"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 20 de dezembro de 2009

Celso Furtado versus Nelson Werneck Sodré

Comprei a edição comemorativa de 50 anos de “Formação Econômica do Brasil” de Celso Furtado que trás alguns artigos e resenhas que foram publicados ao longo do tempo sobre o livro. Obviamente que ao pegar um livro assim, o melhor é ler quem fala mal do livro. Então fui logo ver o texto do Nelson Werneck Sodré, pois apostava que ele criticaria o livro, e a crítica foi muito mais ácida do que eu imaginava. Esperava uma avaliação crítica, mas fortemente favorável a Furtado pelo contexto do nacional-desenvolvimentismo. Mas isso não ocorreu. Para começo, Furtado já é rotulado de economista ortodoxo, o que é bastante curioso, pois no contexto atual, dificilmente algum economista rotularia Furtado de ortodoxo.

Diz Nelson Werneck Sodré: “Nela se revelam, entretanto, duas deficiências que devem ser apontadas, porque são traços característicos da economia ortodoxa, entre nós, muito mais do que da pessoa do autor: a dificuldade em transmitir o saber e a precariedade de conhecimentos fora do campo específico. (…)

“Celso Furtado sabe muito, mas não sabe transmitir o que sabe – o que é um mal evidentemente. Mas, além disso, fazendo história – trata-se do desenvolvimento da economia brasileira no decorrer do tempo histórico –, não domina as fontes e revela mesmo desprezo por elas. Quem cita Antonil pelas citações de Simonsen, e até mesmo Gama Barros, não teve a menor preocupação em estudar história. Ora, sem conhecimentos históricos não há como desenrolar o desenvolvimento do progresso material. O autor confessa isso, entretanto, com aquela candura que marca a ingenuidade, a total inocência, a suficiência tranqüila que leva ao desastre. Porta-se como quem diz: “Sei economia, e é quanto basta – história é para leigos”. E é pena, porque se trata de um grande autor, e de uma grande obra.”

E aí eu me pergunto se Celso Furtado não sabe história, quem saberia? Pior o que dizer dos economistas contemporâneos? E o que dizer da maior parte dos estudantes que estão nas faculdades, o que sabem de história? Qual a disposição para realizar uma pesquisa de fôlego? Precisamos de mais economistas que desconheçam história como Celso Furtado.

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