"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 17 de outubro de 2010

Venezuela 1

Cheguei no sábado, dia 09/10, na Venezuela. Como no Brasil, os contrastes do país já são vistos na chegada ao aeroporto. Ao mesmo tempo que se vê o mar do Caribe se vê algumas regiões muito pobres. Ao sair do avião, no caminho para a imigração e retirada de bagagens, as paredes estão tomadas por propagandas do governo Hugo Chávez. Passar pela imigração é tranquilo, pelo menos para nós, brasileiros, não fizeram nenhuma pergunta. Quando você estpa na área de retirada de bagagens já começa a aparecer gente querendo fazer troca de dólares por bolívare sfortes no câmbio paralelo, são os próprios funcionários do aeroporto. Um dos brasileiros foi abordado inclusive por um policial. As avenidas de Caracas são mais amplas do que as de Brasília, mas o trânsito é igual ou pior que o de São Paulo. Chegamos no sábado à tarde, mas enfrentamos vários pontos de congestionamento. O trajeto do aeroporto para Caracas é cheio de montanhas, e há várias favelas nos morros. Mas aparentemente são menos degradadas que as do Brasil, pelo menos as casas tem pinturas nas paredes, especialmente nas cores da Venezuela. Segundo conversei depois, as casas foram pintadas no governo Chávez por programa governamental, não eram assim. Outra coisa curiosa a respeito da Venezuela é que as casas não possuem número, as casas, os prédios possuem nomes, então não é uma coisa trivial encontrar um endereço. O endereço é sempre informado como cruzamento entre duas ruas. A gasolina é praticamente de graça, com um dólar se enche o tanque. Então o custo de ter carro é muito baixo, aí convive aqueles carros imensos, carros luxuosos, com velharias, acabadas. Os táxis não possuem taxímetro, então a cada corrida é preciso negociar o valor da corrida, é um saco. Porque como o custo de manutenção do carro é muito baixo, eles se comportam como se estivesssem fazendo um favor pra você e não aceitam reduzir os preços. Uma mesma corrida pode custar 50, 60, 70 bolívares fortes. E não são propensos a te dar troco. Boa parte dos táxis são uma velharia, completamente acabados. Em um dos dias um dos táxis não conseguiu subir a rua que leva à casa onde estou hospedado. O metro é praticamente de graça. Custa 50 centavos de bolívares fortes. No mercadado paralelo, 1 dólar é 7-8 bolívares fortes, então dá para se ter uma idéia de quanto é barato. E o metro é grande, limpo. Mas obviamente é lotado. Os ônibus urbanos são de propriedade do motorista, não há empresas, desde antes do Chávez. E do mesmo modo que os motoristas e os taxistas, eles também não tem nenhum incentivo para reformar ou fazer a manutenção do ônibus, o custo baixo da gasolina funciona como desestimulo à manutenção da frota. Há ônibus que as portas nem fecham. E esta questão do transporte é um problema, porque o aumento do preço da gasolina geraria uma grande crise política, aumento da instabilidade. O Caracazo em 1989, no qual morreu mais de 300 pessoas, estava relacionado ao aumento dos preços da gasolina. A venda de gasolina no mercado interno não gera nenhum lucro para a PDVSA.

2 comentários:

Unknown disse...

A gasolina é praticamente de graça, com um dólar se enche o tanque.
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O Álcool no Brasil tbm não deveria custar o que custa. Claro que não tão barato quando na Venezuela, mas...

Bruna Sobral disse...

Caramba professor,

eu sabia que a Venezuela era pobre, mas vendo a sua descrição, to surpresa do quanto é pobre. Imaginei meio que um caos, algo parecido com a Índia... Diga que estou errada, por favor!!! rs Agora imagina se o Lula resolvesse pintar as favelas daqui de verde e amarelo, que coisa mais meiga.rsrsrs . Só não entendo. Que tipo de programa do governo foi esse??? O intuito era somente melhorar o aspecto das favelas ou eles fizeram reais melhorias nos barracos???