"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sábado, 23 de outubro de 2010

Venezuela 3

A Venezuela se mostra um país extremamente desigual, de um lado se tem bairros com casas, prédios e jardins magníficos, de outro tem uma pobreza extrema. No lado rico, as próprias alcadias estimulam as críticas ao governo Chávez, dificultam as políticas públicas, e raramente se encontra manifestações pró-Chávez. Por outro lado, nos bairros mais pobres se vê cartazes pró-Chávez e as políticas públicas do Estado em ação.

Provavelmente há problemas de gerenciamento das políticas públicas, mas é inegável que há uma enorme quantidade de políticas voltadas para os setotres mais pobres da sociedade. Chávez obrigou a PDVSA a atuar como ponto de apoio das ações sociais governamentais e isso aumentou a presença do Estado junto às comunidades mais pobres. Comparadas ao bolsa família, as políticas de Chávez são mais estruturantes, entretanto, considerando o tamanho dos problemas venezuelanos acumulados ao longo dos anos, as políticas são insuficientes. Os problemas só serão efitivamente resolvidos na medida em que os planos de desenvolvimento da indústria petroleira e diversificação da base econonômica do país sejam bem sucedidos. Portanto, as dificuldades são bastante grandes.

O governo bolivariano ainda não encontrou uma forma de organização política, institucional que permita ações rápidas compatíveis com um momento de transformação social acelerada. E por isso as políticas públicas são realizadas por múltiplos caminhos diferentes, pela PDVSA, pelos ministérios, pela presidência diretamente, por fundos públicos.

Também há que se considerar que mesmo dentro do Estado venezuelano há diferentes visões sobre o caminho a ser seguido pela Venezuela. Ninguém contesta Chávez, mas cada um o interpreta a seu modo. Alguns grupos demandam uma maior radicalização, outros gostariam de um ritmo mais lento de mudança. Alguns grupos consideram as questões sociais a prioridade absoluta, outros que é preciso primeiro desenvolver a indústria petroleira e que as melhorias sociais viriam por acréscimo. E as divergências de opinião não se restringem a uma diferença no discurso, mas numa ação prática para bloquear políticas e ações governamentais com as quais não está de acordo.

Outra questão é que por um lado, a grandiosidade dos projetos de desenvolvimento apresentados por Chávez fazem com que muitos desconfiem da possibilidade deles serem concretizados e, por outro, as expectativas da população pela realização destes planos são muito grandes, espcialmente na Faja del Orinoco e no estado Sucre, nova região gasífera da Venezuela. Mas os planos são projetos cuja realização completa demorará 20 anos, começam agora, mas só serão completados em duas décadas. O resultado é que nestas áreas o governo Chávez perdeu apoio. A população não quer esperar. E na verdade, na medida em que o governo Chávez consegue resolver as carências básicas, as demandas da população aumentam.

 

Casa nas imediações da Petrocedeño em San Diego de Cabrutica

Nenhum comentário: