"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Bill Clinton para secretário geral da ONU

Uma amiga me enviou um link para artigo da revista Foreign Policy, onde diferentes nomes fazem sugestões para diferentes cargos no governo americano. As listas refletem de certo modo um visão distorcida que predomina nos EUA de empresários e financistas participarem do governo sem que isso cause escândalo. Engraçado que essas sugestões aparecem mesmo agora diante da crise cuja origem institucional está nestas relações promíscuas entre o Estado e o mercado, que fez com que o Estado na prática se abstivesse de regular o mercado. Sugerir Warren Buffet ou Michael Bloomberg para secretário do tesouro só pode ser piada de mal gosto. Um coisa é a população eleger o Bloomberg prefeito de Nova York, outra coisa é nomeá-lo secretário numa área onde os seus negócios privados e suas responsabilidades públicas entram em conflito.

Também é muita falta de imaginação sugerir  James Baker para secretário de Estado. A era do James Baker já passou, eu lembro dele de quando eu era criança, lembro dele quando eu era adolescente. Chega de James Baker, é hora de ser lembrado só nos livros de história.

Outro mostra completa incomprensão da política e sugere Hilary Clinton para secretaria do Tesouro. Não tem lógica, porque qualquer presidente com um mínimo de tino político não faria isso, porque seria ofuscado. Mais se a crise fosse resolvida os méritos recairiam sobre ela e não sobre o presidente.

A mesma falta de comprensão da política demonstra quem sugere o nome de Bill Clinto para secretário de Estado. Também seria um problema para o presidente.

Entretanto, emplacar o Bill Clinton como secretário geral da ONU seria uma jogada de mestre. É praticamente impossível, os países irrelevantes que ambionam o cargo não aceitaria. Mas Bill Clinton como secretário geral da ONU seria uma forma de recuperar a importância da instituição ao mesmo tempo que recolaria a ação internacional norte-americana dentro do caminho compatível com a atual fase da integração mundial capitalista. Muito pela ação do governo Bush o descompasso entre a dinâmica capitalista e a superestrutura política inernacional foi acentuada. Bill Clinton como secretário geral da ONU seria um mundo de reduzir a distância entre a organização política que o capitalismo atual demanda e a oganização política internacional que é possível ter no momento.

domingo, 26 de outubro de 2008

Notícias censuradas? O que é isso!, imagina, a imprensa é livre.

Este é um resumo de cada uma das 25 histórias mais censuradas expostas na mesma ordem do Projeto Censurado:
1) A ocupação dos EEUU mata mais de um milhão de iraquianos
(por Michael Schwartz,  Joshua Holland,  Luke Baker,  Maki al-Nazzal e Dahr Jamail)
A tropas estadunidenses mataram 1,2 milhões de civis iraquianos desde que começou a invasão há cinco anos, segundo o grupo britânico de investigação Opinion Research Business (ORB). Estas cifras fazem rivalizar a invasão e ocupação do Iraque com as grandes matanças do século passado, como o terrível balanço de até 900.000 seres humanos que se crê mortos no genocídio de Ruanda em 1994 e está se aproximando dos um milhão e setecentos mil mortos no Camboja sob o Khmer Vermelho, nos anos 70. Cada dia saem à rua até cinco mil patrulhas que invadem 30 lares cada uma buscando presumidos 'insurretos' ou 'terroristas', a fim de interrogá-los, apresá-los ou, simplesmente, matá-los. Estas operações soem deixar um balanço de até 100 mortes por dia e causaram uma crise humanitária que deslocou 5 milhões de iraquianos.
2) EEUU, Canadá e México militarizam o NAFTA
(por Laura Carlsen, Stephen Lendman e Constance Fogal)
O espaço econômico do Tratado de Livre Comércio da América do Norte, que agrupa EEUU, Canadá e México se está convertendo num espaço militarizado controlado pelo Comando Norte estadunidense, “seguro para os negócios” e imune ao terrorismo, chamado Sociedade da Segurança e da Prosperidade (SPP, em inglês). As corporações transnacionais promotoras desta conjunção de aparência trinacional, mas verdadeiramente “supranacional”, são velhas conhecidas: General Electric, Ford Motors, General Motors, Wal-Mart, Lockheed-Martin, Merck, Chevron e outras mega companhias. A SPP, que aponta para a integração das três nações num só bloco político, econômico e de segurança sob o comando de Washington. A SPP não é uma lei, ou um tratado, nem sequer um acordo. E qualquer dessas coisas requereria a discussão e participação pública do Congresso.
3) O FBI oferece licença para matar
(por Matthew Rothschild)
O governo estadunidense recruta negócios e indivíduos que se integram a InfraGard, uma importante peça na complexa estrutura de um panóptico industrial destinado a acolher à sociedade da vigilância que Washington constrói. Mais de 23.000 pequenos e médios empresários do comércio e da indústria estadunidense trabalham silenciosamente com o FBI e o departamento de Segurança da Pátria (DHS, em inglês) na coleta e abastecimento de informação sobre as amizades dos estadunidenses. Em recompensa, os membros de InfraGard, que é o nome deste grupo de rápido crescimento, têm licença de “atirar para matar” quando usem suas armas e, ademais, recebem advertências secretas sobre ameaças terroristas muito antes que o público e, ocasionalmente, antes que certos funcionários. A União das Liberdades Civis Americanas vê a InfraGard como os olhos e os ouvidos do FBI observando a milhões de clientes individuais.
4) ILEA: Ressurgem as guerras sujas dos EEUU na América Latina?
(por Comunidade em Solidariedade com o Povo de El Salvador, Wes Enzinna e Benjamin Dangl)
A velha Escola das Américas reviveu em El Salvador como Academia Internacional de Aplicação do Direito (ILEA, em inglês), com uma base satélite no Perú e 16,5 milhões de dólares do orçamento federal de 2008 dos EEUU. A ILEA, com imunidade ante prováveis crimes contra a humanidade, treina anualmente em 'técnicas anti-terroristas' a 1.500 oficiais de polícia, juízes, fiscais e outros “funcionários da lei” da América Latina, enquanto o velho militarismo dos EEUU ameaçam de novo a paz e a democracia na região e aumenta a ajuda militar, que em 2005 cresceu 34 vezes com respeito a 2000, ao mesmo tempo que uma visível mudança de estratégia militar descentralizou os treinamentos secretos de militares e policiais latino-americanos que incluem torturas e técnicas de execução, junto com a reativação da IV Frota.
5) Apoderando-se dos bens dos manifestantes contra a guerra
(por Michel Chossudovsky e Matthew Rothschild)
Bush assinou duas ordens executivas que facultam ao departamento do Tesouro apoderar-se dos bens de quem seja percebido como ameaça para as operações no Oriente Médio, inclusive de suas crianças. A primeira, 'Bloqueando as propriedades de pessoas que ameaçam os esforços de estabilização no Iraque', assinada em 17 de julho de 2007, autoriza o departamento da Fazenda, em consulta com o departamento de Estado e o Pentágono, a confiscar bens de cidadãos e organizações dos EEUU que 'direta ou indiretamente' ameacem as operações no Iraque. A segunda, 'Bloqueando a propriedade de pessoas que minam a soberania do Líbano, seus processos e instituições democráticas', de 1 de agosto, é quase idêntica mas mais severa. Sem o direito ao devido processo, a secretaria da Fazenda pode apoderar-se das propriedades de qualquer um que se oponha vagamente à agenda dos EEUU ou arbitrariamente se lhe atribua risco de violência.
6) Derrota da lei contra o “terrorismo doméstico de colheita própria”
(por Jessica Lee, Lindsay Beyerstein e Matt Renner)
Uma boa notícia é que parece haver fracassado outra lei “anti-terrorismo doméstico”, esta vez contra cidadãos de ascendência árabe ou que professem a fé islâmica, setores opostos à globalização e também críticos da versão oficial do desmoronamento das Torres Gêmeas e do Edifício Nº 7 em 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque. A legislação, que também é uma afronta às liberdades estadunidenses de expressão, ao uso livre da Internet, à privacidade e à livre associação, foi aprovada por 404 a 6 – quase por unanimidade – na Casa de Representantes, mas o Senado a deixou de lado, contrariando a seus dois principais promotores bipartidários: a congressista democrata pela Califórnia Jane Harman, chefa do Sub-comitê de Inteligência, Informação Compartilhada e Risco de Terrorismo, e o senador republicano por Connecticut Joseph Lieberman, presidente dos comitês de Segurança da Pátria e de Assuntos Governamentais. Todavia, Lieberman tratou censurar o popular YouTube, do Google.
7) Guest Workers Inc.: fraude e tráfico humano
(por Mary Bauer, Sarah Reynolds, Felicia Mello e Chidanand Rajghatta)
O sistema do “trabalhador convidado” que emigra para trabalhar nos EEUU contratado em seus países de origem resulta o mais parecido à escravidão do século 21, segundo o congressista democrata pelo Harlem Charles Rangel. O programa, que vitimiza os trabalhadores imigrantes mas foi elogiado e recomendado por Bush, é provável que sirva de base para futuras reformas da imigração. Por exemplo, 600 trabalhadores trazidos enganados da Índia e amontoados em trailers de uma companhia de navegação do Mississippi para trabalhar como escravos do século 21 em estaleiros e embarcações, pagaram gastos de viagem, as prometidas “tarjetas verdes” e um suposto visto de residência permanente vendendo suas casas, automóveis e jóias de família, ademais de pedir emprestado, mas nos EEUU se encontraram com um visto de trabalho por 10 meses e condições de vida e trabalho semelhantes à escravidão.

8) As ordens presidenciais podem ser mudadas em segredo

(por Sheldon Whitehouse [Senador dos EEUU] e Marcy Wheeler)
O senador Sheldon Whitehouse, democrata por Rhode Island e membro do Comitê de Inteligência do Senado, informou haver desclassificado três documentos jurídicos do Escritório de Conselhos Legais (OLC, em inglês) do ministério da Justiça que revelam que o Presidente Bush governa com Órdens Executivas secretas que têm preeminência sobre o Congresso, o Poder Judiciário, o ministério da Justiça e todo o sistema jurídico estadunidense. Marcy Wheeler, do The Guardian, de Londres, disse que “as políticas dos EEUU sobre tortura – e as opiniões duvidosas em que se baseiam essas políticas – deveriam ter sido expostas cinco anos antes. Mas por uma certa razão não foi assim. Não temos nenhuma maneira de saber a que nos ater, nesse mundo arbitrário onde o Presidente pode ignorar suss próprias Ordens Executivas”. Parece que Bush governa ao estilo do imperador Calígula.
9) Testemunhos de veteranos do Iraque e do Afeganistão
(por Aaron Glantz, Aimee Allison, Esther Manilla, Chris Hedges, Laila Al-Arian e Soldado de Inverno)
Os veteranos do Iraque e do Afeganistão descreveram o impacto brutal das ocupações nesses dois países na revista The Nation, de julho de 2007, e nas jornadas do Soldado de Inverno (Winter Soldier), de Silver Springs, Maryland, em dois dias de março de 2008, com a participação de Veteranos do Iraque Contra a Guerra e mais de 300 ex-militares estadunidenses. As rádios KPFA e Pacífica difundiram estas audiências ao vivo, com testemunhos dos soldados sobre atrocidades horripilantes presenciadas ou protagonizadas diretamente por eles mesmos, revelando de passagem como um problema estrutural criou um ambiente de anarquia criminosa nas tropas dos EEUU. Especialistas asseguram que as declarações dos veteranos permitiriam investigar violações potenciais do direito internacional de funcionários da administração Bush e do Pentágono.
10) Psicólogos cúmplices de tortura da CIA
(por Mark Benjamin, Katherine Eban e Democracy Now!)
Quando o jornalismo denunciou em 2005 que havia psicólogos trabalhando com militares dos EEUU e da CIA para desenvolver métodos brutais de interrogatório, os líderes da Associação de Psicólogos Americanos (APA) montaram um grupo de trabalho para examinar a questão. Após dois dias de deliberações, concluíram que trabalhando com os militares os psicólogos desempenhavam 'um papel valioso e ético'. Os psicólogos James Elmer Mitchell, pertencente de frente à CIA, e seu colega Bruce Jessen, desenharam o programa de treinamento militar secreto “Sobrevivência, Evasão, Resistência e Fuga (SERE)”, que prepara os soldados para suportar o possível cativeiro inimigo. De maneira “quase-científica”, segundo psicólogos e outros conhecedores diretos de suas atividades, Mitchell e Jessen desenharam a reengenharia das táticas aplicadas aos aprendizes do SERE para usá-las contra detidos na guerra global ao terrorismo.
11) El Salvador: Privatização da água e Guerra Global ao Terrorismo
(Jason Wallach, Wes Enzinna, Chris Damon e Jacob Wheeler)
Em El Salvador se criminaliza o protesto social desde que a polícia prendeu 14 líderes e residentes de uma comunidade que em julho de 2007 reclamou contra a privatização do abastecimento e distribuição da água, o aumento do preço e a diminuição do acesso e a qualidade do recurso. Desde outubro de 2006 opera uma lei anti-terrorista que criminaliza protestos como o da água, suscetíveis de longas condenações em presídio, ainda que os salvadorenhos continuam lutando para que a água seja um direito e não um crime, enquanto seu presidente Elías Saca fez do país um aliado fiel dos EEUU na militarização de sua agenda neoliberal para a América Latina. El Salvador continua sendo a única nação latino-americana com tropas no Iraque, foi o primeiro a assinar o CAFTA, em copiar a Lei Patriótica e alberga a controvertida Academia Internacional da Aplicação da Lei (ILEA).

12) Chegados a Bush se aproveitam da educação

(por Mandevilla, de Diatribune e Daily Kos)
Hasta Neil Bush, irmão mais novo do presidente dos EEUU, ordenha a vaca dos fundos públicos estaduais destinados ao sistema escolar estadunidense que diz converter as crianças em cidadãos honestos, laboriosos e competitivos. O segredo é converter-se em provedor SES, Serviço de Educação Suplementar, e vender tais “serviços suplementares” ao sistema escolar do estado, distrito por distrito. O sistema criou uma parafernália de controles que “ajudam” diagnosticando as falhas do sistema escolar e – óbvio!– os estados devem pagar por esse diagnóstico. Um negócio redondo, ainda que o remédio seja pior que a doença e locuplete certos bolsos. Esta obra mestra da estafa escolar é possível porque “o assessor em educação do presidente” e amigo íntimo da família Bush, um tal Sandy Kress, aproveitador sem profissão conhecida, inventou uma instituição chamada Não Deixemos as Crianças para Trás (No Child Left Behind, NCLB), que serve precisamente para fazer o contrário.
13) Pesquisando bilhões de dólares perdidos no Iraque
(por Donald Barlett, James Steele e Matt Taibbi)
É incrível que ademais de crimes e matanças de civis, militares, contratistas de Blackwater, de Halliburton e qualquer um que chegue ao Iraque vindo dos EEUU se tenha dedicado também a roubar. Desde abril de 2003, um mês depois da invasão, e durante mais de um ano, a Reserva Federal dos EEUU enviou 12 bilhões de dólares para “a reconstrução” do Iraque à Autoridade Provisória da Coalizão (leia-se governador Paul Bremer III), mas uns 9 bilhões desapareceram por completo devido a um inexplicável descuido. O jornalista Matt Taibbi, da revista Rolling Stone, escreveu: 'O que a administração Bush criou no Iraque é uma espécie de paraíso do capitalismo pervertido, onde os créditos são extraídos forçadamente do cliente pelo Estado e os obscenos lucros não são repartidos pelo mercado senão que por uma burocracia governamental não controlável'.
14) EEUU é uma grande lixeira nuclear
(por Diane D’Arrigo e Sunny Lewis)
A energia atômica e as fábricas de armas nucleares fazem dos EEUU uma grande lixeira nuclear, sem controle ambiental nem do ministério da Energia (DOE, em inglês). O material radiativo se guarda em aterros, se recicla e se revende para usá-lo em concreto de edifícios, equipamentos, asfalto, produtos químicos, solos, etc., também em recipientes inadequados e sem preparação, negócios comerciais e áreas de recreação. Sob o atual sistema, o DOE fornece diretamente os materiais, os vendem em subpastas ou os entregam em intercâmbios, ou envia os materiais a processadores que podem utilizá-los sem atender a controles radiativos. Cada vez é mais freqüente a reciclagem destes materiais para sua reutilização na produção de artigos domésticos de uso diário e efeitos pessoais, tais como fecho ecler, joguetes, móveis, automóveis, construção de caminhos, escolas e enchimento de pátios.
15) Escravidão mundial
(por David Batstone e E. Benjamin Skinner)
Ainda que os grandes meios só prestam atenção a certas formas de escravidão do comércio sexual, o certo é que hoje no mundo existem 27 milhões de escravos; mais que em qualquer outro momento da história humana. A globalização, a pobreza, a violência e a avareza facilitam o crescimento da escravidão, não só no terceiro mundo, senão que também nos países desenvolvidos. Atrás da fachada de qualquer grande urbe ou cidade importante do planeta, hoje é provável encontrar um comércio próspero em seres humanos. 800.000 pessoas anuais são objeto de tráfico através das fronteiras e até 17.500 novas vítimas atravessam a cada ano para os EEUU, segundo o ministério da Justiça (DOJ). Mais de 30.000 escravos adicionais passam pelos EEUU enquanto são transportados a outros destinos internacionais. Os advogados do DOJ processaram 91 casos de comércio de escravos em cidades de quase todos os 50 estados dos EEUU.

16) Informe anual sobre direitos sindicais

(pela Confederação Sindical Internacional)
A Colômbia continua sendo o país com mais sindicalistas assassinados no mundo, segundo o Informe Anual de Violações de Direitos Sindicais publicado pela Confederação Sindical Internacional (ITUC, em inglês). A edição 2007 do informe que cobre 138 países em 2006, demonstra um aumento alarmante das pessoas assassinadas em  conseqüência de suas atividades sindicais, de 115 registradas em 2005 a 144 em 2006. Seqüestraram ou “desapareceram” a muitos mais sindicalistas ao redor do mundo, ao mesmo tempo em que milhares foram presos durante o ano por sua participação em ações de greve e protestos, enquanto outros milhares foram despedidos em vingança por ter se organizado.  Também cresceu a quantidade de ativistas sindicais da África, das Américas, da Europa, da Ásia e do Pacífico, vítimas da brutalidade das polícias e assassinados por ser vistos como opositores dos governos favoráveis às corporações.

17) ONU: Vacuidade da Declaração dos Direitos Indígenas

(por Haider Rizvi, Brenda Norrell e Tom Griffiths)
Três meses depois que a ONU aprovara em setembro de 2007 a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, os aborígenes ao redor do mundo protestaram por sua exclusão em Bali do Convênio Base da  sobre Mudança Climática (UNFCCC, em inglê), em que pese a que foram convidados a participar. A Declaração Universal da ONU chamou a reconhecer os direitos à autodeterminação e ao controle sobre as terras e recursos de 370 milhões de indígenas, depois de 22 anos de negociações que envolveram os Estados membros, grupos internacionais da sociedade civil e representantes das comunidades aborígenes do mundo. Somente EEUU, Canadá, Austrália e Nova Zelândia votaram contra, alegando que a autodeterminação e o controle indígena sobre terras e recursos naturais obstaculizariam o desenvolvimento econômico e minaria o 'estabelecimento de normas democráticas'.
18) Crueldade e morte nas prisões juvenis dos EEUU
(por Holbrook Mohr)
Uma horrorosa realidade vivem os jovens dos centros correcionais dos EEUU, onde padecem de abusos sexuais e físicos e inclusive morrem. O departamento de Justiça (DOJ), que carece de poder para fechar instalações, entabulou pleitos contra centros para jovens delinqüentes de onze estados por supervisão abusiva ou negligência daninha, entendendo que um julgamento pode conduzir os estados a melhorar seus centros de detenção, muitas vezes operados por contratistas privados, e a proteger assim os direitos civis da juventude encarcerada. A carência de supervisão e os padrões aceitos sobre abusos tornam difícil saber quantos jovens foram assaltados ou vítimas de negligência. A Associated Press estabeleceu que houve 13.000 demandas por abusos em centros juvenis através do país entre 2004 e 2007, quase um terço do total de detentos, que eram de cerca de 46.000 em 2007, quando se fez a indagação.
19) Criadores indígenas e pequenos granjeiros lutam contra a extinção do gado
(pelo Centro Internacional para o Desenvolvimento e o Intercâmbio Sustentável e por Representantes de pastores, povos indígenas e pequenos camponeses)
O modelo industrial de produção de gado causa a destruição mundial da diversidade animal. Pelo menos uma cria de gado indígena morre a cada mês como resultado do excesso de confiança nas castas seletas importadas dos Estados Unidos e da Europa, segundo o estudo 'O estado dos recursos genéticos do mundo animal' da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).  Desde que em 1999 começou a investigação para o informe, se identificaram duas mil castas locais em risco. Organizações e ONG de 26 países estimam que este sistema industrial de criação e produção de gado ameaça o desenvolvimento sustentável e a  segurança alimentar global. Sem embargo, o Plano de Ação Global da mesma FAO eludiu esta realidade.

20) Novo recorde em prisões por maconha

(por Bruce Mirken e Paul Armentano)
A cada ano aumentam nos EEUU as prisões por posse de maconha. Pelo quarto ano consecutivo, as detenções marcaram um recorde, segundo o Informe do Crime Uniforme do FBI para 2006. As apreensões somaram 829.627, com um aumento de 43.000 pessoas com respeito aos 786.545 detidos de 2005. A taxa atual de apreensões significa que a cada 38 segundos resulta detido um fumador de maconha que se incorpora a uma população cativa que corresponde a quase 44% de todas as detenções por droga nos Estados Unidos. Na última década, mais de 8 milhões de estadunidenses foram presos sob acusações relacionadas com a maconha, enquanto declinam as detenções por cocaína e heroína, segundo Allen St. Pierre, diretor executivo da Organização Nacional pela Reforma das Leis sobre a Maconha (NORML, em inglês). O número de presos aumentou mais de 5,4% em 2006 com respeito a 2005.
21) OTAN planeja “o primeiro golpe nuclear”
(por Ian Traynor, The Guardian)
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) considera viável um primeiro golpe nuclear a ser utilizado em qualquer lugar do mundo em que possa surgir uma ameaça. Os detalhes de implementação da idéia aparecem numa espécie de manual para um golpe de estado planetário de 150 páginas, concebido pelas mentes de ex-chefes das forças armadas dos EEUU, da Grã Bretanha, da Alemanha, da França e dos Países Baixos.
Os ex-chefes militares advertem sobre as seguintes ameaças dominantes:
- Fanatismo político e fundamentalismo religioso
- O 'lado escuro' da globalização significa terrorismo internacional, crime organizado e disseminação de armas de destruição total
- Mudança climática e insegurança energética exigem uma competição pelos recursos e uma potencial migração 'ambiental' a escala total
- O debilitamento do estado-nação, assim como de organizações tais como a ONU, a OTAN e a UE.
22) CARE rechaça ajuda alimentar dos EEUU
(por Ellen Massey e Revolution Cooperative)
Como no refrão “Melhor que não me ajude compadre!”, CARE, a maior e mais conhecida organização de caridade dos EEUU, concluiu que a forma como o país do norte encara a ajuda alimentar em vez de combater estruturalmente a fome no mundo, a solidifica e eterniza, porque o principal interesse de sua “ajuda” é converter em dinheiro efetivo os excedentes agrícolas estadunidenses que foram produzidos por una agricultura já subsidiada pelos contribuintes e que, de passagem, distorce o mercado alimentar mundial. A CARE anunciou em agosto de 2007 que recusava receber 45 milhões de dólares ao ano em ajuda alimentar do governo dos Estados Unidos por estimar que as condições impostas para sua distribuição não aliviam a fome. Os EEUU destinam 2 bilhões de dólares anuais de assistência alimentar para populações que sofrem fome crônica, mas exigem que as colheitas sejam compradas nos EEUU.
23) O público consome remédios que não necessita
(por Shreema Mehta)
A publicidade enganosa das companhias farmacêuticas fabrica necessidades, ocultando seguidamente do público os efeitos secundários de certos medicamentos. As companhias dos EEUU devem submeter sua publicidade à Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sua sigla em inglês), mas a agência não a revisa antes que se torne pública. Um informe do Escritório de Responsabilidade do Governo (GAO, em inglês) de novembro de 2006 encontrou que só se revisa uma pequena porção de bulas e nem sempre com os mesmos critérios. Alegando falta de fundos para um controle eficaz, a FDA pediu que uma reforma da Lei de Honorários na Prescrição de Drogas ao Usuário (PDUFA, em inglês) endosse à indústria farmacêutica o pagamento dos gastos de revisão que deveria efetuar a agência antes que os anúncios se tornem públicos. Ainda que equivale a por os ratões a vigiar o queijo, já é uma realidade desde que Bush renovou a PDUFA.
24) Japão duvida da versão oficial do 11/9 e não quer mais guerra
(por Benjamín Fulford)
O parlamentar Yukihisa Fujita desafiou a validez da guerra ao terrorismo dos EEUU e pediu que o Japão se retire do Afeganistão durante uma sessão da Câmara Alta que em janeiro de 2008 debateu a renovação da lei antiterrorista que faculta o apoio logístico japonês às tropas da coalizão. A transmissão do debate permitiu que os japoneses conhecessem pela primeira vez um questionamento frontal da versão oficial da tragédia de Nova Iorque de 2001. O jornalista Benjamin Fulford disse que o parlamentar do Japão, que é um país aliado dos EEUU, mostrou através da TV nacional evidência de grande alcance de que o governo dos EEUU assassinou a 3.000 de seus próprios cidadãos, assim como a 24 pessoas do Japão e a gente de muitas outras nações. Mas Fulford não pode levar Fujita a uma roda de imprensa no Clube dos Correspondentes Estrangeiros do Japão porque seus próprios colegas estadunidenses não o permitiram.

25) Por que destruíram o governador de NY Eliot Spitzer?

(por F. William Engdahl)
Quando uma proeminente figura pública resulta destruída de uma maneira tão espetacular como a exposição ao escárnio público do ex-governador democrata do estado de Nova Iorque, o jornalista F. Guillermo Engdall recomenda perguntar-se quem se beneficia e por que quereria eliminar essa pessoa, sobretudo porque um vulgar encontro com uma prostituta de luxo pouco tem a ver com os padrões morais da administração Bush com respeito aos altos servidores públicos. Eliot Spitzer foi o alvo provável de uma operação da Casa Branca e de Wall Street para silenciar um crítico perigoso e loquaz da condução da chamada “crise subprime” do mercado financeiro. Spitzer culpou de frente à administração Bush de favorecer os prestamistas rapazes ante o Subcomitê de Serviços Financeiros da Câmara de Representantes, em entrevistas pela NBC TV e num editorial do Washington Post que apareceu no dia anterior ao escândalo.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/as-25-noticias-mais-censuradas/

Wal-Mart como causa e sintoma da crise

The Economic Crisis: A Wal-Mart Economy Dimension

Posted October 17, 2008
Filed under: economics |

Wal-Mart offers a valuable window into the current economic crisis. Before addressing the current crisis, let’s put Wal-Mart in perspective:

Wal-Mart is, at least in part, both a cause and a symptom of what went wrong in the economy, as well as a hint of what might be done to correct the problem.

Wal-Mart represented a logical business strategy to an economy in which real hourly wages have been stagnant for more than three decades. Wal-Mart presented the face of low prices (which were not in reality always lower than elsewhere). At the same time, Wal-Mart contributed to the low wage environment that made it such a successful business.

Besides paying low wages to its own workers (and sometimes not even paying all the wages that it owed), Wal-Mart helped to lower wages elsewhere. For example, grocery stores have put enormous pressure on their unionized workers because of competition from Wal-Mart’s nonunion operation. Admittedly, Wal-Mart displaced some small retailers that may have paid lower wages.

As is well known, part of Wal-Mart’s strategy was to rely on imports from countries that paid low wages. Competition from these imports both destroy jobs and limited wages from jobs that remained in the U.S.

According to a somewhat dated report, if Wal-Mart were a country, it would rank as China’s fifth-largest export market, ahead of Germany and Britain.

Goodman, Peter S. and Philip P. Pan. 2004. “Chinese Workers Pay for Wal-Mart’s Low Prices: Retailer Squeezes Its Asian Suppliers to Cut Costs.” Washington Post (8 February): p. A 1.

Here is where we can begin thinking about the current crisis. Because of the lack of investment in production in the United States, the annual imbalance between its exports and imports is approximately equal to the $700 billion bailout. To pay for these imports, the country must borrow about $2 billion every day of the year.

China alone holds about $2 trillion in U.S. debt. Until recently, a substantial amount was held in paper from Fannie Mae and Freddie Mac.

Here is a report from the Wall Street Journal:

“It turns out the biggest supporter of the Fannie Mae and Freddie Mac bailouts has been the Chinese government. The Chinese own about half a trillion dollars in Fannie and Freddie securities and they’ve put the warning out to Treasury Secretary Hank Paulson they expect to be repaid in full. The fear among Mr. Paulson and other Treasury officials is that if Fannie and Freddie debt isn’t repaid at 100% par, the Chinese may start dumping their hundreds of billions of dollars of Treasury securities, possibly causing a run on U.S. government debt and sharply raising Uncle Sam’s borrowing costs.”

Moore, Stephen. 2008. “Bailing Out the Bank of China.” Wall Street Journal Political Diary (30 July). http://online.wsj.com/article/SB121734906485393697.html

The Chinese had already sold about a quarter of their holdings of Fannie and Freddie, by last summer. Earlier, Chinese officials had already said that they intended to diversify their holdings of foreign assets rather than committing is much to the United States.

Bloomberg later reported:

“A failure of U.S. mortgage finance companies Fannie Mae and Freddie Mac could be a catastrophe for the global financial system, said Yu Yongding, a former adviser to China’s central bank. ‘If the U.S. government allows Fannie and Freddie to fail and international investors are not compensated adequately, the consequences will be catastrophic,’ Yu said in e-mailed answers to questions yesterday. ‘If it is not the end of the world, it is the end of the current international financial system’.”

In the end, Fannie and Freddie were saved, along with the investment of China and other exporters, who will be expected to purchase more US debt to pay for the bailout.

Obviously, Wal-Mart is only a small part of the complex set of conditions that led to the recent crisis. Even so, we can tell a simplified Wal-Mart story to explain the linkages involved here:

Low wages helped to give Wal-Mart a competitive advantage in retailing, which, in turn, helped to spur off-shoring, leading to a serious balance of trade deficit. The low-wage exporters, especially China, attempted to keep their currency cheap, in order to prevent swelling unemployment at home.

To keep the value of its currency low, China and the other exporters sent much of their profits back to the US buying investments in Fannie, Freddie, and U.S. Treasury debt. These funds helped to keep interest rates low, which stimulated both consumption and speculation. In this environment, housing prices and financial assets increased in value, creating even more consumption and a greater knowledge of trade deficit.

Wal-Mart also offers a hopeful pointer. Here is a company whose sales may be greater than the GDP of half the members of the United Nations. Using modern technology, the company has been able to create magnificent efficiencies, along with its less-desirable exploitative consequences. Someday, maybe we can create an economy that can take advantage of the beneficent innovations of business and turn them to public advantage rather than private profit.

http://michaelperelman.wordpress.com/2008/10/17/the-economic-crisis-the-wal-mart-economy-dimension/

sábado, 25 de outubro de 2008

Minha família é minha amostra

Na década de 80 quando íamos às feiras agropecuárias da minha cidade, o stand que mais visitávamos ero o da UDR. Era o auge da UDR, União Democrática Ruralista. A UDR foi criada para lutar contra a reforma agrária na Constituinte. O ícone do movimento era o Ronaldo Caiado que foi o candidato escolhido por muitos na minha família no primeiro turno da eleição de 1989, não lembro mais o partido do Caiado na época, mas o número era 51. No segundo turno, obviamente, foram de Collor. Na eleição de 1994, a maioria era FHC. Teve gente votando no Ciro Gomes, no Esperidião Amin. Mas a maioria esmagadora era FHC mesmo. A mesma coisa na eleição de 1998. Votar no Lula ainda era estranho. Eu percebi em casa a solidez da condidatura do Lula em 2002 quando meu pai comentou chocado sobre usn amigos dele que agora iriam votar no Lula. Seja porque não dava medo mais, seja porque a situação era desesperado, agora iriam votar no Lula. Numa pesquisa uns dois anos antes da eleição de 2002, a Roseana Sarney apareceu com quase 10% de intenções de voto, mencionei na época que se fosse assessor dela diria para ela começar a campanha. Mais surpreendente foi descobrir que tinha gente na família que sabia quem era Roseana Sarney, governadora do Maranhão, veja bem, Maranhão. Um anos depois com uma campanha insistente ela disparou nas pesquisas até a Polícia Federal ter montado a operação contra ela sob o comando de José Serra e FHC. Depois diante da ameaça de ter o irmão preso desistiu da candidatura. Por outro lado, apenas uma minoria era entusiasta da candidatura do Serra na minha família, quem não "lulou", votou no Serra por obrigação.

Tudo isso para falar das eleições de 2010. A imprensa subestima os npumeros de Dilma Roussef nas pesquisas. Os analistas dizem que pelo quanto ela é importante e aparece os números dela deveriam ser mais robustos. Entretanto, os colunistas de política possuem uma visão distorcida da realidade, porque eles vêem muito a Dilma, eles são bombardeados de notícias sobre ela. Mas a maioria da população não. Os momentos que ela aparece no palanque com o Lula são destinados aos pequenos grupos presentes, e depois isso aparecerá rapidamente no Jornal Nacional se aparecer. Então é significativo o percentual de intenção de votos que ela recebe. Mas o mais significativo mesmo é que todo mundo na minha família, mesmo quem não se interessa e acompanha política, sabe quem é a Dilma Roussef. E por isso, ela pode ser uma candidata competitiva.

Hoje telefonei para minha tia lá em Jataí em GO. E aí confirmei outra das minhas hipóteses, a imprensa superestima o Serra. Certos analistas comparam os 35% dos Serra nas pesquisas atualmente com o que a Dilma ou outro possível candidato do PT tem e conclui que o Serra é um candidato forte. Não acho isso e hoje confirmei. Minha tia era a grande entusiasta do Serra em 2002, o melhor ministro da saúde de todos os tempos. Hoje eu disse que o Serra seria candidato de novo, então ela teria em quem votar, ela disse o Serra não, ele não dá conta. A gente precisa de uma nova liderança. Se nada mudar, se a crise mundial não estragar este final do governo Lula, não apostaria um centavo no Serra.

Mais Volcker

No link abaixo há um trecho e um entrevista de Volcker falando sobre as decisões de aumentar a taxa de juros. Segundo Volcker, após uma decisão do FED sobre o aumento dos juros por um placar de 4 a 3, a reação do mercado foi inesperada, o mercado interpretou o placar como se os juros não fossem subir novamente e com isso não deu os resultados desejados. E aí ele comenta sobre a questão da credibilidade, ou seja, de fazer com os agentes econômicos acreditem na consistência e persistência da política econômica. Estamos vivendo isso neste momento, as dimensões da crise e os valores envolvidos são de tal ordem que a credibilidade na capacidade do governo conter a crise é baixa dentro das regras do jogo.

http://www.econbrowser.com/archives/2007/02/how_paul_volcke.html

A superioridade dos EUA

Devo confessar que a decisão de republicanos de peso como Collin Powell, William Weld e Charles Fried declararem apoio à Barack Obama mostra que os EUA ainda têm salvação. Especialmente quando se considera Charles Fried que foi do governo Reagan, então é insuspeito quando diz que mudou de posição devido a escolha de Sarah Palin para vice. Isso é colcoar os interesses do país a frente das questões paroquiais. No Brasil ninguém anunciaria publicamente o voto no candidato adversário, porque o vice do candidato do seu partido é um idiota. Não tentariam se aproveitar da idiotice para comandar o sujeito. Isto também mostra a solidez do sistema político americano, eles vão ser mal vistos, mas não deixarão de ser republicanos, de fazer oposição a maior parte das propostas democratas. Isso é uma coalizão nacional sem necessitar ficar com n reuniões como se faz no Brasil tentando conciliar interesses paroquiais. Mais interessante ainda é que Fried disse não considerar a abstenção uma opção. Realmente seria a opção fácil. Também poderia não ter expressado a sua posição publicamente. De fato, a abster-se é covardia e uma afronta aos interesses do país, em toda eleição há algo importante em jogo.

Agora o McCain destruiu a candidatura dele quando escolheu esta tonta para vice. Não tem lógica um sujeito que todo mundo olha pra ele esperando a morte escolher alguém tão fraco como vice. Entretanto, não sou otimista quanto ao governo Obama. Temo que ele se comportará muito como o Lula, fará muitas cocnessões para ser aceito e acabará sendo controlado pelo establishment em Washington. Para governar à esquerda, ele tentará agradar a direita. E o resultado conhecemos pela experiência, não é um governo de esquerda. Especialmente na área de segurança creio que as concessões serão enormes. Não acredito, por exemplo, numa saída imediata do Iraque, numa solução satisfatória (para o mundo) da guerra no Afeganistão.

Mas é inegável os EUA terem um presidente negro já será um fato suficientemtne transformador para que os EUA não sejam mais os mesmos depois do mesmo modo que ocorrerá com o Brasil após ter um presidente operário.

Paul Volcker? Preparem-se o mundo ficará mais animado e trágico

Leio que Paul Volcker se aproximou do Obama, se tornou um dos conselheiros econômicos. Se isso significar que o velho Volcker voltará a ativa em algum cargo econômico ou influenciará a política econômica do futuro governo Obama, preparem-se porque a crise que é grave se tornará ainda mais grave. Talvez não para os EUA, mas certamente para o mundo. Volcker é um paradoxo, é um dos nomes do trilateralismo, ou seja, é um dos mentores da concertação entre EUA, Europa e Japão para dirigir o mundo. Mas é ainda mais um defensor dos financistas, que é exatamente o setor que mais tem interesse nesta integração. VolcKer na sua passagem pelo FED impôs um brutal aumento da taxa de juros que quebrou o Brasil e o mundo, mas reafirmou o poder do dólar e transformou os EUA num paraíso financeiro. Os gestores posteriores cultivaram a crise atual, mas quem plantou a semente foi certamente Volcker. E a partir daí todos os acordos monetários foram acordos ad hoc entre a tríade para fazer ajustes quandos os desequilíbrios tornaram-se insustentáveis. Acordos ad hoc dos quais Volcker participou na década de 80. A partir de meados da década de 90, no auge da euforia mesmo os acordos ad hoc sobre a moeda foram abandonados. Não se enganem, aparentemente o sistema financeiro está em crise, mas o sistema monetário está intacto. Nada mais distante da realidade, a recuperação do valor do dólar no momento em que a economia americana está em frangalhos só mostra a dificuldade em se definir um padrãopara se medir a riqueza. A saída da crise passa por um acordo financeiro e monetário em escala mundial.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Numa comunicação formal, a palavra errada inviabiliza a comunicação

Perfeito o texto do Reinaldo Polito, já participei da "palestras corporativas" que fiquei pensando que o sujeito pensava estar falando para um bando de néscios, o que apenas tornava a apresentação tosco, boba e fazia com que este fosse o assunto entre a audiência.

Na era do e-mail, da internet, acho que precisamos voltar com os cursos de cartas. Fico impressionado com a forma dos e-mails que recebo muitas vezes. Por exemplo, gfostaria de saber quem ensinou muitos alunos que se termina um e-mail com espero retorno ou aguardo resposta. Escrever isso é uma grosseria, só se escreve isso quando quer agredir a pessoa, só se escreve isso para o funcionário incompetente depois dele ter falhado várias vezes, ou seja, é praticamente um aviso de demissão; ou então para um fornecedor incompetente que não toma providências e aí é um aviso que assim que possível o contrato não será renovado. At[é nisso estamos em decadência, nem comunicações formais as pessoas são capazes de escrever mais.

20/10/2008 07h00

Descaminhos e sutilezas da comunicação

Reinaldo Polito

A maneira como você fala ou escreve classifica as pessoas. Por isso, cuidado, pois sem que se dê conta, talvez esteja construindo armadilhas para o sucesso da sua comunicação.
Mesmo sem nenhuma intenção de ofender, pela maneira como se expressa, falando ou escrevendo, você poderá criar resistências e comprometer os objetivos de suas apresentações.
A forma como se dirige às pessoas deixa transparecer o valor que você atribui a elas -valor social, profissional ou afetivo. E elas reagirão à sua mensagem de acordo com a interpretação que derem a esse tratamento.
E aí garotão, tudo bem? Aparentemente, essa frase seria identificada como elogio a uma pessoa mais velha, pois, normalmente, gostamos de ser vistos como mais jovens. Por causa do poder classificatório das palavras, entretanto, esse tratamento poderia ter outra interpretação.
A expressão "garotão" pode soar também como referência pejorativa, indicando não a idade, mas a inexperiência ou posição social inferior, especialmente se for utilizada por alguém que tenha mais ou menos a mesma idade, ou que seja um pouco mais jovem.
O sentido da mensagem não é transmitido apenas pelo sentido das palavras, mas principalmente pelo tom, pela forma como elas são pronunciadas. A maneira como falamos classifica as pessoas às quais nos dirigimos.
Quando você fala com uma pessoa de baixa formação intelectual observe como a tendência é explicar com cuidado todas as informações para facilitar o entendimento dela. Essa forma quase didática de falar, semelhante à que usamos quando conversamos com as crianças, classifica o ouvinte como alguém despreparado.
Ao contrário, quando o ouvinte possui bom preparo, a comunicação perde essa característica didática e você se expressa sem a preocupação de explicar detalhadamente o que pretende dizer.
Nessa circunstância, você utiliza de maneira mais acentuada os recursos da ironia e se vale com freqüência da presença de espírito, pois sabe que esse tipo de comunicação é compreendido com facilidade por pessoas com boa formação.
A importância de você se conscientizar de que a entonação é classificatória está justificada no risco permanente de que um pequeno deslize na avaliação feita sobre a formação e as características dos ouvintes pode trazer conseqüências negativas irreversíveis.
Por exemplo, talvez você angariasse a antipatia e a resistência de um grupo se usasse tom condescendente afirmando que os ouvintes não precisariam se preocupar com o entendimento da mensagem porque houve um trabalho intenso no sentido de tornar as informações mais fáceis de serem compreendidas.
Ora, qualquer ouvinte com razoável formação intelectual se sentiria ofendido com esse tom que o classifica como pessoa despreparada. O problema se agrava pelo fato de essa avaliação ser feita no instante em que as palavras são proferidas.
Mesmo que você tenha estudado com pormenores e com bastante antecedência quais as características dos ouvintes, no momento de falar, ao vê-los, provavelmente usará a entonação de acordo com a avaliação que faz das pessoas naquele momento e não apenas a que havia planejado nos instantes de preparação. Se errar, poderá prejudicar o resultado da sua comunicação.
Segundo Mikhail Bakhtin, um dos mais importantes estudiosos da linguagem, o fenômeno da entonação é lugar de memória acústica social. O que esse grande teórico lingüista russo pretende dizer com essa afirmação? Simplesmente que todos nós nos impregnamos de entonações desde os primeiros instantes de nossa existência.
De acordo com o pensador, são "vozes" que estarão presentes em nossa vida. "Vozes" formadas pelas características das pessoas com as quais convivemos, que por sua vez foram influenciadas por outras pessoas com as quais conviveram. Pelas músicas que ouvimos. Pelos cursos que freqüentamos. Pelas imagens que observamos.
Enfim, toda nossa formação influenciada durante a vida participa dessa entonação classificando o grupo social a que pertencemos e nos levando a usar uma forma de comunicar, de receber a mensagem e de interagir para determinar seu sentido.
Observe o comportamento de uma criança de aproximadamente quatro anos. Já nessa idade, nos primeiros aninhos de vida, ela aprende a classificar as pessoas e reage de acordo com as características de cada uma.
Com a tia que brinca e conta historinhas, ela se mostra afável, sorridente e alegre com sua chegada. Com a prima ranheta, que disputa seus brinquedos, ela se mostra resistente e procura se manter distante.
Com o avô carinhoso e paciente, ela tanto pode correr para o seu colo, como fazer manha e pleitear presentes impossíveis. Esse aprendizado social ficará para sempre em sua memória, e quando estiver na idade adulta suas atitudes ao falar ou ao ouvir serão resultado dessa sua formação.
Por isso, ao falar, ouvir, escrever e ler a memória social interfere não apenas na determinação do conteúdo como também na forma como a mensagem é transmitida. Por exemplo, ao ler, ou ouvir, você interpretará se a pessoa que escreve ou fala está sendo irônica, contundente, séria, brincalhona, pois ao transmitir a mensagem ela dará pistas do sentido que pretende comunicar.
Você já percebeu que ao falar deverá ter em mente que esse fenômeno da entonação estará sempre por perto. O resultado será desastroso, por exemplo, se você, que teve uma excelente formação cultural e conviveu com pessoas bem preparadas e, portanto, se impregnou dessa marca social, falar com pessoas que não tiveram a mesma formação como se pudessem perceber com facilidade suas brincadeiras e as sutilezas de sua linguagem.
Nessas circunstâncias, você deverá produzir e comunicar sua mensagem considerando essa característica diversa dos seus interlocutores. E entender também que a sua atuação alcançará êxito se souber se comunicar levando em conta as expectativas que essas pessoas têm com relação ao seu desempenho, ao assunto abordado e à maneira como ele está sendo tratado.

http://economia.uol.com.br/planodecarreira/artigos/polito/2008/10/20/ult4385u86.jhtm

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Piadas Feministas

MULHER NÃO TRAI, MULHER SE VINGA

VINGANÇA FEMININA 1

Um homem sempre gozava sua mulher que era loira.
Um dia,ele passou na casa  de seus amigos para que eles o
acompanhassem até o aeroporto,  porque sua  mulher ia viajar.
Como sempre gozava com ela, ele disse  na frente de  todo mundo:
Amor, traz uma francesinha de Paris pra mim?
Ela abaixou a cabeça e embarcou muito chateada. A mulher passou quinze dias na França.
O marido pediu que os amigos o acompanhassem novamente ao aeroporto. Ao chegar, ele perguntou para a mulher:
- Amor você trouxe minha francesinha?
Ela disse: Eu fiz o possí­vel. Agora é só rezar para nascer menina!
VINGANÇA FEMININA 2

O casal está passeando pela praia, e ela pede que ele lhe compre um biquini.
Ele responde:
- Com esse corpo de máquina de lavar? Nem pensar!
Continuam caminhando, e ela insiste:
- Bom, então compra um vestido para mim?
Ele responde:
- Com esse corpo de máquina de lavar? Nem pensar!!
Passa o dia.
A noite, já na cama, o marido vira para a esposa e pergunta:
- E aí ,  mulher?
Vamos botar a máquina de lavar para funcionar?
E a mulher, com ar de desprezo, responde:
- Para lavar só esse pedacinho de pano? Ah...! Lava na mâo mesmo que dá menos trabalho! 

VINGANÇA FEMININA 3

A velhinha pergunta para o marido moribundo:
- Meu bem, depois de 40 anos de casado, tenho uma curiosidade.
Você já me traiu alguma vez?
-  Sim, querida! Uma única vez! Lembra-se quando eu trabalhava na Nestle, e tinha uma secretária chamada Margarida?
-Sim, me Lembro!
- Pois é, aquele corpo já foi todinho meu!
E após alguns segundos, ele pergunta:
- E você, minha velha, já me traiu alguma vez?
- Sim, meu bem! Uma única vez!
Lembra-se quando a gente morava na Vila Andrade, em frente ao Corpo de Bombeiros?
- Sim... me lembro! - responde o moribundo
- Pois é... aquele corpo já foi todinho meu!
                            VINGANÇA FEMININA 4

O marido estava em seu leito de morte e chamou a mulher. Com voz rouca e já fraca, disse-lhe:
- Meu bem... chegue mais perto.... Eu quero...lhe fazer uma confissão:
- Não, não - respondeu a mulher. Sossegue e fique quietinho aí­. Você não pode fazer esforço.
- Mas  mulher - insistiu o marido.
- Eu preciso morrer...em paz! Eu quero te confessar algo!
- Está bem, está bem!  Pode falar!
- É o seguinte... Eu sai... com a sua irmã... com a sua mãe e...   com a sua melhor amiga!
- Eu sei, eu sei - disse e mulher.
- Foi por isso que eu te envenenei, meu bem...!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Entrevista com Noam Chomsky

Folha de São Paulo

São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2008

Capitalismo seguirá igual, diz Chomsky

Crítico de Bush, lingüista diz que governo evita palavra "estatização" para que público não reivindique direito de interferir
Intelectual de esquerda descarta o surgimento de um novo capitalismo pós-crash, com maior presença do Estado na economia
FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
Um dos intelectuais de esquerda mais respeitados do planeta, o lingüista Noam Chomsky, acha que a estatização total ou parcial do sistema financeiro dos EUA não vai ocorrer por causa da atual crise.
Colocaria em risco o que ele classifica de "tirania privada".
Por essa razão os governos do mundo desenvolvido evitam usar o termo até mesmo quando se trata de assumir o controle, ainda que só por algum tempo, de alguns bancos e corretoras que faliram por causa da crise atual.
Aos 79 anos, Chomsky leciona no MIT (Massachusetts Institute of Technology), uma das mais renomadas instituições de ensino superior dos EUA.
Para ele, se o governo norte-americano assumisse publicamente algumas de suas ações como "estatizações", abriria tecnicamente espaço para que os cidadãos do país também passassem a reivindicar o poder de interferir na condução do sistema. Até porque, diz o lingüista, "em princípio, o governo representa o público".
A possibilidade de um novo tipo de capitalismo surgir no pós-crash, com maior presença do Estado, é um cenário descartado por Chomsky. "A economia já é altamente dependente da dinâmica do setor estatal. É um sistema no qual o público paga os custos e assume os riscos, e os lucros são privados. Eu não vejo nenhuma indicação de que as instituições básicas do capitalismo de Estado estejam prestes a serem significativamente modificadas. É claro que a liberalização será reduzida, mas no interesse das instituições financeiras que vão sobreviver", diz ele.
A seguir, trechos da entrevistas de Chomsky concedida à Folha por e-mail.

FOLHA - Por que o governo dos EUA e banqueiros evitam expressões como "nacionalizar" ou "estatizar" ao falar dos pacotes de resgate para bancos nos quais haverá dinheiro público ou compra de ações pelo Estado?
NOAM CHOMSKY
- Nós vivemos numa cultura altamente ideológica na qual "estatização" é uma palavra que põe medo, como "socialismo" (ou, para muitos, até "liberal"). A propósito, esse é um assunto sério. Se o Wells Fargo compra o Wachovia, então tudo fica dentro do setor privado -ou seja, dentro do sistema de tirania privada no qual o público não tem voz, em princípio. Dentro do sistema ideológico isso é chamado "livre mercado" e "democracia". Se [Henry] Paulson dá dinheiro público para bancos mas sem o direito de tomar decisões dentro dessas instituições, trata-se de um distanciamento da tirania pura chamada "liberdade", mas não muito. Se o governo adquire ações com poder de decisão dentro dos bancos, há sempre o risco de o público então também poder interferir -uma vez que, em princípio, o governo representa o público. Essa ameaça de democracia é muito mais severa para ser aceitável dentro do sistema doutrinário reinante.
Um aspecto intrigante do sistema é que o governo é visto como uma força externa, separada da população. E em muitos círculos, é interpretado como força opressora da população.
A idéia de o governo ser "para e pelo povo" é restrita a discursos patriotas e aulas de civismo nas escolas. Ou deveriam ser.

FOLHA - A onda de intervenção do Estados nas instituições financeiras será revertida no futuro ou haverá um novo cenário no qual mais bancos passarão de maneira perene a ser controlados pelo poder público?
CHOMSKY
- A estatização completa é muito improvável pelas razões que eu mencionei. Uma ação nessa direção traria junto uma ameaça de democracia, ou seja, uma ameaça de o público se tornar envolvido nas tomadas de decisões sobre o sistema socioeconômico. O principal filósofo americano do século 20, John Dewey, observou que enquanto o público não ganhar controle efetivo das principais instituições da sociedade -financeiras, industriais, mídia etc.- a política permanecerá como "uma sombra dos negócios sobre a sociedade". Naturalmente, esse é o tipo de negócio que o mundo prefere. E a sua dominância sobre os sistemas doutrinários e políticos é tão enorme que a tirania privada é chamada de "democracia".
Já a ameaça de haver democracia real é chamada de "ameaça da tirania".

FOLHA - Esta é a pior crise econômica-financeira desde a Grande Depressão dos anos 30? Seria também o prenúncio de grandes mudanças no capitalismo como hoje o conhecemos?
CHOMSKY
- Tem sido vista como a pior crise desde aquela época. Mas ainda não sabemos o quão severa será a crise econômica que está por vir.
Também acho que devemos ser cautelosos ao usar o termo "capitalismo". O sistemas existentes são de uma outra forma, um capitalismo de estado. Tem havido muita discussão sobre se o público deverá bancar o custo e o risco das operações de salvamentos dos bancos, mas essas lamentações -até por economistas que deveriam conhecer melhor as coisas- estão baseados na insatisfação ao se enfrentar a realidade de como a economia funciona.
A economia já é altamente dependente da dinâmica do setor estatal para que haja inovação e desenvolvimento. É um sistema no qual o público paga os custos e assume os riscos. Os lucros são privados. Eu não vejo nenhuma indicação de que as instituições básicas do capitalismo de Estado estejam prestes a serem significativamente modificadas. O sistema financeiro já foi alterado, com o colapso do modelo de bancos de investimentos. Já se reconheceu décadas atrás que a liberalização dos anos 70 embutiam um risco severo de crises repetidas e profundas. É claro que a liberalização será reduzida, mas no interesse das instituições financeiras que vão sobreviver. É possível que a retórica hipócrita do mercado fundamentalista seja também um pouco mais contida.

FOLHA - O sr. era jovem nos anos 30, mas vê semelhanças entre aquela crise a atual?
CHOMSKY
- O desemprego era maior, mas essa é apenas uma das diferenças. Entre as semelhanças, creio que assim como naquela época, agora estamos indo em direção a um grande depressão.

FOLHA - Os últimos governos tomaram decisões liberalizantes para o mercado. Tanto o de George W. Bush como o de Bill Clinton -neste último, quebrando o muro que separava bancos comerciais de bancos de investimentos. Democratas e republicanos são igualmente responsáveis?
CHOMSKY
- A responsabilidade pela situação atual é dos dois partidos. Alertas foram ignorados. No fundo, republicanos e democratas são ambos facções de um "partido dos negócios".
São um pouco diferentes, mas operam dentro da mesma estrutura institucional. Então não me parece ser uma surpresa que a culpa seja compartilhada. O problema é que essa discussão toda ignora o fato crucial da liberalização financeira: o seu impacto em solapar a democracia.

FOLHA - Quem o sr. acredita estar mais bem preparado para assumir a Casa Branca.
CHOMSKY
- Barack Obama, provavelmente. Ao longo do tempo, a população se dá economicamente de maneira melhor com os democratas. Eles têm se movido à direita em políticas socioeconômicas. Mas John McCain é um descontrolado. É difícil saber o que ele poderia fazer. E os interesses que ele representa são extremamente perigosos para os EUA e para o mundo. Também para a esfera econômica.

FOLHA - Fala-se em num novo Bretton Woods, uma nova estrutura econômica mundial. Quem poderia liderar esse processo?
CHOMSKY
- O poder ainda reside primeiramente nos EUA. Depois, na Europa. Apesar da diversificação na Ásia, o que vejo ainda é o G7 tomando a frente nesse papel de reformar o sistema.

FOLHA - Que tipo de capitalismo vai emergir da atual crise?
CHOMSKY
- O capitalismo de Estado será provavelmente muito parecido ao atual, com um pouco mais de regulação e controle sobre as instituições financeiras, que serão reconstruídas (com os bancos de investimento). Mas não há indicações, pelo menos agora, de mudanças dramáticas.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1410200830.htm

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Nobel de Economia deveria se chamar Nobel de Política!

Nada mais político do que a escolha do prêmio Nobel em economia, é vergonhosos, não deveria haver um prêmio Nobel de economia. O primeiro grande indício da virada neoliberal na década de 1970 foi a entrega do Nobel de Economia para Hayek e Milton Friedman. Na era da financeirização dos anos 1990 deram o Nobel para os economistas que depois faliram o LTCM. Agora deram o prêmio para Paul Krugman, a pergunta é, se o mundo não estivesse em crise Krugman teria sido escolhido? Certamente, não. A escolha de Krugman é um sinal que o Comitê do Nobel entende que a crise será longa, profunda e não será solucionada por políticas liberais. A contribuição de Krugman para a economia? Não importa, a escolha foi política, sempre é.

E quem recomenda o Morgan Stanley?

É divertido ver o desespero dos bancos, esta avaliação do Morgan Stanley é claramente uma ação especulativo em defesa de si mesmo. Recomendar os países emergentes significa um arrefecimento da crise, e portanto uma melhopra na situação do próprio Morgan Stanley.

Também mostra como é a nossa imprensa, o fato disto ser noticiado´, e especialmente, ser noticiado sem que seja mencionada a situação do próprio Morgan Stanley. O Morgan Stanley, segundo as notícias do dia, está recebendo a injeção de recursos de um banco japonês para que não quebre. Ou seja, o Morgan stanley não sabe no que investe e portanto tomar decisões de investimentos com base nas suas recomendações é perigoso. Mas a imprensa brasileira não vê isso, valida a posição especulativa do Morgan que quer certamente valorizar os papéis de que dispõe para se livrar deles.

13/10/2008 - 11h32

Morgan Stanley eleva para o nível máximo a recomendação de ações de emergentes

SÃO PAULO - O Morgan Stanley elevou hoje a recomendação para as ações dos mercado emergentes para o nível máximo de 10% acima da média da referência do mercado ("overweight").
Segundo banco, o fator catalisador para um movimento de alta expressiva é a decisão do G-7 (grupo que reúne os países mais industrializados do mundo) de garantir as instituições financeiras sistematicamente importantes, assim como a queda exagerada das ações nos últimos dias.

"Nós acreditamos que a economia mundial está numa transição dolorosa para passar a ser liderada pelos mercados emergentes", dizem Jonathan Garner e outros analistas do Morgan Stanley, em relatório.
O banco projeta que 100% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2009 será originário de países emergentes.

http://economia.uol.com.br/ultnot/valor/2008/10/13/ult1913u96316.jhtm

É preciso saber perder!

O PT em São Paulo não está sabendo conviver com a derrota que se avizinha. Apelou.

Quando o Collor levou a ex-mulher do Lula no seu programa em 1989 para atacar o Lula, o PT passou anos indignado. Sempre apontou o caso como umas das situações mais vis da batalha eleitoral no Brasil.

Agora o PT ataca o Kassab perguntando se ele é casado, se tem filhos no programa eleitoral, fazendo insinuações que nada acrescentam à disputa por serem questões pessoais. Se fosse acusar parentes de crime, de corrupção tudo bem, mas ilações, apenas para gerar fofoca é muita baixeza.

domingo, 12 de outubro de 2008

Contradição entre a estrutura e a superestrutura

A atual crise demonstra de forma cabal a contradição entre a estrutura da economia-mundo capitalista, cada vez mais integrada e a superestrutura política. Esta contradição foi reforçada pelas políticas unilaterais do governo Bush. A concepção de relações internacionais do governo Bush tornou o mundo menos preparado para a crise ao mesmo tempo em que travou o desenvolvimento das instituições de suporte necessárias à atual etapa do capitalismo.

Terrorista segundo o conceito do dia

Do mesmo jeito que o Bush criou um conceito de terrorismo e eixo do mal que incluía a Coréia do Norte, agora ele desclassificou a Coréia do Norte como terrorista. Pobre do Kim Jong Il nem terrorista ele consegue ser mais.

Esta situação ilustra perfeitamente quão tolo são os intelectuais que embarcaram na discussão sobre terrorismo pautados pelo governo americano. Agora foram todos ridicularizados.

As coisas devem ser chamadas pelo seu nome e não pelo nome que o governo, seja qual governo for, quer apenas para legitimar as suas posições políticas.

Dois sintomas da gravidade da crise

O primeiro sintoma é a declaração do secretário do tesouro afirmando que o protecionismo não é uma solução para a crise. De fato não é. E provavelmente o protecionismo agora apenas agravaria a crise dada a globalização produtiva. Agora é falso também acreditar que a liberalização comercial teria evitado a crise ou aceleraria a recuperação. Uma maior liberalização agora apenas geraria mais desequilíbrios.

O segundo sintoma, muito mais grave, é a notícia sobre a proposta apresentada pela GM a FORD de uma fusão. A Ford recusou e agora a GM e a Chrysler estão negociando. Esta é uma notícia trágica, porque se a GM foi procurar a Ford é por estar em dificuldades. E pior desesperada porque procurar a Chrysler, que é uma empresa falida em atividade, é o fim, a última das alternativas. Um crise grave da GM modificaria todo o panorama da indústria automobilística mundial. Seria algo realmente revolucionário na indústria mundial.

Salário de um dólar, rendimentos de milhões sempre se beneficiando das desgraças coletivas!

Culpables, millonarios e impunes

El mal hacer de una casta intocable de directivos está detrás de la crisis financiera

RAMÓN MUÑOZ 12/10/2008

"Cuando nace un brahmán, nace superior a la Tierra entera, es señor de todas las criaturas, y tiene que guardar el secreto del dharma. Todo lo que existe en el mundo es propiedad privada del brahmán. Por la alta excelencia de su nacimiento, él tiene derecho a todo. Esto es, es él quien goza, quien viste, quien da a otros, y es a través de su gracia que otros gozan", se dice en el Libro de Manu. Las leyes de Manu están contenidas en un antiguo manuscrito hindú que estableció el sistema de castas en la India hace más de dos mil años. El brahmán es la casta superior. Sólo unos elegidos pueden pertenecer a la misma y, como dice la cita, gozan de todos los derechos y su única labor es instruir en el conocimiento del mundo al resto de castas (salvo a los parias o intocables, que no gozan de ningún derecho).

El capitalismo moderno ha emulado este sistema de castas. Sus brahmanes son los directivos y consejeros de las grandes corporaciones. Gozan de privilegios y prebendas por doquier: sueldos estratosféricos, planes de incentivos, vacaciones, jet privados y club de campo a costa de la empresa... Y no tienen casi ninguna responsabilidad. Si las acciones suben, ellos son los que más ganan gracias a los programas de opciones sobre acciones que premian la revalorización bursátil. Si la cotización se derrumba o incluso si las firmas quiebran y los accionistas pierden todo lo invertido, ellos también ganan. En caso de despido, cuentan con cláusulas que les aseguran indemnizaciones multimillonarias, conocidas como paracaídas de oro (golden parachute), de las que no disfrutan los trabajadores, los parias de este orden económico.

El derrumbe del sistema financiero internacional ha sacado a la luz estas colosales prerrogativas de los directivos cuya gestión ha abocado a la desaparición a firmas históricas como

Lehman Brothers o Merrill Lynch. Sus arruinados accionistas y ahorradores o los trabajadores despedidos se preguntan por qué en lugar de ser reclamados por los juzgados, los ejecutivos han salido sin hacer ruido por la puerta de atrás y con las carteras llenas. Sólo las cinco mayores firmas financieras de Wall Street -Merrill Lynch, JP Morgan, Lehman Brothers, Bear Stearns y Citigroup- pagaron más de tres mil millones de dólares en los últimos cinco años a sus máximos ejecutivos, justo en el periodo en el que éstos se dedicaron a inflar las cuentas, empaquetando en fondos y otros activos opacos, préstamos incobrables que han derivado en la mayor crisis financiera de la historia.

Cuando el sistema se colapsó, las firmas siguieron siendo generosas con los causantes de la debacle. Stanley O'Neall se llevó a casa 161 millones de dólares cuando dejó Merrill Lynch; Charles Prince obtuvo 40 millones al dejar Citigroup, cifra similar a la que que obtuvo Richard S. Fuld, de Lehman.

El código marinero tampoco va con los CEO (chief excutive officer, siglas en inglés de consejero delegado). Si el barco se hunde, son los primeros en coger el salvavidas, un salvavidas de oro. La comisión de investigación de la Cámara de Representantes de Estados Unidos ha puesto al descubierto esta semana que la cúpula directiva de Lehman Brothers aprobó bonus por millones de dólares para los ejecutivos que salieran de la empresa mientras negociaban con las autoridades federales el rescate de la quiebra. Su consejero delegado, Richard Fuld, cuya actuación ha llevado a la desaparición del banco de inversión más veterano de Estados Unidos (fundado en 1850), ganaba 17.000 dólares a la hora.

Pese a ser reverenciados por diarios financieros como The Financial Times o The Wall Street Journal como prototipo de eficiencia y seriedad, su comportamiento caprichoso se asemeja más bien al de los divos del pop o los artistas de Hollywood. James Cayne, el máximo responsable de Bear Stearns, se marchó a un torneo de bridge mientras colapsaban dos fondos de inversión que provocaron finalmente la desaparición de la quinta entidad financiera de Estados Unidos. ¡Ni siquiera encendía el móvil!

Angelo Mozilo, responsable de la quiebra del banco hipotecario Countrywide, consideraba una inexplicable afrenta personal que el consejo de administración le pidiera explicaciones acerca de los viajes de su esposa en el jet privado de la compañía, que le pagó 360 millones de dólares en los últimos cinco años.

La cultura del jet es consustancial a los CEO. Martin Sullivan, consejero delegado de AIG hasta que la aseguradora fue rescatada de la quiebra con fondos públicos por la Administración de Bush, gastó el año pasado 322.000 dólares en viajes privados o de vacaciones en el reactor de la empresa. Su colega Stanley O'Neal, presidente de Merrill Lynch, cargó gastos de avión y coche para uso particular por 357.000 dólares en 2007. Abandonó la compañía, hoy en manos de Bank of America, tras sufrir las mayores pérdidas de su historia, en octubre del año pasado, llevándose 161 millones de dólares bajo el brazo.

La constitución de ese modelo de dirección de las grandes compañías que otorga plenos poderes y remuneraciones desmesuradas a un grupo limitado de ejecutivos, no sujetos a ningún control efectivo ni a responsabilidad por su gestión, no es reciente.

Comenzó a fraguarse en los años ochenta y noventa, pero se ha consolidado completamente en lo que llevamos de siglo. Los datos no dejan lugar a dudas sobre la desigualdad laboral en la que se mueven estos asalariados de oro: en 1976, la remuneración media de los máximos ejecutivos de las corporaciones estadounidenses era 36 veces superior al sueldo medio de un trabajador de la empresa; en 1989, era 71 veces, y en 2007, cada directivo recibió 275 veces más que la retribución que sus trabajadores, según las cifras de The Institute for Policy Studies and United for a Fair Economy. Este mismo informe revela que entre 1996 y 2006 las retribuciones de los consejeros delegados crecieron un 45%, cuando el sueldo medio del trabajador estadounidense aumentó sólo un 7%.

Lo más sangrante de ese abismo salarial entre gestores y gestionados es que los emolumentos de los directivos poco o nada tienen que ver en muchos casos con los resultados de la empresa que dirigen, a diferencia de lo que ocurre con los trabajadores que, ante la menor dificultad, sólo les queda el camino de la moderación salarial, cuando no directamente del despido.

El consejo de administración de General Motors acordó en marzo pasado elevar el sueldo del presidente de la compañía automovilística, Rick Wagoner, hasta 2,2 millones de dólares, la misma base salarial que tenía antes de 2006, cuando se le recortó el salario dentro del plan de ajuste de costes que puso en marcha la compañía. El consejo acordó también otorgarle bonus y opciones sobre acciones por más de 10 millones de dólares, pese a que la firma de Detroit presentó en 2007 las mayores pérdidas de su historia que motivaron un plan de recorte laboral que afectó a 74.000 empleados, que se irán a la calle sin bonus ni planes de opciones. A los accionistas no le van mejor las cosas. Los títulos alcanzaron esta semana el nivel de 1950.

En materia de despidos, Wagoner ha superado de lejos a su antecesor en el cargo, Roger Smith, a quien el controvertido director de cine Michael Moore le dedicó su documental Roger & me en 1989, cuando cerró la planta de GM de su localidad natal, Flint (Michigan), dejando en el paro a 30.000 trabajadores.

Moore, que a lo largo de toda la filmación intentó sin éxito hablar con Smith, tendría aún más difícil charlar con Wagoner. La casta superior del neocapitalismo, como los brahmanes indios, no tiene que dar cuentas a nadie: ni periodistas, ni jueces, ni gobiernos, ni accionistas, ni impositores, ni contribuyentes. Para tapar los agujeros que ha causado su desastrosa gestión, los Estados han anunciado planes de inyección de fondos públicos por más de un billón y medio de euros que, en último término, saldrán del bolsillo de los contribuyentes.

Pero si alguien piensa que, ante este derrumbe general de la economía, los CEO han entonado el mea culpa y optado por la austeridad, está muy equivocado. Los máximos directivos de AIG se fueron a pasar un fin de semana a Monarch Beach, un exclusivo hotel de California en el que las habitaciones valen 800 euros por noche, para celebrar que el Tesoro estadounidense les había salvado de la quiebra inyectando 85.000 millones de euros de fondos públicos. Según se puso de manifiesto esta semana en la Comisión de la Cámara de Representantes, los ejecutivos de la que fuera la mayor aseguradora estadounidense se gastaron más de 440.000 dólares, incluyendo "manicura, tratamientos faciales, pedicuras y masajes", a costa de los contribuyentes. "Es tan básico como el salario, ya que supone recompensar el trabajo", se justificó el portavoz de AIG, Nicholas Ashoo.

"Sólo cuando la marea se retira, sabes quién nadaba desnudo". Warren Buffet, el financiero estadounidense y el más rico del planeta, suele repetir esta frase para describir la ceguera de accionistas y reguladores respecto a los directivos que gobiernan las empresas a su antojo y con total opacidad, de forma que nadie pueda conocer hasta su marcha la verdadera situación de las cuentas.

El consejo de Washington Mutual, la entidad bancaria que llegó a liderar la concesión de hipotecas en Estados Unidos, modificó en febrero los planes de bonos para sus máximos directivos de forma que pudieran cobrar esos pluses sin tener en consideración el índice de impagados en el negocio hipotecario del banco cuando éste ya se había disparado hasta extremos inadmisibles. Dos meses después, la compañía era adquirida a precio de saldo por un grupo de fondos de inversión. Los directivos cobraron sus bonos al salir de la empresa, al tiempo que 3.000 empleados eran despedidos. El consejero delegado, Kerry Killinger, alegó que de 2006 a 2007 se había bajado el sueldo un 21% hasta los 14,4 millones de dólares.

Un consuelo escaso para los accionistas que habían visto esfumarse más de un 90% de su inversión y que, pese a sus pérdidas, tuvieron que abonar 20 millones de dólares al gran Killinger, causante de su ruina, cuando finalmente decidieron echarle en septiembre pasado. Jean-Paul Votron, consejero delegado de Fortis, cobró un 15% más en 2007. Se le premiaba así por la compra de ABN Amro por 72.000 millones de euros. El banco holandés resultó estar infectado por los activos basados en las hipotecas subprime y llevó a la quiebra a Fortis, que ha tenido que ser rescatado por los Estados de Bélgica, Luxemburgo y Holanda.

La comisión de investigación del Congreso también destapó que Fuld autorizó pagos de 20 millones de dólares a dos directivos de Lehman cuatro días antes de que la firma se declarara en bancarrota.

El experto Graef Cristal, que dirige una revista online dedicada a analizar las compensaciones de los ejecutivos, considera que el fenómeno de la crisis de las hipotecas subprime o basura se explica en gran parte por el sistema de remuneraciones instaurado por los bancos de inversión estadounidenses a sus ejecutivos, a quienes reparten el 50% de sus beneficios, más que ningún otro sector.

Los empleados de los mayores cinco bancos de inversión percibieron 66.000 millones de dólares en 2007, de ellos, 39.000 millones en bonus. Esta cifra arroja una retribución media de 353.089 dólares por empleado, según Bloomberg. Como su sueldo dependía directamente de lo que ganara la empresa, hincharon artificialmente las cuentas, comercializando piramidalmente fondos u otros instrumentos financieros respaldados por los ahora llamados activos tóxicos.

"En Wall Street como en Hollywood, los beneficios tienden a venir en grandes paquetes y todos quieren un trozo. Da igual que se trate de la película Caballero Oscuro (la última de Batman) o de una gran fusión, quien tiene el poder de llevar a la gente al cine o de cerrar un acuerdo puede ganar lo que quiera", dice Cristal.

Contra esta insultante impunidad se han alzado voces desde el ámbito ciudadano y sindical. Curiosamente, la reacción de los dirigentes políticos ha sido más bien tibia. El presidente George W. Bush, empujado por los congresistas del Partido Republicano que veían peligrar su escaño por el clamor popular, se vio forzado a aceptar que los directivos de las firmas rescatadas por su plan de 700.000 millones de euros renunciaran a recibir las indemnizaciones pactadas, propuesta que se incluyó en la reforma del plan tras ser rechazado por la Cámara de Representantes. Así ha sucedido en el caso de AIG, o las financieras inmobiliarias Fannie Mae y Freddie Mac, cuyos presidentes cesados no hicieron valer sus cláusulas de indemnización.

La Oficina Federal de Investigación (FBI) ha abierto una investigación en 26 empresas en busca de posibles irregularidades contables. Y en la Cámara de Representantes se ha constituido una comisión de investigación por la que están pasando los principales responsables del derrumbe.

En Europa, por el momento, sólo meras declaraciones. La canciller alemana Angela Merkel conminó a los directivos de Hypo Real Estate, rescatado de la bancarrota por un grupo de bancos y el Estado, a que respondan con su patrimonio personal. El Gobierno francés obligó a Axel Miller, consejero delegado del banco franco-belga Dexia, a renunciar a la indemnización de más de tres millones de euros que le correspondían según su contrato por dejar ese cargo. El presidente francés, Nicolas Sarkozy, puso como primera condición para participar en el rescate de la entidad financiera que ninguno de los directivos recibiera indemnizaciones extraordinarias.

Fuera de declaraciones admonitorias y la moralina para electores, ningún país ha anunciado cambios en la legislación para limitar los sueldos de los directivos o definir mejor sus responsabilidades en caso de quiebra.

Todos los intentos por limitar los emolumentos de los ejecutivos han resultado en vano. A mediados de los ochenta, hubo una fiebre de fusiones. Los reguladores advirtieron que muchas de esas operaciones no respondían a ninguna estrategia empresarial sino a las indemnizaciones que recibían los directivos que cerraban los acuerdos. Por eso, impusieron en Estados Unidos un impuesto sobre todas las indemnizaciones que excedieran tres veces el salario anual de los directivos. La única consecuencia fue que los ejecutivos cerraron cláusulas para que las compañías se hicieran cargo de esa tasa. En 1992, la Securities Exchange Commission (SEC), que vigila los mercados bursátiles en Estados Unidos, obligó a las empresas a informar de los emolumentos de sus directivos. No sólo no se avergonzaron de revelar sus ganancias anuales, sino que las han multiplicado por cuatro.

Un año después se intentó poner coto a los sueldos estratosféricos, limitando las deducciones fiscales a un millón de dólares. Se hizo una excepción para las recompensas no dinerarias. Como consecuencia se dispararon las remuneraciones en opciones sobre acciones. Y ya se ha convertido en una moda entre los presidentes de las corporaciones ganar un dólar al año. Los presidentes de

Yahoo!, Apple y Google están en ese club. En 2006, ganaron sólo un dólar como salario base. ¡Y millones de dólares en opciones y bonos!

Los gobiernos piden sacrificios a ahorradores, accionistas y trabajadores para salir al rescate de bancos y aseguradoras a costa de miles de millones de las arcas públicas. Y los culpables de este saqueo no sólo no son reclamados por la justicia, sino generosamente recompensados. Es como si a los asaltantes del tren de Glasgow les estuviera esperando el jefe de Scotland Yard en la estación de Londres para colgarles una medalla. Su botín fue de 60 millones de euros (al cambio actual) y se le llamó el robo del siglo. ¿Cómo llamaremos a las hazañas de los villanos de Wall Street?

http://www.elpais.com/articulo/semana/Culpables/millonarios/impunes/elpepueconeg/20081012elpneglse_5/Tes

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

E se somos todos brasileiros, precisamos de medidas brasileiras!

Como colouqei em outro post, o economista Paul Krugman disse "We area brazilians now". Neste momento de crise isto pode ser feito em vários sentidos. Estão todos f... como os brasileiros, que o mundo está tendo crise como o Brasil, etc. Mas também se pode pensar em soluções brasileiras.

Martin Wolf no Financial Times pede uma ação imediata para conter o pânico. O problema é que hoje conter o pânico se tornou muito mais difícil do que no passado por causa da mídia e das inovações financeiras cujo valor é extremamente volátil. Talvez hoje para conter o pânico não seja suficiente o governo dar garantias é preciso um retorno temporário ao passado, a um sistema econômico mais simples, onde o critério de avaliação seja apenas o que está ocorrendo na economia real e no sistema bancário strictu senso. Por mais radical que pareça, talvez precisemos de uma solução brasileira, ou seja, inventiva, criativa, que fuja ao manuais de economia. A minha criatividade sugeriria um longo feriado financeiro, ou seja, com fechamento, das bolsas de valores, da bolsa de futuros, dos mercados de títulos. Todas as principais economias deveriam fazer um fechamento, porque as bolsas estão transmitindo e amplificando o pânico impedindo que as medidas do governo tenham resultado. Um feriado financeiro de uma semana, 15 dias permitiria que ao longo deste período se fizesse uma avaliação mais realista do sistema bancário sem a contaminação que a flutuação nas bolsas gera na avaliação. Com o assentamento das expectativas em função de uma visão realista da situação do sistema bancária abrir-se-ia gradualmente o mercado financeiro.

Claro que não há garantia que qualquer solução funcione. Mas certamente as soluções tópicas que estão sendo aplicadas são ineficazes porque destruídas pela volatiladade do mercado financeiro.

O capital se faz em casa, mas se gasta no exterior!

Barbosa Lima Sobrinho escreveu um livro chamado "Japão: o capital se faz em casa". Era para mostrar como o Japão crescia a partir da poupança interna, da acumulação interna, e é verdade. Mas a acumulação interna é tanta que falta oportunidades de investimentos. Aí primeiro tivemos o ciclo da década de 1980 onde o Japão saiu às compras nos EUA e no mundo. Agora segundo a The Economist, o Japão voltou às compras aproveitando a desvalorização no valor das empresas. Obviamente é preciso esperar a comodação da economia mundial para se avaliar o processo, mas é interessante. De fato, quem deveria aproveitar a oportunidade para se internacionalizar de forma mais acelerada é a China.

E vejam que se este processo de fusão e incoporação transnacional for uma característica deste período de crise, a crise contribuirá para aprofundar ainda mais a integração e não para a "desglobalização".

Diz Paul Krugman: We are all Brazilians now. No mínimo é engraçado!

We are all Brazilians now

One point I think is really important in understanding the crisis is that there has been a huge increase in financial globalization just in the last few years — basically since 1995. The chart above shows rest-of-world assets in the United States (red) and US assets abroad (blue) as a percentage of non-US GDP; while we talk a lot about the US as a debtor nation, what’s really striking is the surge on both sides of the balance sheet. This has made the global financial system a lot more tightly linked, so that big economies are now experiencing the kind of contagion previously associated with emerging markets caught up in the 1997-1998 crisis. We’re all Brazilians now.

http://krugman.blogs.nytimes.com/2008/10/06/its-a-small-world-after-all/

De Reinaldo Polito

86 - Aprenda com Lula - o mestre da oratória
Economia, Plano de Carreira em 29.09.08

Sei que vou mexer num vespeiro. Muita gente já correu com a faca entre os dentes para ler o texto e cair de pau no autor, só porque eu disse para aprender com Lula -o mestre da oratória.

Outro tanto, sem me conhecer bem, já prepara um papelzinho para pôr num altar e fazer pedidos para que eu tenha vida longa e feliz - só porque eu disse para aprender com Lula -o mestre da oratória.

Não há meio termo nessa história. O sentimento quase sempre é de amor ou de ódio. Em todo caso, vou procurar ser só professor de oratória para explicar os motivos que levam Lula a angariar tanta popularidade e ser tão querido.

São dados das últimas pesquisas. Ao conquistar quase 80% de aprovação pessoal Lula transformou-se num dos maiores fenômenos políticos de todos os tempos. Já comecei a sentir algumas abelhas picando, mas vamos em frente.

Há algum tempo, o senador amazonense Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado e um dos mais ferrenhos e competentes opositores do governo Lula, disse nas Páginas Amarelas da 'Veja': 'O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um líder de massas, o maior que o país já teve desde Getúlio Vargas. Ele sempre foi identificado com causas populares. É o principal protagonista da história das eleições presidenciais. O carisma dele é inegável'.

Fernando Henrique Cardoso, que tem todos os motivos para enxergar Lula com os olhos críticos, pois passou os dois mandatos levando bordoada do opositor, e, por isso, vive trocando farpas com seu sucessor, já disse com outras palavras o mesmo que Arthur Virgílio. Revelou em uma de suas palestras que seu maior mérito político havia sido o de vencer Lula, um líder carismático.

Gostando ou não do presidente Lula, não há como negar que o 'cara' é fera! Analise comigo. Mesmo tendo sido massacrado pela imprensa durante um ano inteiro por causa do escândalo do mensalão, conseguiu o 'milagre' de receber votos de mais de 60% da população. Eu não consigo pensar em outra pessoa no mundo inteiro que conquistasse façanha semelhante.

Sabemos que depois de algum tempo no poder o governo vai perdendo um pouco do encanto e sua imagem fica desgastada. Afinal, é impossível cumprir todas as promessas feitas durante a campanha eleitoral.

Lula quebra essa regra. Passados cinco anos, sua aceitação pessoal continua intacta, ou melhor, em alta. Repito - quase 80% de aceitação pessoal. Parece que acabou de sair dos braços do povo que o elegeu pela primeira vez.

A oposição não sabe para onde correr. Vive atrás de 'um fato novo' para virar o jogo. Entretanto, entra dia, sai dia e o 'homem' continua, como dizia o ex-ministro Magri, imexível.

Alguns adversários argumentam que seu sucesso é devido àqueles que se beneficiaram do bolsa-família. Outros, inconformados, arrancam os cabelos -como é que alguém nasce assim com o 'bumbum virado pra Lua?'

E é verdade. Vai ter sorte assim lá em Garanhuns. Exceto a turbulência recente, nunca a economia mundial foi tão favorável como nos últimos anos. E de quebra a descoberta dentro do nosso quintal de uma das maiores bacias petrolíferas do mundo - no seu governo.

Temos de reconhecer, entretanto, que essas vantagens ajudam, mas com ou sem elas Lula teria apoio popular. Sabe por quê? Ele é um craque na oratória. Sabe como tratar as massas e se identificar com o povo.

Lula traçou um plano de ação vencedor. Conseguiu 'colar' a imagem de que pertence ao povo, ora como paizão, ora como mais um brasileiro comum. Quando lança uma medida popular é o pai protegendo seus filhos. Quando é atacado, se junta ao povo como um igual para se defender das 'elites' opressoras.

Pesquisas recentes mostraram dados alarmantes. 50% dos brasileiros não sabem onde fica o Brasil, 84% não têm idéia de onde está a Argentina e 97% não conseguem localizar a França no mapa. Em interpretação de textos somos um dos últimos colocados no mundo. Ou seja, vivemos num país inculto e despreparado.

Aí entra a melhor face da capacidade de comunicação do Lula. Ele sabe usar uma linguagem que as pessoas conseguem entender, por mais incultas que sejam. Lula conta histórias, lança mão de metáforas, brinca, compara assuntos econômicos com futebol. Tudo com uma simplicidade que entra na cabeça dos eleitores e vai direto ao coração.

Quando fala para empresários ou investidores estrangeiros, embora o discurso mantenha a mesma leveza, a mensagem se reveste de dados econômicos e financeiros que mostram o bom desempenho do país. Isto é, um discurso na medida certa para cada tipo de ouvinte.

Parodiando o próprio Lula - nunca antes na história desse país apareceu um político que soubesse usar tão bem a comunicação a seu favor como ele. A análise é simples e direta, Lula sabe como ajustar o discurso de acordo com o perfil, a característica e as aspirações dos ouvintes.

Dá para aprender oratória com ele. Se nós soubermos usar a comunicação apropriada para os diferentes tipos de ouvintes, com a competência demonstrada pelo Lula, o resultado das nossas ações será muito melhor e mais eficiente.

Portanto, essa é a lição de casa: aprender a falar bem como o Lula. Mesmo que você não goste muito dele. Não sou eu que estou dizendo, são seus próprios opositores.

SUPERDICAS DA SEMANA

  • Analise as características dos ouvintes e adapte seu discurso a eles
  • Conquiste empatia. Faça com que os ouvintes se vejam na mesma situação que você
  • Revele como sua mensagem atenderá as aspirações dos ouvintes
  • Use uma linguagem apropriada a cada tipo de platéia

http://www.reinaldopolito.com.br/portugues/artigo.php?id_nivel=12&id_nivel2=155&idTopico=883

A corrupção de Gilmar Mendes

Além de proteger bandido, Gilmar Mendes, presidente do STF, ainda encontra outros subterfúgios para juntar dinheiro como mostra a revista Carta Capital. Criou um Instituto para vender cursos de direito para o governo, inclusive para o próprio STF. Obviamento o instituto é contratado sem licitação. Além disso, quem trabalha no instituto (para Mendes portanto) são os mesmos que têm processos sendo julgados no STF, portanto por Mendes. Conseguiu terreno do GDF, ninguém sabe como do mesmo modo que conseguiu financimanto do Banco do Brasil de um fundo que deveria ser para a agricultura e está sendo usado para construir o prédio do instituto de Mendes. Ou seja, não é nada suprpreendente que Mendes solte bandidos, ele deve  esperar que um dia se precisar os bandidos o protejam na cadeia.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Quer saber tudo sobre São Paulo?

Então visite http://www.saopaulo24horas.com/index.php

Nem irei comentar que é dirigido por um ex-aluno que para ninguém pensar que é uma forma de clientelismo.

Duas grandes derrotas!

A maior derrota desta eleição foia  de Aécio Neves. Aécio pensou que já havia ganhado estatura política capaz de eleger o poste, pensou que já estava no estágio ACM. Este no início da década de 1980 quando terminou quando da eleição para sua sucessão na Bahia afirmou que seria capaz de eleger até um poste e de fato o poste foi eleito. Aécio pensou que tinha esta densidade política, pior se aliou ao prefeito Fernando Pimental nesta empreitada, os dois imaginando serem invencíveis na estratégia de poder que estavam pensando. O projeto fracassou. A realização de segundo turno em Belo Horizonte e a pequena diferença entre o candidto do governo e o concorrente só podem ser entendidas como um grande fracasso.

O fracasso local de Aécio se junta a um outro fracasso nacional. Aécio se intrometeu na eleição paulista estimulando a candidatura Alckmin. Aí além de acumular outra derrota criou um problema monumental para Geraldo Alckmin.

Alckmin é o outro derrotado. Não há como não ver que ele foi humilhado nestas eleições. Perdeu toda densidade eleitoral. Dificilmente terá condições de ser novamente candidato à governador e perdeu completamente o prestígio dentro do partido depois de impor sua candidatura ao partido e ter perdido de forma fragorosa. Para quem queria ter o tamanho de São Paulo voltar ao tamanho de Pindamonhangaba é um tremendo passo atrás.

Entretanto, é preciso considerar que o fim de Alckmin será um problema para o PSDB. Porque se Serra for mesmo candidato à presidente falatará ao PSDB um candidato natural a governador.

domingo, 5 de outubro de 2008

Bandwagoning?

Bandwagoning é a estratégia do Estado mais fraco, do Estado débil se aliar ao Estado mais poderoso para tentar tirar algum benefício da relação. Estou lendo "Taming Amerincan Power" de Stephen M. Walt e o autor dá como exemplo a desistência da Líbia em desenvolver armas de destruição em massa. Mas não seria a Grâ-Bretanha o maior exemplo da estratégia Bandwagoning? Creio que só se consideraa estratégia da Grã-Bretanha de alinhamento automático aos Estados Unidos como uma opção de uma grande potência por razões tradicionais e ignora-se assim o tamanho real da Grã-Bretanha.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Abundância de capital e concentração na crise

Ao contrário do que supõe o senso comum, as crises econômicas eram geral são crises de superacumulação. Ou seja, as crises se iniciam porque houve acumulação demais de capital. Após um boom de investimentos na economia real começa a haver capital em excesso em relação às oportunidades de lucro. A taxa de lucro começa a declinar, os investimentos começam a diminuir e a economia entra em recessão. Na recessão alguns empresas irão falir, outras empresas irão se fundir e aí o mercado se reestrutura e retoma o crescimento.

Numa economia com grande desenvolvimento do mercado financeiro quando a taxa de lucro cair na economia real o capital irá migrar para o setor financeiro em busca de maior rentabilidade. As ações irão se valorizar, o processo de securtiização se acelera, os mercados de derivativos crescem. E aí esta dinãmica financeira se torna autônoma e auto-referenciada. Ou seja, os papéis irão se valorizar independentemente do que esteja ocorrendo na economia real. O caso mais notável e prozaico disso foi a livraria virtual Amazon que na década de 90 acumulava prejuízos anuais, mas as ações sempre se valorizavam. Mas este é um fenômeno generalizado. A valorização fictícia dos papéis não depende nem mesmo da fraude como foi no caso da Enron. Neste ciclo de valorização de ativos, os agentes econômicos tendem a se endividar crescentemente e na prática se cria um sistema onde dívidas são garantias de outras dívidas. O volume de endividamento não será um problema desde que haja um fluxo estável de rendimentos que permita liquidar certas dívidas e fundar novas dívidas. O problema começa quando este fluxo de rendimento que sustenta o sistema não ocorre. No caso da crise americana, o fluxo de rendimento que foi interrompido foi o das hipotecas. Os indíviduos não conseguiram saldar as hipotecas e o sistema financeiro a partir daí entrou em crise numa reação em cadeia. Veja que as hipotecas são importantes, mas não são o centro do mercado financeiro, não é o que movimento os maiores recursos. O problema é que as hipotecas serviram de garantia para emissão de outros títulos dívidas vendidos no mercado ao mesmo tempo que as instituições financeiras operam com alto nível de alavancagem e muitas delas sem qualquer relação com a economia real.

Mas é preciso ter claro que não há como evitar a crise. As políticas do governo Bush são responsáveis pela crise, mas não no sentido de que se pode evitar a crise. A crise é intrínseca á dinâmica do capitalismo. O capitalismo precisa da crise, porque as crise geram novas oportunidades de investimentos e geram novos ciclos de acumulação.

Esta crise deverá ser longa e profunda, mas alguns sobreviveram. Alguns bancos estão aproveitando o momento para incoporar os que estão quebrando, para controlar novos mercados. Haverá ainda novas fusões e falências, no fim para as empresas que continuarem no mercado haverá novos oportunidades de lucro que serão aproveitadas e farão tanto a economia real quanto da financeira crescer.  Ou seja, para o mercado a crise é revigorante, mas para as famílias que perdem seu dinheiro, emprego, casa é um processo doloroso e triste. O equilíbrio enhtre as duas coisas depende da longevidade da crise e da sua profundidade.