Chegou hoje alguns livros que eu comprei, quero comentar sobre alguns deles.
O primeiro “O Estruturalismo Latino-Americano” de Octavio Rodríguez, economista uruguaio. O livro é uma verdadeira enciclopédia sobre o pensamento econômico latino-americano ligado ao estruturalismo da CEPAL. Um livro de 700 páginas que certamente para em pé. A se lamentar apenas o prefácio que é de Fernando Henrique Cardoso, não se poderia escolher ninguém melhor para desvalorizar o livro, cuja ligação com o estruturalismo encontra-se num passado remoto, pré-histórico, se é que algum dia houve ligação. Certamente haveria nomes melhores para escrever o prefácio. Em todo caso, vale a pena o livro. Outro livro do autor especificamente sobre a CEPAL, também excelente, mostra a complexidade da teoria cepalina para além do esquematismo da vulgarização feita pelos críticos e pelo tempo.
O outro livro é uma homenagem a Ruy Mauro Marini, “A América Latina e os Desafios da Globalização. Ensaios dedicados a Ruy Mauro Marini” coordenado por Emir Sader e Theotonio dos Santos. Nem todos os artigos são sobre a obra de Marini, mas a maioria toca algum ponto. Marini é um dos principais autores da teoria da dependência e é praticamente ignorado no Brasil por razões políticas e ideológicas. Os escritos de Marini foram barrados no Brasil e consequentemente sua produção está difundida muito mais na América hispânica do que aqui. De fato, seus discípulos são muito ativos no México tendo criado inclusive um site com a maior parte das obras de Marini http://www.marini-escritos.unam.mx/.
O terceiro livro é de Johan Galtung, “Transcender e transformar: um introdução ao trabalho de conflitos”. Galtung é o pai da disciplina “Estudos e pesquisas para a paz” e do conceito de violência estrutural. Os trabalhos dele e dos seguidores podem ser acompanhados no site http://www.transcend.org/. O livro em questão é uma abordagem para a solução de conflitos.
O quarto livro é “Lords of Finance: the bankers who broke the world” de Liaquat Ahamed. Por mais que o título faça parecer que o livro trata da crise atual, o livro é sobre a crise dos anos 30. Mas os atores são sempre os mesmos.
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