São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009
No Caribe, estádios construídos por Asiáticos viram elefantes brancos
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles não custaram nada para o contribuinte local -o custo, na maioria dos casos, foi só o alinhamento diplomático com a China. Mas são hoje monumentos ao desperdício em países com problemas sociais.
Os estádios construídos no Caribe com dinheiro chinês para a Copa do Mundo de críquete, modalidade bastante tradicional da região, em 2007, transformaram-se, quase na totalidade dos casos, em grandes elefantes brancos.
Com capacidade para 10 mil pessoas, ou quase 15% da população do país, o estádio de Dominica tem uma média de apenas 20 eventos por ano. E, sem receber a manutenção ideal, começa a ficar degradado.
Abandonado menos de dois anos depois da Copa do Mundo de críquete, o estádio de Antígua e Barbuda foi interditado por um ano para o esporte no começo de 2009 por causa de seus problemas. A arena, que foi projetada para comportar 20 mil pessoas, teve sua capacidade reduzida pela metade. O país tem só 82 mil habitantes.
Até em países mais populosos do Caribe os estádios chineses se transformaram em áreas praticamente sem utilização.
É o caso da arena construída na Jamaica, que serviu como palco da cerimônia de abertura do Mundial de críquete.
Com um custo de US$ 30 milhões, o estádio foi palco de alguns poucos jogos de futebol. O sonho de trazer um time do esporte profissional norte-americano para fazer uma pré-temporada lá não se materializou. Também não decolou a ideia de usá-lo para as modalidades populares lá, como o atletismo.
A nova investida chinesa nos estádios da região parece ser mais promissora. A arena que está sendo erguida na Costa Rica irá abrigar os jogos da seleção de futebol do país, uma das forças da Concacaf. (PC)
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