São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009
Lula será convidado de honra em cúpula da União Africana
Presidente vem buscando apoio de africanos à candidatura a assento permanente no CS da ONU
DA REDAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o convidado de honra da próxima cúpula da União Africana (UA), que acontecerá de 1º a 3 de julho em Sirte, cidade natal do ditador líbio, Muammar Gaddafi, atualmente na presidência do bloco.
Também serão homenageados no evento o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o da Liga Árabe, Amre Moussa.
Lula discursará na abertura da cúpula, que será focada em agricultura, e terá reuniões bilaterais com líderes africanos.
O convite a Lula não partiu de Gaddafi, mas do chefe do Executivo da UA, o gabonês Jean Ping. A ideia é coroar os acenos do presidente brasileiro em direção à África -será a décima viagem dele ao continente desde a posse, em 2003.
Desde então, o Brasil abriu ou reativou 16 embaixadas na África -uma delas em Adis Abeba, Etiópia, sede da UA. O total de representações brasileiras na região hoje é de 36.
O governo brasileiro também foi o idealizador da primeira Cúpula África-América do Sul, em 2006, na Nigéria.
No plano econômico, a África é hoje o quarto maior parceiro do Brasil, mas os países africanos são os principais beneficiários da intensificação dos laços.
De US$ 5 bilhões anuais em 2003, a corrente comercial saltou para cerca de US$ 26 bilhões no ano passado, com déficit de US$ 5 bilhões em favor dos membros da UA.
A aproximação com a África atende à ambição de angariar apoio à candidatura brasileira a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, que hoje tem 15 membros, dos quais cinco permanentes, com direito de veto.
O Brasil defende uma reforma do conselho para incluir seis novos membros permanentes -sendo dois países africanos- sem poder de veto.
O governo brasileiro avalia como crucial o apoio da UA, um bloco que pesa 52 votos na Assembleia Geral da ONU -o separatista Saara Ocidental não é considerado um país.
O bloco apoia o plano brasileiro, com a ressalva que os novos membros permanentes tenham poder de veto. O Brasil abriu mão da exigência.
Os africanos também estão divididos sobre que países devem ocupar os assentos que caberão à região, caso se concretize a expansão do conselho.
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