"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Nem para se vingar é uma boa hora!

O Citigroup precisa de mais dinheiro do governo americano para sobreviver. É ou não é uma notícia deliciosa? O Citigroup em crise é melhor do que ver a Merrill Lynch falida. O Citigroup pode efetivamente quebrar, seria um fato histórico de grande proporção. Muito maior que a quebra do Credit-Anstalt da Áustria em 1931 que deu início à verdadeira crise de 1929. Toda aula sobre a crise dos anos 30 eu falo sobre a quebra do Credit-Anstalt, mas ninguém se emociona com a quebra do Credit-Anstalt e a seqüência de quebras de bancos a partir daí. A quebra de uma holding financeira como o Citigroup seria comovente para sempre tal a proporção de tragédias que redundaria daí. O Citigroup cresceu, lucrou se aproveitando das desgraças do Brasil, das fraquezas do Brasil e dos demais países periféricos.  Uma boa parte das nossas reservas internacionais deve estar investida no Citigroup, inclusive o Citi no Brasil foi autorizado a emprestar dinheiro das reservas brasileiras para empresas brasileiras. Vários países periféricos devem ter um volume significativo de recursos circulando no Citigroup neste momento. Se estes países retirassem os recursos do Citigroup, bye bye Citi. Seria no mínimo curioso um país fazer isso declarando que o fazia por vingança. Na história da luta do bem contra o mal, o Citigroup sempre teve um lado, e, ao contrário, do Darcy Ribeiro, sempre o lado dos vencedores. Darcy Ribeiro ao receber o título de doutor honoris causa da UnB disse que havia perdido todas as batalhas, mas ao menos esteve sempre do lado certo. O Citigroup esteve sempre do outro lado. O Citigroup, e todos os grandes bancos internacionais, sempre estiveram ao lado dos golpes de Estado, da tortura, da fome, do subdesenvolvimento, nunca houve ética nos negócios como agora se aparenta. A diferença é que agora a falta de ética gerou prejuízo e risco para o grupo; e no passado a falta de ética, a busca do lucro fácil gerou miséria, fome, subdesenvolvimento, governos ditatoriais e isso não choca ninguém, então "ninguém" falou em crise ou viu risco para o mundo, ou demandou reformas. E como sempre não encontrava limites, o Citi foi ousando cada vz mais e ninguém se importava até que chegamos ao ponto em que estamos.  E agora é hora de salvar o Citigroup! No mundo perfeito, o Citigroup quebraria para redimir-se dos seus pecados e abrir novas oportunidades para povos e países cujas economias sempre foram limitadas estruturalmente pelas finanças internacionais. No mundo real, o Citigroup precisa ser salvo para que no mundo não haja ainda mais pobres e miseráveis. É preciso fazer, como disse Keynes, fazer a eutanásia do rentista, mas infelizmente esta eutanásia deve ser apenas institucional. Agora é preciso salvar o sistema financeiro internacional. E apesar dos discursos das autoridades americanas não entendo que elas tenham a exata percepção do quanto isso é importante, ainda estão excessivamente dominadas por uma visão liberal do mundo.

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