Esta semana após ter dado um sermão numa turma, repeti o meu discurso sobre como a realidade é trágica. Depois no fim da aula uma aluna veio falou qualquer coisa, e reiterei meu ceticismo sobre o mundo. Aí ela disse que se eu acreditasse mesmo nisso não daria aula e não tentaria mudar as pessoas. Outros alunos já disseram o mesmo.
Entretanto, o que não entenderam, é que a esperança é como amor, pode-se amar sem ser correspondido, do mesmo modo o mundo pode não corresponder ao sentimento por ele. Mas diferentemente de um amor não correspondido, que deve ser sublimado, superado para seguir em frente. A esperança, não. A esperança pode não ser correspondido enquanto sentimento, mas ainda assim vc pode sustentá-la enquanto virtude. Por mais trágico que seja o mundo, por mais que o mundo seja fonte de decepções, ainda se pode ter a esperança de que em algum momento a realidade poderá ser transformada, e isso dá sentido as ações para mudar o mundo, o homem ainda que os resultados não apareçam. Se vc desistir, se vc abandonar os planos, o momento da mudança pode aparecer, as pessoas que podem ser tocadas pdoem se aproximar e vc pode não estar preparado. Portanto, ainda que os resultados da ação não correspondam ao que foi sonhado, é preciso cultivar a esperança e demonstrá-la na sua ação, seguir princípios, valores, caminhos a partir do mundo que se espera ainda que não se realize. E não há necessidade de crer em nada além do homem para se ter esperança. Ora, se os homens são racionais é legítimo afirmar que na medida em que a situação piora, na medida em que mundo regride, os homens devem tomar consciência dos equívocos do caminho. E a partir daí colocar a razão a serviço da solução dos problemas. Por mais que o pensamento hoje valorize o irracional e emocionalismo, mais cedo ou mais tarde, o caminho da razão será retomado, e os problemas poderão solucionados.
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