Este comentário estava no blog do Paulo Henrique Amorim, que está cada vez pior, mas é verdade. Não há país no mundo onde há um consenso, uma padronização tão acentuada do que sai na imprensa quanto no Brasil. São sempre as mesmas pessoas dizendo sempre as mesmas coisas. Ninguém precisa assistir ao Painel do William Waack na Globo News para saber o que será tratado ou mesmo quem estará lá. O revezamento é sempre entre os mesmos e sempre para dizer as mesmas coisas. Alguém que leu uma coluna do Demétrio Magnoli, leu todas, jamais faz um esforço maior para pensar. O Rubens Antônio Barbosa sempre vai dizer que a política externa é equivocada, se o Brasil se dispõe a negociar ao invés de radicalizar sua posição, diz que o governo brasileiro não está defendendo o interesse brasileiro. Quando o Brasil radicalizada, e afirma de forma contundente a posição brasileira, ele diz que o governo brasileiro não sabe negociar e não consegue defender os interesses brasileiros. O Rubens Antônio Barbosa é tão caricato que é capaz de dizer que as relações entre o Brasil e os EUA não vão bem, que o governo Lula não sabe conduzir estas relações. E quando as relações entre os dois países foram melhores?
A Lúcia Hipólito, apesar de ter escrito, quase um clássico sobre o PSD (De Raposas e Reformistas: o PSD e a experiência democrática brasileira (1945-64)), parece contaminada pelo espírito udenista, virou um Datena de saias, só sabe fazer discursos moralistas contra a corrupção, análises políticas consistentes são coisas do passado.
E é engraçado como a imprensa elege seus oráculos e depois desaparece com eles. Durante o governo FHC, a Folha elevou a condição de oráculo e voz oficial da oposição, José Luís Fiori. O único discurso respeitável e aceitável de crítica ao governo era o Fiori. Hoje, nós nos perguntamos onde está Fiori? Sumiu da Folha. Outro desaparecido é Emir Sader.
JORNALISMO DAS MESMAS FONTES
Disk Fonte: o jornalismo papagaio de repetição
… O problema são as mídias que sempre, sempre, sempre procuram esses mesmos caras para repercutir. Sempre eles. E somente eles. Façam um teste e procurem esses nomes no seu jornal, revista, rádio, TV, site preferidos.
Questões trabalhistas? Disk Pastore
(O sociólogo José Pastore, mas sem dizer que ele dá consultoria para a Confederação Nacional da Indústria e a empresários que têm interesse direto no assunto)
Constitucionalismos? Disk Ives Gandra
(O respeitável jurista do Opus Dei não vacila jamais)
Ética? Disk Romano
(O professor de filosofia Roberto Romano)
Questões sindicais? Disk Leôncio
(O cientista político Leôncio Martins Rodrigues)
Ética na política? Disk Gabeira
(O deputado federal Fernando Gabeira,
que viaja bastante de avião…)
Ética dos juros? Disk Eduardo Giannetti
(O professor do Ibmec é quase um gênio)
Pau no governo Lula? Disk Marco Antônio Villa
(Historiador. Tiro e queda.)
Mais pau no governo Lula?
Disk Lúcia Hippólito - com a vantagem de ser uma das meninas do Jô)
Relações internacionais? Disk Rubens Barbosa
(Ex-embaixador. Precisa diversificar?
Disk Celso Lafer, o ex-chanceler)
Mercado financeiro?
Disk Arminio Fraga, o ex-BC
Mercado financeiro mundial? Disk Paulo Leme
(O cara está em Wall Street, pô, sabe tudo…)
Segurança pública? Disk Zé Vicente
(Ele é durão, estava lá dentro, mas fala como sociólogo. E com a vantagem de não ficar falando em direitos humanos para qualquer “resistência seguida de morte”. É o coronel esclarecido…)
Partidos? PT especificamente? Disk Bolívar
(O cientista político Bolívar Lamounier, mas, por favor, não diga que ele é filiado ao PSDB)
Geografia? História? Demografia? Sociologia? Socialismo? Política? Geopolítica? Raça? Relações internacionais? Coréia? Pré-sal? Cotas? Mensalão? América Latina? MST? Pugilistas cubanos? Liberdade de imprensa? Farc? Tarso Genro?
Disk Demétrio Magnoli.
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