"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 25 de julho de 2010

Governo Lula e as eleições

Almocei neste sábado com dois amigos da época da graduação em rel em Brasília. Agora os dois trabalham no setor privado em São Paulo.Um deles sempre gostou de política e até teve alguma pretensão política. Agora não. Obviamente nenhum dos dois nunca foi petista e nem simpatizante da esquerda. Muito ao contrário, até filiado ao DEM um deles foi. Claro que provoquei o anti-petismo dos dois, porque o anit-petismo radical sempre é divertido de se ver sendo manifestado. E aí um deles disse, “independente do motivo tenho que reconhecer que o governo Lula foi melhor que o governo Fernando Henrique e que minha vida melhorou no governo Lula”. E qual a conseqüência disso para o voto? Nenhuma, ele não irá votar na Dilma e no PT. Eles não irão votar no PT e na Dilma.

E aí reside uma diferença nas estratégias de campanha de Serra e Dilma. O PT reconhece que há um segmento significativo, nos setores de alta renda e classes médias, que são radicalmente antipetistas e não votarão no PT por melhor que sejam os resultados do governo. Esta rejeição ao governo pode se aproveitar de qualquer coisa para justificar a postura, pode usar tanto a corrupção (ainda que digam que em todos há corrupção, dirão que o aparelhamento no governo do PT é maior), quanto o radicalismo (por exemplo, o PNDH ou a discussão sobre o controle social da mídia, ou a reforma agrária, etc.). A campanha do PT não se interessa por estes setores, sabe que não irá seduzi-los. Ou melhor o PT tem apena sum interesse nesse segmento, pelos menos no que se refere aos setores de alta renda, quer doações de campanha. Os grandes empresários, independentemente da posição política acabam por fornecer recursos a vários candidatos e mais ainda para o candidato que vair ganhar mesmo rejeitando profundamente o candidato, ao PT interessa as doações de campanha e isso não ocorre por razões ideológicas. Veja o caso de Paulo Skaf, candidato a governador de São Paulo, as notícias dão conta que ele não está conseguindo captar os recursos necessários para viabilizar a campanha, por quê? Porque não mostra viabilidade eleitoral, não irá vencer.

Este eleitorado anti-PT é voto certo em José Serra independentemente do que ele faça. E o que tem feito a camapnha do Serra até agora? feito campanha para este segmento. A tentativa de difundir medo sobre a Dilma, explorar seu passado, falar que ela não controlorá os radicais do PT sentsibiliza os antipetistas, meus amigos são sensíveis a este discurso! Mas atnge alguém fora deste eleitorado cativo do PSDB? Já atingiu, hoje não. No final dos anos 80 e nos anos 90, havia condições de difundir o medo nos setores de classe média cenrista e setores de baixa renda em relação ao PT, essa estratégia foi muito utilizada. Ajudou especialmente na derrota nas eleições presidenciais de 1989 e 1998, espcialmente. E em muitos lugares ainda é útil em eleições municipais. Mas em termos federais, a eleição do Lula em 2002 mudou este quadro. O famoso do quadro da regina Duarte dizenro “Eu tenho medo” mostrou o esgotamento da estratégia. E as políticas adotadas pelo governo Lula solidificou este resultado. as políticas sociais do governo Lula mostraram para os setores de baixa renda que não havia o que temer. Os setores médios se beneficiaram do crescimento econômico, de algumas políticas públicas, por exemplo, estímulo ao consumo e à construção civil, e viu que o PT não faria loucras no governo federal. Estes setores não têm medo de um novo governo do PT e não há o que a campanha do Serra possa dizer que mude isto, tudo vai ser considerado como aquele tipo de coisa que diz em meio a uma camapanha eleitoral, mas que não se deve levar muito a sério. Conclusão, a estratégia do medo é a estratégia errada para a candidatura Serra, por quê?

Porque favorece que a campanha da Dilma centre-se na campanha do medo também, e aí quem sai perdendo é o Serra. Hoje os segmentos de baixa renda que poderiam ter o seu medo mobilizado para não votar no PT pode ter seu medo mobilizado para não votar no Serra. Hoje o fim da reversão das políticas sociais e de consumo do governo Lula é que causam medo nestes segmentos. E é um medo real, porque do mesmo modo que meus amigos antipetistas, a constatação da população é que sua vida melhorou no governo Lula, e diferenemente dos antipetistas radicais, a maioria da população associa estes ganhos ao Lula, e teme que haja mudanças. Neste sentido a camapnha do medo é equivocada para Serra.

É claro que a campanha do medo proposta por Serra revela um certo desespero por não ter condições de atacar frontalmente o governo Lula dado o apoio que tem. E aí aparentemente o candidato Serra procura respaldo nos setores mais anti-petistas, mas ele não ganhará as eleições com este setor, ao contrário, perderá. O problema é que não há outra alternativa objetivamente viável. Uqaluqer tentativa de ser uma oposição radical enfraquece Serra. E o reconhecimento das conquistas do governo Lula, uma rejeição do acirramento ideológico proposta pelos anti-petitas, aparece como o único ponto de partida para uma camapnha vitoriosa. Por outro lado, admitir isto publicamente, explicitamente não favorecia a Dilma e o PT? Em princípio sim, entretanto, poderia servir para mudar as caracter´siticas e os debates da campanha.

Outro equívoco da camapnha de Serra e que de algum modo o PT e o Lula também alimentam é acreditar que as eleições estaduais e a presidencial estão interligadas de modo significativo. Por exemplo, a notícia corrente nos jornais é que Aécio Neves não estaria fazendo camapnha para Serra em Minas e que por isso o Serra e a Dilma estariam empatando nas pesquisas em Minas. Mas será isso mesmo? Seria possível dizer que Hélio Costa está na frente de Anastasia por causa do Lula e porque o Aécio não faz camapanha para o Anstasia? Não! O Lula foi fazer camapnha no Ceará, segundo os jornais, porque quer eleger os dois senadores, derrotar o Tasso Jereissati, qual a chance de Jereissati não conseguir nenhuma das duas vagas para o senado por causa do Lula? Nenhuma! As eleições no Brasil são estratificadas. O apoio do Lula tem grande impacto sobre a eleição presidencial, mas baixa para as eleições para governador e baixíssima para senador e deputados! Se o apoio do Lula fosse o fator determinante nas eleições estaduais não teria sentido o presidente ter forçado em vários estados que o PT não tivesse candidato próprio, ou o PT lançaria chapa independente para deputados. Nada disso acontece. A influência do Aécio é sobre a eleição para governador. para as eleições estaduais. Os mineiros aprovam o governo Aécio e o governo Lula, isso significa que tendem a esperar a continuidade do governo Aécio em Minhas e continuidade do governo Lula no Brasil. Não são coisas comparáveis! Por que o mesmo indivíduo que aprova Lula e Aécio, iria convergir para uma posição única votando no candidato a presidente e a governador de Lula ou no candidato a presidente e a governador de Aécio? Não faz sentido. Não há este tipo de convergência. Os apoios locais são mais importantes pela estrutura da campanha, para organizar burocraticamente a campanha, para ajudar a divulgar o nome dos diferentes candidatos, e não por uma transferência direta de votos entre diferentes esferas.

O sucesso do governo Lula pode ser suficiente para eleger a Dilma, mas nas eleições estaduais o sucesso do governo Lula é insuficiente, há outros fatores locais que pesam mais, e por isso Lula fez questão de fazer sólidas alianças nos estados para conseguir não apenas eleger governadores, mas para conseguir ampliar os deputados e senadores da base aliada. Evidentemente que eleger aliados como Renan Calheiros pode significar eleger o inimigo de amanhã. Mas de todo modo, a estratificação das eleições dificulta uma mudança neste quadro. Depende das condições políticas locais, do eleitor e sua visão de mundo.

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