"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O original e a cópia: o Brasil segundo Silvio Romero

"Deu-se, entretanto, uma espécie de disparate [...]: uma pequena elite intelectual separou-se noravelmente do grosso da população, e, ao passo que esta permanece quase inteiramente inculta, aquela, sendo em especial dotada da faculdade de aprender e imitar, atirou-se a copiar na política e nas lestras quanta coisa foi encontrando no Velho Mundo, e chegamos hoje ao ponto de termos uma literatura e uma política exóticas, que vivem e procriam em uma estufa, sem relações com o ambiente a temperatura exterior. É este o mal de nossa habilidade ilusória e falha de mestiços e meridionais, apaixonados, fantasistas, capazes de imitar, porém orgaqnizamente impróprios para criar, para inventar para produzir coisa nossa e que saia do fundo imediato ou longíquo de nossa vida e de nossa história.

"Durante os tempos coloniais, a hábil política de segregação, afastando-nos dos estrangeiros, manteve-nos um certo espírito de coesão. Por isso tivemos Basília, Durão, Gonzaga, Alvarenga Peizoto, Claudio e Silva Alvarenga, que se moveram num meio de idéias puramente portuguesas e brasileiras.

"Com o primeiro imperador e a Regência, a pequena fresta (aberta) no muro do nosso isolamento por D João VI alargou-se, e começamos a copiar o romantismo político e literário dos franceses.

"Macaqueamos a carta de 1814, transplantamos para cá as fantasias de Benjamin Constant, arremedamos o parlamentarismo e a política constitucional do autor de Adolphe, de mistura com a poesia e os sonhos do autor de René e Atala.

"O povo, este continua a ser analfabeto.

"O segundo reinado, com sua política vacilante, incerta, incapaz, durante cinqüenta anos, escancarou todas as portas, e fê-lo unicamente, sem discrímen, sem critério. A imitação, a macaqueação de tudo, modas, costumes, leis, códigos, versos, dramas, romances, foi a regra geral.

"A comunicação direta para o velho continente pelos paquetes de linha regular engrossou a corrente da imitação, da cópia servil.

[...]

"E eis porque, como cópia, como arremedo, como pastiche para inglês ver, não há povo que tenha melhor constituição no papel, [...] tudo melhor... no papel. A realidade é horrível!"

Silvio Romero apud Roberto Schwarz. Que Horas são?.

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