"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


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sábado, 22 de janeiro de 2011

O Globo quer criticar a política cambial (que é problemática mesmo). Mas piores que o Brasil estão Austrália, Nova Zelândia, Suécia e Noruega.

Entre 16 principais moedas do mundo, real foi a 5ª mais volátil

Publicada em 21/01/2011 às 23h31m

Martha Beck e Vivian Oswald

BRASÍLIA - Pior do que ter o real excessivamente valorizado, é o sobe e desce da cotação da moeda que, quanto mais volátil, mais atrapalha as decisões de investimento e o fechamento de contratos de exportação. A avaliação é de economistas e especialistas em comércio exterior ouvidos pelo GLOBO. Um ranking das 16 moedas mais negociadas no mundo mostra que a brasileira ficou em quinto lugar na lista das economias com câmbio mais instável no último ano. O país só perde para Austrália, Nova Zelândia, Suécia e Noruega. A volatilidade da moeda brasileira foi de 13,83% no período. Já na China, que manipula artificialmente sua moeda, o yuan teve uma taxa de 1,74%.

Entre os países que integram o grupo das principais economias emergentes do planeta, o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), a situação mais instável é a do real. O rublo russo oscilou 8,98% no último ano, enquanto a rúpia indiana, 7,68%, segundo levantamento da consultoria Tendências com base em dados da Bloomberg. A volatilidade é calculada com base nas cotações mínimas e máximas das moedas a cada mês, chegando a uma média ponderada no ano.

- Para o exportador, é pior que o câmbio oscile como vem fazendo desde 2002 do que ficar apreciado em uma mesma taxa, ainda que ela torne o produto brasileiro menos competitivo - afirma o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

- O empresário não consegue fixar preços para negociar seus produtos com os importadores. Existe sempre um risco de perda no futuro. Isso inibe a realização de negócios - avalia o diretor-executivo da NGO Câmbio, Sidnei Nehme.

'A competitividade da economia está em jogo'

O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, admite que o governo tem que trabalhar principalmente para deixar o câmbio estável. Porém, a estratégia adotada pela equipe econômica de anunciar medidas a conta-gotas contra a enxurrada de dólares é criticada.

Segundo Rafael Martello, economista da consultoria Tendências, cada vez que o governo anuncia alguma medida para conter a queda do dólar, ele aumenta a volatilidade da moeda. Somente entre o anúncio de uma coletiva de imprensa de Mantega para falar de câmbio no início deste ano e as declarações do ministro (que não trouxeram novas medidas) poucas horas depois, a cotação do dólar variou cerca de 1%.

Os analistas afirmam que o mais importante agora é fazer um ajuste fiscal forte que reduza a demanda do Estado sobre a economia e permita uma queda dos juros o mais rapidamente possível, tornando o país menos atraente a especulações. Os técnicos do governo estão discutindo um corte no orçamento que pode variar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões. Alguns auxiliares da presidente Dilma Rousseff defendem até que o corte chegue a R$ 50 bilhões.

- O Brasil desenvolveu instrumentos para se proteger de crises que faziam a moeda desvalorizar. Mas o país não se preparou para momentos de bonança. O resultado disso é que somos um país sem poupança e com juros muito altos. Isso atrai capital de má qualidade e é o que precisa ser discutido - afirma Nehme.

Segundo ele, o governo tem anunciado medidas experimentais, como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o ingresso de capital estrangeiro, que aumentam a volatilidade, mas não resolvem o problema. O que é preciso, segundo Nehme, é criar condições para que os juros possam cair no país:

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