"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Água brasileira sendo roubada?

Câmara vai investigar tráfico de água na Amazônia

Sex, 16 de Abril de 2010 14:05

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Denúncias dão conta que navios-tanques estão retirando sorrateiramente águas do Rio Amazonas para vender no exterior

CHICO ARAÚJO
chicoaraujo@agenciaamazonia.com.br

BRASÍLIA – A Câmara vai apurar as denúncias de tráfico de água doce dos rios da Amazônia. Decisão neste sentido foi tomada pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional dois meses após a Agência Amazônia revelar que navios-tanques de várias nacionalidades estariam roubando águas de rios brasileiros. A investigação foi pedida pelos deputados Lupércio Ramos (PMDB-AM) e Francisco Praciano (PT-AM). No requerimento pedem a realização de audiência com os ministérios do Meio Ambiente, da Defesa, e os diretores da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Polícia Federal.

O roubo de água dos rios da Amazônia foi denunciado na edição 310 da revista jurídica Conselux e repercutida por esta agência. Num texto sobre a Organização Mundial de Água e o mercado internacional de água, a revista afirma: “Navios-tanques estão retirando sorrateiramente água do Rio Amazonas”. A publicação relata ainda que o comércio estaria tão avançado ao ponto de empresas internacionais, entre as quais a norueguesa Nordic Water Supply Co., terem desenvolvidos modernas tecnologias para a captação da água. A Nordic teria inclusive até firmado contratos de exportação de água a partir do emprego dessas técnicas para a Grécia, Oriente Médio, Madeira e Caribe.

Segundo a denúncia da revista, a captação geralmente é feito no ponto que o Rio Amazonas deságua no Oceano Atlântico. Os indícios são de que cada embarcação seja abastecida com 250 milhões de litros de água doce que, depois, seria engarrafada na Europa e no Oriente Médio.  A Consulex explica que a procura pela água farta do Brasil ocorre por um motivo simples: o baixo custo de beneficiamento.  Para tratar a água retirada dos rios da Amazônia os hidropiratas gastam US$ 0,80 em média para tirar a turbidez da água. A dessalinização das águas oceânicas sai por US$ 1,50 o metro cúbico.

Há três anos, a Agência Amazônia denunciou a existência da prática, mas, até onde se sabe, nada de concreto foi feito para coibir a prática. Essa também é a mesma constatação da revista Consulex. E alerta: “essa prática ilegal não pode ser negligenciada pelas autoridades brasileiras”. De acordo com o artigo 20, inciso III, da Constituição Federal, os rios, os lagos e quaisquer correntes de água em território nacional são bens da União e por esta devem ser protegidos.

Procurados pela Abin

Dias após o caso vir à tona, a Agência Amazônia foi procurada por um agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que trabalha na região. Queria saber mais detalhes. Garantiu o funcionário da agência que o órgão e o governo brasileiro estavam cuidando do caso, dada a repercussão causada pela reportagem. Na época, o agente da Abin afirmou não haver “nenhuma novidade” a respeito do assunto.Apenas assegurou que o órgão estava fazendo levantamentos em alguns pontos da Amazônia.

O mesmo agente também pediu informações da Agencia Amazônia sobre outra denúncia feita: o tráfico de mosquitos da malária para laboratórios dos Estados Unidos. Os mosquitos são capturados por cobaias humanas (é o caso do caso do Acre) e, posteriormente, enviados para o exterior. Um funcionário da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), investigado pela PF, seria o responsável pelo envio dos espécimes para os laboratórios norte-americanos.

Audiência sem data marcada

“É uma caso gravíssimo e que precisa ser apurado, esclarecido”, disse ontem o deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM), um dos autores do requerimento para a realização da audiência pública na Comissão da Amazônia destinada a investigar as denúncias de roubo de água dos rios da região.  Ramos e o colega Francisco Praciano (PT-AM) disseram que a audiência ainda não tem data marcada, mas deverão participar dos debates representantes da Agência Nacional de Águas, da Polícia Federal e dos ministérios da Defesa e do Meio Ambiente.

Ramos e Praciano avaliam que o governo brasileiro precisa agir rapidamente para esclarecer essas denúncias. “Precisamos esclarecer as denúncias, já que até hoje nenhuma autoridade do governo federal desmentiu essas notícias, veiculadas em sites e revistas especializadas”, defende Lupércio Ramos. Segundo o deputado, a prática da hidropirataria, como o crime já foi batizado, é um negócio rentável, “uma vez que, em muitos países são cobradas altas taxas pelo uso de águas de superfície, de aqüíferos e de rios, notadamente na Europa”.

http://www.agenciaamazonia.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=748:camara-vai-investigar-trafico-de-agua-na-amazonia&catid=1:noticias&Itemid=704

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