Estados Unidos mantêm base no Quirguistão
O Parlamento do Quirguistão, país da Ásia Central, ratificou hoje o acordo entre os Governos dos Estados Unidos e do Quirguistão sobre a criação de um “centro de trânsito de mercadorias”, no aeroporto internacional de Manas, para apoiar a operação militar no Afeganistão.
Segundo a agência noticiosa Ria-Novosti, o documento foi apoiado por 75 dos 88 deputados presentes na sessão parlamentar.
O centro de trânsito ficará situado no mesmo local onde se encontrava instalada a base militar norte-americana, que tinha sido aberta em Dezembro de 2001 e deveria ser encerrada no próximo mês de Agosto.
As autoridades quirguizes sublinham que o novo centro de trânsito será utilizado para o transporte de “mercadorias não militares”, mas o acordo não é claro quanto a isso.
O encerramento da base militar norte-americana foi justificada com a “estabilização da situação no Afeganistão e considerações económicas”, tendo essa decisão sido precedida da promessa de Moscovo de conceder ao Quirguistão um crédito de dois mil milhões de dólares.
“O Kremlin prometeu dinheiro, mas nada deu. O Presidente quirguize, Kurmanbek Bakiev, precisa de dinheiro para colmatar os problemas provocados pela crise financeira e para a campanha eleritoral. Os americanos abriram os cordões à bolsa e conseguiram o que queriam”, declarou à Lusa uma fonte diplomática em Moscovo.
O acordo prevê que Washington irá pagar anualmente 60 milhões de dólares pelo centro de trânsito, enquanto que pela base militar pagava apenas 17,4 milhões.
Além disso, os Estados Unidos irão investir 36,6 milhões de dólares na construção de novos terminais e armazéns fora do aeroporto civil de Manas e 30 milhões na modernização do sistema de controlo aéreo desse aeroporto.
Segundo o acordo, os Estados Unidos propuseram criar também um fundo conjunto de desenvolvimento económico, no valor de 20 milhões de dólares, bem como prometem pagar o arrendamento de terrenos nos arredores de Manas e “taxas justas e baseadas nos padrões da Organização Internacional de Aviação Civil pelas aterragens dos aviões”.
A imprensa russa considerou a decisão das autoridades quirguizes “uma surpresa desagradável para Moscovo, sublinhando que “as nações vizinhas entenderam há algum tempo que podem não cumprir as promessas verbais”.
“A situação parece ainda mais desagradável pelo facto de já ter havido precedentes, e não só com o Quirguistão. O Turcomenistão, por exemplo, promete os seus hidrocarbonetos ora à Gazprom, ora à China, ora à Europa. A Bielorrússia conseguiu de Moscovo créditos e gás baratos, mas resiste à cedência do controlo das suas empresas, nem reconhece, contra as expectativas da Rússia, a independência da Abkházia e Ossétia do Sul”, escreve o diário Kommersant.
http://darussia.blogspot.com/2009/06/estados-unidos-mantem-base-no.html
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