"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 31 de agosto de 2008

Discernimento!

Tanto os monges quanto a terapia cognitiva/neurolingüística fazem uma defesa do discernimento. Para ser monge era preciso ser capaz de discernir adequadamento os sentimentos e sensações, nomeá-los. Já que se passará a vida tentando contralar instintos, o mal que habita em nós é preciso saber claramente os origens dos diferentes estímulos, entender o que nos move. Então antes de poder entrar no mosteiro  era preciso que o monge encontrasse a origem desse desejo ao mesmo tempo que este desejo seria testado. De fato, no passado, a sociedade em geral tinha mais palavras para denominar os diferentes sentimentos. Havia uma riqueza sentimental maior.

No nosso tempo, vivemos numa sociedade binária, onde as pessoas pretendem expressar tudo em termos do binômio felicidade-depressão. Tudo se resume a isso. A riqueza do ser humano é reduzida a duas palavras que se tornaram sem significado porque se refere tanto a quem encontrou um novo amor, a quem está fazendo uma viagem divertida, a quem está dançando numa festa, ou a quem perdeu o emprego, quem terminou um namoro ou quem acabou de perder um familiar.

Esta pobreza em relação às experiências vividas é que faz com as que os modernas terapias funcionem. É óbvio que para uma pessoa ser capaz de mudar, para que uma pessoa seja capaz de transformar a sua existência, primeiro ela precisa identificar exatamente em qual situação ela está e se sofisticar emocionalmente, descobrir novos sentimentos, vivê-los e diferenciá-los dos demais.

Por exemplo, há muitas pessoas que confundem insegurança e medo. E quando estão inseguras se comportam como quando estão com medo. Reagir ao medo fugindo é uma resposta apropriada, não é covardia. Responder à insegurança fugindo é, sim, covardia. Porque a insegurança é uma situação permanente diante da vida, porque vivemos em permanente condição de incerteza. Não conhecemos o futuro, o futuro é sempre incerto, portanto inseguro. Mas fugir do futuro é uma contra-senso. Não se foge do futuro. O futuro só pode ser enfrentado, então sempre que tentamos fugir do futuro voltando ao passado, tentando permanecer onde estamos, nos escodemos da vida, e estamos sendo de fato covardes.

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