Relações Internacionais não serve para nada. Não como muitos dos meus alunos pensam, que não serve para o mercado de trabalho, que não acham as relações internacionais no mundo. As relações internacionais não servem para nada porque não permitem ajudar ninguém, não permitem resolver o problema de ninguém. Não existe as relações internacionais no cotidiano onde você possa resolver os problemas das pessoas estendendo-lhes a mão para carregar parte do seu fardo. Por isso há momentos que gostaria de ser advogado e médico. Cada injustiça que vejo, cada pessoa que vejo tendo os seus direitos ignorados, penso que deveria ter feito direito para poder asumir formalmente a defesa da pessoa. Os brasileiros são profundamente destratados pelo Estado e outros brasileiros, e ninguém faz nada, da indignação não sai a ação.
Outras vezes gostaria de ser médico. A doença das pessoas queridas nos coloca numa posição de impotência assombrosa. Nada poder fazer, ter que confiar no conhecimento do outro, nas escolhas de outro é algo que me incomoda profundamente. Não gosto de precisar confiar no conhecimento e na escolha dos outros, por uma simples razão, não confio. Ainda mais em algo como a medicina que é subjetivo e a formação dos médicos está piorando a cada dia. Os médicos estão muito limitados intelectualmente, então certamente não são confiáveis. Se para remédio já é difícil, para cirurgias então é muito mais. A medicina lida com a morte, por isso os médicos deveriam ser muito mais preparados não apenas no conhecimento físico do homem, mas para compreender subjetivamente cada paciente. Compreender cada paciente para pensar efetivamente um tratamento e não encarar os procedimentos médicos como linha de montagem. Os médicos transformaram tudo em rotina e processos automáticos. O pior é que os médicos não seguem esta tendência, na sua maior parte já abandonaram a medicina enquanto ciência, são praticamente curandeiros, não acompanham o desenvolvimento da ciência médica, desconhecem o método científico, etc.
O médico ideal seria um misto de Patch Adams e Dr. House. Hoje, eu queria ser médico.
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