"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Abundância de capital e concentração na crise

Ao contrário do que supõe o senso comum, as crises econômicas eram geral são crises de superacumulação. Ou seja, as crises se iniciam porque houve acumulação demais de capital. Após um boom de investimentos na economia real começa a haver capital em excesso em relação às oportunidades de lucro. A taxa de lucro começa a declinar, os investimentos começam a diminuir e a economia entra em recessão. Na recessão alguns empresas irão falir, outras empresas irão se fundir e aí o mercado se reestrutura e retoma o crescimento.

Numa economia com grande desenvolvimento do mercado financeiro quando a taxa de lucro cair na economia real o capital irá migrar para o setor financeiro em busca de maior rentabilidade. As ações irão se valorizar, o processo de securtiização se acelera, os mercados de derivativos crescem. E aí esta dinãmica financeira se torna autônoma e auto-referenciada. Ou seja, os papéis irão se valorizar independentemente do que esteja ocorrendo na economia real. O caso mais notável e prozaico disso foi a livraria virtual Amazon que na década de 90 acumulava prejuízos anuais, mas as ações sempre se valorizavam. Mas este é um fenômeno generalizado. A valorização fictícia dos papéis não depende nem mesmo da fraude como foi no caso da Enron. Neste ciclo de valorização de ativos, os agentes econômicos tendem a se endividar crescentemente e na prática se cria um sistema onde dívidas são garantias de outras dívidas. O volume de endividamento não será um problema desde que haja um fluxo estável de rendimentos que permita liquidar certas dívidas e fundar novas dívidas. O problema começa quando este fluxo de rendimento que sustenta o sistema não ocorre. No caso da crise americana, o fluxo de rendimento que foi interrompido foi o das hipotecas. Os indíviduos não conseguiram saldar as hipotecas e o sistema financeiro a partir daí entrou em crise numa reação em cadeia. Veja que as hipotecas são importantes, mas não são o centro do mercado financeiro, não é o que movimento os maiores recursos. O problema é que as hipotecas serviram de garantia para emissão de outros títulos dívidas vendidos no mercado ao mesmo tempo que as instituições financeiras operam com alto nível de alavancagem e muitas delas sem qualquer relação com a economia real.

Mas é preciso ter claro que não há como evitar a crise. As políticas do governo Bush são responsáveis pela crise, mas não no sentido de que se pode evitar a crise. A crise é intrínseca á dinâmica do capitalismo. O capitalismo precisa da crise, porque as crise geram novas oportunidades de investimentos e geram novos ciclos de acumulação.

Esta crise deverá ser longa e profunda, mas alguns sobreviveram. Alguns bancos estão aproveitando o momento para incoporar os que estão quebrando, para controlar novos mercados. Haverá ainda novas fusões e falências, no fim para as empresas que continuarem no mercado haverá novos oportunidades de lucro que serão aproveitadas e farão tanto a economia real quanto da financeira crescer.  Ou seja, para o mercado a crise é revigorante, mas para as famílias que perdem seu dinheiro, emprego, casa é um processo doloroso e triste. O equilíbrio enhtre as duas coisas depende da longevidade da crise e da sua profundidade.

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