira por América Latina, pero la Argentina no está incluida en la lista de países que visitará, a pesar de que estará muy cerca , ya que luego de visitar Panamá hará escala en Brasil y luego en Uruguay.

La decisión del titular del FMI de visitar algunos países de América Latina fue confirmada ayer por el portavoz del Fondo Monetario Internacional.

Sin embargo, por el momento no se dieron detalles de cuál será la agenda que Strauss Kahn tendrá en su visita a estos países. Sólo se confirmó, por ahora, que el titular del FMI podría reunirse con los presidentes de algunos de los países que visitará.

El viaje de Strauss Kahn comenzará el próximo 28 de febrero, cuando aterrice en Panamá, primer país latinoamericano que visitará en esta gira. Luego, el 2 de marzo, viajará a Uruguay. Al día siguiente, el 3 de marzo, estará en Brasil.

Esta es la segunda vez que el director gerente del Fondo Monetario realiza una visita a Sudamérica sin incluir a la Argentina entre los países a los que visita.

El máximo responsable del FMI estuvo en México en diciembre pasado, visitó Jamaica en julio, y viajó a Brasil y a Perú entre abril y mayo del 2010.

Pero en ninguna de esas oportunidades se habló de la posibilidad de que el titular del FMI visitara la Argentina, y tampoco de que se reuniera con la presidenta Cristina Kirchner.

En cambio, ayer el portavoz del FMI, David Hawley, confirmó que en esta oportunidad Dominique Strauss Kahn se entrevistará con el presidente José Mujica durante su visita a Montevideo, el próximo 2 de marzo.

El titular del FMI vendrá a América del Sur en momentos en que la región muestra importantes datos de crecimiento económico. Incluso los pronósticos del Fondo dicen que este año la región crecerá un 4,2%.

Sin embargo, hay algunas luces amarillas respecto de los procesos inflacionarios que se dan en algunos países (entre ellos Argentina y Venezuela) producto del recalentamiento de la economía.


El artículo IV

La relación con el FMI nunca fue sencilla, pero desde 2006 Argentina se niega a la visita técnica anual que el Fondo realiza a sus socios y que está contemplada en el artículo IV del Fondo. La negativa obedece a que los datos del INDEC están manipulados, desde su intervención en 2007.

La semana pasada Nicolás Eyzaguirre, director del FMI, admitió que la inflación en Argentina, ”puede ser más alta que la informada”.


http://www.clarin.com/politica/FMI-Brasil-Uruguay-evita-Argentina_0_429557114.html

A China está atacando o Canadá?

Denuncian en Canadá ciberataques a ministerios

18/02/11


Toronto. Efe


El primer ministro de Canadá, Stephen Harper, admitió ayer que su país está sufriendo un ataque cibernético a gran escala aunque se negó a confirmar que los responsables sean “hackers” extranjeros situados en China, como informaron algunos medios locales.

Harper también reconoció durante una rueda de prensa que los expertos en seguridad del gobierno están intentando detener el ataque, revelado por la TV pública canadiense, CBC.

“Este es un asunto del que somos conscientes y nuestro personal de seguridad está trabajando para resolverlo”, afirmó.

El diario The Globe and Mail dijo que los ataques se están concentrando en los sistemas del Ministerio de Finanzas y la secretaría del Tesoro, los dos principales departamentos económicos de Canadá, y fueron detectados inicialmente a principios de febrero.

Fuentes gubernamentales consultadas por ese diario y por CBC señalaron que los ciberataques se originaron en sistemas informáticos basados en China .

Las mismas fuentes indicaron que los “hackers” fueron capaces de asumir el control de computadoras en las oficinas de altos funcionarios gubernamentales.

Cuando se detectó el ataque, las autoridades bloquearon el acceso a Internet de los sistemas afectados, lo que dejó sin acceso a la red a miles de funcionarios.

El gobierno chino aseguró ayer que las acusaciones de ciberataques perpetrados desde ese país contra petroleras occidentales son “infundadas” y que su país condena cualquier delito en Internet.


http://www.clarin.com/mundo/Denuncian-Canada-ciberataques-ministerios_0_429557131.html

Política externa da Argentina e o distanciamento do país das grandes questões internacionais

Acciones que nos condenan a la intrascendencia

18/02/11

Por Rodolfo Gil, Ex embajador ante la OEA
Opinión


El repertorio popular pontifica que “de cualquier lugar se puede retornar, salvo del ridículo” . Ningún comentario podría ser más certero para calificar la actualidad de la política exterior argentina.

Nuestro gobierno ha llevado adelante acciones ridículas y ha dicho cosas ridículas con relación al affaire del avión estadounidense y su carga para un ejercicio conjunto de expertos de ese origen con fuerzas policiales argentinas. Resulta difícil no relacionar este episodio con la frustración que se vive por la ausencia en Argentina del presidente Obama en su periplo a América del Sur.

¿Cuál es el por qué de esa ausencia, más aún cuando las ausencias no son un hecho que se dé sólo en nuestra actual relación con los EE.UU., sino que se trata de una suerte de impronta de toda nuestra actividad internacional ?. Si hay algo que reconocer al gobierno de CFK, es su vocación viajera y sus intentos de reinstalar al país en el escenario internacional luego de la gran crisis. La Presidenta, ha estado en lugares importantes para el desenvolvimiento internacional de Argentina pero, creemos que, muchas veces, sin los contenidos ni los gestos correctos . Debemos preguntarnos por qué visitamos más de lo que somos visitados. Ningún líder de nación políticamente gravitante en el orbe, salvo el Presidente Hu, que vino a comprometer el voto argentino para el ingreso chino a la OMC, ha aterrizado en estas playas. La explicación tiene dos vertientes. La primera, reside en la creciente intrascendencia del país (como lugar atractivo para hacer negocios a largo plazo por la inseguridad jurídica, por la falta de confiabilidad política , una alarmante fragilidad institucional -megacrisis recurrentes, falta de división e independencia de poderes ). La segunda es la profunda desconfianza que inspira la contradicción entre lo que dicen, o prometen, y lo que hacen nuestros altos funcionarios. Un ejemplo, y para ir al caso concreto que nos ocupa. Reacciones como la de la Cumbre de Mar del Plata cuando zamarreamos públicamente Bush o la “contracumbre” , que se desarrolló con activa participación del bolivarianismo cuando la visita del mismo presidente a Montevideo, fueron registrados como ataques directos a los EE.UU . Tanto la ausencia de una reunión formal entre ambos presidentes como la “parada forzosa” de Hillary Clinton por unas horas en Buenos Aires, en una escala no programada de su periplo entre Montevideo y Santiago que se originó en el terremoto que asoló a Chile, señalaban por qué carriles discurriría la relación. Los países desarrollados lo son entre otras cosas por conservar una suerte de memoria institucional, que tiene un capítulo dedicado a los agravios inferidos a la Nación. Para ellos un presidente, no interesando su signo político ni la valoración que de él se haga, es un símbolo de esa nación.

Debemos resaltar un hecho altamente positivo que es que el país, desde la restauración democrática, ha mantenido inalterables políticas de Estado: democracia, derechos humanos, lucha contra el terrorismo y el narcotráfico, no proliferación de armas nucleares, contingentes de paz de ONU, entre las descollantes. La pregunta es por qué contando con este bagaje somos tan intrascendentes en la arena internacional . Una respuesta reside en los discursos y acciones reactivos y poco reflexivos que ensayamos en circunstancias como la actual.

Creer que la política exterior, en el caso de una nación de envergadura mediana y muy necesitada del tramado externo, puede servir a los efectos no ya de una incierta “acumulación de poder” interno sino a meros golpes de efecto domésticos y que no acarreará consecuencias con el mundo. De esta manera dilapidamos lo que hemos edificado durante años.

La Presidente convocó a “defender la soberanía nacional”. Señora Presidente no tenga la más mínima duda que la mayoría de los argentinos nos encolumnaremos detrás de su liderazgo cuando decida conducir una cruzada para recuperar la respetabilidad, el decoro y el lugar que Argentina merece entre las naciones.


http://www.clarin.com/politica/Acciones-condenan-intrascendencia_0_429557084.html

Venezuela: maior reserva de petróleo do mundo

Internacional Chevron y Petrobras descubren nuevos yacimientos
Oficial: Venezuela tiene la mayor reserva petrolera del mundo

Caracas y La Habana (PL).- Venezuela oficializó hoy la disponibilidad de 296.500 millones de barriles de petróleo en sus yacimientos, lo cual la convierte en la nación con mayores reservas probadas de crudo en el mundo. La certificación es un proceso avalado por organismos internacionales.

En un comunicado, el Ministerio de Energía y Petróleo precisa que se alcanzó ese nivel con la incorporación de 86.411 millones de barriles provenientes de áreas tradicionales y del condensado existente costa afuera y en la Faja del Orinoco.

Hace un mes, el titular del sector, Rafael Ramírez, había adelantado la certificación de las reservas que desplazan a Arabia Saudita (266 mil millones de barriles) al segundo puesto.

La cuantificación de la riqueza de Venezuela en hidrocarburos forma parte del Proyecto Socialista Orinoco Magna Reserva, enmarcado en las políticas de plena soberanía petrolera impulsadas por el presidente Hugo Chávez.

Puntal en la elevada disponibilidad de crudo es la Faja del Orinoco, territorio de 55 mil kilómetros cuadrados al sur de los estados de Guárico, Anzoátegui y Monagas, donde yace la mayor cantidad de oro negro en el planeta.

Chevron y Petrobras descubren nuevas fuentes de petróleo

Semanas atrás el vicepresidente de Chevron George Kirkland dijo que esa empresa, la segunda petrolera más grande de Estados Unidos, descubrió crudo frente a las costas de la República del Congo. La subsidiaria de Chevron posee un interés de 31,5 por ciento en el área permitida, mientras que su socio Societe Nationale des Petroles du Congo cuenta con un 15 y Total SA E&P Congo tiene el 53,5 por ciento.

Por otro lado, la petrolera estatal Petrobras confirmó el hallazgo de una nueva reserva de crudo de buena calidad en un bloque que opera en la Bahía de Santos, en el estado de Sao Paulo. El descubrimiento tuvo lugar en las reservas del presal en una perforación del pozo Carioca Nordeste, a una profundidad de dos mil 151 metros y a 275 kilómetros de la costa del estado de Sao Paulo. Petrobras tiene el 45 por ciento de los intereses de la reserva, una concesión otorgada a la firma brasileña en consorcio con BG Group, que detenta el 30 por ciento, y la española Repsol, con el 25%.

Petrobras registró una producción diaria de dos millones cuatro mil 172 barriles en 2010, nuevo récord que supera en 1,7 por ciento la de 2009, cuando la producción diaria de petróleo fue de un millón 970 mil 811 barriles. Asimismo, la extracción de gas natural el año pasado fue de 53 millones 77 mil metros cúbicos diarios, un incremento de 5,4 por ciento en relación con el año anterior.

La producción de petróleo y gas natural de Petrobras en los campos de Brasil y el exterior en 2010 también reportó una nueva cota, con una producción diaria de dos millones 583 mil 458 barriles, un 2,3 por ciento más que los dos millones 525 mil 260 barriles obtenidos en 2009.

La compañía refiere que en el resultado anual influyó la cantidad récord para un mes obtenida en diciembre último, cuando la producción diaria de petróleo mostró una nueva marca nacional de dos millones 121 mil 584 barriles, superior a la alcanzada en abril de 2010, de dos millones 32 mil 260 barriles.

La extracción de diciembre fue consecuencia de la entrada en operación de la plataforma P-57, en el campo de Jubarte, en la parte del estado de Espírito Santo, de la Cuenca de Campos. También, de la prueba de Larga Duración de Guará, en la Cuenca de Santos, y de la entrada de nuevos pozos en los campos de Cachalote/Baleia Franca y Barracuda/Caratinga, ambos en la Cuenca de Campos.

http://www.bolpress.com/art.php?Cod=2011021508

As eleições de 2012 e o preço da gasolina na Venezuela

Gasolina para el 2012

¿Por qué no dejar que ese ajuste lo asuma Chávez?

Todo parece indicar que el racionamiento a la gasolina no va a llegar muy lejos. El Gobierno exhibe una actitud similar a la de los anteriores desde que la inflación empezó a ser un problema: la negación. No se acepta que a los precios actuales se demande mucho más de lo que se oferta, pero tampoco que los precios suban. Esta manera de pensar no es nueva. Es el Ministerio de Fomento regulando los precios de las bolsas de hielo all over again. Todo parece ser el anticipo de un aumento en el precio de la gasolina.

Aunque los diputados opositores distan mucho de conformar un bloque compacto y coherente, he notado que predomina cierta oposición al aumento de la gasolina. Uno tiene que pensar que esto es algo que deberá ocurrir tarde o temprano. Siendo así, y sabiendo que la medida posiblemente pueda tener algún costo político, ¿por qué no dejar que ese ajuste lo asuma Chávez? Me da la impresión de que uno puede utilizar la medida en que un diputado de este bloque se opone al aumento de la gasolina como instrumento para medir qué tanto se cree que puede llegar a ser gobierno.

Vamos a verlo de otra forma. Dejando por fuera el escenario en el que Chávez triunfa en 2012 (no por improbable, sino porque carece de interés el ejercicio), el verdadero reto de una eventual administración de oposición será el recibir ese país agarrado con pinzas, en el que todo puede ocurrir y todo es posible, todo se puede venir abajo. Imagínese ese escenario, pero ahora con Chávez en la oposición. Ha quedado en evidencia que el chavismo tiene una enorme capacidad de desestabilizar, ¡siendo gobierno! Imagíneselos en la oposición. Siendo así, yo como diputado preferiría insistir o tal vez no oponerme demasiado al aumento del IVA, la devaluación, el aumento a la gasolina. Mientras más rápido sean adoptadas por el Gobierno, mayor margen de maniobra (política y económica) tendrá la próxima administración.

No me gusta tampoco el oportunismo político, el salir a criticar el aumento de la gasolina y pedir un aumento general de sueldos y salarios de 30%, porque esa es una actitud con la que sería imposible ser consecuente si se llega a ser gobierno. No me gusta el "después de que lleguemos ahí, ya veremos cómo se hace". Hacerlo para "meterle fuego a la candela" es menospreciar al elector e insistir en las actitudes que dieron al traste con la política como ejercicio ciudadano y nos trajeron hasta aquí. Hay que hacer énfasis en el absurdo precio que ha alcanzado la gasolina y en la incapacidad del Gobierno para montar un sistema de transporte público subsidiado con la gasolina cara de quienes utilizan vehículos privados.

Alguien me comenta: "antes de subir la gasolina, que paren la regaladera". Una cosa no quita la otra. Creo que es un argumento inteligente desde el punto de vista político, no así desde el punto de vista estratégico. A menos que se piense que uno nunca va a ser gobierno. Hay que ser consistente, empezar a pensar en la posibilidad de gobernar y promover cualquier cosa que ayude al Gobierno a llegar sin gasolina al 2012. Es eso, o enfrentar la posibilidad de que a una eventual administración opositora le bauticen el mandato prendido en gasolina, a-la CAP 1989.

http://www.eluniversal.com/2011/02/18/opi_art_gasolina-para-el-201_2188907.shtml

Patriota pede aprovação de acordo de Itaipu! Bem que o Paraguai poderia colaborar aprovando logo o ingresso da Venezuela no Mercosul também!

Canciller de Brasil insta al Congreso a ratificar acuerdo de Itaipú
 
SAO PAULO. El canciller brasileño, Antonio Patriota, pidió este viernes al Congreso de su país ratificar el acuerdo firmado con Paraguay que eleva el valor que Brasil paga por la energía excedente de la represa binacional de Itaipú, la segunda mayor del mundo.
por ANSA

“Espero que el acuerdo sea ratificado por el Congreso brasileño para dar alivio y confort a la población paraguaya y demostrar que Brasil quiere el progreso y la estabilidad de Paraguay”, dijo Patriota al programa Bom Dia Ministro, de la red de medios públicos.

En 2009, por presión paraguaya, el entonces presidente brasileño, Luiz Lula da Silva, y su colega paraguayo, Fernando Lugo, firmaron un acuerdo por el cual Brasil pasará a pagar por energía excedente de Itaipú de 120 millones de dólares a 360 millones de dólares.

Brasil adquiere el 95% de la energía producida por la parte paraguaya de Itaipú, ya que como recordó Patriota, la economía paraguaya representa el 2% del PIB brasileño.

El Congreso paraguayo ratificó el acuerdo pero falta que lo haga el brasileño.

“Tenemos todo el interés en el desarrollo y crecimiento de Paraguay y este proceso beneficiará al país para reducir la pobreza y la desigualdad”, dijo.

http://www.abc.com.py/nota/canciller-de-brasil-insta-al-congreso-a-ratificar-acuerdo-de-itaipu/

Chance para taxa Tobin?

Robin Hood apunta al corazón del G-20
Decenas de organizaciones en todo el mundo solicitan a la presidencia francesa del grupo de los 20 países más desarrollados que impulsen la tasa Robin Hood, gravamen del 0,05% sobre las transacciones financieras especulativas cuya recaudación iría destinada al desarrollo y la lucha contra la pobreza

ÓSCAR GUTIÉRREZ - Madrid - 17/02/2011

Mejor que un arquero como Robin Hood hay pocos para meterse en el bosque de las transacciones financieras. Bien conocía el héroe de Nottingham la frondosidad de Sherwood. Decenas de organizaciones en todo el mundo han lanzado -simbólicamente, que se sepa- flechas para hacer diana en el G-20 (grupo de 20 países más desarrollados), que este fin de semana vuelve a reunirse en París. En la punta de la flecha, la tasa del 0,05% a las transacciones financieras especulativas, una propuesta que ya ha estado en la mesa de otras reuniones del grupo tras el estallido de la actual crisis, pero que sigue en el aire hasta alcanzar un mayor consenso. La ONG española Intermón Oxfam, que como el resto de la alianza de la que forma parte conoce este gravamen como tasa Robin Hood, ha entregado hoy su particular flecha al embajador francés en España, Bruno Delaye, para que su país, que preside en la actualidad el G-20, mantenga su postura favorable.

"El problema para que se aplique la tasa no es técnico sino político" ha manifestado en conversación telefónica Susana Ruiz, miembro de Intermón Oxfam y portavoz de la Alianza Tasa Robin Hood. Esto es, existen medios técnicos para gravar las transacciones especulativas -Ruiz pone como ejemplo el uso del software CLS (Continuos Linked Settlement) utilizado en el mercado de divisas-, pero falta consenso en los Gobiernos para su aplicación. Según los cálculos manejados por Intermón, si se aplicara a los flujos de capital especulativos (derivados financieros, intercambio de divisas o acciones, emisión de bonos) una tasa del 0,05% se podría recaudar unos 300.000 millones de euros al año para luchar contra la pobreza.

Si cada transacción hecha en España perdiese por el camino un 0,05% en favor de políticas de desarrollo, la recaudación sería entonces y según un informe de La Fundación Ideas de entre 1.300 y 6.300 millones de euros anuales. "España, como Francia,está a favor de la tasa -así lo defendió el presidente Zapatero durante una cumbre de la ONU en septiembre-, pero falta el último paso para que la defiendan con la misma intensidad" ha señalado Susana Ruiz.

La estabilización del mercado

Pero no solo de lucha contra la pobreza y desarrollo vive la tasa Robin Hood. El segundo efecto de su aplicación sería la correción del mercado. Un bien necesario para evitar crisis como la actual en el que coinciden tanto Intermón, su alianza, como el estudio de la Fundación Ideas y el catedrático de Economía de la Autónoma y presidente de Transparencia Internacional España, Jesús Lizcano Álvarez. Según los datos de Lizcano, las transacciones financieras tienen un importe 75 veces superior al de las transacciones reales (bienes y servicios), mientras que el mercado de divisas, el mayor del mundo, alcanza un volumen de negocio 15 veces superior al PIB mundial.

"La tasa tiene más viabilidad ahora que cuando la propuso hace más de 30 años [el economista estadounidense James] Tobin" ha explicado por teléfono Lizcano. "Gracias a la tecnología, hoy sería más fácil de controlar". No obstante, el catedrático advierte de que igual que la tecnología ayudaría a recaudar ese 0,05% de cada operación, también abriría y abre con más facilidad los caminos a deslocalizar en "paraisos fiscales" esas transacciones. "La solución estaría en penalizarlo". Lizcano plantea que al consenso del G-20 -de producirse- tendría que unirse el FMI.

El embajador francés Delaye, flecha en mano, ha adelantado que ya son siete los países que apoyan la tasa: Francia, España, Noruega, Austria, Bélgica, Benín y Brasil. ¿Qué pasa con el gran mercado británico? "Londres es el mayor centro financiero", ha aclarado Lizcano durante la conversación. "Sería el que más tendría que perder si las transacciones se desviasen a otros puntos". Buen trabajo tiene todavía Robin Hood en su propia casa.
http://www.elpais.com/articulo/sociedad/Robin/Hood/apunta/corazon/G-20/elpepusoc/20110217elpepusoc_15/Tes

A decadência de Detroit

REPORTAJE: DETROIT
La caída de un imperio

YOLANDA MONGE 06/02/2011

Cuna del automóvil y el sonido ‘motown’, y prototipo del sueño americano en los años cincuenta. Hoy, el abandono, el paro y la violencia reinan aquí. El sueño se ha transformado en pesadilla. La que fuera cuarta ciudad más grande de EE UU parece detenida, convertida en impotente espectadora de su decadencia.

Como la boca de un boxeador viejo, los barrios de Detroit tienen más huecos que dientes. Donde antes había casas, ahora hay ruinas. Como los grandes imperios, la que una vez fue la cuarta ciudad más grande de Estados Unidos está hoy en una decadencia que lleva a certificar su necesidad de respiración asistida para seguir viviendo. Un ejército de vagabundos ocupa las calles del centro de la ciudad al caer la noche. Como si de una película catastrofista de ciencia ficción se tratara, Detroit parece haber sido devastado por una bomba de neutrones y catapultado a un apocalíptico siglo XXII cuando solo despunta el XXI. Detroit es un mundo perdido, o al menos una ciudad perdida en la que las huellas de la grandeza de su pasado están presentes en cada esquina, ajadas y moribundas.

Cientos de edificios abandonados se alinean como trágica prueba del sueño americano que se convirtió en pesadilla. Nada presagiaba este fantasmagórico final cuando, en 1913, un hombre llamado Henry Ford iniciaba el ascenso a la gloria de Detroit creando la primera gran cadena de montaje de automóviles y ponía en nómina a 90.000 trabajadores para que fabricaran el Ford modelo T (más conocido como Lizzie o Flivver), el que resultó ser el coche favorito –y asequible– de la sociedad trabajadora industrial.

La prosperidad llamó a la prosperidad y el dinero al dinero, y los monumentales rascacielos empezaron a diseñar un nuevo horizonte de la ciudad. La estación Central de Michigan, hoy comida por las malas hierbas e imposible de recorrer sin sentir el crujir de cristales rotos bajo los pies. El Banco Nacional de Detroit, en la actualidad saqueado y comido por el óxido tras ser abandonado al olvido. El teatro UnitedArtists, ahora con las cortinas desgarradas, pero, todos ellos, todavía testigos de un mejor tiempo pasado.

Ingenieros visionarios y empresarios se asentaron en un emplazamiento privilegiado de los Grandes Lagos. La población alcanzaba los dos millones de habitantes en la década de los cincuenta –hoy no llega a un millón–. Detroit había hecho su propia revolución y parecía imparable. Huyendo de la segregación que las leyes Jim Crow imponían en el sur, los negros llegaron a Detroit respondiendo a la necesidad de mano de obra, pero para encontrarse viviendo igual de aislados de los blancos que en sus sureños Estados natales. Mientras que ser blanco en Detroit en los años cincuenta era el sueño americano hecho realidad –la casa en propiedad con valla blanca; la nómina a final de mes; los niños corriendo felices, y seguros, en el jardín–, muy diferente era el día a día de sus conciudadanos afroamericanos.

Una primera fotografía de la devastación de Detroit se mostró al mundo en 1967, cuando el presidente Lyndon Johnson sacó de Vietnam a la 82 División Aerotransportada del Ejército para sofocar los disturbios raciales que dejaron un saldo de 43 muertos e hizo patente el racismo que imperaba en la ciudad. Los disturbios de Detroit son unos de los más violentos de la historia de Estados Unidos. La ciudad se asemejaba tras los choques con la policía a una zona de guerra. Comercios saqueados, casas abrasadas y 7.000 detenidos en cinco días de furia. La pudiente población blanca huyó a las afueras –whiteflight– y abandonó el centro de la ciudad para los empobrecidos negros. Detroit se convertía en una ciudad de mayoría negra que en 1973 elegía a su primer alcalde de esa raza, Coleman Young, quien dedicó gran parte de sus últimos 20 años en el poder en ejercer la política de la venganza. Young nunca escondió sus objetivos y se atribuía a sí mismo el cargo de MFIC (mother fucker in charge, el hijo de puta al cargo). Detroit se moría lentamente.

El empuje asiático en la fabricación de coches selló definitivamente la lenta decadencia de la cuna del automóvil que la ha postrado en un estado de momificación aterrador para quien conociera los años dorados de la ciudad. El Rust Belt (cinturón del óxido), el cinturón industrial que junto a Detroit engloba a ciudades altamente industrializadas como Buffalo, Gary, Flint o Pittsburg, comenzaba su caída en picado hacia el abismo del paro y el desmantelamiento de las plantas de trabajo. El lugar que vio nacer la música negra motown en los años sesenta encumbraba en 2000 a Marshall Bruce Mathers, un rapero blanco más conocido como Eminem que cantaba a la 8 Mile Road, la calle al norte de la ciudad que a día de hoy sigue marcando la frontera entre lo blanco y lo negro. El crimen crece como la espuma y siete de cada 10 asesinatos se quedan sin resolver.

Cerca de la mitad de los niños de Detroit entran en la categoría de pobres. La mitad de las escuelas públicas de la ciudad han sido cerradas y los locales saqueados. Más edificios abandonados, dejados morir lentamente ante la mirada fría de la implacable cámara. Adiós para siempre al tejido que compone una arquitectura civil: tribunales, bibliotecas, comisarías de policía, piscinas. Iglesias convertidas en improvisado lugar donde abandonar coches para que se tornen en chatarra. Hoteles con sillas desvencijadas y pianos destripados. Relojes parados en el tiempo.

La cifra de paro oficial en Detroit se sitúa en torno al 28% –en Nueva Orleans, después de que el huracán Katrina y la incompetencia de la Administración de George W. Bush devastara la ciudad, la cifra de desempleo llegó ¡al 11%!–. Pero quienes sufren cada día el desarraigo al que los ha sometido su propia ciudad dicen que está cercano al 50%. Si una vez fue un lugar en el que se ansiaba para vivir, hoy es una cárcel. En Detroit, por desaparecer han desaparecido las tiendas y los supermercados. Su calificación es desierto de comida.

En su momento de esplendor, The 3 Big (Ford, Chrysler y General Motors) construían cuatro de cada cinco coches que se hacían en el mundo. General Motors era el mayor empleador privado del planeta, solo superado por el número de empleados que tenía el régimen de la antigua Unión Soviética.

El lema de la ciudad está más vigente hoy que nunca: “Speramus meliora; resurget cineribus” (esperamos cosas mejores; resurgirá de las cenizas). Pero, como las pirámides de Egipto, el Coliseo de Roma o la Acrópolis de Atenas, los edificios rotos de Detroit son la muestra de la caída de un imperio.

http://www.elpais.com/articulo/portada/caida/imperio/elpepusoceps/20110206elpepspor_11/Tes

Los intereses comerciales de España en Bahrein

Los intereses comerciales de España en Bahrein
Empresas como Mapfre, Inditex o Porcelanosa asisten desde dentro a la ola de cambio en el mundo islámico

JESÚS EIJO CÁNOVAS - Madrid - 18/02/2011

Bahrein, ese pequeño país del Golfo Pérsico, aliado clave de Estados Unidos en la región y candidato a ficha de dominó en el tablero de las dictaduras caídas del mundo islámico, también tiene sus relaciones comerciales con España. Las exportaciones a la monarquía suní están diversificadas y resultan atractivas para varios sectores. En 2010 alcanzaron algo más de 50 millones de euros (70 millones en 2009), según datos del ministerio de Industria, Turismo y Comercio.

Bahrein tiene unos ingresos elevados. En 2009 registró un PIB por habitante de 26.800 dólares (unos 19.700 euros), mucho más que Egipto o Túnez, los dos regímenes derrocados hasta el momento. Sin embargo, la distribución de la renta es muy desigual, como también lo es el trato que recibe la población chií (dos tercios del total) con respecto a la minoría suní gobernante, uno de los principales motivos de la revuelta.

Como para el resto de países del Consejo de Cooperación de Golfo, el petróleo supone para Bahrein la principal fuente de ingresos: el oro negro y el gas constituyen aproximadamente el 80% de sus exportaciones y el 75% de los ingresos del Estado. Las compras de España, sin embargo, no van por ahí, sino que se concentran, fundamentalmente, en el sector del aluminio. Las importaciones españolas rondaron los 67 millones de euros en 2010.

Pero Bahrein no dispone de tantas reservas de petróleo como Arabia Saudí o los Emiratos Árabes Unidos, por lo que desde hace unos años intenta diversificar su economía, principalmente hacia el sector financiero, la industria, los seguros y el turismo. Ahí es donde entran en juego los intereses españoles.

El país se ha marcado el objetivo de convertirse en el centro más importante del sector de los seguros en la región. El Gobierno ha reducido el capital mínimo exigido a las firmas internacionales que quieren operar allí para incentivar la inversión, y se estima que ya lo hacen unas 86 compañías de seguros. Una de ellas es la española Mapfre.

Con unos 8,6 millones de visitantes al año, el turismo es otra esencial fuente de ingresos y creación de empleo. Donde hay turistas con alto poder adquisitivo, hay tiendas de buen nivel. Y donde hay tiendas de buen nivel, está Inditex. Zara, Massimo Dutti o Pull & Bear tienen sus locales en el pequeño reino, pero también están presentes Sfera o Mango.

Entre los objetivos económicos que el Gobierno suní hizo públicos en su informe de 2008 Economic Vision 2030 destaca el fortalecimiento del sector privado o la mejora y ampliación de las infraestructuras, entre otras de los hoteles. España tiene en esos campos un buen nicho de mercado; exporta máquinas y aparatos mecánicos, muebles, sillas o lámparas y, sobre todo, cerámica y mármol. Empresas como Roca, Porcelanosa o Lladró están establecidas allí.

España no es uno de los principales socios comerciales de Bahrein, condición de la que gozan Estados Unidos, Arabia Saudí, Alemania o Japón; pero sí tiene intereses económicos que mantener en el archipiélago. Siempre y cuando lo permitan los carros de combate del rey Hamad.

http://www.elpais.com/articulo/economia/intereses/comerciales/Espana/Bahrein/elpepueco/20110218elpepueco_11/Tes

O Robocop salvará Detroit?

Robocop, el nuevo mesías de la financiación 'online'
Vecinos de la agonizante ciudad de Detroit sufragan un estatua para el cinematográfico 'cyborg' en un intento de atraer al turismo

BARBARA CELIS - Nueva York - 18/02/2011

Robocop todo lo puede. El cyborg que en la película de Paul Verhoeven regresaba a salvar a esa Detroit decadente, furiosa e impotente ante el crimen rampante y el abandono, está a punto de materializarse en el Detroit real. Esta ciudad, antaño patria gloriosa de la industria del automóvil y de la música Motown, languidece económicamente desde hace décadas , pero en los últimos tres años ha tocado fondo debido a la crisis económica. Por eso resulta sorprendente que en apenas seis días sus ciudadanos hayan recaudado 50.000 dólares (37.000 euros) para financiar la creación e instalación de una estatua de Robocop. Sin duda esta urbe tiene necesidades más acuciantes pero no todas las decisiones humanas tienen una explicación racional y a veces, los símbolos adquieren una importancia superior a la de las necesidades reales.

Todo comenzó -como ocurre últimamente- vía la red social de Internet Twitter hace apenas diez días. Un internauta anónimo le escribió a David Bing, alcalde de Detroit, el siguiente mensaje: "Filadelfia tiene una estatua de Rocky y Robocop le daría una paliza. Es un GRAN embajador para Detroit" a lo que el señor alcalde contestó "No tenemos planeado construir una estatua de Robocop. Gracias por la sugerencia".

Ese mismo día John Leonard, vecino de la ciudad, creaba una página en Facebook titulada Construyamos una estatua de Robocop en Detroit. A él se unieron como organizadores otros vecinos como Brandon Swalley, que abrió una cuenta en la web Kickstarter, utilizada para financiar todo tipo de proyectos mediante donaciones online y una página titulada detroitneedsrobocop.com (Detroit necesita a Robocop). Siete días después entre fans del cyborg y vecinos de la ciudad, el proyecto conseguía 25.000 dólares. Otros 25.000 además llovían desde Omni Consumer Productos, una empresa de publicidad dedicada a transformar productos de ficción en cosas tangibles que gracias a su contribución ha multiplicado su fama (entre otras cosas esa empresa se ha inventado una bebida llamada True Blood inspirada en lo que se beben los vampiros de la serie homónima).

La causa de Robocop ha sido jaleada por unos y criticada por otros, mientras que el alcalde de Detroit trata sin éxito de entender por qué esto ha funcionado y en cambio fue incapaz de conseguir financiación para salvar el estadio de la ciudad. "Mi opinión personal es que no veo qué ganamos con esto" ha dicho. Los pro Robocop le han pedido que ceda un terreno para instalar la escultura, que de momento está proyectada como una réplica de las figuritas de acción de Robocop pero a tamaño gigante. Si él no quiere, ya hay un grupo llamado Imagination Station que aspira a revitalizar estética y socialmente Detroit que ha ofrecido un espacio para colocar la escultura.

La iniciativa ha vuelto a demostrar la fuerza que tienen las redes sociales para organizar ciudadanos. Y así lo ha manifestado Jerry Paffendorf, uno de los organizadores, en The New York Times: "A veces hace falta que llegue Robocop para mostrar nuevos caminos. Mi esperanza es que esto sirva de ejemplo y ponga este tipo de financiación en el mapa, así, cuando la gente vea problemas importantes piense 'si un grupo de chalados ha conseguido 50.000 dólares para una estatua de Robocop, seguro que nosotros podemos conseguir dinero para cosas más importantes".

http://www.elpais.com/articulo/cultura/Robocop/nuevo/mesias/financiacion/online/elpepucul/20110218elpepucul_5/Tes?print=1

Bolívia: entrevista do vice-ministro da Descolonização

Política Entrevista al viceministro de Descolonización Félix Cárdenas Aguilar
No avanza el proceso de cambio por falta de modelo alternativo y claridad ideológica
Marco Antonio Marín G. *

Muchos dicen que en Bolivia estamos construyendo el socialismo comunitario o el capitalismo andino, ¿de qué se trata eso? Al parecer, aquí no tenemos muchas cosas definidas y todavía no estamos empezando el proceso de cambio, reflexiona el viceministro de Descolonización Félix Cárdenas.

P. ¿Cuál es la misión del Viceministerio de Descolonización dependiente del Ministerio de Culturas?

R. No es muy fácil ese tema porque no existía un Viceministerio de Descolonización, esto viene a partir de las discusiones política ideológicas de la Asamblea Constituyente. Tras eso hay diferentes reacciones académicas que pueden ver la descolonización como una cuestión exótica; hay reacciones, incluso, de niveles de la sociedad que no entienden qué es descolonización; y para muchos, quizás la mayoría, descolonización es un tema de indios. No entienden que descolonización atraviesa todo. El colonialismo no solamente es un tema de indios, es un tema de obreros, de la burguesía, del empresariado privado. Entender descolonización es entender colonialidad. Nosotros no vamos a los estudios académicos; lo que vemos es el sentimiento de los pueblos indígenas, lo que nos hace entender que siempre hemos luchado contra un Estado colonial. Se trata de entender la profundidad de la construcción del estado colonial. Todos los estados-nacionales son estados coloniales fundados en razón de diseñar y ejecutar políticas para liquidar pueblos indígenas. Entonces a estas tareas de agresión permanente religiosa, cultural, física –de exterminio de los pueblos indígenas– es a lo que nosotros le llamamos Estado colonial. Este Estado colonial ha instituido dos ejes centrales para reproducirse por inercia: el racismo y el patriarcado. No hay que entender el racismo simplemente como el acto de desprecio de una persona a otra en razón de color, en razón económica; el comportamiento racista de la sociedad es consecuencia inicial de este hecho primero que es la construcción de un estado colonial basado en racismo y patriarcado. Como Viceministerio lo que tenemos que hacer es trabajar sobre estos temas en todos los niveles y sobre todo en los nichos nucleares de emanación de racismo y patriarcado; entonces ahí puedes tener a las Fuerzas Armadas, Policía –como el patriarcado en esencia, pero también como racismo–, la educación colonial como la fuente que dimana racismo, discriminación, sin descontar otros temas diferentes como la salud.

P. ¿Por qué el Viceministerio de Descolonización está dentro del Ministerio de Culturas, siendo que éste no ha emprendido una transformación ni una aclaración del concepto de cultura?

R. Se entiende la cultura como una actividad de tarimas; esa fue la concepción permanente de lo que es "cultura" en los anteriores gobiernos que impusieron la concepción de que el Estado es una sola cultura, un solo idioma, una sola nación, una sola religión. Entonces la Asamblea nos hace asumir que no somos un solo idioma, una sola religión… somos muchas culturas, muchos idiomas, somos una confederación de identidades y por eso ahora cambia el nombre a Ministerio de Culturas, pero hacer entender esto es todavía un proceso. Cuando entiendes que Bolivia tiene un Ministerio de Culturas, deberíamos entender también que la cultura de los pueblos indígenas debería ser la base, la fuerza, la ch’ama, el ajayu, el espíritu de un proceso revolucionario que busca el cambio; ojalá en el futuro se lo pueda asumir así. Entonces no es una definición nuestra hacer que el Viceministerio de Descolonización esté dentro del Ministerio de Culturas; pero habría que buscar cómo se conectan la concepción de culturas, en estos tiempos, con la inevitable descolonización del y desde el Estado como lo plantea el Presidente.

No deberíamos ser un Viceministerio, deberíamos ser un Ministerio: un escenario principal del escenario de cambio; pero bueno, estamos como Viceministerio y estamos haciendo lo que se puede hacer.

P. Se ha establecido que la educación ha sido la principal institución generadora de exclusión y del imaginario simbólico de las actitudes racistas; y quizás la encarnación de tal actitud y de la desvalorización de las culturas es, precisamente, la figura del maestro rural. ¿Cómo se podría encarar esto?

R. Ahora la ley educativa dice que hay una sola educación, pero no es tan simple como eso, hay toda una conducta estatal con relación al maestro rural y urbano. No solamente en la educación, en todos los ámbitos. Se trata de que tienes que hacer dos años de provincia: entrenarte con los indios y luego venir a la ciudad para educar a los hijos de las/de los bolivianos. En salud es lo mismo: médicos van al campo a entrenarse con los indios, van a hacer algunas inyecciones y si se muere no hay problema, es un indio, pero después de esas prácticas vienen a ejercer en la ciudad. En todos los ámbitos del trabajo profesional siempre hay esta forma de concebir la sociedad boliviana en desmedro de los pueblos indígenas. ¿Cómo cambiar eso? Es un trabajo muy fuerte . Con la nueva ley educativa se está dando solamente más potestades al maestro, porque parece que es el dueño de la educación; pero obviamente que es un enunciado la ley educativa, y lo que ahora hay que hacer es reglamentarla para ponerla en marcha.

Tenemos un tema muy interesante en Oruro, la Facultad de Derecho está cambiando toda su currícula desde la visión de la descolonización. Es un suicidio, yo creo, porque todos los componentes de la formación del profesional abogado no tienen nada de identidad nacional: es derecho romano, códigos napoleónicos, absolutamente todos los referentes ideológicos, filosóficos son occidentales; pero es un buen avance que en Oruro se esté discutiendo en la Facultad de Derecho. ¿Cómo esto puede llevar a las universidades en su conjunto a hacer un cambio de timón en la formación profesional? Es algo que nosotros no podemos garantizar porque nuestros recursos económicos y humanos no nos dan para ir mucho.

P. Parecería que los objetivos de descolonización y del vivir bien a ratos se pierden. Entonces se advierte una tensión entre o seguir el curso socialista, por decir, del desarrollo tecnológico y generar mayor riqueza para todos, lo que implica que no importa el desagravio que se haga a la naturaleza: la construcción de la carretera en el Tipnis…

R. Parece que estamos discutiendo en la frontera de la democracia, cómo se concibe la democracia, pero también en la frontera del ejercicio de los derechos de los pueblos indígenas. Es una tensión que va a ser permanentemente, no va a ser fácil ingresar en un proceso de cambio; parece que no estamos todavía empezando. […] El gasolinazo lo que nos ha traído como beneficio ha sido mostrar a quiénes están al frente y en qué momento podemos contar o no con ellos, hablando de sectores sociales incluso. Porque tampoco se pretendía que todos acepten algo que no le han exigido a los anteriores gobiernos. En mi criterio hay un cambio radical del sujeto histórico. Si en los años 70 y 80 soñábamos con construir un socialismo al estilo europeo o al estilo Cuba… con esos modelos hoy parece que asumimos que no tenemos modelos. Hoy el sujeto histórico lo veo en los pueblos indígenas, en los pueblos que han dicho esta es nuestra única apuesta y no vamos a tener más otra oportunidad; entonces cambia el sujeto histórico, cambian también los paradigmas anteriores, como el socialismo. Hoy nuestro paradigma es Madre tierra o capitalismo. A nuestros sujetos históricos hay que fortalecerlos mucho más, pero ya hay un signo de que esta es una revolución diferente, es una revolución del siglo XXI. Van a haber muchos problemas, pero eso no va a implicar que el proceso pare. Eso va más allá del MAS, más allá de Evo Morales. Así lo entendemos, pero hay que poner los soportes que no permitan un proceso regresivo también.

P. Desde una lectura particular, el Estado es demasiado pequeño, no tiene tanta capacidad de planificación, de control; no tiene capacidad para gestar soberanía productiva y alimentaria, seguridad física, provisión tecnológica, formación –digamos– adecuada… Entonces el Estado es una herramienta bastante pequeña para este emprendimiento y sueño muy grande como es el vivir bien…

R. Y si a eso le sumas la crisis mundial, inevitable que tiene que afectar no a nosotros sino a todos los países. ¿Pero qué hacemos desde adentro? Como que aquí no tenemos muchas cosas definidas. El tema ideológico: muchos dicen estamos construyendo el socialismo comunitario, ¿de qué se trata eso?, o el capitalismo andino, ¿qué es eso? Pero lo que yo siento personalmente es que este tema de las autonomías y autodeterminación deberían ser temas posteriores a la construcción del Estado plurinacional, pero se han dado de esta forma, que pueden bajarle el perfil de la construcción del Estado. Entonces hay muchos desafíos, no son malos los desafíos en sí mismos, sino que tengamos la capacidad de ser creativos. Por ejemplo, no podemos ser fundamentalistas en el tema de la Madre Tierra, decir que nada se toca, pero tampoco la industrialización sin compasión. Entonces el desafío del Estado es cómo combinas eso que manejamos como paradigma planetario, el tema de la Madre Tierra con la necesidad de la industrialización para desarrollarnos. Uno no debería anular a lo otro. ¿Entonces cómo equilibramos esto? Son los temas pendientes que tiene el gobierno, pero no puede resolverlos al año, tiene que hacerlo ahora. Entonces, como verás, hay muchos problemas que son propios de todo proceso revolucionario. ¿Cómo equilibras industrialización y cuidado de la naturaleza?, ¿cómo hacemos sobre el tema de la crisis mundial, alimentaria –en todo ese sentido que tiene que afectarnos– pero por dentro qué hacemos? Si tomas en cuenta que en Santa Cruz la gente que producía caña ya no lo va a hacer […] el Estado tiene que intervenir en la producción. ¿Cómo hacerlo?, es un tema de los ministerios que les corresponde. Es eso que tiene que asumir el gobierno muy aceleradamente: empezar a sembrar caña, maíz, arroz como Estado; y generar productos alternativos. Y una educación acelerada, no es posible que hablen de la Madre Tierra y nosotros tengamos el menú permanente de carne.

* Encargado de Políticas culturales y redes de la Fundación Imagen–Proyecto mARTadero. La versión sin editar disponible en http://politicasculturalesblog.wordpress.com/2011/02/15/%E2%80%9Cno-deberiamos-ser-un-viceministerio-deberiamos-ser-un-ministerio-un-escenario-principal-del-escenario-de-cambio%E2%80%9D/

http://www.bolpress.com/art.php?Cod=2011021605

domingo, 13 de fevereiro de 2011

WikiLeaks, Brasil, EUA e Conselho de Segurança

A divulgação dos telegramas norte-americanos pelo WikiLeaks mostra que os EUA não aprovam a inclusão do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, entre outras, coisas, porque o Brasil não se alinhou às posições norte-americanas nos últimos anos. Isso refletiria uma imaturidade da diplomacia brasileira. Com a visita do presidente Barack Obama ao Brasil, aumenta especulação sobre o assunto, se o Obama vai apoiar a candidatura brasileira como fez com a China ou ainda sobre o esforço dos diplomatas que preparavam a visita de Obama para tentar evitar que ele seja questionado sobre o assunto.

Alguns pontos importantes sobre a questão:

1. Interessante os americanos serem contra a presença do Brasil, porque o Brasil divergiu dos EUA. Se isso fosse o motivo, então não poderiam apoiar a Índia. O que gera estranheza e desconfiança nos EUA é um país latino-americano não se alinhar automaticamente às teses americanas. Até a Folha de São Paulo foi capaz de perceber isso:

“O Brasil ainda não é "maduro" o suficiente para ser um ator global. Precisa ser "encorajado" pelos EUA a assumir "responsabilidades", aprendendo a "confrontar" outros países se necessário.
Avaliações como essa de dezembro de 2009, em tom paternalista e às vezes irônico, predominam na reação de diplomatas americanos em Brasília à campanha brasileira por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.”

2. Outro aspecto curioso é como as críticas americanas à política externa brasileira são convergentes com as críticas que aparecem na imprensa brasileira publicadas pelos luminares brasileiros.

3. Ainda que o Brasil queira de fato uma cadeira no Conselho de Segurança, nesse momento, ser candidato a uma cadeira no Conselho de Segurança é mais importante do que ter o assento permanente . Caso o Brasil não fosse candidato haveria uma desmobilização da política externa brasileira, o Brasil perderia importância no sistema internacional. E isso é mais importante por ser improvável uma reforma no Conselho de Segurança.

4. A reforma da ONU e do seu Conselho de Segurança é improvável, e ainda que ocorra, as mudanças poderão ser vetadas por qualquer membro permanente. Portanto, não basta ter o apoio de um, é preciso o apoio de todos.

5. Neste sentido, o apoio dos EUA à Índia é mais uma estratégia para a região asiática e um posicionamento em relação à China do qualquer outra coisa. A Índia não ficou mais perto de ser membro do Conselho de Segurança por ter o apoio dos EUA. Indianos e norte-americanos sabem disso. Sinalizam uma aliança para a chineses verem.

6. Se o Brasil não apoiasse a entrada da Índia e do Japão no Conselho de Segurança, poderia obter o apoio da China. Mas isso não o aproximaria mais do Conselho de Segurança. Incapaz de realizar uma política de poder, o Brasil realiza uma política de alianças amplas, de cooperação, de prestígio e de defesa de princípios que fortalecem as instituições em relação ao arbítrio, qualquer estratégia de confrontação desmoralizaria a estratégia brasileira.

7. Os conflitos diplomáticos entre o Brasil e os EUA em algumas das principais questões internacionais decorrem da estratégia brasileira para se projetar internacionalmente. O Brasil precisa se opor à política de poder tradicional que os EUA e as grandes potências praticam, porque neste tipo de política o Brasil não tem protagonismo e não tem condições de praticá-la.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Saraiva Guerreiro: política externa

O êxito do país depende do que ele é intrinsecamente e da conjuntura externa, que muda freqüentemente, o que parece óbvio. É preciso ter um fio condutor para enfrentar as conjunturas que vão variando, princípios, parâmetros, objetivos próprios e uma extraordinária visibilidade para medir, para graduar, para matizar, as razões concretas.

Às vezes é preciso saber o que fazer, em minutos, em cima do fato. Se não tiver um fio condutor e um sentido do que “The traffic will bear”, tudo mais falha. Por isso, podem qualificar a política que executei como principiata ou como pragmática, e optando por uma ou outra qualificação estaremos certos e errados ao mesmo tempo. Poder-se-ia escrever um livro sobre o tema, de interesse intelectual, mas que não ensinaria a agir.

Outro ponto objeto de confusões e criador de falsos problemas é a ênfase econômica em contraposição a política. O essencial, disse, é ter o fio condutor e agir com sensibilidade e oportunidade, senão tudo mais falha. A essência da política externa é política. É um truísmo dizer isso, mas necessário porque as pessoas se esquecem. Agora, o grosso do trabalho de uma chancelaria pode ser e, em dados momentos, é, sobre coisas concretas, acordos de comércio, protecionismo, promoção comercial, etc... Se você for ver a massa de papéis que correm no ministério, grande parte é sobre assuntos econômicos. Em 1958, os secretários que estavam lotados na Embaixada em Washington, praticavam, depois do expediente, um exercício sobre a política externa brasileira, o que ele poderia ou deveria ser. Quase todos os participantes diziam que o objetivo era o desenvolvimento econômico, o comércio, o financiamento etc., o que era a conclusão fácil a vista do dramático atraso e pobreza. Achei bom, entretanto, dizer que estava “tudo muito bem, mas gostaria de fazer uma observação. Um país como a Suíça, por exemplo, pode ter 90% da sua atividade diplomática dedicada a vender relógios, equipamentos, serviços, etc. Mas qual era a prioridade da política externa da Suíça? É que respeitam estritamente sua neutralidade”. Tal objetivo, nesse caso específico depende de uma linha de comportamento determinada que, às vezes, se reflete em decisões práticas, mas que não implica um “volume” de trabalho muito grande e contínuo. O importante é ter um conceito, uma convicção firme e não se afastar. No caso do Brasil, precisaríamos de um conceito, de uma idéia em torno da qual tudo mais giraria. Embora o grosso do trabalho pudesse até ser na área econômica, essa ideia deveria transcender essa área. Por motivos geográficos e estratégicos essa idéia não era essencialmente de segurança imediata. Outro falso problema é o da opção 1° Mundo, 3° Mundo. Está-se num, ou noutro como uma questão de fato, não de escolha política. A opção política pode nos aproximar de um ou de outro conforme o assunto, o momento, e outras variáveis.

GUERREIRO, Ramiro Saraiva. Ramiro Saraiva Guerreiro (depoimento, 1985). Rio de Janeiro, CPDOC, 2010.

http://www.fgv.br/cpdoc/historiaoral/arq/Entrevista841.pdf

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A Honra Sexual segundo Arthur Schopenhauer

“A honra sexual divide-se em honra feminina e honra masculina: a prioritária e mais significativa é a feminina, já que, na existência da mulher, a relação sexual é a mais importante. No caso de uma jovem, a honra feminina consiste na opinião geral dos outros de que ela não se entregou a nenhum homem, e, no caso de uma mulher, de que ela se entregou apenas ao homem com quem se casou.

“Em relação ao sexo masculina, a honra sexual é a opinião de que um marido, tão logo venha a saber do adultério de sua mulher, irá separar-se dela e castigá-la se for possível.

“Essa espécie de honra apresenta muitas características que a distinguem das outras duas (honra privada e honra pública) e pode ser deduzida e entendida apenas a partir das peculiaridades de relacionamento entre os sexos. Enquanto o sexo feminino exige e espera tudo do masculino, ou seja, tudo o que deseja e de que precisa, o masculino exige do feminino, em primeiro lugar e diretamente, apenas uma coisa. Por essa razão, teve de ser estabelecida a convenção que permite ao sexo masculino obter do feminino aquela única coisa de que precisa em troca da aceitação de cuidar de tudo. Sobre tal convenção repousa o bem-estar de todo o sexo feminino. E é para fazer valer esse estado de coisas que o sexo feminino tem de se manter unido e, por conseguinte, ter esprit de corps; enquanto um todo de tal natureza, enfrenta todo o sexo masculino que, pela preponderância de suas forças intelectuais e físicas, é o detentor de todos os bens terrenos. E o enfrenta como ao inimigo comum, que tem de ser vencido e conquistado para que, com sua posse, chegue-se também à posse dos bens terrenos. Esse é o objetivo da máxima de honra de todo o sexo feminino, segundo o qual deve ser negado ao masculino todo concúbito extraconjugal e concedido, porém, o conjugal, quer o casamento seja celebrado apenas no civil, como na França, ou no religioso, de modo que cada um é obrigado ao matrimônio, que representa uma capitulação. somente pela observância geral desse procedimento, ou seja, pelo casamento, é que o sexo feminino poderá alcançar o sustento que lhe é necessário. Por tal razão, ele próprio cuida da manutenção desse esprit de corps entre seus membros. Por isso também, toda moça que comete, por meio de uma relação extraconjugal, uma traição contra todo o seu sexo – cujo bem-estar cairia por terra com a generalização desse modo de conduta –, logo é banida e coberta de vergonha, isto é, perde sua honra. Nenhuma mulher pode mais ter contato com ela, e a opinião geral lhe nega todo seu valor. Ela passa a ser evitada como se fosse uma enferma pestilenta. O mesmo destino encontra a mulher adúltera, uma vez que não respeitou a contratada capitulação do homem em que repousa a salvação do sexo feminino. Mas isso acabaria por desencorajar tal capitulação, já que a generalização desse modo de conduta a transformaria em motivo de brincadeira e zombaria. Por fim, devido à sua grosseira falta de palavra e ao engano perpetrado na sua conduta, a adúltera perde, além da honra sexual, a privada: por isso se diz sempre, como uma expressão indulgente, “uma moça pervertida”, mas não uma “mulher pervertida”.

(…)

“A honra masculina é a que é suscitada pelo esprit de corps da outra parte. Exige apenas que quem aceitou a capitulação tão favorável à parte feminina, ou seja, o casamento, pelo menos agora fique atento para que ele seja respeitado, para que esse pactum não perca a sua firmeza com a generalização de tal tolerância, e os homens, no momento em que entregam tudo à mulher, tenham absoluta certeza daquilo que adquiriram, isto é, a posse exclusiva da mulher. Sendo assim, a honra do marido exige que ele puna o adultério de sua mulher e vingue-se dela com a separação ou outro meio; se, estando ciente, suportá-lo, será coberto de vergonha pelo corps masculino. Tal punição, porém, não é tão drástica quanto a do sexo feminino, pois para o homem a relação sexual é subordinada e ele mantém muitas outras relações.

“A salvação dessa honra masculina é o tema da tragédia de Calderón,  O médico da própria honra. Note-se que ela exige apenas o castigo da mulher, mas não do amante, o que prova sua origem a partir do esprit de corps masculino e confirma a sexta máxima, que diz ser nossa honra firmada e fundada apenas em nosso próprio fazer e omitir, não na injustiça que um outro comete contra nós. A necessidade de castigar a mulher, cujo erro, se ficar sem castigo, envergonha o homem, não contradiz o que foi dito, porque deriva do mencionado esprit de corps, portanto, de uma consideração bastante particular, e porque a vergonha do homem não é diretamente o adultério da mulher, mas a tolerância dele.”

SCHONPENHAUER, Arthur. A Arte de se fazer respeitar ou Tratado sobre a honra. São Paulo, Martins Fontes, 2004, pp. 24-28.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O poder de Gengis Khan

São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011
   
Khan tem 12 milhões de "filhos" na Ásia

DE SÃO PAULO

Aparentemente, não foram só terras que Gengis Khan conquistou. Segundo estimativas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, o imperador espalhou descendentes homens por uma extensão que vai do oceano Pacífico ao mar Cáspio.
Segundo um estudo que analisou o cromossomo Y da população local, 8% dos homens nas fronteiras do antigo Império Mongol -mais de 12 milhões de pessoas- podem ser seus descendentes.
Mesmo levando em consideração que os mongóis eram polígamos, o resultado é impressionante. Além das mulheres oficiais, Khan teve várias outras mulheres -ninguém sabe, claro, o número ao certo. Muitas de povos conquistados por ele.
A descoberta aconteceu por acaso. Os cientistas estavam examinando os cromossomos Y (que só homens transmitem) da população da Ásia, e encontraram uma quantidade anormalmente grande de homens com praticamente o mesmo Y.
No princípio, era só piada a chance de serem descendentes de Khan. Mas a distribuição geográfica dos cromossomos batia de maneira impressionante com os deslocamentos de Khan -e não há nenhum grande concorrente à façanha além dele.
Vale lembrar, porém, que Khan não trabalhou sozinho: como seus filhos (que também eram poderosos) e netos têm o mesmo Y, eles também participaram da façanha.(GM)

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0602201102.htm

Os EUA, como a imprensa brasileira, pensam que o Brasil não deve ter política externa

São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011
   
Brasil atrapalha no Oriente Médio, diz relatório dos EUA

Diplomacia brasileira na região é "desajeitada" e "mão pesada", segundo telegramas vazados pelo WikiLeaks

Diplomatas americanos dizem que iniciativas do Itamaraty em países do mundo árabe dificultam interesses dos EUA

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

A diplomacia americana encarava com desprezo as tentativas do Brasil de conquistar mais influência no Oriente Médio, segundo telegramas diplomáticos vazados pelo WikiLeaks.
Em despachos enviados a Washington entre abril de 2004 e dezembro de 2009, a embaixada americana caracterizou a política brasileira para a região como "mão pesada", "desajeitada", cheia de "generalidades anódinas" e "sem profundidade".
Os telegramas menosprezam a eficácia das duas cúpulas América do Sul-países árabes já realizadas.
A terceira aconteceria no dia 12 de fevereiro, no Peru, mas deve ser adiada por causa das turbulências no Egito.
"Até agora, as iniciativas do Brasil para o Oriente Médio são, na melhor das hipóteses, desajeitadas, e as declarações do governo brasileiro sobre questões-chave para a região atrapalham as negociações."
Essa análise, de julho de 2008, consta em um despacho do então embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel.
No mesmo telegrama, os americanos listam iniciativas do governo brasileiro para a região consideradas "prejudiciais". Entre elas estão críticas do ex-chanceler Celso Amorim a Israel e aos EUA e declarações sobre o programa nuclear iraniano.
"As políticas prejudiciais e declarações equivocadas do Brasil sobre a região atrapalham a política dos EUA no Oriente Médio", diz o texto.
O documento diz ainda que o Itamaraty "subestimou as sensibilidades feridas por sua diplomacia mão pesada, mas não quer admitir que a cúpula e a visita de Amorim à região podem minar o processo de paz".
Outro despacho descreve uma conversa do atual chanceler Antonio Patriota, então chefe de gabinete de Amorim, com Sobel.
O embaixador americano pediu que o Brasil discutisse com os EUA suas iniciativas para a região. A resposta de Patriota teria sido que o Brasil "não precisa de permissão" dos EUA para conduzir sua política externa.

RABINO
Às vésperas de uma das cúpulas, o embaixador americano se reuniu com o rabino Henry Sobel. O rabino teria dito na ocasião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva era "antissemita".
Em outros telegramas vazados pelo WikiLeaks, diplomatas americanos dizem que "as banalidades cheias de clichês do governo brasileiro mostram que eles [diplomatas brasileiros] não entendem o Oriente Médio. Só engrossam o coro anti-Israel".
Os americanos também relatam ceticismo na diplomacia árabe. Segundo um diplomata egípcio, as cúpulas América do Sul-países árabes e o envolvimento brasileiro no processo de paz "são tentativas transparentes do Brasil de fortalecer sua candidatura ao Conselho de Segurança da ONU".
A Folha e outros seis jornais do mundo têm acesso aos telegramas do WikiLeaks antes da sua divulgação no site da organização (www.wikileaks.ch). Colaborou FERNANDO RODRIGUES , de Brasília

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0602201108.htm

Tratamento dado aos maiores aliados: EUA revelaram informações secretas britânicas aos russos

São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011
   
EUA revelaram informações secretas britânicas aos russos

Divulgação de jornal é baseada em documentos do WikiLeaks

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os americanos concordaram em revelar informações secretas do programa nuclear britânico para o governo russo. A informação está presente nos documentos do WikiLeaks divulgados ontem pelo jornal britânico "The Daily Telegraph".
Tal medida foi fundamental, de acordo com mensagens enviadas pelos negociadores americanos para Washington, para a assinatura do novo acordo de desarmamento nuclear entre EUA e Rússia, o Start.
A Rússia usou as conversas com os diplomatas americanos para pedir mais informações a respeito de um míssil utilizado pelo Exército britânico produzido pelos EUA.
Além disso, os telegramas indicam que altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, a pedido da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, foram espionados.
O objetivo era descobrir detalhadamente qual relação existia entre Ivan Lewis, nomeado secretário de Estado em junho de 2009, e o então ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Miliband.
As conversas sobre informações secretas britânicas entre americanos e russos contestam a relação especial histórica entre Reino Unido e EUA, aliados, especialmente nos últimos anos, em diversas questões importantes de caráter internacional.
A participação no processo de Hillary, que ocupa posto estratégico, deixa a parceria ainda mais sob risco.
O jornal "The Daily Telegraphy" substituiu o "The Guardian" na publicação dos documentos da diplomacia americana obtidos pelo site WikiLeaks.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0602201111.htm

Mídia e Política Externa Brasileira

A crise do Egito serviu para demonstrar como a mídia brasileira age como o governo brasileiro, que ela critica. De acordo com os interesses e as circunstâncias, mudam a forma de tratar os governos. Procurem as reportagens sobre o Egito anteriores à crise atual e vejam quantas vezes o presidente do Egito foi tratado como ditador! Agora só aparece como ditador. E buscam tratar todo o mundo árabe-islâmico como igual. No domingo (06/020, a Folha fez uma ilustração (Mundo, p. 2 e 3) na qual colocava o tempo no poder de diferentes governos da região, e ao transmitir uma visão negativa sobre longo tempo no poder acaba igualando governos que não são iguais ao juntar reis, primeiro-ministros, presidentes e o pior, líderes espirituais. Ao tratar do Irã, ao invés de reconhecer que há eleições no Irã e colocar o tempo no poder do presidente Ahmadinejad, a Folha opta por colocar o tempo durante o qual o Aiatolá Ali Khamenei é o líder espiritual do Irã.  No Estadão (também de 06/02, A19) um título de uma “notícia” era “Brasil tratava ditadores como ‘amigos’”, e um dos amigos “ditadores” era novamente o presidente do Irã. Ficam duas dúvidas, primeiro quando o Brasil agiu diferente? Agora outra questão mais difícil, quando o governo se afasta ou se aproxima de um governo estrangeiro por razões ideológicas, a política externa é criticada por ser ideológica, e quando o governo mantém relações com outros países independente de questões ideológicas, a política externa é criticada por seguir a realpolitik?

Todos os dias na imprensa lemos ou que a política externa da presidente Dilma é e será diferente da política externa do presidente Lula ou que ela deve ser diferente. Também gostam de dizer que com o Patriota será uma política externa técnica, o que se fizesse algum sentido seria uma contradictio in adjecto, mas é só ignorância mesmo. Supondo que um  ministro quisesse fazer uma política externa técnica deveria ser demitido por não saber o que é política externa e nem o que está fazendo. O que a imprensa quer dizer na verdade é que o Celso Amorim era voluntarista, e, portanto tomava várias decisões e iniciativas no campo da política externa; enquanto o Patriota será mais passivo. Isso é possível, se a notícia do Estadão for verdadeira, ele não apenas será passivo, como se preocupará mais com questões internas ao MRE, em agradar os seus pares para ampliar a força interna do que se preocupar com as iniciativas brasileiras de política externa, e aí com certeza ele será um péssimo ministro das relações exteriores. Mas é improvável que isso ocorra, porque não apenas o enfraqueceria, como enfraqueceria o MRE, já que a assessoria internacional continua com  Marco Aurélio Garcia e ele não irá recuar. E Garcia conta claramente com o apoio da presidente Dilma, que teve uma excelente oportunidade de se livrar de Garcia colocando-o na Unasul, mas pediu para ele continuar no governo dela e recusar o cargo na Unasul. Portanto, ainda que a grande imprensa brasileira não goste, as iniciativas sul-americanas, latino-americanas e Sul-Sul de um modo geral, continuarão. E ainda contarão com a participação do ex-presidente Lula.