"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

De como sou e não sou marxista ou uma introdução ao marxismo

Meus amigos e colegas de faculdade sempre dizem para os alunos que eu sou marxista. Por outro lado, os alunos sempre estranham porque raramente menciono o marxismo e em geral não gosto de responder perguntas sobre o marxismo. Então parodiando um texto de Gilberto Freyre intitulado “Como sou e não sou sociólogo”, explicarei como sou e não sou marxista e explicar um pouco a questão e o marxismo.

1. O marxismo é uma teoria do capitalismo e visa explicar única e exclusivamente o capitalismo, mas não para fazer uma boa teoria científica do capitalismo, e sim para compreender o capitalismo, seu mecanismo de transformação, mostrar a historicidade do capitalismo, suas limitações e deste modo fundamentar a ação política para por fim ao capitalismo. Deste modo, o marxismo não é uma teoria das relações internacionais, Marx rejeitaria qualquer relação com alguém que dissesse que estava fazendo uma teoria marxista das relações internacionais, sequer reconheceria as relações internacionais como campo autônomo de estudo. Como uma teoria geral da sociedade capitalista, o marxismo não permite um estudo compartimentalizado, dividindo o econômico do político do social do cultural do internacional. Como disse Lukacs, o princípio metodológico fundamental do marxismo ortodoxo é a totalidade. A apreensão da totalidade social como única unidade de análise válida é a única ortodoxia do marxismo enquanto método. Ora, isso significa não ser possível ao marxismo falar apenas de economia, ou apenas de política, ou de algo tão indefinido quanto relações internacionais.

2. Sendo uma teoria geral da sociedade capitalista para compreender o marxismo é preciso partir do mesmo ponto que Marx, a estruturação da sociedade capitalista a partir da mercadoria e do fetiche da mercadoria, o que significa entender a teoria do valor. Nada mais distante dos cânones acadêmicos de hoje do que a teoria do valor, portanto para explicá-la é preciso um estudar prévio da economia política clássica, é preciso voltar na questão posta pelos mercantilistas e fisiocratas para explicar a especificidade da teoria do valor-trabalho de Adam Smith. E mostrar como o próprio Smith entra em contradição com a sua teoria do valor ao passar a análise da sociedade de produtores independentes para a sociedade capitalista. E como Ricardo para tentar fundamentar uma teoria do valor busca definir o valor absoluto. E mais é preciso que até este momento conseguir explicar aos alunos que valor não é igual ao preço, que os preços oscilam em torno dos valores. E preciso explicar que o lucro existe mesmo quando as mercadorias são trocadas pelo seu valor, ou seja, a troca de mercadorias de valores iguais ainda gera lucro. É preciso que isso seja compreendido para que se entenda os equívocos da teoria ricardiana do valor absoluta para compreender o caráter revolucionário da teoria marxista do valor-trabalho, para entender que Marx é ao mesmo tempo o ponto mais alto da economia política clássica e um rompimento com esta mesma economia política clássica.

3. Para compreender a teoria marxista do valor-trabalho é preciso entender que as mercadorias se trocam pelos seus valores e que a força de trabalho é ma mercadoria como outra qualquer, ou seja, o valor força de trabalho é definido pelo valor necessário para manter a força de trabalho e reproduzi-la. O que significa que o capitalista remunera o trabalhador pelo valor da força de trabalho, ou seja, não há troca desigual. No entanto, a força de trabalho é uma mercadoria especial, no processo produtivo ela reproduz não apenas o seu próprio valor, mas gera um valor excedente, a mais-valia. Mais-valia essa que é gerada no processo produtivo e é acumulado sob a forma de lucro industrial, lucro comercial, juros. E só o trabalhador produtivo gera mais-valia, o que significa que o comerciário não gera valor do mesmo modo que o capitalista industrial, que o funcionário público não gera valor. Estas categorias profissionais são trabalhadores improdutivos, e não fazem parte, portanto, do proletariado, que será o sujeito revolucionário.

4. Para compreender o marxismo é preciso compreender que o sujeito da sociedade capitalista é o capital e não o trabalhador. Entender o capitalismo é entender o que se passa com o capital. A passagem da lei do valor em lei de valorização do capital. E como nesta passagem as relações sociais de produção se tornam obscurecidas. Na sociedade capitalista, o mercado aparece como um conjunto de relações entre mercadorias, se troca uma mercadoria por outra. De fato, o que aparece como troca de mercadorias é uma relação social de produção que fundamenta a geração do valor e transformação do valor na lei de valorização do capital. O que se troca de fato é valor, trabalho acumulado, ou seja, o capitalismo vive sob o fetiche da mercadoria. Então, as fases da história do capitalismo são definidas em função do processo de acumulação de capital. A luta de classes está pressuposta, mas não está posta, ou seja, a dinâmica do capitalismo não é marcada em primeira instância pela luta de classes, mas pela lei do valor.

5. Qual o espaço da acumulação do capital? O mundo, o espaço do modo de produção capitalista. E como a política é um epifenômeno, não há espaço para uma análise autônoma do que hoje se chama de relações internacionais.

6. E a teoria do imperialismo? Em Marx não há uma teoria do imperialismo. A teoria do imperialismo é leninista. E é uma teoria ainda mais histórica do que a teoria do capital de Marx, teoria do imperialismo de Lênin é para explicar uma fase do capitalismo e não o capitalismo em geral. Além disso, é preciso que se diga que nem Marx nem Lênin, nem nenhum marxista clássica jamais foi contra o imperialismo. Ao contrário, Marx defendia a colonização britânica na índia como meio de retirar a sociedade indiana da letargia secular e viabilizar o desenvolvimento do capitalismo na região. Para Lênin, o imperialismo difunde o capitalismo e o capitalismo é progresso. Marx é um hegeliano (ainda que a seu modo) o que significa que a história da humanidade é a história da liberdade, da razão, na medida em que a história avança o homem se torna cada vez mais livre e senhor da sua própria história, é uma visão tipicamente racionalista e iluminista. Marx é um ardoroso defensor do capitalismo, porque o capitalismo libertou o homem das amarras da natureza e das amarras do feudalismo. Mas o capitalismo elimina alguns grilhões e cria outros, a propriedade privada dos meios de produção mantém o trabalhador livre (livre de todas as posses e livre para vender a sua mão-de-obra) sob o jugo do capital, é imperativo vender a sua mão-de-obra no mercado. Entretanto, o capitalismo cria as próprias bases (racionais e lógicas, não necessariamente) para a sua destruição que é o brutal desenvolvimento tecnológico, o desenvolvimento das forças produtivas permite uma organização racional da economia e da sociedade que viabiliza o fim do trabalho compulsório e da propriedade dos meios de produção. Deste modo, o fim do capitalismo é vitória da razão sobre os elementos irracionais que o capitalismo ainda preserva, o fetiche da mercadoria. O comunismo é o ápice da organização racional da sociedade. Mas este ápice só pode ser alcançado passando pelo desenvolvimento do próprio capitalismo, então não cabe impor qualquer freio ao desenvolvimento do capitalismo, nada mais anti-marxista e conservador do que tentar frear o desenvolvimento do capitalismo. O papel de tentar barrar o desenvolvimento do capitalismo não é dos marxistas e dos trabalhadores, mas da nobreza feudal. Ao contrário, os trabalhadores são aliados da burguesia contra a nobreza feudal para viabilizar o desenvolvimento capitalista. É apenas quando o capitalismo esgotou o seu caráter civilizatório que os trabalhadores e a burguesia rompem a aliança. E nisto os partidos comunistas stalinistas da América Latina dos anos 50 e 60 eram claramente marxistas e leninistas. Claro que é possível dizer que no imperialismo o capitalismo perde o seu caráter civilizatório e que, portanto, os marxistas devem lutar contra ele, mas aí seria preciso mostrar o erro dos clássicos e não como faz as esquerdas em geral que lançam libelos anti-imperialistas como se fossem tributários dos clássicos do marxismo.

7. Em Lênin, o imperialismo é uma categoria da economia e não da política. O imperialismo não é um fenômeno político, é uma relação entre o capital bancário e o capital industrial que se fundem e formam o capital financeiro. Lênin tem algumas imprecisões conceituais porque escrevia para os debates políticos sobre a revolução e não para fazer teoria científica, mas imperialismo é sempre uma categoria da economia, se explica pela economia e não pela política, por isso se diferencia do era chamado de imperialismo na época de Roma, o imperialismo de Roma é político. Hoje a maioria das análises pretensamente marxistas trata o fenômeno imperialista como político.

8. O equívoco de tratar o imperialismo como evento político reflete um erro mais geral do marxismo contemporâneo que é predomínio de concepções voluntaristas decorrentes de certas visões equivocadas do leninismo, mas especialmente de Gramsci e dos movimentos revolucionários latino-americanos, especialmente do guevarismo. Não há o que se discutir, em Marx, a política é um epifenômeno, os fenômenos essencialmente políticos refletem apenas a superfície das coisas, refletem as circunstâncias conjunturais. A política que conta é indissociável da estrutura econômica e só pode ser compreendida fazendo referência a ela, o que nem significa determinação em última instância, nem determinismo econômico, significa que a análise marxista sói se realiza na órbita da totalidade,e portanto sempre com referência a estrutura social (ainda que não definida em termos althusserianos). Ora qualquer análise da política que difira dista é uma análise burguesa e liberal. E de fato, as análises marxistas retrocederam a Marx. Isto se explica pela valorização das análises gramscianas. Gramsci revaloriza as conjunturas políticas de tal modo que praticamente suspende a análise marxiana. Ora na medida em que os movimentos revolucionários fracassam e a análise política passa a ser dominada basicamente por teóricos burgueses, os marxistas responderam com Gramsci, mas com isso mataram o marxismo. É isto que viabilizou o surgimento da excrescência que é o chamado marxismo analítico, que de marxismo só tem o nome. E as análises marxistas se tornaram indiferenciáveis de muitas análises liberais que trabalham com o conceito de grupos de interesses e não com classes sociais, tudo se reduz a um jogo de interesses que só se manifesta no tempo conjuntural nada mais distante de Marx e do marxismo clássico. O marxismo foi profundamente empobrecido. O sociólogo Emir Sader é um exemplo claro desta virada, a dissertação de mestrado dele dos anos 60 é excelente, é uma análise perfeita da posição da política em Marx e uma crítica das análises gramnscianas. Hoje o que é Emir Sader? Um grmasciano, a tese de doutorado dele nos anos 80 depois que ele retornou do exílio já é uma tese elaborada com base no conceito de hegemonia de Gramsci. A tese até é boa antecipa em 10 anos o caráter neoliberal das posições teóricas de FHC, quando FHC ainda era considerado social-democrata Emir Sader já conseguia mostrar sua guinada à direita. Mas ao longo do tempo, a análise de Emir sader foi se tornando cada vez mais gramsciana, mais presa a conjuntura e mais esquemática. Então se para ser marxista é preciso compartilhar da análise política pueril que é praticada hoje, então não sou marxista.

9. Se o lugar da política já é difícil estabelecer. Mais difícil é estabelecer ainda o lugar da teoria do valor hoje. Como demonstrar que o valor só é gerado pelo trabalho num cenário de brutal valorização fictícia do capital? Como explicar o descolamento dos preços dos seus valores? Como explicar que não há transformação dos valores em preços de produção, mas que inda assim a teoria do valor é uma categoria explicativa válida? Como explicar que a enormidade de papel que foi gasto para explicar a transformação dos valores em preços de produção, mas que os preços de produção não são os preços que vigoram no mercado, ainda são uma categoria teórica? Mas que mesmo as mercadorias não sendo vendidas pelo seu valor, não havendo transformação de valores em preços e havendo acumulação de capital em setores que não são produtivos no sentido clássico ainda assim a economia política marxista do capitalismo vigora e explica o sistema? Como explicar que a teoria neoclássica que explica o valor pela utilidade ao faz sentido, que é uma teoria subjetivista e irracional em uma sociedade em que até a moral se mede pela utilidade, a religião é utilitarista? Como é possível demonstrar que o marxismo é a mais realista das teorias, quando o apelo ao irracional vigora? Como demonstrar que a teoria marxista é a que melhor explica o capitalismo, mas é ela é uma teoria para os padrões liberais inútil? Ela serve para propor políticas públicas? Não. Serve para ganhar dinheiro? Só escrevendo livros que outros marxistas irão ler e ninguém fica rico assim. E ela é uma teoria para a revolução? Sim; ensina como fazer a revolução? Não. Diz que quem irá liderar é a revolução é o proletariado? Sim, mas diz alguma coisa sobre o que fazer caso o proletariado não queira fazer revolução? Não. O marxismo explica o capitalismo, formula as perguntas corretas sobre o capitalismo. Mas o marxismo não é um manual prático de como gerir o capitalismo ou como acabar com ele.

10. A revolução ocorre por uma crise econômica ou pela ação dos trabalhadores na luta de classes? O comunismo está inscrito no DNA do capitalismo e é inexorável ou depende da ação consciente e racional dos trabalhadores? Já que o capitalismo é histórico e necessariamente irá acabar, existe outra possibilidade de futuro que não seja o comunismo? É possível retroceder na história, não dar o salto para o comunismo é retroceder para a barbárie? As revoluções burguesas foram não-intencionais, não responderam a um plano de implantar o capitalismo, o fato da razão avançar, do racionalismo dominar significa que a revolução proletária deve ser um processo racional e consciente controlado pelo homem ou pode resultar de processos espontâneos e não intencionais? Médicos, advogados, profissionais liberais em geral, sacoleiros, manicures, bancários, entre outros não fazem parte das grandes classes sociais e, portanto, são incapazes de definir um modo de produção, mas desempenham algum papel na transformação social? Podem ser sujeitos revolucionários?

11. A teoria marxista é uma teoria humanista ou anti-humanista (estrutural)? Quem está certo Dunayveskaya ou Althusser? Rosa Luxemburgo, Stemberg ou Henryk Grossman?

12. Nada mais anti-nacionalista que o marxismo, o marxismo é a teoria do internacionalismo proletário. Sendo assim, nada mais distante de uma teoria das relações internacionais que o marxismo e aí como reduzi-la ao pueril debate entre realistas e liberais para enquadrá-la nos cânones acadêmicos? É interessante notar como Carr, um dos clássicos das relações internacionais, inclui o marxismo no interior da grande escola realista. O que é fato, o marxismo está, mas não se restringe a ela, ao contrário, é realismo que pode ser colocado no interior do marxismo in totum. Porque nada mais marxista do que o reconhecimento da lógica crua do poder. A diferença é que o realismo clássico postula esta situação como eterna por fundá-la na natureza humana, e marxismo a explica pela estrutura do sistema capitalista. O que novamente estabelece um ponto de contato com o realismo científico de Waltz, a diferença é que o sistema de Waltz só pode ser política, a política internacional é uma esfera autônoma. Enquanto no marxismo a política internacional reflete ma estrutura, mas uma estrutura que não é apenas política, mas imbricada na totalidade do social. Sendo assim, os realismos podem ser lidos como formas de reducionismos da teórica geral que é o marxismo, não sendo o inverso verdadeiro. Em relação ao marxismo, o realismo só pode ser uma teoria parcial e incompleta. Do mesmo, as diferentes teorias liberais (podem ser institucionalistas) também podem ser lidas como teorias reducionistas, tomam a aparência pelo real. A teoria liberal das relações internacionais é como a teoria econômica neoclássica, fica presa ao fetichismo da mercadoria e não é capaz de identificar as densas relações sociais que fundamentam a sociedade capitalista e deste modo reduzem o comportamento dos agentes a uma lógica de preferências determinadas exogenamente. Ora exatamente por isso é um caso particular do marxismo que explica a formação de preferências endogenamente apelando para as relações sociais de produção, para a lei de valorização do capital e para a luta de classes. É na esfera do real que as preferências (para continuar utilizando um termo liberal, mas de preferências elas não tem nada, pois não são uma escolha do agente, mas uma determinação sistêmica) são definidas. E por serem definidas na esfera do real não podem ser explicadas pela teoria utilitarista seja sofisticada versão desenvolvida pelos economistas neoclássicos, seja na versão simplificada da teoria das relações internacionais. É preciso ficar claro que o primado razão só pode ser definido em termos sociais, o que significa que ser carente de significado falar em racionalidade individual, pois o que esta de fato está se fazendo é transformando uma racionalidade sistêmica em racionalidade individual supondo que é racional todos buscarem o mesmo objetivo, quando isto só é racional do ponto de vista individual porque foi socialmente definido. O resultado é que a análise liberal/neoclássica toma por individual uma racionalidade que foi definida pelo sistema e internalizada. O indivíduo quando vai fazer terapia deve tomar aquela racionalidade como individual, do contrário a cura seria desde sempre impossível. Mas do ponto de vista da análise social deve se partir da impossibilidade da cura senão a sociedade é impossível.

13. Enfim, como teoria geral o marxismo não concorre nem com o realismo nem com o liberalismo. O marxismo só pode disputar com outra teoria geral, como desde o século XIX o pensamento burguês se colocou diante da impossibilidade de uma teoria geral, o marxismo não tem competidores no mesmo plano de análise. As teorias pós-modernas são uma alternativa ao marxismo, mas são o seu antípoda, e, portanto, não diálogo possível, o racional não pode debater com o irracional. A crise da racionalidade, a proliferação do irracionalismo e das teorias irracionais colocou o marxismo em xeque, mas não pelos seus defeitos, mas pelas suas virtudes. O marxismo ainda é ponto mais seguro de defesa contra o irracionalismo que prolifera atualmente no conjunto das ciências sociais, desde a teoria econômica (a menos irracional) até as teorias sociológicas e políticas mais irracionais. Como parêntesis, é interessante notar que pela natureza do seu objeto a difusão da irracionalidade na economia é limitada, a irracionalidade pode predominar apenas nas concepções gerais, no atacado, no varejo, a racionalidade tem que de alguma forma ser recuperada sob risco da irracionalidade das formas de acumulação capitalista contemporâneas ficarem evidentes até para os mais incautos.

14. O marxismo ainda tem ma característica que o torna enquanto teoria completamente diferente das demais, a verdade do marxismo só se comprova na história, porque é uma teoria sobre a história, sobre o movimento histórico da sociedade capitalista. Portanto, por mais, contraditório que seja, a falsidade do marxismo só se comprova no fim do capitalismo, é forma como o fim do capitalismo é encaminhado que comprova a veracidade ou não do marxismo. O marxismo nunca foi uma teoria sobre o comunismo, o que significa que o fim do comunismo não diz nada sobre a teoria marxista estar errada na análise do capitalismo. Demonstra que a maioria dos marxistas estava errada sobre o que falaram sobre o socialismo real.

15. A complexidade da teoria marxista faz com que seja necessário tempo para apresentá-la, não se faz isso em uma aula ou duas. Daí entre ensinar um mau marxismo e nada dizer sobre o marxismo, entendo que faço menos mal ao marxismo guardando o silêncio. Entre ensinar mal ou errado e não ensinar, prefiro não ensinar. Do mesmo modo, um diálogo frutífero sobre o marxismo só pode ser um diálogo culto e ilustrado, do contrário, fica-se na série de bobagens sobre luta de classes, exploração dos trabalhadores, imperialismo, etc. que se diz por aí. Adoro dizer bobagens, mas neste caso novamente prefiro o silêncio, o diálogo desinformado e simplista não gera ganhos para nenhum dos interlocutores no caso das profundas questões filosóficas que envolvem o marxismo.

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