"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


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quinta-feira, 11 de março de 2010

Filiais brasileiras salvam balanço de multinacionais

São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2010

Filiais brasileiras salvam balanço de multinacionais

Operações no país compensaram resultado fraco das companhias nos EUA e na Europa
Nos casos de Unilever e Nestlé, país passou a ser o 2º maior mercado, atrás apenas dos EUA; Fiat já vende mais no Brasil do que na Itália


MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil é a grande estrela da atual safra de balanços das multinacionais -referente ao ano de 2009. Com a estagnação ou a retração das economias da Europa e dos Estados Unidos, a força do mercado interno brasileiro, sobretudo a partir do segundo semestre, contribuiu para melhorar o desempenho das companhias nos mais diversos setores.
Com vendas de R$ 11,5 bilhões no ano passado, a Unilever Brasil subiu no ranking da multinacional e alcançou a segunda posição, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2004, o Brasil era a sétima subsidiária em faturamento. De acordo com o vice-presidente corporativo, Luiz Carlos Dutra, o desempenho é resultado da decisão da companhia de manter os investimentos, apesar da crise global. "Fizemos mais de 60 inovações, investimos na expansão da fábrica de sabão em pó no Nordeste e ampliamos a presença na mídia", diz Dutra.
Manter o ritmo de investimentos e ganhar mercado em ano de crise também foi a estratégia da Nestlé Brasil, que em 2009 se transformou no segundo principal mercado para a multinacional suíça, com vendas de R$ 15,5 bilhões. O país galgou duas posições no ranking de faturamento, superando Alemanha e França e ficando atrás apenas dos EUA.
Enquanto as vendas da Nestlé na Europa cresceram apenas 1,2%, nas Américas a alta foi de 4,8% -sendo que no Brasil, isoladamente, o crescimento foi de 10%. "O Brasil é uma prioridade para a Nestlé", afirmou o presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita, durante inauguração de uma nova fábrica em Carazinho (RS).
Apesar de a Nestlé ter registrado uma queda de 42% no lucro líquido, o resultado, turbinado pela performance nas Américas e na Ásia, ficou acima das expectativas dos analistas.
Na AB Inbev, maior cervejaria do mundo, a contribuição do Brasil foi ainda mais crucial. Enquanto no mundo todo as vendas de cerveja caíram 0,8% no ano passado, no Brasil a empresa vendeu 9,9% mais. A Ambev, que é controlada pela AB Inbev e produz as marcas Brahma e Skol, respondeu por 30,8% do Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] do grupo, que foi de US$ 13 bilhões em 2009.
O estímulo às vendas de carros com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) fez do Brasil um dos únicos países a registrar crescimento nesse setor no mundo: 11,4%. E, pela primeira vez na história, as vendas da Fiat no Brasil superaram a da matriz. Foram 737 mil unidades, contra 722 mil na Itália. Há dez anos, o mercado brasileiro era metade do italiano.
"A contribuição do Brasil foi bastante expressiva e em 2010 deverá ser ainda maior, considerando que este será um ano ainda muito difícil na Europa", disse, na semana passada, o presidente mundial do grupo Fiat, Sergio Marchionne, que veio ao Brasil para inaugurar uma fábrica de máquinas agrícolas em Sorocaba.
Para a Portugal Telecom, o Brasil também já superou a matriz. No ano passado, 51,1% do resultado da companhia teve origem no Brasil. A PT é dona de 50% da Vivo. No último trimestre de 2009, as vendas da PT cresceram 18% no Brasil, para 905,3 milhões, enquanto em Portugal elas caíram 3,4%, para 846,7 milhões.
Na rede varejista francesa Casino, controladora do Grupo Pão de Açúcar, enquanto na matriz as vendas recuaram 3,8%, na América do Sul cresceram 5,7%. O desempenho nas vendas foi puxado por "uma excelente performance" no Brasil. O crescimento sobre mesmas lojas no Grupo Pão de Açúcar foi de 12,7%.
Remessas
Apesar de o Brasil contribuir para salvar os balanços de multinacionais, as empresas estrangeiras remeteram 30% menos lucros e dividendos às matrizes em 2009, na comparação com 2008. Dados do Banco Central mostram que essas empresas enviaram US$ 17,7 bilhões no ano passado. Em 2008, foram US$ 25,3 bilhões.
"Houve um recuo por conta do baixo crescimento em 2009, mas a expectativa para 2010, com a economia crescendo mais de 5%, é de retomar o patamar de 2008 e até superá-lo", afirma Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais). Para este ano, o BC estima remessas de US$ 30,2 bilhões.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0803201002.htm

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