"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

César Maia faz alerta sobre artigos transcritos abaixo


São Paulo, sábado, 18 de julho de 2009


CESAR MAIA
Argentina x Brasil?

OS JORNAIS argentinos -"Clarín" e "La Nación"- publicaram, em dois dias, artigos questionando as relações entre os EUA e a América do Sul, pró-Brasil, e contra a Argentina.
Dia 8 de julho, no "Clarín", ("Brasil, um aliado sui generis"), o professor Fabian Calle diz que a política externa interamericana EUA/ Brasil é apenas o desdobramento da estratégia do general Golbery do Couto e Silva durante o regime militar. Cita o recente informe "A Second Chance. US policy in the Americas" e afirma que os EUA, como potência mundial, têm o Brasil como "primus interpares" sulamericano. Lembra a reunião Obama-Lula em que ficou clara a imagem transmitida de Brasília como um poder brando.
"A visão de Golbery era o destino do Brasil como uma potência ocidental com estreitas ligações com Washington e com graus de manobra para consolidar sua hegemonia sulamericana e garantir aos EUA um status não desestabilizador." "O ponto era reforçar a hegemonia regional do Brasil sobre a Argentina", e conclui afirmando que, "em pleno século 21, a história das grandes potências não parece convalidar visões lineares de delegação".
Dois dias depois, no "La Nación", o professor Carlos Escudé vai mais longe. Diz que o Brasil nasceu com vantagem ao ficar independente sem crise. Mas que nos anos 1890 a Argentina o superou. Um trabalhador argentino trabalhava a metade de um belga ou alemão e um terço do italiano para comprar o mesmo.
Em 1937 o PIB per capita argentino era superior aos de Áustria e Finlândia, o dobro do italiano e o triplo do japonês. Nos dois casos, o Brasil não era sequer listado. No plano militar, em 1920, a Argentina mobilizaria imediatamente 379 mil homens e o Brasil, 136 mil. Isso valeria para toda a década de 30.
Escudé afirma que o ponto de inflexão foi a Segunda Guerra. Os EUA privilegiaram o Brasil. A neutralidade Argentina teria aberto uma política de sanções dos EUA. A Argentina teria sido privada dos insumos necessários a seu desenvolvimento industrial (departamento de Estado 1945: "essencial não permitir a expansão da indústria pesada na Argentina").
Cita Roosevelt em 1944: "Estou totalmente de acordo que deveríamos proceder duramente com a Argentina. Ao mesmo tempo, é essencial fortalecer o Brasil. Isso deve incluir armas e munições. "Por isso o Brasil emergiu como potencia regional." No final do artigo, Escudé alivia e diz que hoje as relações com o Brasil são de cooperação comercial, e não geopolíticas.
Artigos como esses, em meio à crise política argentina, devem prevenir os canais político-diplomáticos de forma a que nossa imprevisível América Latina não acorde surpreendida, mais uma vez.
cesar.maia@uol.com.br
CESAR MAIA escreve aos sábados nesta coluna.

Nenhum comentário: